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domingo, 20 de março de 2016

A Páscoa do escravo

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

«Ao questionar a sua solenidade aos pés de gente, 
aparentemente, pouco recomendável, 
fez dele a bússola da Igreja.»

1. Graças a Deus, há sempre algum amigo que se julga encarregado de me chamar à “realidade”. Convidado para umas mini férias na Semana Santa, observei que, para mim, não era a melhor altura. O amigo não me largou sem uma viagem pela sua visão do mundo, em forma de sermão, que passo a resumir: isto já não vai com cerimónias, nem com as da Páscoa, nem com as outras. Estamos cercados de guerras por todos os lados e sem qualquer proposta para enfrentar a desordem mundial em que estamos mergulhados. A paixão pela dominação económica e financeira não recua diante de nada. O apelo aos direitos humanos tornou-se uma invocação de rotina.
A chamada UE já não sabe para que nasceu. A promovida divisão entre a Europa rica e a Europa pobre - divisão reproduzida também dentro de cada país – fabricou a burocracia que esvaziou o seu desígnio primeiro. Esquecida da responsabilidade solidária, parece que nenhuma refundação a poderá salvar. Continuaremos na dúvida se vale a pena discutir a dívida.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O descanso do guerreiro

Crónica de Maria Donzília Almeida



«Educar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais...Entendo assim a tarefa primeira do educador: Dar aos alunos a razão para viver»

Rubem Alves

Fui aluna quando era bom ser professor! Fui professora quando é bom ser aluno. Nesses remotos tempos, do Magister dixit…o professor cheio de direitos, contrapunha-se ao aluno cheio de deveres. Mudaram-se os papéis e, agora, o aluno está no centro das atenções.
Hoje em dia, os professores trabalham até à exaustão, sendo pouco reconhecidos socialmente. É das profissões com maior índice de burnout. 
A nossa profissão é um iceberg: uma parte visível, na escola, a lecionar e a fazer serviço burocrático; o trabalho de bastidores, que não se vê, em casa, mergulhado numa parafernália de papéis.
No início do ano, multiplicam-se reuniões, somam-se planificações, avaliações diagnósticas, preparação de dossiers, elaboração de grelhas, etc, etc