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sábado, 20 de outubro de 2018

O prazer de recordar vivências do passado

Encontro com alunos
dos anos 60 do século passado
na escola da Marinha Velha











Ontem, 19 de outubro, tive o grato privilégio de regressar ao passado, convivendo com alunos meus da década de 60 do séc. passado. Foi um prazer inesquecível, daqueles que nos fazem pôr de lado o cansaço de uma vida longa de canseiras e muito rica de emoções. O grupo incluiu 16 alunos e foi dinamizado pelo Serafim Pinto, logo apoiado por outros colegas do seu tempo. À chegada ao jantar-convívio, identifiquei alguns de imediato e outros foram subindo à tona da minha memória, lentamente… mas vieram a tempo. 
Um apelido, um olhar, um rosto, uma expressão, um sorriso, uma conversa, uma achega do lado, todos afinal tornaram presente uma escola de meados do século XX, na Marinha Velha, Gafanha da Nazaré. E no meio deles, com o seu carinho indesmentível e amizade franca, revivi a minha e nossa sala de aulas, os métodos de ensino, os programas escolares, as brincadeiras com espaços de recreio marcadamente separados, para meninos e para meninas. Afinal, a rigidez já naquela época era considerada, por muitos,  e por mim, anacrónica e sem sentido. 
Caindo na real, homens reformados e não só. Alguns, com naturais incómodos de saúde, fizeram questão de estar presentes. Outros não puderam participar por isso e por outras razões. Mas os que se sentaram à mesa da partilha de vidas, de sentimentos e alegrias, comoveram-me. E uns tantos fizeram questão de repetir o convívio, nos próximos anos. 
Ouvi estórias de vida, de alegrias, de vitórias, de amizades, com muitos sinais de vivências profissionais, com lugar cativo nas suas memórias ainda muito frescas e com espaço para mais registos. 
Recordámos outros professores e professoras que lecionaram na escola da Marinha Velha, mas também falámos da sua ampliação e da sua progressiva modernização. Olhando para trás, sei que alunos meus já faleceram, muitos emigraram e destes ainda vou sentindo a sua amizade, sobretudo quando vêm de férias à Gafanha da Nazaré. 
A todos pedi, encarecidamente, que na rua, quando se cruzarem comigo, não deixem de me interpelar, de me saudar, de conversar, um pouquinho que seja. Eu já me distraio um pouco. 
O jantar constou das habituais entradas, variadas, sopa, bacalhau à “Zé do Pipo” e sobremesas. Decorreu no restaurante “A Cave”, Gafanha da Encarnação, e o serviço foi pronto, de mistura com muita simpatia. 
No final, brindaram-me com uma placa alusiva ao encontro e um aluno, o Albino Ribau, teve a gentileza de me oferecer um trabalho seu que todos apreciaram: uma secretária com cadeira do professor e uma carteira. 

Alunos que participaram 

Abílio Moreira da Silva 
Albino Ribau 
João Cardoso 
Carlos Rito 
Domingos Carlos 
Emídio Gandarinho 
Fernando Calisto 
Francisco Jesus 
João Gonçalves 
José Manuel Novo 
José Ribau 
Júlio Caçoilo 
Messias Lopes 
Rui Vechina 
José Caleiro 
Serafim Pinto 

Agradeço o carinho com que me acolheram e ao Serafim, de modo especial, pelo trabalho que teve para descobrir e contactar os seus colegas.

Fernando Martins 

sábado, 2 de agosto de 2014

UM DIA PARA MAIS TARDE RECORDAR

Encontro com alunos de há 50 anos

De joelhos: Vítor Teixeira e Hélder Mateiro; De pé, da esquerda para a direita:
 Cândido Rocha, Fernando Neves, Fernando Batista, Carlos Teixeira,
Lucílio Marçalo, Veríssimo Salvador e Eduardo Neves;
Ao centro, eu próprio


Hoje vivi um dia para evocar memórias, celebrar a amizade e partilhar a camaradagem.  Um grupo de alunos meus de há meio século teve a gentileza de me convidar para um almoço de convívio no restaurante Traineira. Marcaram presença nove antigos alunos da Escola da Chave, exibindo as marcas inevitáveis do tempo. Patente em todos, contudo,  a alegria de viver, a palavra fácil, o sentido da partilha e o prazer do humor espontâneo. Uns aposentados e outros ainda no ativo, porque parar é morrer. 
Para memória futura, aqui ficam os seus nomes:

Carlos Teixeira 
Vítor Teixeira
Cândido Rocha
Hélder Mateiro
Lucílio Marçalo
Veríssimo Salvador
Fernando Neves
Eduardo Neves
Fernando Batista

Sublinho, como nota importante, o esforço feito pelo Veríssimo Salvador, de Manta Rota, Algarve, que não vinha à Gafanha da Nazaré há 15 anos. 

Entretanto, veio a informação dos que já faleceram e cuja evocação sentida foi feita por quem mais de perto os conheceu:

Manuel Carlos Roque
Manuel Carlos Gonçalves
Rogério da Costa Pereira
António Soares
João José Cardoso
Carlos Alberto Ferreira Novo
Carlos Manuel Vidreiro Ramos
Júlio Ribau

Os que não puderam participar no encontro, por endereço desconhecido ou por questões profissionais, também foram recordados:

Ferrer Vidreiro Duarte (Telefonou de França no momento do convívio com palavras amigas que caíram muito bem no meu coração e no grupo)
Celso Alves Pinto (Chega em breve a Portugal para férias, vindo do estrangeiro)
Álvaro Carvalho
José Alice Ferreira
Adérito Carvalho
Carlos Manuel Cravo Alves
João Evangelista Palmela
Manuel de Almeida Ferreira
Vítor (não consegui reter os apelidos)

O almoço, para além dos aperitivos e das sobremesas a gosto, constou de ensopado de garoupa. Para alguns houve garoupa grelhada. O vinho era bom. Alguém disse, a propósito, que há duas qualidades de vinho: o bom e o muito bom. Não faltaram os digestivos para quem os desejou.

Sempre valorizo estes encontros, mormente os que aproximam professores e antigos alunos. Emocionam-me até, como qualquer pai se emociona quando revê os filhos que voltam à casa paterna depois de longa ausência. E se é verdade que muitos antigos alunos se dispersaram pela emigração, por motivos profissionais ou outros, também é verdade que alguns se mantiveram nesta terra que os viu nascer, sem que eu tivesse a oportunidade de com eles conviver. A vida tem destes mistérios. Talvez por isso, houve rostos que tive dificuldade em identificar. 

Ouvi estórias de vida, de alegrias, de vitórias, de ternura, de amizades, com muitos sinais de cultura e de experiências profissionais. A dado momento, houve quem recitasse, naturalmente, quadras de António Aleixo, e quem recordasse festas em que participaram, gostos culinários, viagens com lugar cativo nas suas memórias. 

O encontro foi organizado pelo Carlos Teixeira, que se esmerou na localização dos seus colegas e meus antigos alunos. No final, presentearam-me com uma placa alusiva ao convívio. Gostei obviamente de os rever, de os ouvir e de sentir que todos cultivam a gratidão, o amor à vida e a amizade. 
O convívio terá continuidade, se Deus quiser. 
Muito obrigado a todos.

Fernando Martins