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sexta-feira, 25 de junho de 2021

A fé confiante em Jesus cura e liberta

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XIII do Tempo Comum

Ainda hoje, numa curva do caminho perto do lago da Galileia, junto a Cafarnaum, pode ler-se numa pedra a inscrição: «Aqui, neste lugar, a mulher considerada impura, mas cheia de fé, tocou em Jesus e ficou curada.»

O mar de Tiberíades é palco qualificado da missão de Jesus. Aqui ocorrem cenas marcantes que desvendam os segredos de que é portador: a pesca e a vocação dos apóstolos, a barca amarrada na praia e os horizontes novos abertos aos “pescadores” de homens, a travessia serena e a tempestade acalmada que confirma a suspeita dos discípulos inquietos e sobressaltados, a afluência de multidões ávidas do encanto da Palavra e carecidas de ajuda para as suas necessidades vitais. Mc 5, 21-43.
O encontro de Jairo, o chefe da sinagoga de Cafarnaum, dá-se precisamente à beira-mar. Ao ver Jesus, cai-lhe aos pés, gesto de profunda humildade e reconhecimento, e faz-lhe um pedido insistente: a minha filha está a morrer, vem impor-lhe as mãos, liberta-a dos males, faz com que viva, dá-lhe a salvação. A morte ameaçadora da saúde precária da filha personaliza a morte do ser humano, simbolizada na agitação dos mares revoltos e na turbulência dos “vendavais” da vida. O contraste não pode ser mais significativo: a puberdade, com a sua carga explosiva da vida, – a menina tem 12 anos, idade núbil – confronta-se com a iminência da lei da caducidade, do definhamento, da morte “inexorável”. E o alcance deste episódio percorre toda a história humana e suscita a mais viva indignação de quem aprecia a vida como dom inegociável, sem preço nem condição.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Entre os gentios, Jesus inicia a sua missão

Reflexão de Georgino Rocha


Não basta que a luz brilhe. 
É preciso abrir os olhos 
e remover os obstáculos

A opção de Jesus por fazer de Cafarnaúm local de residência e centro de irradiação missionária na Galileia parece estranha e indicia a novidade que vem anunciar: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino de Deus”. Pressionado pela urgência interior de ir ao encontro das pessoas e partilhar a grande notícia “Deus vem e já está connosco”, desloca-se para a terra dos gentios, junto ao lago de Tiberíades, tomando como indicador claro de ter chegado a hora para a sua decisão a prisão de João Baptista. Estranha opção para quem faz uma leitura superficial dos factos e não tem em conta o seu contexto histórico e cultural. Estranha opção para quem esquece a dimensão simbólica que frequentemente os acompanha e abre a um nova dimensão.

Mateus, o narrador evangelista, recorre ao profeta Isaías para apresentar alguns traços de Cafarnaúm e destacar que a nova situação de Jesus corresponde ao que estava anunciado. Traços centrados no povo que vivia nas trevas e viu uma grande luz, que jazia na região sombria da desesperança e levanta o ânimo, voltando a esperar. “A verdadeira realidade de Cafarnaúm - afirma Florentino Hernandez, autor do «Guia de Terra Santa: História-Arqueologia-Bíblia» é a de ter sido escolhida por Jesus de Nazaré como sua segunda pátria e de haver sido o centro do seu ministério apostólico na Galileia”. Gente pobre, não miserável, vivia do campo que cultivava entre pedras e na zona marítima, da pesca e do comércio de alguns produtos. Terra onde se cruzavam rotas de negociantes e peregrinos.

sábado, 18 de junho de 2016

Ser discípulo de Jesus, opção livre envolvente

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus quer fazer a avaliação das iniciativas da sua missão na Galileia. Afere critérios de actuação com Deus Pai em diálogo de oração na presença dos discípulos. Sozinhos. Depois, prossegue com a conversa à base de perguntas e respostas. Conversa que tem como tema principal auscultar o “eco” da sua mensagem nas pessoas, saber o que diziam, verificar a compreensão dos seus acompanhantes. O tempo ia passando. As acções sucediam-se. Os comentários surgiam. A fama chegava às altas instâncias políticas e religiosas. Até Herodes Antipas, o rei governador da região, mostrava curiosidade pelo que estava a acontecer. Lucas situa este episódio depois da multiplicação dos pães, que fez reviver grandes expectativas, e antes de se iniciar a viagem para Jerusalém, viagem impregnada de catequeses sobre a novidade do projecto de Deus para a felicidade humana.