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quinta-feira, 4 de março de 2021

Casa comum para cristãos, judeus e muçulmanos

Do Editorial do "Correio do Vouga"

Querubim Silva
1- 0 sonho de dez anos começou a tornar-se realidade. "Depois de alguns atrasos, mais recentemente devido à pandemia de Covid-19, o projeto no coração da velha Berlim será enfim concretizado": as escavadoras estão em ação para dar início à construção de um templo multirreligioso, único no mundo em tal formato, a erguer no coração da cidade. É no centro da antiga Berlim que, sobre os restos arqueológicos da Igreja de São Pedro, "deverá ser erguida em cinco anos uma casa comum para cristãos, judeus e muçulmanos, com direito a igreja, sinagoga e mesquita. 0 edifício será constituído por três ambientes ao redor de uma sala central e deverá erguer-se aos 40 metros rumo ao céu, tornando-se assim um símbolo de união." A semente lançada à terra dá os seus frutos. Décadas de diálogo e aproximação resultam agora numa expressão clara de caminho percorrido!
Ousada expressão deste caminho é também a arriscada visita do Papa Francisco ao Iraque, nos próximos dias. Significativas as palavras do líder xiita: "Não consideramos o papa apenas como o líderes dos cristãos católicos, mas como um símbolo de paz e moderação. A visita do papa Francisco não é só para os cristãos, mas é para todos aqueles que em todo o lado trabalham pela paz. Lançará uma mensagem poderosa sobre a importância do diálogo inter-religioso." Todos com o Papa!

Querubim Silva
Diretor do Correio do Vouga 

NOTA: Primeira parte do Editorial do semanário da Diocese de Aveiro 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Oitavário de oração pela unidade dos cristãos

A Sé de Aveiro 
acolhe o início do Oitavário de oração 
pela unidade dos cristãos




D. Manuel Felício, Bispo da Guarda e Vogal da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, preside este sábado pelas 21h00 ao momento de oração ecuménico que conta com a presença de D. António Moiteiro – bispo de Aveiro, D. Jorge Pina Cabral – bispo da Igreja Lusitana, D. Sifredo Teixeira – bispo da Igreja Metodista, Representantes da Igreja Presbiteriana e Clérigos do COPIC. 
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é anualmente celebrada entre os dias 18 e 25 de janeiro, no hemisfério norte, e este ano tem como lema ‘Trataram-nos com uma amabilidade fora do comum’, do livro dos Atos dos Apóstolos [Atos 28,2]. 

Subsídios para a Semana de Oração 
pela Unidade dos Cristãos em 2020 

Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2020 foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta e Gozo (Cristãos Unidos em Malta). Em 10 de fevereiro, muitos cristãos em Malta celebram a festa do naufrágio de São Paulo, destacando e agradecendo a chegada da fé cristã nessas ilhas. A leitura de Atos dos Apóstolos usada na festa é o texto escolhido para a Semana de Oração deste ano.A história começa com Paulo sendo levado a Roma como prisioneiro (At 27,1ss). Paulo está preso, mas mesmo numa viagem que se torna perigosa, a missão de Deus continua através dele.Essa narrativa é um clássico drama da humanidade confrontada com o aterrorizante poder dos elementos. Os passageiros do navio estão expostos às forças dos mares abaixo e das poderosas tempestades que se erguem ao seu redor. Essas forças os levam a um território desconhecido, onde estão perdidos e sem esperança.

Fonte: Diocese de Aveiro

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

"Não acredito em Cristo, mas acredito nos cristãos"

Ricardo Araújo Pereira no encontro
3 Milhões de Nós



«O humorista falou sobre viver a espiritualidade sem fé, partindo da sua experiência de, não sendo crente, ter frequentado escolas católicas. Destacou o impacto que para ele teve o “padre Joaquim”, um professor de Português do colégio dos padres franciscanos. Recentemente falecido, a sua recordação emocionou o fundador dos Gato Fedorento. Ricardo Araújo Pereira acrescentou que, enquanto ateu, está sempre a pensar no fim da vida e na sua finalidade ou propósito. Mas que, apesar disso, se considerava semelhante a quem tem fé: todos estão “à procura: não acredito em Cristo, mas acredito nos cristãos”.»

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sábado, 20 de outubro de 2018

Francisco ​​​​​​​em Pequim?

Anselmo Borges

1. A perseguição aos cristãos foi particularmente feroz durante a Revolução Cultural no tempo de Mao. Mas a situação está a mudar de modo rápido e surpreendente. Desde 1976, com a morte de Mao, as igrejas começaram a reabrir e há quem pense que a China poderá tornar-se mais rapidamente do que se julgava não só a primeira potência económica mundial mas também o país com maior número de cristãos. "Segundo os meus cálculos, a China está destinada a tornar-se muito rapidamente o maior país cristão do mundo", disse Fenggang Yang, professor na Universidade de Purdue (Indiana, Estados Unidos) e autor do livro Religion in China. Survival and Revival under Communist Rule (Religião na China. Sobrevivência e Renascimento sob o Regime Comunista). Isso "vai acontecer em menos de uma geração. Não há muitas pessoas preparadas para esta mudança assombrosa". 
Cresce sobretudo a comunidade protestante. De facto, a China tinha apenas um milhão de protestantes. Em 2010, já tinha mais de 58 milhões. Segundo Yang, esse número aumentará para cerca de 160 milhões em 2025, o que faria que a China ficasse à frente dos Estados Unidos. Em 2030, a população cristã total da China, incluindo os católicos, superará os 247 milhões, acima do México, do Brasil e dos Estados Unidos. "Mao pensava que poderia acabar com a religião. E julgava ter conseguido", diz Yang. "É irónico pensar que o que fizeram foi fracassar completamente." 
A situação parece preocupar as autoridades chinesas, que, por outro lado, não quererão 70 milhões de cristãos como inimigos. 

2. Os católicos serão uns 12 milhões. Desde 1951 que a China não tem relações diplomáticas com o Vaticano. Mas o governo chinês felicitou Bergoglio a seguir à sua eleição como novo Papa e exprimiu o desejo de que, sob o pontificado de Francisco, o Vaticano "elimine os obstáculos", para uma aproximação. Francisco declarou por várias vezes não só o seu apreço pelo povo chinês como o seu desejo de visitar Pequim. Por exemplo, disse aos jornalistas: "Estamos próximos da China. Enviei uma carta ao presidente Xi Jinping quando foi eleito, três dias depois de mim. E ele respondeu-me. Há contactos. É um grande povo do qual gosto muito." E que está à espera de um sinal para uma visita.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

S.O.S. cristãos (2)

Anselmo Borges

1 Penso que ficou bem clara na outra crónica com este título a dramaticidade da perseguição dos cristãos no mundo. Quando se fala em cristãos não se pense apenas em católicos ou protestantes, pois é preciso incluir as várias famílias do cristianismo: coptas, assírios, siríacos, ortodoxos de várias liturgias, sofrendo todas actualmente o estigma da cruz. Só mais um exemplo terrível, apresentado na obra de Pilar Rahola: os fiéis da Igreja Ortodoxa Siríaca, que remonta ao século I e falando uma variante do aramaico, a língua de Jesus, eram uns 500 mil no início do século XX no Curdistão turco, mas hoje não vão além dos dois mil e tudo indica que a sua erradicação total está para breve.

2 Porque são perseguidos os cristãos? O sociólogo Javier Elzo, em Morir para Renacer, avança com algumas razões. Em primeiro lugar, porque o cristianismo é a religião com maior número de fiéis no planeta: 2300 milhões, sendo os muçulmanos 1700. Foi num século, entre 1910 e 2010, que este crescimento se deu, em detrimento, não apenas percentual, da Europa. Este aumento fora do Ocidente é visto em alguns países como uma ameaça: por exemplo, a China e a Arábia Saudita vêem--no como perturbador dos seus regimes. Os cristãos, minoria religiosa, étnica, social e cultural, são vistos como adversários da ascensão social da população autóctone, como acontece na Birmânia ou na Índia. Os cristãos são considerados como ligados ao Ocidente, sofrendo o antieuropeísmo e sobretudo o antiamericanismo, nem sempre sem razões para isso (pense-se na invasão do Iraque...). "A presença dos cristãos que adoptem como lei moral o amor gratuito e universal, não só para com os seus, e que prefiram o martírio a abjurar do seu deus, o Deus que professam, o Deus revelado em Jesus Cristo, pode tornar--se insuportável."

sexta-feira, 8 de junho de 2018

S.O.S. cristãos

Anselmo Borges

1 "A perseguição é um pouco "o ar" do qual o cristão vive ainda hoje, porque também hoje há muitos, muitos mártires, muitos perseguidos por amor a Cristo. Em muitos países os cristãos não têm direitos. Usar uma simples cruz (crucifixo) leva à cadeia. E há pessoas na cadeia; há hoje pessoas condenadas à morte por serem cristãs. Houve pessoas assassinadas e o número hoje é maior do que o dos mártires dos primeiros tempos. São mais. Mas isto não é notícia. Isto não tem lugar nos noticiários, nos jornais, eles não publicam estas coisas. Mas os cristãos são perseguidos."
Quem, mergulhado em tristeza, fez estas declarações foi o Papa Francisco no dia primeiro deste mês de Junho.

2 Como é o Papa, poderia não dar-se muita atenção. "Afinal, está a defender os seus", dirão muitos. Mas há uma jornalista catalã, Pilar Rahola, bem credenciada, que acaba de escrever uma obra de grande investigação, com o título desta crónica - S.O.S. Cristians - e o subtítulo: "A perseguição dos cristãos no mundo de hoje, uma realidade silenciada." Tanto mais credenciada quanto escreve: "O meu racionalismo militante impede-me de acreditar em Deus, mas a minha ética não me impede de respeitar os crentes", "o livro não aborda a moral de um grupo religioso, mas a ética de toda a humanidade. Precisamente por isso, não fala dos cristãos pela sua condição religiosa, mas pela sua condição de vítimas. E é neste ponto que o livro assume um compromisso solidário, uma vontade de arrancar o véu que oculta o sofrimento de centenas de milhares de pessoas perseguidas, maltratadas e assassinadas em pleno século XXI só pelo facto de seguirem a Cristo". Tratando-se de uma perseguição com objectivos de extermínio em vários países, é uma questão de decência ética acabar com o muro do silêncio que se abateu sobre esta tragédia. Como disse o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, judeu sobrevivente dos campos de extermínio nazis, "O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. O contrário da fé não é a heresia, é a indiferença. E o contrário da vida não é a morte, mas a indiferença entre a vida e a morte".

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

AMIGO, VEM MAIS PARA CIMA

Reflexão de Georgino Rocha
 
 
Este apelo convite surge na parábola do banquete narrada por Jesus na conversa à mesa com um fariseu que o havia convidado a tomar uma refeição em sua casa. Constitui uma espécie de resposta às atitudes dos comensais que buscam os primeiros lugares, sinal ritual da importância social e religiosa de cada um. Serve de contraponto e realça valores fundamentais a quem pretende ser discípulo e fazer parte da comunidade dos que o seguem. Define claramente as pautas da “corrida do cristão” na sociedade actual, da escala de valores a promover e das atitudes a vivenciar.
Estar à mesa e comer juntos tem um grande significado familiar, social e religioso: encontro amigo e fraterno, conversa e partilha de notícias e saberes, reforço de laços de proximidade, afirmação de estima mútua e de próxima ou igual categoria. Assim o entendiam todos os participantes. Por isso se observam mutuamente.  Certamente com segundas intenções. Jesus não foge à regra, como o demonstram as parábolas, hoje, narradas.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Um Papa sem papas na língua

Papa interpela cristãos «teimosos», 
«vagabundos» 
e «múmias espirituais»


«O papa afirmou hoje, na missa a que presidiu, no Vaticano, que «um cristão que não caminha, que não se faz à estrada, é um cristão não cristão», é um cristão meio «paganizado», que «está parado, não vai para a frente na vida cristã, não faz florir as bem-aventuranças na sua vida, não faz as obras de misericórdia».
«Desculpai-me a palavra, mas é como se fosse uma “múmia”, uma “múmia espiritual”. E há cristãos que são “múmias espirituais”. Parados. Não fazem mal mas não fazem bem», declarou na homilia, citada pela Rádio Vaticano.»

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domingo, 10 de abril de 2016

O bem e a paz cansam

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO

«Fazer aos outros aquilo que gostamos
que os outros nos façam»

1. Segundo o mito bíblico, a Criação [1] é uma vitória sobre o caos. Deus viu tudo o que tinha feito e era muito bom. Um paraíso. Os antigos próximo-orientais faziam um balanço da história da humanidade diametralmente oposto ao dos modernos ocidentais. Contrariamente à ideia do progresso irreversível, os antigos pensavam que o mundo começou perfeito, mas degradou-se progressivamente. Os mitos mesopotâmicos também expressam essa convicção. No mundo grego, esta ideia esquematizou-se no mito das cinco idades do universo [2]. Esses mitos veem no dilúvio a principal fronteira dos primórdios da humanidade. Na versão bíblica, é uma descriação [3].
No entanto, quando parece que se chegou à degradação sem remédio, surge sempre uma esperança. A título de exemplo, cito o Profeta Isaías [4]: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz (…) porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado que anuncia uma paz sem fim”. A IV Bucólica de Virgílio [5] parece copiada desse profeta. No seu poema há também um Menino que vai deixar o mundo livre do medo, governando a terra em paz.

sábado, 18 de abril de 2015

A barbárie e a indiferença

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges



O direito à liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Mas acaba por ser um dos menos respeitados. De facto, o cristianismo já esteve do lado dos perseguidores, hoje é a religião mais perseguida. Os dados são verdadeiramente trágicos, a ponto de o Papa Francisco ter feito um apelo à comunidade internacional para que não permaneça "silenciosa e inerte". Na via-sacra de Sexta-Feira Santa foram lembrados todos os que presentemente são perseguidos, nomeadamente na Síria, no Iraque, no Egipto, na Nigéria, no Quénia, na Coreia do Norte: "Os nossos irmãos são perseguidos, decapitados, crucificados por causa da sua fé, sob o nosso silêncio cúmplice." O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros espanhol, Ignacio Ybáñez, também reconheceu nesta semana que "presentemente a situação é dramática", atingindo o seu auge com o Estado Islâmico: "Em cada hora que passa um cristão é morto."

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Europa sem horizontes novos


Cristãos à escala universal?



"Numa Europa politicamente baralhada, eticamente empobrecida, incapaz de horizontes novos, o mundo voltou a olhar para Roma, dada a esperança que daí parece vir a favor dos direitos humanos fundamentais, da dignificação e humanização das relações pessoais e sociais, da colaboração séria em prol da verdade, da justiça e da paz."

António Marcelino

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Cristão consciente e irmão sem fronteiras

Donos ou administradores fiéis?
António Marcelino


António Marcelino


Não tinha esse hábito, nem preocupação. Adquiri-o agora quando a vida nos obriga a revisão. Fechei há dias as minhas contas do ano. Contas de euros, claro. De poucos ou muitos, no caso, mais poucos que muitos, não sou dono, mas simples administrador. Recebo, gasto… Mas gasto em quê? Privo-me para partilhar com pessoas e instituições? Se penso que tudo é meu, tudo deixa de me pertencer. Não sou mais que um recetor distribuidor. Não importa, por isso, se por mim passa muito ou pouco. É preciso que apenas passe. Por isso tenho de anotar, fazer, contar, saber os que esperam, legitimamente, pela verdade das contas. Depois, há os que durante o ano solicitam a minha atenção e os que no fim do ano a esperam, e até me recordam.
Cheguei depressa à conclusão de que fazer isto é um dever e o que se deve tem muita força. Não apenas de bispo emérito, mas de cristão consciente e de irmão sem fronteiras.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

MUÇULMANOS VIVEM NA EUROPA COM OS MESMOS DIREITOS DOS EUROPEUS

D. Louis Sako

«No Iraque, é o contrário. Os cristãos não têm direitos, mesmo os que lá nasceram. Não gozam de liberdade religiosa, vivem sob ameaça e são constantemente alvo de violência. A pressão sobre eles é tão grande que, ao recusarem converter-se ao islão, arriscam a própria vida. Ou seja: estão na sua própria terra, são cristãos e morrem por causa disso.
Por cá, ao abrigo da chamada tolerância, os muçulmanos constroem mesquitas e manifestam-se como querem. E é assim que está certo: a defesa dos direitos humanos, nomeadamente, da liberdade religiosa deveria ser o melhor cartão de visita do Ocidente cristão.
Então, porque não nos batemos pela reciprocidade? Se respeitamos em nossa casa os direitos dos muçulmanos, bem podiam os muçulmanos fazer o mesmo com os direitos dos cristãos.
Nestes dias, o grito dos nossos irmãos iraquianos brada aos nossos ouvidos, pela voz do Arcebispo de Kirkuk. Monsenhor Louis Sako está em Portugal para dar testemunho.
Desde 2003 até agora, 54 igrejas foram atacadas e 905 cristãos perderam a vida. Os dados são alarmantes e revelam como está em risco o futuro dos cristãos no Iraque. Mas igualmente grave é o desabafo com que Monsenhor Sako terminou a sua intervenção em Lisboa: “Francamente, não percebo como é que os cristãos na Europa são tão indiferentes e têm vergonha da nossa fé”.»

Aura Miguel

Na RR online, de 4 de novembro de 2011