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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Uma saudação natalícia para todas as Rosas...


A Rosa passou, olhou, e, com simpatia, dirigiu-me uma saudação amiga. Identificou-se como explicanda de há décadas. Estava eu sentado na zona de passagem de uma grande superfície a ver correr o tempo e as pessoas para as compras ou delas regressando. Sempre apressadas, como é timbre de quem tem horas contadas para tudo.
Como não gosto de apreciar preços e de andar à cata dos saldos ou coisa parecida, por ali me quedei meio absorto. A Rosa acordou-me da modorra em que estava. E a conversa pegou… com evocações de bons tempos. Foi uma grande alegria.
Estar com alunos e explicandos de há décadas é voltar ao passado, tornando-o presente. E a Rosa levou-me de mansinho, que na minha idade as comoções podem tornar-se perigosas, numa caminhada de recordações que nunca mais teriam fim, se não surgisse o seu marido que tive o prazer de ficar a conhecer.
Para mim, evocar é reviver, é dar lugar e espaço ao passado no presente. É sentir-me novo e atuante, é ver nos olhos de quem me fala reflexos de brincadeira, de correrias, de jogos onde cabiam todos e que implicavam habilidades, tendências, força e destreza, partilha e emoções. Mas ainda, e sobretudo,  de trabalho, de gosto pelo saber, da vontade de vencer.  E a Rosa levou-me com agrado meu, e dela certamente, a épocas em que fui e fomos muito felizes. 
Obrigado, Rosa, por me teres acordado de uma certa letargia, enquanto esperava a minha Lita. E fica ciente de que, de minha parte, haverá sempre lugar para a partilha de sentimentos.
Um abraço para todas as Rosas…

Fernando Martins 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Escola moderna e Escola antiga


Escola da Tia Zefa

As televisões deram hoje largos espaços às Escolas que receberam a visita do primeiro-ministro Passos Coelho. Divulgaram escolas-modelo onde nada falta, desde salas amplas com bastante luz até modermos equipamentos para uma melhor educação e um mais eficiente ensino. Gostei de ver e de ficar a conhecer. Também falaram, como é óbvio, de lacunas imperdoáveis para os tempos de hoje, como a falta de empregados não docentes e de verbas para energia, que garanta aquecimento em épocas de invernia. É bom podermos oferecer o melhor às novas gerações, para que todos se sintam bem nas horas da sua formação académica e humana, a vários níveis.
O tempo das carências do essencial já lá vai. Fui aluno e professor em momentos de pobreza muito acentuada. Não havia empregados, nem aquecimento, na iluminação elétrica, nem carteiras para todos os alunos, nem turmas reduzidas, nem material escolar sofisticado, nem esferográficas, nem manuais especiais.
Recordo os dias invernosos. Quando o professor chegava, mandava-nos correr pela rua, que era o recreio de então, frente à escola da ti Zefa. Garantia que ficávamos mais quentes. E na sala, quando o frio apertava, dava ordens para batermos com as mãos nos ombros, cruzando os braços. As mãos ficavam à moda de se poder escrever na lousa ou no quadro. A limpeza da escola era feita pelos alunos, com a ajuda do professor. O lixo acumulado era tanto, que até apetecia pegar numa pá para o remover com mais facilidade.
Tempos incríveis, muito difíceis, que espero não voltem mais. Este desabafo tem como finalidade, apenas e só, lembrar que hoje tudo é diferente. Muito melhor que há décadas, está bem de ver. E ainda bem!