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quarta-feira, 15 de junho de 2022

SUBLIME OFERTA: Isto é o meu Corpo. Tomai e Comei

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Corpo de Deus 




Jesus faz a oferta do seu corpo e sangue na ceia de despedida. Em ambiente tão familiar, os discípulos entreolham-se procurando captar o alcance desta oferta. Na sua memória está muito vivo o lava-pés, gesto inaudito de qualquer mestre. No seu coração desenha-se o futuro iminente, o horizonte da missão. Lc 9, 11b-17.
A narrativa da comunidade de Lucas tem como matriz a ceia de despedida que Jesus realizou com os seus amigos, antes de começar a série de episódios que haviam de levá-lo à morte no calvário, antecâmara da ressurreição. Constitui o “coração” da Eucaristia, agora celebrada pelas comunidades cristãs, em Igreja. É maravilha a contemplar e tesouro a descobrir ao longo dos tempos, sobretudo da vida de cada um de nós. Maravilha que nos convida e atrai para captarmos o seu sentido profundo, assumirmos o espírito de entrega e de serviço, saborearmos o amor de doação incondicional, crescermos em disponibilidade e confiança até à entrega total, simbolizada no pão frágil e no vinho escasso que, por força do Espírito Santo, vão ser “corpo entregue e o sangue derramado por um mundo novo”.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Fazei isto em minha memória

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Corpo de Deus 


“Ámen” – responde o cristão a quem lhe apresenta o “corpo de Cristo” no rito da comunhão, expressando a sua fé orante no pão eucarístico que vai receber. É o corpo de Cristo real e não virtual, ressuscitado e não físico ou meramente aparente e convencional, sacramental e não carnal. É corpo pessoal sacrificado que, tendo nascido da Virgem Mãe, se faz “corpo entregue e sangue derramado” na ceia da instituição da eucaristia, corpo eclesial na assembleia convocada para a celebração, corpo cósmico nas realidades temporais que se vão conformando aos valores do projecto de Deus que quer ser tudo em todos. Tudo concentrado na pequena hóstia!
A Igreja nasce e vive da eucaristia e, por mandato de Jesus, realiza-a como fonte e o cume de toda a sua missão. “Fazei isto em minha memória” – ordena Ele aquando da instituição. E a Igreja assim faz, conservando o memorial eucarístico nas diversas formas de celebração e acolhendo modos vários de manifestar a “ressonância” suscitada na piedade popular.
A festa do Corpo de Deus foi instituída em meados do século XIII, época em que se comungava muito pouco e se levantavam dúvidas sobre a «presença real» de Jesus na hóstia consagrada depois da celebração da Eucaristia. “A Igreja respondeu, não com longos discursos, mas com um ato: sim, Jesus está verdadeiramente presente mesmo depois do fim da missa. E para provar esta fé, criou-se o hábito de organizar procissões com a hóstia consagrada pelas ruas, fora das igrejas”.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Schoenstatt evoca Paulo Teixeira



Na impossibilidade de estar presente, fisicamente, estarei em espírito na celebração, em homenagem ao amigo que Deus chamou e acolheu no seu coração maternal. Ficará em nós o seu exemplo de dedicação à Igreja e ao Movimento de Schoenstatt, mas ainda a outras instituições da nossa terra. 

Fernando Martins


quarta-feira, 30 de maio de 2018

Diz Jesus - Fazei isto em memória de mim

Para a festa do Corpo de Deus 

Custódia da Igreja Matriz

Jesus vê chegar a hora do triunfo dos seus inimigos. E não quer deixar de estar presente junto dos amigos. Criativo como é, sonha uma forma especial de realizar o seu desejo. Não o quer fazer sozinho. Chama os discípulos que, preocupados, querem saber onde fazer os preparativos para a ceia pascal. E diz a dois deles: “Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Seguí-o”. E eles foram, encontraram tudo o que Jesus havia dito e prepararam a Páscoa.
Que maravilha: A liberdade em acção; a iniciativa por antecipação; o envolvimento como processo de intervenção e crescimento; o seguimento como via de realização; a alegria como leveza de missão e élan de prontidão. Faz-nos bem contemplar a atitude de Jesus que se manifesta na convergência de factores, na sintonia de vontades, na concórdia de actores intervenientes. Talvez nos sirva como referência para a preparação da celebração da Eucaristia, especialmente a dominical.
Uma vez à mesa e enquanto comiam, “Jesus toma o pão, dá graças, parte-e e reparte-o pelos discípulos, dizendo: “Tomai: isto é o meu Corpo”. O mesmo faz com a taça de vinho, de que todos beberam enquanto Jesus afirmava: “Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens”. E acrescenta que só voltará a beber “do vinho novo no reino de Deus”, encarregando os comensais de prosseguirem a sua missão, dizendo: “Fazei isto em memória de Mim”.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

CORPO DE DEUS EM ÍLHAVO — Urge criar comunidades vivas e fraternas








«O anúncio de Cristo Vivo e Ressuscitado deve ocupar o centro de toda a atividade evangelizadora», proclamou D. António Moiteiro na solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida por Festa do Corpo de Deus, que se celebrou hoje, 15 de junho, pelas 16 horas, com procissão eucarística, na paróquia de S. Salvador. Nesta celebração integrou-se o encerramento da Visita Pastoral do nosso Bispo ao Arciprestado de Ílhavo. A este propósito, o prelado aveirense adiantou que «a Visita Pastoral não terminou», mas serviu de apelo «para continuarmos nesta caminhada para construirmos o Reino de Deus».
A Eucaristia foi antecedida de uma intervenção de um leigo do arciprestado que agradeceu a visita do nosso bispo, sublinhando a importância dos encontros que manteve com as pessoas, instituições e doentes. «Teve o Senhor Bispo a oportunidade de nos conhecer melhor e de nos dirigir uma palavra de pastor adequada às circunstâncias e aos tempos em que vivemos», deixando-nos «palavras de alento e mensagens de esperança» necessárias «ao reforço da nossa unidade como arciprestado, sem prejuízo da especificidade de cada paróquia». 
O encontro, com missa campal, decorreu no Jardim Henriqueta Maia, centro cívico da cidade de Ílhavo, estando presentes os autarcas municipais e das freguesias, com muito povo das seis paróquias do arciprestado, nomeadamente, Barra, Costa Nova, Gafanha do Carmo, Gafanha da Encarnação, Gafanha da Nazaré e São Salvador. Irmandades, associações, instituições sociais, escuteiros, serviços paroquiais, catequeses, catequistas, clero e, em destaque, as crianças de túnica, que viveram recentemente o grande dia da Comunhão Solene. O povo marcou presença indelével e com devoção.
À homilia, D. António Moiteiro considerou que, apesar de muitos quererem continuar «a fazer, o melhor que podem, o que sempre fizeram», importa «mudar a maneira de pensar», orientando-nos «de modo novo para atravessar a fronteira da esperança». Nessa linha, o nosso bispo avançou com desafios para os próximos anos, valorizando a premência de testemunharmos Jesus Cristo Vivo e Ressuscitado, «centro de toda a atividade evangelizadora». 
Depois de proclamar que a nossa fé não é um conjunto de doutrinas, D. António desafiou os cristãos a construírem «comunidades vivas e fraternas», que sejam «autênticas escolas de vivências da fé e da comunhão», criando laços de fraternidade e de apoio aos mais pobres e marginalizados. 
«Convido todos a serem ousados e criativos nessa tarefa de repensar objetivos e estruturas, estilos e métodos evangelizadores», frisou o nosso Bispo. E acrescentou que é indispensável a participação na missa ao domingo, porque sem ela «não há vida cristã». «Sem missa ao domingo não há encontro com Cristo Ressuscitado; sem missa ao domingo não há crescimento na fé», garantiu. 
D. António considerou fundamental «uma formação cristã mais profunda, de modo que cada um de nós saiba dar as razões da sua fé». E daí ter concluído que é fundamental a criação no arciprestado de uma escola de teologia para leigos. 

Fernando Martins

terça-feira, 13 de junho de 2017

FESTA DO CORPO DE DEUS: JESUS, O PÃO DA VIDA, ESTÁ CONNOSCO. ACREDITA!

Reflexão de Georgino Rocha



Jesus vive intensamente o anúncio da novidade de Deus que abre horizontes ao coração humano. É um apaixonado pelo que faz com toda a liberdade. Tem segredos que progressivamente vai revelando. Escolhe as ocasiões mais adequadas, ora aproveitando as que surgem, ora provocando-as. O texto de João, proclamado na celebração da Festa do Corpo de Deus (Jo 6, 51-58) realça bem este proceder e desvenda o seu sentido mais profundo.
Na sequência da multiplicação dos pães que sacia a fome à multidão, Jesus faz o discurso do pão da vida e auto-revela a sua identidade. O pão da vida é a sua carne. O sangue da aliança é o seu sangue. Corpo entregue e sangue derramado por nós e por todos; por um mundo novo liberto do pecado que condiciona, embora não desfaça, a realização do projecto de Deus que nos quer salvar, que desumaniza e polui a criação, mata a biodiversidade e a harmonia do universo.
Os ouvintes dão mostras da surpresa que os invade. E reagem de modos vários. Uns nem sequer esperam o fim e vão-se embora após terem sido atendidos e saciado a fome. Não dão conta do que está contido no gesto compassivo e solidário de Jesus. Outros aguardam com paciência e ouvem palavras que classificam de duras, impossíveis de serem levadas “a sério”. E progressivamente vão voltando “as costas”. Fica o pequeno grupo dos discípulos em que se destaca Pedro pela resposta pronta e sincera que dá à interpelação do Mestre: “A quem iremos, Senhor, Tu tens palavras de vida eterna”.
“Também quereis ir-vos embora”? é a pergunta de Jesus que se prolonga no tempo, chega até nós e nos convida a uma atitude semelhante à de Pedro. Ficamos porque o Senhor está connosco. O seu amor cria uma realidade genial. Antecipa para a ceia de despedida esta presença sublime, uma vez que a natureza humana tem limites e a morte por crucifixão destruirá o seu corpo mortal. “Isto é o meu corpo entregue por vós”. “Esta é a taça do meu sangue derramado por vós e por todos”, dizemos sempre que celebramos a eucaristia. Maravilha das maravilhas, sacramento maior do amor que Deus nos tem e celebração mais qualificada que a Igreja faz.
“Porque Ele está connosco”, canta um hino da Liturgia das Horas, “busquemos o seu rosto e a sua imagem; busquemo-Lo na vida, sempre oculto no íntimo do mundo, como um fogo”. E continua a mencionar outros espaços onde o Senhor Jesus está connosco, vive, fala e sente em quem padece horas de violência, dias de fraqueza e de angústia. E termina com a bela profissão de fé: “Porque Ele está connosco, tal como na manhã de Páscoa, não faltemos ao banquete do sangue derramado, comamos do seu pão, bebamos do seu cálice divino, sinal do seu amor até ao fim!”.
A fé da Igreja na Eucaristia manifesta-se, de forma celebrativa especial, na assembleia dominical. Um povo disperso durante a semana reúne-se em nome do Senhor, canta com júbilo a sua dignidade baptismal, assume a sua condição de pecador perdoado, escuta e responde à Palavra de Deus proclamada, abre-se e reza por todos os seres humanos, sobretudo os que vivem situações especiais de sofrimento ou de responsabilidade face ao bem comum e eclesial, oferece os dons da terra, da videira e do trabalho que, por acção do Espírito Santo, se vão transformar no corpo e sangue de Jesus; e comungando este dom precioso, o povo dispersa-se, parte em missão de testemunho e de intervenção no seio da sociedade e suas múltiplas organizações.
"Sois convidados, afirma o bispo de Leiria-Fátima na peregrinação das crianças ao Santuário realizada no dia de Portugal, tal como os pastorinhos, a levar a luz de Jesus ao mundo para o tornar mais belo". E D. António Marto assinala "gestos simples" como: «Oferecer um sorriso a quem anda triste», «dar uma palavra amiga a outro», «ajudar quem precisa», «fazer companhia a quem está só ou doente», «ser capaz de perdoar», «respeitar os outros» e «respeitar o ambiente». E conclui:"Tanta coisa simples e bonita como forma de levar a luz de Jesus ao mundo", a transformar as ações em formas de mostrar a presença de Jesus.
O povo cristão manifesta a sua fé na Eucaristia, que vulgarmente designa por missa, sagrada reserva, santíssimo sacramento, com uma variedade grande de formas, sobretudo a nível de devoções, de poesia e de arte, de canções e representações. Uma dessas expressões´públicas é, sem dúvida, a procissão do “Corpo de Deus”, procissão que prolonga a celebração e a traz para a rua, oferecendo o testemunho de quem acredita, espera e ama, de quem vive a convicção revigorante de que o Senhor está connosco e nos acompanha nos caminhos da vida.

NOTA: Custódia da Paróquia da Gafanha da Nazaré

sexta-feira, 5 de junho de 2015

FESTA DO CORPO DE DEUS

Reflexão de Georgino Rocha



TOMAI E COMEI O PÃO DA VIDA


A ceia pascal de Jesus com os seus discípulos é narrada por Marcos de modo sóbrio e substancioso. Mc 14, 12-16 e 22-26. Nada a mais é dito que possa distrair do seu núcleo central e dos seus gestos significativos, bem como da disposição radical do seu único protagonista. Tudo se conjuga e converge na entrega do corpo e no derrame do sangue feitos generosamente por Jesus em prol de um mundo novo, fruto de uma nova aliança. Tudo se centra no pão que é partido e repartido e no vinho que é tomado e bebido. Pão e vinho, frutos da terra e do trabalho humano que, pela força do Espírito Santo, se convertem no corpo e no sangue do Senhor Jesus. Que maravilha de simplicidade e clareza! Que beleza de atitudes e sentimentos! Que riqueza de sentido intencional e de discreta presença amorosa!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Festa do Corpo de Deus na Gafanha da Encarnação



Para que todos sejamos um com Jesus Cristo

Em cerimónia a que presidiu o arcipreste de Ílhavo,  Padre Ângelo Manuel Pereira da Silva, também pároco da Sagrada Família da Barra e de Nossa Senhora da Saúde da Costa Nova, celebrou-se ontem, 23, a Festa do Corpo de Deus, com eucaristia e procissão, na Gafanha da Encarnação. Participaram, para além dos párocos e outros sacerdotes com responsabilidades no Arciprestado de Ílhavo, bem como três diáconos permanentes, mais de dois mil e quinhentos fiéis, que encheram por completo o pavilhão desportivo daquela vila. Um número incontável de pessoas ladeou as ruas, com tapete verde e flores, durante a passagem da procissão, em que se incorporaram autoridades civis, irmandades, escuteiros, outras associações, crianças da primeira comunhão com seus catequistas e muito povo. Esta festa, com grandes tradições entre nós, teve lugar, pela primeira vez, fora da sede do concelho, por decisão pertinente dos membros do Conselho Arciprestal. Orientou as cerimónias o Padre Francisco Melo, pároco das Gafanhas da Encarnação e Nazaré.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpo de Deus: uma festa com mais de sete séculos


Desde o século XII, quase não há em Portugal cidade ou lugar que prescinda da celebração da festa do Corpo de Deus, invocadora do "triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia".
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«A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na actual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.
Na origem, a solenidade constituía uma resposta a heresias que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como o coroamento de um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento.
Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente a uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa. Em alguns países, no entanto, a solenidade é celebrada no Domingo seguinte.
Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respectivamente. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes.»

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