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sábado, 5 de dezembro de 2020

GATINHO À DEFESA

Em horas de confinamento há tempo para tudo



 Ao sentir-se perseguido por irmãos de raça, o gatinho refugiou-se entre a ramagens e ali ficou à espera de tempo e espaço livres para se divertir com amigos. Chamei-o mas ele não aceitou o convite à primeira vista. Minutos depois, com habilidade de felino ainda jovem, saltou para a brincadeira. A alimentação está garantida.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Morreu o nosso “Mascarilha”



Talvez por distração, um dos nossos gatos, o “Mascarilha”, morreu atropelado numa das ruas da Gafanha da Nazaré. Talvez por distração, porque era um gato vadio, daqueles que dificilmente dão a mão porque preferem andar de um lado para o outro, sem lei nem roque. Mas o “Mascarilha”, assim batizado pela nossa filha Aidinha, por ter os olhos rodeados de sombras, tipo máscara, talvez próprio da raça, já estava um pouco familiarizado com a Lita, que diariamente lhe dava comida sadia e água límpida. Gostava de dormir a sua soneca num recanto qualquer, dentro de casa ou arredores, brincava que se fartava e trepava as árvores com uma velocidade estonteante. Mas era um animal muito sensível, pois vomitava quando comia o que não devia. 
No fundo, apesar de vadio, o “Mascarilha” criou raízes por aqui e todos gostávamos de o ver, de lhe dirigir piadas, de o estimular a viver em sociedade, convivendo com os demais. Porém, às vezes irritava-se com algum gato de quem não simpatizava. Depois de andar por aí, regressava ao seu poiso habitual. Mas há dias não veio e a Lita bem o procurou e chamou, correu arredores e buscou em zonas menos acessíveis... e nada. E garantiu com o dom de quem conhece hábitos e manias dos gatos que acolhe:
— O “Mascarilha” desapareceu... se calhar morreu ou roubaram-no, por ser bonito e ter bom porte. 
Não acreditámos e até dissemos que o gato devia aparecer mais dia menos dia. Mas nada. 
Vai daí, a Lita foi à cata dele pela vizinhança e acabou por ficar a saber que um gatinho tinha sido atropelado não muito longe da nossa residência. 
— Seria ele?...
A vizinha já o tinha enterrado no seu quintal, convencida como estava de que era um puro vadio. 
A Lita quis identificar o gato enterrado  com os seus próprios olhos. Os vizinhos e amigos, percebendo o seu desgosto, resolveram desenterrar o gato. Era, realmente, o “Mascarilha”. Entregaram-lhe o seu cadáver para ser sepultado no “cemitério” de animais que temos no nosso quintal. A Lita ficou mais tranquila, mas muito dorida. E  já se virou para os demais gatos que vivem por aqui. Mas o “Mascarilha” não sairá da sua e nossa memória tão cedo. 

Fernando Martins

quinta-feira, 25 de junho de 2020

A Nina



OS GATOS

Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem

Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa

Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos

Manuel António Pina

NOTA: A Nina, a nossa gata, tem carta branca para cirandar pela casa e arredores. Um pouco vadia, ou não fosse essa a sua origem, gosta de dar as suas voltas pelo quintal, mas regressa sempre. Dorme bem, que os gatos, pelos vistos, são dorminhocos, e quando acorda aprecia a companhia das pessoas, mantendo um silêncio misterioso. Hoje, depois do passeio matinal, procurou-me no sótão. Olhou-me fixamente, talvez a tentar descobrir o meu estado de espírito neste tempo frescote e de confinamento, e desandou para a janela. Olhou a paisagem, mirou quem passava, voltou-se para mim e deu-me ordens para lhe tirar o retrato. E como não sou poeta, lembrei-me deste poema de António Pina que diz tudo o que eu não seria capaz de dizer.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Os nossos gatos vadios


Contemplo o relvado que o João Paulo corta regularmente por iniciativa própria. Ele sabe disso e assume a tarefa com gosto e saber. E nem precisa de ajuda; acha que as ajudas até estorvam os seus hábitos. Também apara os arbustos e retira os sobrantes para que o relvado se apresente limpo e convidativo por uns tempos. Mas o João tem tudo sob controlo e aparece sempre no momento certo.
Sentado no alpendre, rodeado por um aparato de pratos de plástico destinados aos cinco gatos vadios que a Lita adotou, sinto a vida em movimento. Os felinos, que recusam sistematicamente dar o pelo para uma gesto de carinho, sabem que nunca lhes faltará água fresca, ração adequada e restos de comida, lavada, não vá dar-se o caso de alguns condimentos lhes alterar a digestão. Fico assim a pensar quanto é difícil domesticar um animal. Nem com estes mimos dão o braço a torcer. Mas há de chegar o momento de reconhecerem quem é amigo. Será?
Longe do bulício do quotidiano de gente ativa, dou comigo a meditar na importância da ocupação como sinal de vida útil, quando as forças se tornam cada vez mais débeis. E percebo que nos tempos de hoje há muitas formas de nos sentirmos capazes de ocupações salutares, como o ato de escrever e de ler, com tanta oferta que nos desafia a viajar, a refletir e a sonhar.
Cinco gatos que nos olham desconfiados e que, diversas vezes, se aproximam de nós, coçando-se nas nossas pernas, em modo de desafio. E quando os fixamos, fogem logo espantados pela proximidade, como se os nossos olhos fossem raios fulminantes. Será que algum dia aceitarão a amizade dos humanos?
Entretanto, sobem ao cocuruto das árvores e arbustos a uma velocidade espantosa, na tentativa frustrada de caçar uma rola ou melro, e descem com a mesma velocidade e perícia. Brincam uns com os outros, tentam caçar uns passaritos mais atrevidos que se aproximam deles e logo se espantam. Um ou outro, porém, cai no azar e é apanhado. E assim passam os dias, com a Lita a medir os estilos dos felinos e a rir-se com as suas brincadeiras à distância. E quando algum se ausenta por razões que desconhecemos, que falta de comer não é, a Lita até perde o sono.

F.M. 

sábado, 1 de junho de 2019

Gato vadio espera nova oportunidade


À espera de nova oportunidade
Sorrateiramente, o gato rastejava pela relva. Um palmo agora, outro depois, e mais uns tantos a seguir. O desafio veio de uns melros que, debaixo da laranjeira, debicavam miudezas para alimento, que ração especial não havia. Não será preciso cuidar das aves do céu, que a natureza se encarregará de as sustentar. 
Em silêncio, fiquei a aguardar o desfecho da eventual caçada. Os melros, olho nas sementes do chão, olho no perigo, lá se foram entretendo. E o gato insistia com a perspicácia que terá herdado da família dos gatos selvagens que nos rodeiam a casa. Alguns, porém, sem darem a mão, apenas se deliciam com as rações e água limpa que a Lita lhes vai garantindo durante o dia. Chegam a entrar em casa, em jeito de quem lembra que está na hora de manducar a oferta, mas ninguém ouse passar-lhe a mão pelo lombo. Não suportam o carinho de mãos humanas. 
O perseguidor estava perto do melros. Pacientemente, mais um avanço, curtíssimo, e mais outro, mas o melro de bico amarelo, tem faro de cão ou instinto de ave. E fugiu. O gato derrotado dá uma volta sobre o lombo para desentorpecer os nervos. E retira-se para planear um novo estratagema para logo mais voltar à caça. 

F.M.

sábado, 8 de setembro de 2018

Cães e gatos vadios


Permitam-me que volte hoje aos nossos cães que morreram recentemente para tristeza de toda a família. A falta que eles nos fazem é notória porque a alegria que nos contagiava deixou marcas indeléveis. Posta de lado a hipótese de adotarmos outro ou outros,  por dificuldades inerentes à nossa capacidade de os tratar como deve ser, mas também por não percebermos facilidades futuras que garantam os mimos fundamentais na hora de deixarmos o mundo terreno, resta-nos a consolação de olhar pelos que nos batem à porta à procura de pão para a boca. Contas feitas à esperança de vida dos cães, não haverá certeza de que viveremos o tempo necessário para deles cuidarmos.
Tenho visto o que toda a gente pode ver: Cães e gatos vadios e abandonados ou nascidos destes, pululam por todos os cantos, podendo provocar problemas de saúde às pessoas e a outros animais, o que é de lamentar. As autarquias não terão capacidade para acolher, alimentar e tratar todos esses animais, de forma a garantir a sua sobrevivência condigna. Porque, logicamente, as famílias ainda terão prioridade nos programas e projetos camarários.
Eu sei que não falta quem mostre interesse acrisolado pelos animais, questão que nem ouso pôr em discussão. Mas como resolver o problema dos cães e gatos vadios, que chegam, alguns deles, sobretudo gatos, a entrar na nossa própria casa sem pedir licença, só porque a Lita, apaixonada por animais, lá os vai sustentando e tratando da melhor forma que pode e sabe?
Gostaria que as autoridades e os meus leitores se pronunciassem sobre este problema, porque é, realmente, uma questão de saúde e tranquilidade pública.

Fernando Martins

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Cães e Gatos em exposição em Aveiro

8.ª Exposição Canina Internacional de Aveiro 
7.ª Exposição Felina Internacional de Aveiro



Mais de seis centenas de animais de companhia são esperadas no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro. A 8ª Exposição Canina Internacional de Aveiro e a 7ª Exposição Felina Internacional de Aveiro decorrem no próximo fim de semana, dias 24 e 25 de setembro, e trazem muitas novidades.
Estão inscritos mais de 500 cães de várias raças e países no concurso internacional. A par do concurso, realizam-se as exposições especializadas das raças Bouledogue Francês, Cão de Serra de Aires e Rottweiler e as exposições monográficas de Bullmastiff e de Cane Corso. As raças portuguesas vão estar em destaque com uma exposição dedicada.
A realização do Bullmastiff World Cup Portugal 2016 é uma das grandes novidades da edição deste ano. Trata-se do maior evento do mundo dedicado a esta raça e deverá trazer a Aveiro perto de uma centena de exemplares.

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terça-feira, 5 de julho de 2016

S. Miguel: Gatos


Sesta nos penedos. Mãe e filhote. Mar à vista. Sem programa marcado ou desejado. Sós. Nós, os estranhos, perturbámos o seu sossego. Ergueram-se desconfiados. Que querem de nós? Deixem-nos em paz. Saímos apressados e a sesta porventura continuou.