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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Esta Quaresma começou bem (1)

Crónica de Frei Bento Domingues 

«A falta de humor teológico e litúrgico 
acaba sempre por sacralizar o ridículo.»

1. As Igrejas Católica Romana e Católica Ortodoxa, em 1054, consumaram, de forma solene, o seu progressivo divórcio: excomungaram-se reciprocamente. Dizia-me um amigo, pouco entendido em questões de religião: isso de excomunhões deve ser com como lançar um feitiço para o quintal do vizinho. Só funciona se os dois acreditarem nisso.
De facto, quase durante um milénio, foi mantida essa sacralizada ficção. As duas partes faziam de conta que Deus dependia das suas quezílias teológicas e culinárias. Teológicas, porque se imaginavam a viajar pelo interior da Santíssima Trindade e a observar o percurso seguido pela fonte do Espírito Santo. Culinárias, porque não se entendiam acerca do uso do pão,fermentado ou não fermentado, na celebração da Eucaristia, nem reconheciam a cada uma das igrejas a liberdade de seguir a receita da sua preferência. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Humor




«Se dissermos que Deus é Amor, ninguém se espanta. A afirmação tornou-se até um pouco banal à força da repetição. Mas se dissermos que Deus é Humor, ficamos em estado de alerta, porque nos parece que alguém está a tentar entrar, no território de Deus, “pela entrada dos fundos” e não pela “porta principal”. A verdade é que a amizade não dispensa o humor.»

José Tolentino Mendonça,
no livro “Nenhum Caminho será Longo”

NOTA: Terminei a leitura do livro citado do poeta e padre José Tolentino Mendonça. Devo dizer que gostei  muito do que li e meditei. No pressuposto de que gostos não se discutem e que cada qual terá os seus, não posso, contudo,  calar o prazer que este livro me proporcionou ao longo de alguns dias. Por isso, atrevo-me a recomendá-lo aos meus amigos e frequentadores deste blogue, na convicção de que há sempre algo a receber das propostas de reflexão de José Tolentino Mendonça. Boas leituras.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Piadas que cheiram mal


Como está pobre o humor em Portugal...
António Marcelino

Cada vez têm menos humor os humoristas profissionais, qualquer que seja o meio de comunicação de que se servem. Quem gargalha de pulmões abertos a uma boa anedota acha estes senhores sensaborões, repetitivos. Claro que há sempre uma plateia que lhes bate palmas, não sei se com convicção.
Num jornal diário, chegada a sexta-feira, é uma avalanche de humoristas a quererem divertir os leitores. Vêm em grupo, como se muitos tivessem mais graça. Claro que o prato do dia são os políticos. Com pimenta quanto baste, a fuga tem sempre aberta a porta para outros horizontes, em que a piada, não raro, cheira mal.
Há um humorista que tenta, com voz melíflua, fazer humor na rádio a horas de luxo. Um jornalista da casa disse-me um dia que, lá dentro, ninguém entendia esta predileção pelo dito cujo. Mas a verdade é que ele lá continua. Com frequência tenta fazer graça da religião. Como não é ele que escreve os textos, o seu humor é feito por procuração, mostrando que tanto quem escreve como quem transmite não deve muito à originalidade e deve ainda menos à fada que os inspira.
Precisamos muito de momentos de bom humor. Mas este não se encomenda. Que saudade dos bons tempos, em que o humor era mesmo humor, e o riso nada tinha de amarelo, mas era salutar e tonificante!

Li no Correio do Vouga

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