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sexta-feira, 18 de junho de 2021

Pela Positiva há 10 anos - Elogio da Fraternidade

7.ª Jornada da Pastoral da Cultura



DOIS REFLEXOS

1. José Mattoso

Falando de Sabedoria e Fraternidade, o historiador medievalista José Mattoso afirmou que, «se algum progresso houve, foi à custa da fraternidade», já que a técnica se torna «impotente para resolver os problemas da humanidade». Afirmou, a dado passo da sua intervenção, que a fraternidade valoriza as relações humanas, enquanto a sabedoria gera a partilha. Também referiu que «podemos sofrer, mas não podemos fazer sofrer».

2. Lídia Jorge

«Quando pensávamos que o progresso era ilimitado, que os estados seriam parceiros e amigos da vida, os bancos um cofre inesgotável, a juventude o futuro que não conhecia decadência, o cartão de identidade um documento dispensável substituído por um cartão de crédito, que as fronteiras seriam abolidas, de súbito tudo se alterou”, referiu a escritora. E acrescentou: «o homem esperançoso confunde a causa dos outros com a sua; é a certeza que este futuro existe, que nos dá confiança.»

Ler o que então escrevi aqui 

domingo, 21 de março de 2021

A alegria não se decreta (2)

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A prática da fraternidade religiosa deve estar ao serviço da fraternidade universal, em colaboração com todas as pessoas e movimentos, sem descriminações

1. A viagem do Papa ao Iraque já foi muito comentada. Parece-me, no entanto, que não foi destacado o seu contributo para robustecer a alteração profunda que está a acontecer, na história e no relançamento do diálogo inter-religioso, com incidência dirceta nas práticas sociais.
Não basta denunciar a cobertura falsamente religiosa dos discursos do ódio e da violência e proclamar o diálogo como caminho para abordar as dificuldades nas relações entre seres humanos.
No primeiro momento de qualquer diálogo, o mais importante é a escuta do outro na sua irredutível alteridade e nas suas imprevisíveis manifestações. No chamado diálogo inter-religioso, como é praticado nas mesas-redondas dos meios de comunicação e noutros espaços, em geral não se vai muito além de uma escuta inconsequente, pois não parece destinado a alterar o presente e o futuro dos intervenientes. Apresenta-se, por vezes, como uma passagem de modelos religiosos: os representantes de cada religião em foco passam a fazer a apologia da sua própria religião, procurando desfazer as acusações que habitualmente lhe são feitas, fruto de ignorâncias e preconceitos persistentes.
É uma fase necessária, mas muito insuficiente, porque lhe falta a análise crítica da situação actual e as propostas de reforma para o futuro.
O que, no entanto, está a acontecer, ao nível das grandes lideranças religiosas, anuncia o despontar de algo que julgo muito novo.

sábado, 13 de março de 2021

"Sua Fraternidade" o Papa Francisco no Iraque

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Precisava de ir, e havia quatro razões e objectivos essenciais: fazer uma reparação, visitar uma Igreja martirizada, aprofundar o diálogo inter-religioso, contribuir para a reconstrução do Iraque.

1. Era a viagem mais arriscada do seu pontificado. Mas Francisco foi, porque era um "dever", repetiu no avião a caminho do Iraque, país onde nunca tinha estado um Papa.
Precisava de ir, e havia quatro razões e objectivos essenciais: fazer uma reparação, visitar uma Igreja martirizada, aprofundar o diálogo inter-religioso, contribuir para a reconstrução do Iraque.

1. 1. O que João Paulo II fez para tentar impedir a invasão do Iraque, mas sem êxito! O que é facto é que, com base numa mentira, a invasão e a guerra em 2003 atiçaram ainda mais o incêndio dos horrores. Um erro fatal! Francisco também disse: "Venho como penitente".

1. 2. Francisco encontrou-se com o ayatollah Ali al-Sistani, a maior autoridade xiita no Iraque, que vive numa casa modesta, num bairro pobre de Nayaf e que, contra as regras se levantou humildemente para saudar Francisco. Foi um encontro a sós. Apesar de não ter havido um documento comum (pode vir mais tarde) como o assinado por Francisco e o Grande Imã de Al-Azhar, o egípcio Ahmad al-Tayyeb, a maior autoridade sunita, "Documento pela Fraternidade Humana", foi um gesto histórico, pois aprofunda o diálogo com o outro ramo do islão. Num encontro que durou uns 50 minutos, segundo um comunicado oficial, o líder muçulmano afirmou que os "os cristãos no Iraque devem poder viver em paz e segurança". O Papa "destacou a importância da colaboração e amizade entre as comunidades religiosas para que, cultivando o respeito mútuo e o diálogo, possamos contribuir para o bem do Iraque, da região e de toda a Humanidade." Ambos apelaram à fraternidade.

sábado, 31 de outubro de 2020

FRATELLI TUTTI. 4 - A fraternidade e as religiões

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


"Porque é que hei-de fazer o bem e cuidar do outro em necessidade 
mesmo quando isso agride os meus interesses e me prejudica?" 

1. Do tríptico: liberdade, igualdade e fraternidade, é a fraternidade que, sem a referência à transcendência, tem dificuldade em encontrar um fundamento último sólido. Por isso, Francisco escreve: “Como crentes, pensamos que, sem uma abertura ao Pai de todos, não pode haver razões sólidas e estáveis para o apelo à fraternidade. Estamos convencidos de que só com esta consciência de filhos que não são órfãos podemos viver em paz entre nós. Com efeito, a razão, por si só, é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade.” 
A própria ética, embora autónoma, terá dificuldade em estabelecer um fundamento inabalável, sem essa abertura à transcendência. De facto, o ser humano é terrivelmente carente e, por isso, irracionalmente egoísta e está sempre sob o perigo de ser subrepticiamente assaltado pela pergunta: porque é que hei-de fazer o bem e cuidar do outro em necessidade mesmo quando isso agride os meus interesses e me prejudica? Neste contexto, Francisco continua, derrubando a acusação feita por católicos conservadores de fomentar o relativismo: “Quero lembrar um texto memorável de João Paulo II: ‘Se não existe uma verdade transcendente, na obediência à qual o homem adquire a sua plena identidade, então não há qualquer princípio seguro que garanta relações justas entre os homens. Com efeito, o seu interesse de classe, de grupo, de nação contrapõe-nos inevitavelmente uns aos outros. Se não se reconhece a verdade transcendente, triunfa a força do poder, e cada um tende a aproveitar-se ao máximo dos meios à sua disposição para impor o próprio interesse ou opinião, sem atender aos direitos do outro. A raiz do totalitarismo moderno deve ser individuada na negação da transcendente dignidade da pessoa humana, imagem visível de Deus invisível, e precisamente por isso, pela sua própria natureza, sujeito de direitos que ninguém pode violar: indivíduo, grupo, classe, nação ou Estado. Nem tampouco o pode fazer a maioria de um corpo social lançando-se contra a minoria.” 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Vontade de servir

"O Mundo pode ser muito melhor se olharmos para ele com o olhar da fraternidade, onde todos tenham pão, todos tenham esperança e todos tenham dentro do coração a vontade de servir."

Zilda Arns Neumann 
(1934-2010)

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Dia Mundial da Paz

Mensagem do Papa Francisco 




FRATERNIDADE, FUNDAMENTO 
E CAMINHO PARA A PAZ

1. Nesta minha primeira Mensagem para o Dia Mundial da Paz, desejo formular a todos, indivíduos e povos, votos duma vida repleta de alegria e esperança. Com efeito, no coração de cada homem e mulher, habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar.

Na realidade, a fraternidade é uma dimensão essencial do homem, sendo ele um ser relacional. A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. E convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças sobretudo às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Olho por Olho

«Olho por olho, e o mundo acabará cego»

Mohandas Gandhi
(1869 - 1948)

Li no PÚBLICO de hoje

Nota: Penso que raramente prestamos atenção ao que dizem e fazem os grandes vultos da história, na linha do positivo. E também, já agora, ao que nos dizem, com a sua vida e humildade, os homens bons deste mundo. A afirmação bíblica do «olho por olho, dente por dente» mostra, claramente, que a guerra provoca mais guerra, o ódio mais ódio. Em contrapartida, o amor e a bondade só podem alimentar mais fraternidade e mais paz.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE SÃO VALORES INCONTESTÁVEIS

Um texto de José Mattoso

Sabedoria e fraternidade


Para quem tomar os três conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade em si mesmos, não pode deixar de os considerar como valores incontestáveis, seja para um cristão, seja para quem for. Por isso, o observador desprevenido acha estranho que a Igreja tenha levantado objeções à sua valorização. De facto, a Igreja, durante o longo pontificado do papa Pio IX, e, depois disso, durante muito tempo, não hesitou em condenar o liberalismo em geral e o liberalismo católico em particular. Foi preciso uma muito lenta maturação intelectual e doutrinal para que a vigilância censória do Vaticano atenuasse as suas desconfianças. Quanto à trilogia que os liberais apresentavam quase como um novo Evangelho, a apologética cristã do século XIX interpretava-a como pura hipocrisia: do seu ponto de vista, os liberais não queriam instaurar a igualdade e a fraternidade, mas destruir a Igreja.

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A fraternidade não é espontânea

 

Fraternidade - O item não legislável

Manuel Clemente

Do ideário de 1789 a fraternidade será porventura o item mais difícil, porque menos legislável e certamente mais anímico. É duma "alma" nova que se trata, em que nos sintamos realmente próximos, com a verdade que a palavra "irmão/irmã" transporta, enquanto vinculação íntima, disponível e gratuita.
Não é espontânea, a fraternidade, nem pela lei nem pelo espírito. A legislação incidirá na liberdade cívica e na igualdade política e social, ao menos no capítulo das oportunidades. Mas ninguém nos pode "obrigar" a sentir o outro como irmão, ou a nós mesmos como irmãos dos outros, de todos e de cada um dos outros...
Em sociedades tradicionais, especialmente nas tocadas pelo cristianismo, as vizinhanças eram espontâneas e a vida confraternal mais ativa e expressiva. A aldeia – ou a concentração de "aldeias" que era a cidade emergente – vivia problemas idênticos em ritmos comuns, com momentos simbólicos igualmente gerais. Assim se consideravam "fregueses" (= filhos da mesma igreja) e nalguns lugares até "irmãos de pia [batismal]", porque irmanados num só sacramento.

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Manuel Clemente é Bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais



NR: A “fraternidade” será o tema da próxima Jornada da Pastoral da Cultura, que decorre a 17 de junho de 2011, em Fátima.