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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Em política já nada nos espanta

Parlamento chumba Orçamento

Em política já nada nos espanta. Com um Governo em gestão, Portugal volta a cair numa incerteza que jamais saberemos no que vai dar. E como o nosso país está na posição delicada do grupo dos mais endividados da Europa, não se vê a curto prazo maneira de sairmos deste imbróglio. Para os políticos que nos governam ou pretendem governar tudo é fácil e tudo corre bem, mas o povo, o que vive o dia a dia na incerteza do que pode surgir dos meandros da política, não pode deixar de estar apreensivo. Vamos aguardar. Ao menos, valha-nos a democracia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

DEMOCRACIA: Preciosa e Frágil

Joe Biden
“Voltámos a aprender que a democracia é preciosa. Que a democracia é frágil. E nesta hora, meus amigos, a democracia prevaleceu.”


Joe Biden 
(Presidente dos EUA)

"Escrito na Pedra" 
do PÚBLICO 

Todo o mundo ouviu isto. E todo o mundo com o mínimo de inteligência reconhece que se trata de uma verdade insofismável. Cito, a propósito, uma ideia conhecida: Todos os sistemas políticos são imperfeitos, mas a democracia é de todos o menos imperfeito.
Posto isto, está nas mãos dos democratas a defesa intransigente da democracia. Não falta por aí quem  a ofenda. 

F. M.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Notas do Meu Diário: Em Portugal, a culpa morre solteira...




Em Portugal, a culpa morre solteira imensas vezes. Os processos de corrupção e compadrios, entre outros grandes crimes, nunca mais chegam ao fim e nem é preciso citá-los. No caso da derrocada da estrada de Borba, onde morreram pessoas, está toda a gente à espera de se saber quem foram os culpados. Será que algum dia se virá a saber quem não reparou, por obrigação, que a derrocada estava a ameaçar?
Agora vem o inquérito parlamentar descobrir que a CGD emprestou milhões sem as mínimas garantias de um dia ser reembolsada pelas empresas beneficiadas. E quem alimenta tudo isto?  Tem de ser o povo português, está claro.
Ao que chegou a nossa democracia...

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Anselmo Borges — A sida espiritual



Quarenta e três anos de democracia para que serviram? É uma pergunta que frequentemente me colocam. E eu tento responder.

1. Do ponto de vista formal, houve um bom caminho que se fez e a democracia está consolidada. Mesmo do ponto de vista da justiça social, há conquistas significativas. Mas nem tudo está bem. As pessoas deixaram-se estontear pelo "deus" dinheiro e temos a corrupção que se sabe. Há desconfiança em relação aos políticos, fundamentalmente por causa da corrupção e da cumplicidade entre política e negócios. Depois, porque se governa para as eleições, portanto, para o curto prazo, vão faltando as reformas estruturais, necessárias para não termos de viver em constante sobressalto, mesmo do ponto de vista económico-financeiro. Temo, quando ouço hoje muita gente dizer sobre os políticos: "São todos iguais, querem ir para o poder não porque se interessem por nós, mas por causa dos interesses deles." Aliás, a percentagem de abstenção nas eleições é já muito elevada. Terá de haver transparência na governação - veja-se o que se passa com a banca, Tancos, os incêndios...

2. Considero a actividade política uma actividade nobre, das mais nobres. Mas receio quando vejo, na época das eleições, um número quase sem fim de cidadãos a concorrer como candidatos. Desconfio de tanta competência e sobretudo continuo a não acreditar que a maior parte o faça por amor à causa pública, ao serviço do bem comum. Como já aqui escrevi: "Que interesses, que vantagens, que compadrios, que cumplicidades, que privilégios, que benesses, que vaidades os movem?" Se os políticos quisessem realmente saber o que os outros cidadãos pensam deles, haveria um teste poderoso, embora saiba ser perigoso e talvez não aplicável: nas eleições, os votos em branco traduzir-se-iam, segundo a lei da proporção, em cadeiras vazias no Parlamento. Seria o "partido da cadeira vazia". Poupava-se dinheiro e retórica de sofistas, inútil e manhosa. Votar seria obrigatório, mas, em vez de sanções para os cidadãos que não votassem, os cidadãos tinham a possibilidade do voto em branco, com esta consequência.
De qualquer forma, é necessário reformar o Estado e a política, a começar por cima. Corte-se nos privilégios de tantos, reduza-se o excesso de mordomias, siga-se, sobretudo, a famosa "navalha de Ockam": "Não multiplicar os entes sem necessidade", por exemplo, não se aumente o número de funcionários só para dar a impressão de que diminui a taxa do desemprego.

3. Concretizemos mais.

Apesar dos bons resultados quanto aos últimos orçamentos, aproveitando aliás, mesmo que se não queira admitir, das políticas que vinham de trás, não se pode caminhar agora para orçamentos eleitoralistas, esquecendo a dívida. Há sempre aquela pergunta fatal: o que leva tantos a procurar o poder? Respondeu quem sabe, Henry Kissinger: "O poder é o maior afrodisíaco." Mas não se venha iludir os cidadãos, pois eles sabem, por exemplo, do atraso do Ministério das Finanças em desbloquear verba para mais cirurgias no IPO de Lisboa. Para lá disso, também sabem das cativações e que em 2016 morreram 2605 portugueses à espera de uma cirurgia - "uma coisa que é assustadora e que, em circunstâncias normais, devia ter causado um terramoto (mas os fogos tiraram toda a normalidade aos nossos dias)", escreveu Pedro Ivo Carvalho. Não é bom pretender que os cidadãos acreditem que a austeridade acabou, pois eles sabem das "engenharias financeiras" e dos impostos e de como os impostos indirectos são os mais injustos, porque são cegos e atingem a todos.
O que se passou e passa com Tancos é inqualificável.
Sobre as desgraças continuadas quanto à banca, só se pode exigir que se ponha cobro à situação e que se faça justiça. Haja transparência! Há uma palavra do Evangelho, sempre viva e actual: "A verdade libertar-vos-á."
Que mal é que há em reconhecer que o Estado falhou clamorosamente nos incêndios, sobretudo quando se pensa no aviso que vinha de Pedrógão? Os prejuízos podem alcançar os três mil milhões de euros. Evidentemente, os 110 mortos não têm preço e a angústia mortal de tantos e tantas que ficaram sem os seus entes queridos e com a vida toda tolhida e destroçada serão um eterno peso na nossa consciência. A atitude do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi e continua a ser exemplar.

4. Diz-se frequentemente: "Já não há valores." Não penso isso. O que se passa é que se inverteu a pirâmide dos valores e corre-se o risco de o valor dinheiro se tornar o valor e a medida de todos os valores. Onde está a honra, a dignidade, o valor da palavra dada, a solidariedade, a família como esteio que segura os valores, a escola que forma pessoas íntegras e, assim, bons profissionais, alguns princípios orientadores de humanidade e para a humanidade?
No que mais temo está também que, depois de terem caído "princípios" inaceitáveis na sua rigidez, reste apenas a imediatidade, a auto-satisfação de cada um a seu bel-prazer, e, consequentemente, a desorientação, no sem-sentido da intranscendência. O que infecta esta nossa sociedade é o que chamo a sida espiritual, que derruba a capacidade de defesa face à mentira, à desonra, à indignidade, à corrupção, à falta de valores na sua hierarquia autêntica. E não vejo que sejamos mais felizes. Os próprios jovens, a quem tudo é dado materialmente, educados na anomia facilitista e no "dedar" constante e caótico do smartphone e não para o estudo sério e a capacidade e a alegria de superar obstáculos, nas batalhas pelo bem e na conquista do melhor, que é ser si mesmo na autenticidade e na superação de si, acabam mergulhados na dor da derrota e da desorientação.


Anselmo Borges no DN 

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Semeadores de mudança: poetas sociais (1)

Crónica de Frei Bento Domingues 



1. Falar e escrever para calar os outros era uma tradição papal que João XXIII interrompeu. O exemplo não vingou, mas o Papa Francisco tem gosto em acolher, ouvir e partilhar a palavra seja com quem for, seja onde for. Não aceita que a Doutrina Social da Igreja continue a ser apenas a voz dos Papas.
No passado dia 5 de Novembro, Bergoglio acolheu, em Roma, o 3º Encontro dos Movimentos Populares. No anterior, realizado na Bolívia, ficou claro que sem transformar as estruturas não é possível vida digna para as populações. A luta continua e entusiasma o argentino: “Vós, movimentos populares, sois semeadores de mudança, promotores de um processo para o qual convergem milhões de pequenas e grandes acções interligadas, de modo criativo, como numa poesia. Foi por isso que vos quis chamar poetas sociais”.
O ritmo dessa poesia é marcado pelos passos da caminhada rumo a uma alternativa humana face à globalização da indiferença: 1. pôr a economia ao serviço dos povos; 2. construir a paz e a justiça; 3. defender a Mãe Terra.
O discurso do papa é longo e multifacetado[1]. É uma antologia da vida dos movimentos populares na resistência à tirania. Esta alimenta-se da exploração do medo e do terror. Os cidadãos que ainda conservam alguns direitos são tentados pela falsa segurança dos muros físicos ou sociais. Muros que prendem uns e exilam outros. De um lado, cidadãos murados, apavorados; do outro, os excluídos, exilados, ainda mais aterrorizados. Será esta a vida que Deus, nosso Pai, deseja para os seus filhos?

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A democracia é isto...

 Goste-se ou não, a vitória de Trump foi limpa. Tive muita dificuldade em compreender o seu triunfo, mas logo me lembrei de que o povo tem sempre razão. É ele quem mais ordena, diz a canção que todos sabemos cantar ou trautear. E a partir daí, teremos que respeitar a decisão de uma democracia madura. 
Estamos a pensar também no que virá aí a reboque das eleições nos Estados Unidos. As forças dos milhões e milhões dos descontentes, dos famintos, dos excluídos, dos sem voz e das vítimas das políticas ultraliberais hão de tentar esbofetear quem governa esquecendo-se das pessoas... 
Na nossa Europa já há sinais do que afirmo... E estou com muita curiosidade em saber o que acontecerá nas próximas eleições na França e na Alemanha, dois países que têm servido de barómetro na comunidade europeia. Digo isto porque o exemplo dos Estados Unidos vai refletir-se em todos os quadrantes. Com a vitória de Trump, o mundo ficará diferente. Estarei enganado? Oxalá.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Tanta informação, pouca formação

«“Tanta” informação, “pouca” formação – O «Euro» não é matéria de consenso. Nunca o foi. Terá que o ser se não for por unanimidade será exclusividade. Se a «Grã-Bretanha» sair, a Europa perde uma Amiga. Uma nação com Democracia robusta, uma sólida Economia e um Exército forte. Sou pela não-saída dos ingleses, melhor dos britânicos. Não sou eurocéptico porque a Europa, «Comunidade de Bens e Serviços», nunca deveria ser posta em Causa. Os problemas são as contas de quem gasta e não paga. Nenhum dos problemas que a Europa tem pela frente ficará resolvido. Podemos, a partir do dia 23 Junho de 2016 (3 dias depois haverá legislativas em Espanha…), estar a assistir à criação de um «mega-problema» para o qual não haverá retrocesso. Sem drama e com muita trama à mistura.»

Pode ler mais aqui

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Como é que chegámos aqui?

«Como é que, algures pelo caminho dos últimos anos, perdemos a independência?
Como é que permitimos, todos, povo e governantes, o que se está a passar?
E não me venham com a dívida. A dívida ajuda e muito, mas não é a questão central. A questão central é que ao abdicarmos de soberania, abdicamos também de democracia.
E estamos agora governados por uma burocracia anónima, sem legitimidade eleitoral, que responde aos seus donos e nós não somos donos de nada. Nem sequer de nós próprios.»

José Pacheco Pereira, 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Vasco Lourenço com medo?

Organizações ligadas às comemorações do 25 de Abril
reúnem quarta-feira para discutir
eventuais tomadas de posição



«O apelo, via redes sociais, para uma manifestação frente ao Parlamento contra as moções de rejeição do programa do governo PSD/CDS levou o presidente da Associação 25 de Abril (A25A) a convocar uma reunião para decidir possíveis tomadas de posição contra o que qualificou como a recriação da "maioria silenciosa" de 1974.»

Ler mais no DN

NOTA: Fiquei admirado com este sinal de medo de Vasco Lourenço. Medo de que a nossa democracia,  que ele ajudou a instaurar, já não tenha meios, nem força, nem coragem para se defender a si própria. Tenha calma, homem, deixe funcionar a democracia e deixe governar quem tem mais votos! O povo sabe o que faz. Não é tão analfabeto como alguns pensam!


sábado, 25 de julho de 2015

Francisco: uma Igreja outra

Crónica de Anselmo Borges 
no DN


Papa Francisco 
«A Igreja tem pela frente duas tarefas urgentes: 
a da democracia e a do reconhecimento 
da igualdade das mulheres.»


1-Na recente visita do Papa Francisco à América Latina, foi marcante, para dizer ao que vem este pontificado, o discurso no encerramento do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Continuou a reclamar "os três t": terra, tecto, trabalho. "Disse e repito: são um direito sagrado." E que estava a falar não apenas de problemas da América Latina, mas de toda a humanidade: "Está-se a castigar a Terra, os povos, as pessoas, de um modo quase selvagem." É preciso "dizer não a uma economia de exclusão e iniquidade", assegurando que "o problema é um sistema que continua a negar a milhares de milhões de irmãos os mais elementares direitos económicos, sociais e culturais" e que este sistema "atenta contra o projecto de Jesus", já que o destino universal dos bens não é um adorno da doutrina social da Igreja, mas uma realidade anterior à propriedade privada. Arremeteu contra o "novo colonialismo que se esconde por trás do poder económico do ídolo dinheiro", lembrando que "a concentração monopólica dos meios de comunicação social, que pretende impor comportamentos alienantes de consumo e certa uniformidade cultural, é outra das formas que o novo colonialismo adopta.

sábado, 27 de junho de 2015

DEMOCRACIA NA IGREJA

Crónica de Anselmo Borges 

«O Papa Francisco 
é uma autoridade 
político-moral global, 
universalmente reconhecida»



1. Não há dúvida de que o Papa Francisco é uma autoridade político-moral global, universalmente reconhecida. Impôs-se ao mundo pela simplicidade, pela bondade, pela entrega generosa ao bem da humanidade, a começar pelos mais pobres. Exemplo para todos os que exercem o poder. Com bondade e inteligência.
Muitos, porém, perguntam-se, com razão, o que poderá suceder a seguir ao seu pontificado. Não vai haver tentativas de restauração, como se ele tivesse sido apenas um parêntesis? Depois de reconhecer que o problema não é o papa, mas o papado absoluto, que exige reforma, com democracia real, divisão de poderes, escreve o teólogo José Arregi: "A reforma radical democrática será uma condição não suficiente, mas indispensável, para que a Igreja seja espaço de liberdade e de tolerância, lar de humanidade. Chegará até aí o Papa Francisco? O tempo corre contra ele."

domingo, 15 de junho de 2014

PODEREMOS VIVER JUNTOS?

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO


1. Esta interrogação, mansa e assustadora, faz parte do título de um livro de Alain Touraine que, infelizmente, ainda não perdeu actualidade (1). Conheci bem o contexto da sua elaboração. Andava eu, na altura, a trabalhar na América Latina, em vários projectos, no meio e no rescaldo de ditaduras tenebrosas, confrontado com os inevitáveis debates em torno da revolução e da democracia.

Vivia entre entusiastas e adversários das comunidades de base e da teologia da libertação. Estava muito ligado a uma corrente que procurava abrir caminhos mais sensíveis à complexidade dos desafios locais e ao quadro internacional. Nas incertezas do tempo, os questionamentos deste sociólogo ajudavam a não perder de vista o essencial.

domingo, 10 de março de 2013

Uma sociedade anestesiada e sem futuro


Será que a democracia dispensa 
a responsabilidade e o bom senso?
António Marcelino
 
O resultado das eleições na Itália é um dado que faz pensar. Afinal, o que querem os italianos? Criticam escândalos, mas voltam ao mesmo. Rejeitam os fantoches, mas, depois, preferem a comédia e o circo. Sentem que é preciso arrepiar caminho, mas calam quem teve coragem de o fazer. Ficou claro que os italianos, como em tempos passados, querem apenas pão e diversões. Nem austeridade, nem restrições, nem sacrifícios necessários. Mas um país, com a economia à beira da falência, pode rejeitar sacrifícios e exigências que exijam a participação de todos? Mais um caso a mostrar para onde caminha a Europa que semeou sonhos e desprezou valores. Um caso que denuncia um uso pobre da democracia, fazendo dela uma brincadeira de mau gosto, mas consequente. Parece que a gente séria e com princípios deixa de ter lugar no palco da política do bem comum. 
O livro está aberto e a lição é para todos nós. A austeridade contestada e as dificuldades geradas podem mitigar-se, e, no possível, devem sê-lo. Mas não se sai desta situação sem que sejam aceites como inevitáveis. Palavras para agradar dizem-se às crianças. Palavras que matam a esperança são sabedoria dos bem instalados. De pessoas adultas e sérias espera-se capacidade e critérios para os compromissos e opiniões válidas que não se fechem em interesses pessoais ou de claques. 
Diz-se que não se podem repetir as eleições na Itália, não vá o homem do circo ganhar e formar governo… Em nome da democracia e com silêncios inaceitáveis, há vitórias de grupos minúsculos, que afetam negativamente o país. Sociedade sem valores e sem princípios é uma sociedade anestesiada e sem futuro.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Os militares estão preocupados...


Diz a Associação Nacional de Sargentos: "Todos os cenários estão em cima da mesa, da elaboração de uma simples exposição à presença na rua". E eu acrescento: Entre um cenário e outro não estará uma revolução? Haverá razões para matar a democracia? Penso que não!

Ler mais aqui

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Apenas 56% dos portugueses consideram a democracia o melhor sistema político

Mal vai a democracia se assim é...

«Apenas 56% dos portugueses consideram a democracia o melhor sistema político. Um estudo realizado para o barómetro da Qualidade da Democracia e divulgado pelo Público demonstra que a percepção da Democracia em Portugal aponta para uma “desconsolidação” deste sistema político.
Em reacção ao resultado do estudo, o sociólogo Luís de Sousa, um dos autores do estudo, refere que este indicador dá conta de que “a democracia vai reduzir qualidade de desempenho”.
O investigador admite que este resultado “é um sinal de insatisfação e a insatisfação em democracia até é útil”, sublinhando que “o problema é saber até quando é útil e a partir de quando causa desgaste”.
Como exemplo de desgaste da Democracia em Portugal, Luís de Sousa aponta as recentes “manifestações de militares e os atropelos dos direitos constitucionais”.
Para António Costa Pinto, outro dos autores do estudo, “há imensas democracias consolidadas que convivem com descontentamento, o problema é saber gerir isso”.»

Li aqui

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ESTÁ LATENTE UM CERTO ADORMECIMENTO DEMOCRÁTICO



Estará hoje 
a democracia em perigo? 
António Marcelino 

Ouvem-se por aí expressões e tomam-se atitudes que parecem denunciar esse receio. Porém, o que vemos, de modo muito claro, é que o tempo dos ditadores e dos poderes absolutos está a terminar, e os que teimam permanecer em tronos de ouro, como senhores únicos do saber e da verdade, sonegando milhões ao povo e gerando, à sua volta, a sabujice e o vazio, têm, a curto prazo, os seus dias contados. 
O regresso às ditaduras, a não ser por caminhos tortuosos e indignos, como ainda acontece à revelia do tempo, não parece ser, hoje, caminho a temer em estados democráticos. Porém, está latente um certo adormecimento democrático pelo desinteresse generalizado pela política, pela ânsia de poder e as lutas partidárias, pela recusa em servir, por parte dos mais competentes e preparados, por uma anestesia provocada que leva o povo a pensar apenas na satisfação de direitos e reage, por vezes violentamente, ao cumprimento dos seus deveres normais e à colaboração inevitável nas crises emergentes.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Com a morte de Khadafi, os líbios estão livres






Com a morte de Khadafi, os líbios ficam livres para uma nova vida, apostando numa Líbia sem ditadores. Espero que democrática, embora admita que tal não será fácil de conseguir de um dia para o outro. A morte de um ser humano, pela violência, não pode fazer-nos sorrir. Mesmo quando se trata de um ditador sanguinário como foi Khadafi. Preso e com vida, poderia responder pelos seus crimes, num tribunal justo.
Poderiam  alguns esperar e pensar que a morte violenta e sem julgamento do tirano viesse a servir de exemplo para os ditadores ainda em exercício. Mas não creio. Os ditadores continuarão convencidos de que estão na posse da verdade absoluta, sendo donos de um poder legitimado pelo povo ou pelos deuses. Um dia, contudo, quando o povo se cansar da opressão, da vilolência e da corrupção que os cerca, soará a hora da verdade e terão, então, o destino que os espera, como aconteceu com Khadafi. Contudo, à luz dos direitos humanos, ninguém pode fazer justiça pelas suas próprias mãos. 

sábado, 28 de maio de 2011

Efeméride: 28 de maio de 1926




Completam-se hoje 85 anos sobre o golpe de estado de Gomes da Costa que pôs fim ao caos da primeira república. Nasceu praticamente de forma pacífica o chamado Estado Novo, que foi derrubado, de caduco e fechado ao mundo, no 25 de abril de 1974. Com a revolução dos cravos, que nos deu a democracia, veio agora uma espécie de bancarrota, a terceira desde os sonhos que abril abriu. E talvez por isso não faltam os nostálgicos dos tempos da ditadura a clamar por um outro Salazar, que ponha ordem nisto, em vez de alimentarem a esperança numa democracia mais participada e de procurarem novos caminhos para um mundo melhor. Sem ditaduras de qualquer cor!


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A democracia pode aperfeiçoar-se

A "nossa" democracia! "Nossa", de quem?

António Marcelino

A democracia não é pertença nem feudo de ninguém. É uma forma de ordenar a sociedade, a participação dos cidadãos e o exercício do poder, de modo a não excluir ninguém, nem se ser excluído por ninguém. Quando se fala da “nossa democracia”, como agora por aí se gritou por todo o lado, ouvindo quem grita, logo fica à vista que há uma democracia que não é a mesma de todos nem para todos, mas é só daqueles e para aqueles que elaboraram a actual Constituição a seu jeito, e agora a consideram intocável, a ponto de votarem contra sempre que se fala em a rever. No seu sábio entender, quem não é do mesmo jeito é cidadão perigoso e político a abater.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Será que os "brandos costumes" vão sobreviver a esta crise?

«O último Eurobarómetro mostra que a confiança dos portugueses no funcionamento da democracia está a bater no fundo. Estão mais cépticos do que a maioria dos outros europeus, mas continuam a poupar nos protestos e vão fazendo o que sempre fizeram: ir embora. Como o pior ainda está para vir, há quem antecipe manifestações maiores e mais duras. Mas também quem preveja que a penalização se faça sentir da forma habitual: através do voto»

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