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domingo, 12 de janeiro de 2014

Ainda o centenário do senhor Diamantino

Longevidade
Maria Donzília Almeida


"Viver é envelhecer, nada mais."
Simone de Beauvoir

É um dado adquirido que a partir de certa idade, a idade madura, muita gente não gosta de fazer anos, sem negar a evidência que todos gostam de continuar a viver! Dizia-me, há algum tempo, um amigo que a única forma de atingir a longevidade é... fazer anos!
A marcha do tempo é inexorável, todos o sabemos e inevitável é a correspondente erosão da saúde, com os indesejáveis efeitos do envelhecimento.
Na hierarquia das idades, ou fases etárias do ser humano, há uma que é vista de soslaio por muita gente, tanto por aqueles que já entraram nela, como por outros ainda muito distantes e cuja imaturidade lhes assegura/garante (!?) uma ambicionada eterna juventude - a terceira idade!
Quer queiramos quer não, a velocidade a que o Chronos se move é a mesma para todos os cidadãos, apenas cada um se situa no seu ponto particular do percurso.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Diamantino Sarabando completou um século de vida

O senhor Diamantino com alguns familiares

Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião que completou serenamente um século de vida, no passado dia 2 de janeiro, com familiares e amigos. Em abril do ano passado, em entrevista que nos concedeu,  disse-nos que ainda faltava muito para chegar aos 100 anos, mas que esperava juntar a família, onde havia netos, bisnetos e trinetos que não conhecia. Mas chegou, fazendo questão de que nada faltasse na mesa celebrativa de tão bonita idade, que foi posta num restaurante da nossa terra para o jantar. 
Cerca de 80 pessoas acompanharam a alegria do senhor Diamantino, que mostrou quanto está feliz com a vida, mantendo-se firme até depois da meia-noite, conversando e debitando histórias. E para espanto de alguns, o aniversariante até cantou.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A caminho de um século de vida


Diamantino Sarabando 
desfia recordações de trabalho duro 

Diamantino Sarabando


Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião prestes a completar um século de vida. No dia 2 de Janeiro de 2014, se lá chegar, como nos garantiu, terá 100 anos. «Mas ainda falta muito!», disse-nos com um sorriso bem-humorado. E nessa altura seria justo que a família e a comunidade o ajudassem a comemorar tão feliz acontecimento, como decerto vai acontecer. 
Diamantino Sarabando fala com desenvoltura, intercalando a conversa com um ou outro trocadilho cheio de graça. Mas a sua grande dificuldade está bem patente na necessidade de usar «duas bengalas para se equilibrar melhor». Não sabe ler nem escrever, porque, enquanto menino, «não havia tempo nem escolas para isso». Porém, quando chegámos junto dele, com o ministro extraordinário da comunhão Alfredo Ferreira da Silva, tinha um folheto publicitário na mão, fixando nele os olhos, ao jeito de quem está a ler. Mas não estava: «Estava só a ver as figuras» — explicou-nos. 
Natural da Gafanha da Encarnação, desde pequeno embrenhou-se no trabalho da pesca, ao lado do pai, nas companhas da arte da xávega de S. Jacinto e da Costa Nova, que tinham seis juntas de bois a puxar em cada corda da rede. A princípio tinha de arrastar as cordas até aos bois e poucos anos depois já as atava e desatava. O salário diário era de cinco centavos. Não sabe ler nem escrever porque «não havia tempo nem comer; era preciso trabalhar, mas trabalhar bem» — esclareceu. 
Na sua juventude, as companhas eram batizadas pelos pescadores com nomes que só eles saberiam explicar. Recorda as companhas da Burra, Zana Trana, Landrona e Velhinhos, entre outras que a memória já não consegue trazer até ao presente.