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domingo, 19 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes: A Grande festa da Ria

Na hora na partida



Milhares de pessoas viveram
a festa da Senhora dos Navegantes



A Ria em festa foi um espectáculo. Foi e é sempre, como válvula de escape para as agruras da vida de cada um. Milhares de pessoas encheram as margens da laguna aveirense durante a procissão da Senhora dos Navegantes que hoje se realizou entre o porto de Pesca Longínqua, na Cale da Vila, e o porto Comercial, no Forte da Barra. Mas do outro lado, em S. Jacinto, o entusiasmo não foi menor, também com milhares de pessoas com fanfarra e música, o que levou, segundo a tradição, o barco “Jesus nas Oliveiras”, de mestre Adelino Palão, que transportava o andor de Nossa Senhora dos Navegantes, a fazer uma aproximação oportuna, com o cortejo de todas as embarcações acompanhantes, para que a Mãe de Deus abençoasse aquela gente toda. E dela e de quantos estavam nos barcos não faltaram os aplausos.


A procissão em andamento moderado



A Ria, com todos os seus encantos, de águas límpidas e serenas e paisagens únicas, merece que esta alegria perdure no tempo. Gente houve que fez o seu baptismo de laguna, em ambiente de alegria. Olhos fixos em horizontes diferentes, ilhas desertas e sem vida humana de um lado, e vida industrial e urbana do outro, com secas, casario, Porto de Aveiro, Forte da Barra e Farol a ver tudo, lá ao longe, assim viveram os que em boa hora aproveitaram a oportunidade de conhecer melhor esta riqueza ímpar que possuímos.


Barcos cheios com gente feliz

Manuel Serra e Margarida Alves, presidente da Junta e presidente da Assembleia de Freguesia, respectivamente,  manifestaram o seu regozijo pela festa que estavam a reviver e a experimentar , enquanto chamaram a atenção para a riqueza inexplorada que é a Ria de Aveiro.
O presidente da Junta ainda lembrou que toda esta festa se deve ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré e ao seu fundador, Alfredo Ferreira da Silva, repetindo o que tantas vezes tem dito que urge «valorizar as potencialidades da nossa Ria», aproveitando turisticamente as «ilhas que têm estado ao abandono». Também referiu que o povo participou activamente nesta procissão «com intensidade, sem que fosse intimado a vir».


S. Jacinto presente

Paulo Costa, vereador da CMI, frisou «a espontaneidade do povo de S. Jacinto ao associar-se a esta festa», sublinhando que «só a religião consegue esta unidade». Conhecedor da Ria que usufruiu desde menino, Paulo Costa adiantou que, de facto, esta movimentação e esta partilha são extraordinárias.


O Farol viu tudo

No Forte da Barra, na missa campal que se celebrou frente à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, o Padre Francisco Melo, prior da Gafanha da Nazaré, assentando a sua homilia nos textos deste domingo, afirmou que «vivemos num mundo em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, indefesos e incapazes de saírem da sua miséria». Denunciou que os sistemas financeiros e económicos deixaram de ter rosto e nome neste mundo globalizado, permitindo que «em qualquer gabinete do outro lado do mundo se possa decidir o destino de milhões de pessoas», cuja dor e miséria nunca irão conhecer.

Povo em todo o lado

O Prior da Gafanha da Nazaré fez a apologia «da revolta da solidariedade e da fraternidade», alicerçada «no trabalho e na responsabilidade pessoal e colectiva», não na praça pública, mas no «coração e na vida de cada um de nós».


Nossa Senhora dos Navegantes chega à sua residência

A mole de gente, bem visível em terra, em todos os recantos possíveis voltados para a laguna, e nos barcos que se incorporaram na procissão, mostrava frequentemente a sua satisfação. E tenho cá para mim que no próximo ano todos e outros voltarão à procura de um lugar para esquecer mágoas ou para partilhar emoções temperadas pelos odores salinos da Ria de Aveiro. Tudo sob a bênção de Nossa Senhora dos Navegantes.

Depois da missa, houve música pela Filarmónica Gafanhense, seguindo-se o Festival de Folclore, como havia sido anunciado. O arraial estava em marcha, com bolos festeiros a despertarem-nos o apetite. Um folar e uma regueifa mostraram-me em casa que estavam saborosos. No Jardim Oudinot os farnéis abriram apetites, até mais não. Para o ano há mais...

Fernando Martins

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes em procissão pela Ria

Senhora dos Navegantes na hora da partida para a procissão

Alegria para toda a gente

É já no próximo dia 19 de Setembro que se realiza a Festa em Honra de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos marítimos e suas famílias. A festa, que outrora foi romaria, atraindo gentes das redondezas, até obrigava a feriado em Aveiro, cujo comércio fechava para proporcionar o passeio ao Forte da Barra, em cuja capelinha, com sinais de fortaleza, fazia adivinhar segurança para toda a gente.
A festa tinha o ponto alto na segunda-feira, já que no domingo anterior tinha lugar, na Costa Nova, a romaria da Senhora da Saúde, também Ela venerada pelos trabalhadores do mar e da ria e veraneantes. Estas duas romarias tinham uma marca comum: o encerramento da época balnear nas duas praias do concelho de Ílhavo em terras gafanhoas – Gafanha da Nazaré e Gafanha da Encarnação.
Mas o fim da época balnear, afinal, não encerrava com aquelas romarias. Os bairradinos, depois das vindimas, vinham a seguir para recuperar do desgaste provocado pelas canseiras das uvas e do vinho, que ficaria, este, em sono de cura até ao S. Martinho.
Voltando à Senhora dos Navegantes, é oportuno referir que, para além das cerimónias religiosas, com missa solene a procissão até ao mar, havia música e foguetes a condizer, mas ainda é justo sublinhar que o convívio familiar e entre famílias era nota dominante. Farnel preparado a tempo e horas, onde não faltavam acepipes para dias de festa, acompanhados com bebidas que alegrassem a alma de quem não se esquiva a canseiras para levar uma vida “direitinha”, como então se dizia, tudo se conjugava para se experimentar um dia diferente. E de rancho para rancho, nos relvados do Jardim Oudinot, não faltava quem partilhasse farnéis e brindasse à saúde de cada um e de todos, do garrafão erguido que chegava para todos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Efeméride: Capela de Nossa Senhora dos Navegantes


1862

Neste dia, em 1862, iniciou-se a construção da capela de Nossa Senhora dos Navegantes, junto ao Forte da Barra de Aveiro. Ainda hoje ao culto, carateriza-se pela sua arquitectura acastelada e muito simples, ao jeito do Forte que lhe fica quase em frente. Torna-se mais badalada por alturas dos festejos em honra da padroeira, venerada pelos pescadores e marinheiros. É o mais antigo templo das Gafanhas, permanecendo de pé e ao serviço da comunidade. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Festa da Senhora dos Navegantes na Gafanha da Nazaré








Aspectos da festa
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Mais de cem embarcações
participaram na procissão pela ria


Mais de cem embarcações participaram na procissão de N.ª Sr.ª dos Navegantes, no domingo passado, entre o Clube Stella Maris e o Forte da Barra, na Gafanha da Nazaré. O evento de fé, tradição e cultura foi organizado pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, e contou com a colaboração de entidades como o Stella Maris, a paróquia e a Administração do Porto de Aveiro.
Os três andores seguiram em três barcos diferentes. O barco de pesca “Jesus nas Oliveiras” carregou a imagem principal, a de N.ª Sr.ª dos Navegantes, que ao largo de S. Jacinto foi saudada por muitos populares, acompanhados de uma imagem com a mesma invocação e pela Banda local.
No Forte da Barra uns bons milhares de pessoas aguardaram a chegada do cortejo marítimo. Seguiu-se a Eucaristia, presidida pelo P.e Francisco Melo e um festival de folclore. Na celebração, perante autoridades e povo, comentando as leituras, o pároco da Gafanha da Nazaré realçou que a sabedoria de Deus não é antagónica em relação ao ser humano e notou que quem tende a absolutizar as suas concepções e formas de agir, cortando o diálogo, “está condenado ao fracasso”. Dirigindo-se à Sr.ª dos Navegantes, confiou-lhe “os que arrancam do mar o pão de cada dia”, as pessoas da Gafanha da Nazaré, pobres, doentes, crianças, idosos e as famílias, “sobretudo as mais desestruturadas”.
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NOTA: Acompanhei, desde sempre, nesta segunda fase da sua existência, a festa em honra da Senhora dos Navegantes. E nunca perdi a oportunidade de presenciar a procissão pela ria, pelo colorido e alegria que ela proporciona. Este ano, porém, por razões especiais e inadiáveis, não tive esse prazer.
Desde domingo que tenho pensado na festa e no povo que a vive com entusiasmo. Por isso, não resisti a dar nota desta falta, que me levou a solicitar fotos para publicar no meu blogue. Aqui ficam elas, graças à colaboração gentil do meu amigo Jorge Pires Ferreira, director-adjunto do Correio do Vouga. Também fica o texto publicado naquele semanário diocesano.