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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O culto dos mortos

Crónica de Maria Donzília Almeida




Memento, homo, quia pulvis es 
et in pulverem reverteris.

(Lembra-te, ó homem, que és pó 
e em pó te tornarás.)

Assoma à memória, neste Dia de Todos os Santos, esta sentença dos tempos remotos em que a liturgia era celebrada em Latim. O tom funesto de presságio aponta para o nosso destino comum, prefigurado nos cemitérios por todo o mundo, onde os mortos são homenageados.
O pó futuro, em que nos havemos de converter, é visível à vista, mas o pó presente, o pó que somos, como poderemos entender essa verdade?
O primeiro dia de novembro é marcado pela ida de milhares de portugueses aos cemitérios, que nesta altura exibem todo o esplendor e fausto da arte floral. É a forma visível que as sociedades modernas adotaram para fazer o culto dos mortos. Esta homenagem é um acontecimento global vivido de diferentes formas um pouco por todo o mundo.
Se no México é uma festa bastante divertida, entre nós... é o festival da flor! 
Além do celebração religiosa, estes dias são aguardados pelos vendedores de flores, velas e santos, que veem o seu lucro aumentar, devido à devoção(!?) dos católicos. Até a venda de farturas e doçaria acontece à porta dos cemitérios para aconchegar o estômago, que o coração está triste como a efeméride!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Halloween





O DIA DAS BRUXAS...

Está aí, de novo, mais um Hallowe’en, o Dia das Bruxas, como é chamado entre nós.
Sendo uma comemoração dos países anglo-saxónicos, tem a sua provável origem, em rituais irlandeses, do culto dos Celtas. Foi levado para os Estados Unidos no século XIX e daí irradiou para o mundo com a difusão da cultura americana.
Os Portugueses, sempre ávidos de copiar o que vem do estrangeiro, também se apropriaram desta festividade e deram ao comércio uma boa ocasião de rentabilizar este costume. É mais um dia, em que a pequenada aproveita para se divertir, como se não lhe bastassem todos os outros dias do calendário! Propensos a tudo o que soar a brincadeira, convívio, aí estão a organizar-se em grupos, fantasiados de bruxas ou fantasmas, conforme a disponibilidade dos adereços. A partir do anoitecer, clima propício ao aparecimento de tais criaturas, começam a vaguear pelas ruas da nossa vila, e cidade, grupinhos de crianças, algumas acompanhadas pelos pais que alinham na brincadeira. Tocam à campainha e é vê-los desfiar a lengalenga que lhes dará direito a uns rebuçados ou chocolates, segundo a generosidade do anfitrião. Às vezes, recitam aquilo que lhes foi ensinado na Escola e assim estão a pôr em prática as aprendizagens efectuadas. Forma pragmática de utilizarem a Língua Inglesa de forma lúdica, que a brincar também se aprende. Sweet or treat! Smell my feet!
Give me, something good to eat!
É até feito o contrato de só receberem doces, se recitarem a lição na ponta da língua! Então, é vê-los curiosos e empenhados a memorizar o texto/discurso que hão-de proferir, aquando da visita à teacher. Esta tem já reservado um cestinho com os doces que irão premiar os bons alunos e incentivar aqueles que têm, pelo menos vontade de aprender.
Em algumas casas é apresentado, no jardim, o jack’olantern, a abóbora desventrada do seu interior e contendo uma vela para alumiar. Esta evoca uma tradição ancestral, da Gafanha rural de antanho, em que as abóboras eram colocadas nas encruzilhadas dos caminhos para afugentar as bruxas e alumiar o caminho aos lavradores, no seu regresso tardio a casa.

M.ª Donzília Almeida

31.10.09