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sábado, 18 de fevereiro de 2023

ANTÓNIO ALEIXO NASCEU NESTE DIA

18 de fevereiro de 1899


Se Deus te deu, com certeza,
Tanta luz, tanta pureza,
P'rò meu destino ser teu,
Deu-me tudo quanto eu queria
E nem tanto eu merecia...
Que feliz destino o meu!

Às vezes até suponho
Que vejo através dum sonho
Um mundo onde não vivi.
Porque não vivi outrora
A vida que vivo agora
Desde a hora em que te vi.

Sofro enquanto não te veja
Ao meu lado na igreja,
Envolta num lindo véu.
Ver então que te pertenço,
Oh! Meu Deus, quando assim penso,
Julgo até que 'stou no céu.

Que vejo através dum sonho
Um mundo onde não vivi.
Porque não vivi outrora
A vida que vivo agora
Desde a hora em que te vi.

Sofro enquanto não te veja
Ao meu lado na igreja,
Envolta num lindo véu.
Ver então que te pertenço,
Oh! Meu Deus, quando assim penso,
Julgo até que 'stou no céu.

É no teu olhar tão puro
Que vou lendo o meu futuro,
Pois o passado esqueci;
E fico recompensado
Da perda desse passado
Quando estou ao pé de ti.

António Aleixo 
in "Este Livro que Vos Deixo"

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

António Aleixo — A sabedoria de um poeta popular


Perdida de canto a canto,
dormindo em qualquer portal;
se era rica, causa espanto,
se era pobre… é natural.

Nem sempre temos razão;
nos defeitos que apontamos,
nem todas as coisas são
como nós as encaramos.

Entre leigos e letrados,
fala só de vez em quando,
que nós, às vezes, calados
dizemos mais que falando.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

domingo, 10 de março de 2019

Mais quadras de António Aleixo



Olá amigo, adoro António Aleixo e essas quadras são maravilhosas. Linda homenagem ao poeta. Aqui vão algumas quadras do poeta e que eu adoro.

Beijos com carinho

Rosa-Branca

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado
O ribeirinho não morre
Vai correr por outro lado.

Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que eu conheço,
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.

Embora os meus olhos sejam
Os mais pequenos do mundo,
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.

Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.

Uma mosca sem valor
Pousa co'a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria.

Sou um dos membros malditos
Dessa falsa sociedade
Que, baseada nos mitos,
Pode roubar à vontade.

Finges não ver a verdade,
Porque, afinal, tu compreendes
Que, atrás dessa ingenuidade,
Tens tudo quanto pretendes.

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que ás vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência.

Nós não devemos cantar
A um deus cheio de encantos
Que se deixa utilizar
P'ra bem duns e mal de tantos.

Veste bem já reparaste
Mas ele próprio ignora
Que por dentro é um contraste
Com o que mostra por fora.

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

António Aleixo

NOTA: Repito  a publicação de quadras de António Aleixo que me foram enviadas há anos por uma boa amiga, Rosa-Branca. Recordo-a hoje como amiga de boas colaborações na Ação Católica: eu da JOC e ela da JACF.  Irmã da Maria do Carmo, também de saudosa memória, que os pobres da região conheciam muito bem pela sua disponibilidade em os atender e ajudar em horas difíceis. As quadras de António Aleixo têm bastantes visitas, como pode ser confirmado  na rubrica "Mensagens Populares", aqui ao lado direito da página deste blogue.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

António Aleixo para pensar

 

                                     Para não fazeres ofensas 
                                      E teres dias felizes,
                                      Não digas tudo o que pensas,
                                      Mas pensa tudo o que dizes.
 
 
NOTA: No meu blogue, na margem direita, há o registo das mensagens mais vistas e porventura mais lidas neste meu recanto do ciberespaço. Programe eu o que programar (mais vistos no mês, no ano ou na semana), têm lugar garantido as quadras de António Aleixo. Mas há outras, claro. Ainda tentei publicar outras quadras  do mesmo poeta popular, no sentido de satisfazer os gostos dos meus leitores, mas falta-me a paciência para fazer a escolha. Se algum amigo se quiser dar a essa seleção, agradeço.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

António Aleixo — Quadras soltas



O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
— quando consigas fazer
mais pelos outros que por ti!

A esmola não cura a chaga;
mas quem a dá não percebe
que ela avilta, que ela esmaga
o infeliz que a recebe.

Tu que tanto prometeste
enquanto nada podias,
hoje que podes esqueceste
— tudo quanto prometias…

Não sou esperto nem bruto,
nem bem nem mal educado:
sou simplesmente o produto
do meio em que fui criado.

Gosto do preto no branco,
como costumam dizer:
antes perder por ser franco
que ganhar por não o ser.

António Aleixo
In “Este livro que vos deixo…”

Nota: Em memória da amiga Rosa Branca que há anos me enviou algumas quadras do poeta para o meu blogue. 

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

sábado, 8 de julho de 2017

Maria Donzília Almeida — Dia do Amigo


Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo»
é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

Alexandre O'Neill

“Possuir um amigo é ser dono de um tesouro! “ Esta parece ser, para o senso comum, quase uma verdade do Sr lapalisse, dada a evidência do significante. Na realidade, este conceito reveste-se de tal importância e significado, que a língua portuguesa dispõe de várias expressões para o designar. Assim, temos:

amigo do peito,
amigo do coração, 
amigo de Peniche,
amigo da onça,
amigo presente,
amigo ausente...

Há também os amigos do alheio, que proliferam, na era moderna, como ratazanas em tubos de esgoto, et cetera!
Como “A língua é um processo dinâmico que acompanha o evoluir do homem...!” Cf “Língua e Costumes da Nossa gente”, vai-se adaptando à evolução social e incorpora, no seu léxico, novos termos que traduzem essas mesmas alterações. A semântica também acompanhou a mudança e, a palavra amigo adquiriu outras nuances, outras tonalidades – amigo colorido! Este veste-se de qualquer roupagem e satisfaz o desejo de requinte de qualquer freguês(a)! Tal como o Ambrósio, do ferrero rocher!
É uma invenção desta era e já remonta aos finais do século XX, sem data precisa da sua “inauguração”! A estrutura social evoluiu e assim, a amizade se revestiu de novas nuances, para se manter, sempre, up-to-date!
É uma espécie de amigo polivalente, um pau para toda a colher. Está sempre ali, disponível para o que der e vier, mas sem compromisso algum, para além da amizade, claro! Que é já, um grande vínculo!
Foi esta a explicação que me foi dada, mas não sei se percebi muito bem! Aqui, sou como os alunos, que, às vezes, têm dificuldade em perceber a matéria nova! Nem sei por que razão me exaspero com eles, se, em situação idêntica, também revelo dificuldades de compreensão! Precisarei de APA? Terei de ser submetida a um Plano de Recuperação, para  vencer as dificuldades de aprendizagem? Ou será um Plano de Acompanhamento, agora no final do ano? Ou ainda...um Plano de Tutoria? Aqui, os meios determinam o fim, ou seja, a transição de ano, que é o cumular do sucesso educativo! Aquilo que é mais grato para a tutela!
Bem, é melhor deixar o assunto para o próximo ano letivo, já que os professores têm direito às suas merecidas férias! Deixemo-los desanuviar, que bem merecem!
Acho que, se compreendi...e dada a dificuldade em encontrar mão-de-obra (!?)
especializada...toda a gente deveria gostar de ter um Amigo Colorido!?
Passo a refletir sobre a verdadeira amizade:
Muitos são os amigos que fazemos ao longo da vida, mas só ficam os verdadeiros. Os outros são colegas, de profissão, de trabalho, de equipa.

Ser um amigo:

• É mais que abraçar. É passar num abraço todo o amor e carinho.
• Não é estar presente em todos os momentos, mas fazer-se presente quando
necessário.
• Mais do que ser otimista, é ser convincente.
• É chorar quando eu choro e rir quando eu rio, não o contrário.
• Não é perdoar tudo. É saber relevar e compreender, quando possível, as falhas dos outros.
• É mais que olhar juntos na mesma direção. É olhar um para o outro e aceitar-se mutuamente, com defeitos e virtudes.
• É preocupar-se com o outro e não se importar de ouvir, quando está pronto para sair, um telefonema a pedir ajuda. E ir mesmo com vontade de ficar, sem se arrepender.
• Ser amigo é ser a esperança de alguém, ser a luz, ser o guia, o protetor.
• Ser amigo é esquecer-se de si e doar-se ao outro, por inteiro.

Termino com as sábias palavras do grande poeta, António Aleixo:

Contigo em contradição,
Pode estar um grande Amigo.
Duvida mais dos que estão
Sempre de acordo contigo!

 08.07.2017

 Mª Donzília Almeida

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Mais quadras de António Aleixo


P´ra que tentaste subir
tão alto, mulher vaidosa?
quem sobe assim vai cair
na lama mais vergonhosa...

Meu amor, vê se te ajeitas
a usar meias modernas,
dessas meias que são feitas
da pele das próprias pernas.

De te ver fiquei repeso,
em vez de ganhar, perdi;
quis prender-te, fiquei preso,
e não sei se te prendi.

Que feliz destino o meu 
Desde a hora em que te vi; 
Julgo até que estou no céu 
Quando estou ao pé de ti.

Vemos gente bem vestida,
no aspeto desassombrada;
são tudo ilusões da vida,
tudo é miséria dourada.

Para não fazeres ofensas 
E teres dias felizes, 
não digas tudo o que pensas, 
mas pensa tudo o que dizes.

Sem que o discurso eu pedisse,
Ele falou; e eu escutei,
Gostei do que ele não disse;
Do que disse não gostei.

Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade.

Esses por quem não te interessas
produzem quanto consomes:
vivem das tuas promessas
ganhando o pão que tu comes.

Não me deem mais desgostos
porque sei raciocinar...
Só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!

Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.


António Aleixo

NOTA: Se repararem, aqui ao lado esquerdo há o registo das mensagens mais vistas no meu blogue. Na lista figura, como curiosidade, a procura das quadras de António Aleixo. Por isso, aqui publico mais algumas.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Para os tagarelas...

Uma quadra de António Aleixo


Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Mais quadras de António Aleixo





Olá amigo, adoro António Aleixo e essas quadras são maravilhosas. Linda homenagem ao poeta. Aqui vão algumas quadras do poeta e que eu adoro. Beijos com carinho

Rosa-Branca


Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado
O ribeirinho não morre
Vai correr por outro lado.

Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que eu conheço,
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.

Embora os meus olhos sejam
Os mais pequenos do mundo,
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.

Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.

Uma mosca sem valor
Pousa co'a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria.

Sou um dos membros malditos
Dessa falsa sociedade
Que, baseada nos mitos,
Pode roubar à vontade.

Finges não ver a verdade,
Porque, afinal, tu compreendes
Que, atrás dessa ingenuidade,
Tens tudo quanto pretendes.

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que ás vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência.

Nós não devemos cantar
A um deus cheio de encantos
Que se deixa utilizar
P'ra bem duns e mal de tantos.

Veste bem já reparaste
Mas ele próprio ignora
Que por dentro é um contraste
Com o que mostra por fora.

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

António Aleixo

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quarta-feira, 1 de março de 2006

HOSPITAL DOS COVÕES - 2


Homenagem ao poeta António Aleixo

Um pouco de história


A primeira impressão que o paciente regista, quando chega ao Hospital dos Covões, diz-lhe que o edifício é antigo, com traços notoriamente diferentes dos actuais Hospitais. Mas se olhar à volta, logo vê que há pavilhões novos e funcionais. Os corredores da parte mais antiga são suficientemente largos para que tudo e todos circulem sem atropelos, mas nota-se, em certas zonas, algumas correntes de ar que incomodam. Não vi isso, porém, nos novos espaços que dão enquadramento a inúmeras especialidades médicas e serviços de apoio. De qualquer forma, a parte antiga mostra sinais de arte, com pinturas e outras decorações com marcas de antiguidade, que lhe emprestam um aspecto diferente e muito bonito.
Nasceu de um projecto iniciado em 1918, mas só concluído em 1930, projecto esse que foi baptizado com o nome Escola Pró-Pátria. A iniciativa foi da Colónia Portuguesa do Brasil, ao tempo muito generosa, tendo espalhado por todo o País Escolas, Hospitais e outros edifícios de assistência e cultura. Aquela Escola destinava-se a recolher e educar os órfãos dos soldados mortos na Iª Grande Guerra, tendo a intenção de permanecer como um Asilo-Escola, espécie de "... laboratório onde a educação transformará através dos tempos as crianças pobres em trabalhadores modelo, em cidadãos exemplares", como se lê no seu historial.
Entretanto, a 5 de Fevereiro de 1931 é publicado o Decreto 19 310 em que a Assistência da Colónia Portuguesa do Brasil faz doação do seu património ao Governo Português, transformando a Escola Pró-Pátria em Sanatório Anti-tuberculoso, para indivíduos do sexo masculino. Quem entra, se olhar à esquerda, vê no jardim fronteiro um monumento simples, com uma quadra do poeta popular António Aleixo, e do lado direito um busto do médico e filantropo Bissaya Barreto, a quem Coimbra e Portugal muito devem, tal a força das causas por que lutava e os projectos em que se empenhou. Porquê a homenagem ao poeta António Aleixo?

António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro de 1899, em Vila Real de Santo António, e em 28 de Junho de 1943, após a morte da filha, devido a tuberculose, é internado no Hospital-Sanatório dos Covões, por sofrer da mesma doença. A sua passagem por aquele estabelecimento de saúde foi recordada com uma homenagem do Centro Hospitalar de Coimbra, em 29 de Julho de 1978, como reza a lápide. E com justiça, diga-se de passagem, porque nem sempre as pessoas simples, embora de grandes méritos, são lembradas pelas entidades oficiais e mesmo particulares. Aqui, o nosso maior poeta popular não foi esquecido.
O homem, com a simples terceira classe, que escrevia com alguns erros ortográficos, de cultura académica elementaríssima, possuía o dom de ser poeta. Foi cauteleiro e guardador de rebanhos, cantava de feira e feira e deliciava quantos o ouviam pela naturalidade com que rimava quadras carregadas de sabedoria. No monumento, modesto mas significativo, ficou registada, para quem passa, uma quadra singular, que não deixa de ser uma censura dirigida a muito boa gente dos nossos dias.
Diz assim:

Quem trabalha e mata a fome
Não come o pão de ninguém
Quem não ganha o pão que come
Come sempre o pão de alguém

Se for ao Hospital dos Covões, leia esta quadra. Se o fizer, estará a prestar, de modo muito simples, uma homenagem ao nosso maior poeta popular.

Fernando Martins

NB: Para conhecer um pouco mais António Aleixo, pode ler “Este livro que vos deixo…”

sexta-feira, 29 de abril de 2005

QUADRAS de António Aleixo

António Aleixo
 

  QUADRAS

Sou humilde, sou modesto; 
Mas, entre gente ilustrada, 
Talvez me digam que eu presto, 
Porque não presto p'ra nada.
 
Eu não tenho vistas largas, 
Nem grande sabedoria, 
Mas dão-me as horas amargas 
Lições de filosofia.
 
Tu não tens valor nenhum, 
Andas debaixo dos pés, 
Até que apareça algum 
Doutor que diga quem és.
 
À guerra não ligues meia, 
Porque alguns grandes da terra, 
Vendo a guerra em terra alheia,
 Não querem que acabe a guerra.

Depois de tanta desordem, 
Depois de tam dura prova, 
Deve vir a nova ordem, 
Se vier a ordem nova.

Eu não sei porque razão, 
Certos homens, a meu ver, 
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

Vemos gente bem vestida, 
No aspecto desassombrada; 
São tudo ilusões da vida, 
Tudo é miséria dourada.

Os novos que se envaidecem 
P'lo muito que querem ser 
São frutos bons que apodrecem 
Mal começam a nascer.

 
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António Aleixo, poeta popular

António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro de 1899 em Vila Real de Santo António e faleceu em 16 de Novembro de 1949 em Loulé. Foi pastor, cantor popular de feira em feira, soldado, polícia, tecelão, servente de pedreiro em França e “poeta cauteleiro”. Deixou-nos «Este livro que vos deixo», «O Auto do Curandeiro», «O Auto da Vida e da Morte», o incompleto «O Auto do Ti Jaquim» e «Inéditos».