Mostrar mensagens com a etiqueta Crucificação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Crucificação. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 16 de março de 2018

CHEGA A HORA: JESUS MORRE PARA NOS DAR A VIDA NOVA

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha

Como o grão de trigo


O coração humano alberga e alimenta desejos genuínos, especialmente a alegria da festa e o encontro com Jesus, ainda que vagamente figurado. Desejos que afloram mais visivelmente em certas oportunidades como a celebração da Páscoa e a proximidade de pessoas disponíveis e acolhedoras. Desejos que abrem “janelas” por onde pode entrar uma nova luz de esperança e de sentido. Desejos que aspiram a um outro nível de realização, mediante a passagem vital, tão bem expressa, da semente que germina no seio da terra, cresce e dá fruto. Esta é a realidade que se configura na atitude dos gregos que sobem a Jerusalém para a festa e querem ver Jesus, recorrendo a Filipe e André como mediadores. (Jo 12, 20-33).

O Papa Francisco que, nesta semana completou cinco anos como bispo de Roma e pastor da Igreja universal, fez aos cristãos as seguintes perguntas: “Como é o meu desejo? (…) Busco o Senhor? Ou tenho medo, sou medíocre? (…) Qual é a medida do meu desejo? A migalha ou todo o banquete?” Imagens fortes que ficam a interpelar-nos e nos convidam a não sermos cristãos estacionados, acomodados demasiado, a arriscar, a avançar. 

O pedido dos peregrinos gregos chega a Jesus que dá uma resposta “estranha”. E não assume qualquer outra atitude directa. Faz um anúncio do futuro que se aproxima. Recorre à metáfora do grão de trigo que, para ser fecundo não pode continuar no celeiro, mas tem de ser lançado à terra e germinar. Assim, acontece com Ele. “Chegou a hora, diz-lhes, em que o Filho do homem vai ser glorificado”. E há-de acontecer com os discípulos, seus servos; connosco, seus amigos. De contrário, ocorre a esterilidade de uma vida vocacionada a ser fecunda, o definhamento de energias ressequidas. E triunfa o egoísmo, a acomodação, a mesquinhez e a estreiteza de horizontes, a indiferença insolidária com o presente e o futuro.