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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sabia que... se comemora hoje o nascimento de Antero de Quental?


Texto de Maria Donzília Almeida



Sabia que ... se comemora hoje o aniversário do nascimento de Antero de Quental? 
Nasceu nos Açores a 18 de Abril de 1842, Ilha de S. Miguel. Foi uma das figuras marcantes na poesia e na política, na segunda metade do século XIX, em Portugal. 
Nasceu no seio de uma família profundamente religiosa. Estudou no Colégio do Pórtico, de Ponta Delgada, fundado e dirigido por António de Feliciano de Castilho. Em 1858 ingressou na Universidade de Coimbra, onde se viria a licenciar em direito em 1864. É neste período que entra em contacto com a obra de Kant, Hegel, Proudhon, Michelet, A. Comte e outros pensadores contemporâneos. Funda a Sociedade do Raio, organização secreta de estudantes, envolvida em práticas maçónicas e na contestação ao sistema. 
Antero de Quental adere às ideias modernas do seu tempo (republicano na política, realista na arte), destacando-se logo em 1865, pelos ataques que faz aos defensores das concepções mais tradicionais em arte, como Feliciano de Castilho, na polémica conhecida como a Questão Coimbrã. 

domingo, 31 de julho de 2005

Maria Barroso: “Os poemas da minha vida”

 O BELO E O BOM: 
Alimentos para a alma

Esta semana vou ler e reler “Os poemas da minha vida”, seleccionados por Maria Barroso, da colecção de o “PÚBLICO”. Colecção que abriu com Mário Soares e que encerra com sua esposa Maria Barroso. 
Antes de mais, diga-se que Maria Barroso, embora conhecida por ser esposa de quem é e pela vida social e cívica em que se envolve, também se empenhou, como actriz e como declamadora, na arte de divulgar a poesia.
Como actriz e aluna da Faculdade de Letras teve a “felicidade de encontrar e fazer amizade com vários poetas”, como foi o caso dos seus colegas Sebastião da Gama, Matilde Rosa Araújo e David Mourão-Ferreira. Desses contactos, nasceu o seu gosto pela poesia, que foi ainda crescendo mais quando conviveu com outros mais velhos e já consagrados, como se lê no prefácio do livro “Os poemas da minha vida”. 
A selecção que Maria Barroso elaborou revelam, segundo ela própria, “os poemas que inspiraram ou iluminaram” uma parte da sua vida. Mas também foram os poemas que a deslumbraram e que a enriqueceram, como simples cidadã que sempre foi e se moveu “na busca do belo e do bom como alimentos” para a sua alma. 

F.M.

Um poema de Antero de Quental 

À VIRGEM SANTÍSSIMA 

Num sonho todo feito de incerteza, 
De nocturna e indizível ansiedade, 
É que eu vi teu olhar de piedade 
E (mais que piedade) de tristeza… 

Não era o vulgar brilho da beleza, 
Nem o ardor banal da mocidade… 
Era outra luz, era outra suavidade, 
Que até nem sei se as há na natureza… 

Um místico sofrer… uma ventura 
Feita só do perdão, só da ternura 
E da paz da nossa hora derradeira… 

Ó visão, visão triste e piedosa! 
Fita-me assim calada, assim chorosa… 
E deixa-me sonhar a vida inteira!