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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Caso José Sócrates

José Sócrates



Não comentei a prisão do antigo Primeiro-Ministro José Sócrates, embora não tenha ficado indiferente ao espetáculo mediático que se seguiu, com horas e horas de diretos nos horários nobres de todos os órgãos de comunicação social, com destaque para as televisões. E não me pronunciei para não cair na tentação de reproduzir banalidades, umas cheias de ódio e outras de compreensível contenção, vindas estas de amigos próximos e de correligionários de Sócrates. Dos partidos, da esquerda à direita, vieram comentários pautados pela prudência, alegando quase todos que «à política o que é da política e à justiça o que é da justiça». Partilho desta mesma opinião.
Sobre a forma como José Sócrates foi esperado à saída do avião e a prisão preventiva decretada pelo juiz de instrução criminal, nada devo dizer, simplesmente porque não conheço as investigações que levaram a justiça a proceder assim, nem tão-pouco está ao meu alcance o que ditam os nossos códigos sobre o assunto. 
Penso apenas que, num estado de direito, não há nem pode haver portugueses de primeira e de segunda, muito menos tratamento desigual seja para quem for. Todos somos iguais perante a lei e não pode um português, qualquer que ele seja, só porque foi ministro, alto quadro do Estado ou poderoso membro da Finança ter direito a benesses negadas aos demais, como ter cadeia especial, cela com todas as comodidades, refeições distintas dos presos comuns, etc.
Há a promessa de que vão ser investigadas as fugas de informação que conduziram ao espetáculo a que assistimos em direto. Gostaria, francamente, de conhecer os resultados e de ver julgados os infratores que, presumivelmente, estarão dentro dos espaços judiciários. 

Fernando Martins



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Silêncio de ouro de Sócrates

José Sócrates
Estávamos habituados a saber, pela comunicação social, logo depois das eleições, quem eram os futuros ministros do novo Governo. Por linhas directos ou indirectas, tudo se sabia, e logo começavam as análises aos currículos dos propalados futuros membros do executivo, em que se sublinhavam os aspectos positivos e negativos de cada um. E quem sabe se não se iniciavam aí as pressões para que o indigitado primeiro-ministro optasse por este ou por aquele, respeitando as indicações dos jornais, rádios e televisões. 
Quantos políticos, que poderiam dar bons ministros, não terão ficado pelo caminho, por uma ou outra crítica dos politólogos dos nossos órgãos de informação. Porém, no domingo das últimas eleições, António Vitorino, o estratega do programa eleitoral do PS, lançou um alerta. "O próximo Governo não será feito na comunicação social, nem pela comunicação social; habituem-se", garantiu o ex-comissário europeu. E pelos vistos, Sócrates está mesmo a seguir à risca este princípio de não se deixar levar por quem tem tido o hábito de vender notícias à custa de uma táctica especulativa. 
O indigitado primeiro-ministro estará a trabalhar num clima tranquilo, sem pressões seja de quem for, seguindo, certamente, a sua consciência, com total liberdade e confiança do seu partido, na busca de quem tem de o ajudar a levar por diante o programa que referendou junto dos portugueses. Sócrates sabe que não pode perder esta oportunidade, mas também sabe que os portugueses estão à espera de quem lhes garanta uma vida mais tranquila e de mais futuro. Por isso, este silêncio em torno da formação do novo Governo é mesmo um silêncio de ouro. 

F.M.