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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Georgino Rocha - Livres para amar. Prontos para servir


Georgino Rocha


Jesus toma a decisão de ir a Jerusalém, centro da vida religiosa e política dos Judeus, dando início a uma nova fase da sua vida. Aqui, quer anunciar a novidade de Deus que suscita uma convivência respeitadora da dignidade humana. Prepara a viagem e envia mensageiros à sua frente. Está determinado a correr todos os riscos. Manifesta o que lhe vai “na alma”, endurecendo os traços da sua fisionomia, sinal antecipado da dureza da sua paixão e da concentração das energias da sua vontade. Lc 9, 51-62.
No caminho, encontra pessoas com diversas pretensões: samaritanos que lhe recusam acolhimento, discípulos que querem vingar-se desta afronta, gente anónima que deseja segui-lo e outra que ele convida, apóstolos que o acompanham. Jesus, em respostas claras e desconcertantes, mostra a necessidade de estarem livres para o seguir e a urgência de fazer o anúncio da novidade de Deus.
Repreende Tiago e João, os mensageiros junto dos samaritanos, por aquele desejo de vingança, repreensão que deixa perceber o respeito pela liberdade de recusa, pela lisura do coração. Que contraste de atitudes: repreensão para os discípulos e silêncio compreensivo para os samaritanos! 
Esclarece, com grande precisão, a quem pretende segui-lo, as novas condições de vida: opção firme, afeição incondicional, desapego dos bens, simplicidade de atitudes, acolhimento do futuro emergente, olhando-o com esperança esforçada. “O seguimento de Jesus, afirma Manicardi, exige também o esforço do quotidiano, do dia após dia: a resolução é necessária para não se deixar bloquear pela banalidade dos dias e dos hábitos, para sustentar a vida do discípulo que está sob o jugo da precariedade e para dar perseverança ao seguimento e não o reduzir à aventura de uma etapa”.

domingo, 31 de março de 2019

Anselmo Borges: O que queremos? Ser felizes. Decálogo para a felicidade

Anselmo Borges

1. Agora, há dias de tudo e para tudo. Certamente o dia mais universal é o dia 20 de Março, porque nele se celebra o Dia Mundial da Felicidade. Sim. O que é que verdadeiramente queremos? Não há dúvida sobre isso. Queremos todos ser felizes. O Papa Francisco acaba também de o reconhecer e dizer: “A busca da felicidade é algo comum em todas as pessoas, de todos os tempos e idades”, pois foi Deus que colocou “no coração de todo o homem e mulher um desejo irreprimível da felicidade, da plenitude”. “Os nossos corações estão inquietos e em contínua busca de um bem-estar que possa saciar a nossa sede de infinito”, desejo dAquele que nos criou e que é, Ele mesmo, o amor, a alegria, a paz, a verdade e a beleza. 

2. Precisamente por ocasião desse dia a celebrar a felicidade, Vatican News propôs, a partir de textos e declarações de Francisco, uma espécie de decálogo para a alegria e a felicidade. 

Ficam aí, em síntese, dez pontos sobre o tema, esse Decálogo. 

2. 1. O início da alegria é começar a pensar nos outros 

O caminho da felicidade começa pela necessidade de passar do egoísmo ao pensar nos outros. “Quando a vida interior se encerra nos próprios interesses”, sem “espaço para os outros”, não se goza da “doce alegria” do amor. Não se pode ser “feliz sozinho”. É necessário redescobrir a generosidade, porque, como disse São Paulo aos Coríntios, “Deus ama quem dá com alegria”. Jesus também disse: “Dá mais alegria dar do que receber”. “Se conseguir ajudar uma só pessoa que seja a viver melhor, isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida”. 

2. 2. Afastar a melancolia 

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Georgino Rocha: Amai os vossos inimigos

Georgino Rocha
"Amar o inimigo, não é antes de mais uma disposição afectiva, mas gestos e actos de amor que respondam a gestos de ódio, perseguições, calúnia, pretensões."


Jesus quer que os discípulos entendam o alcance das bem-aventuranças apresentadas na planície, após a descida da montanha. Por isso, continua o discurso, dando exemplos acessíveis da vida quotidiana e recorrendo a contraste. Por isso, usa uma linguagem simples e acessível, interpelante e radical. Linguagem em que sobressai, por um lado, o realismo das relações humanas, sobretudo nos seus dramas de violência e ódio, e por outro, o proceder misericordioso de Deus, generoso e pronto para o perdão. E Jesus adianta uma sentença com sabor a promessa a quem seguir o caminho das bem-aventuranças: “Será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo“. Os discípulos acolhem a novidade proclamada, exultam pelo futuro anunciado e sentem, com certeza, a exigência humana do que lhes é encomendado.

Lucas, no relato que faz, junta uma série de sentenças de grande alcance libertador. (Lc 6, 27-38). Manicardi, no seu comentário, p 106, afirma que “no nosso quotidiano, o inimigo pode ser o nosso grande mestre, porque pode tornarmos conscientes dos sentimentos tenebrosos que habitam o nosso coração e que não viriam ao de cima se tivéssemos sempre relações boas e serenas com todos. O inimigo revela a qualidade do nosso coração”. De facto, há ainda zonas da nossa mente imersas no inconsciente desconhecido, na escuridão, sujeitas a reacções primárias e descontroladas, dotadas de enorme potencial destrutivo. Com energias prontas a “disparar” sempre que são provocadas. E o discípulo está chamado a amar com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças, e com toda a mente (cf Lc 10, 27).

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

“O meu país é o que o mar não quer” de Paulo Palma

MMI -  Patente até 24 de março de 2019


«A exposição “O meu país é o que o mar não quer” exibe cerca de 2000 postais ilustrados da costa Portuguesa editados ao longo do Século XX. Envolvido num panorama de imagens difundidas ao longo do século XX, o visitante encontra um dispositivo ótico que revela uma totalidade espacial e temporal, construída para a possibilidade de múltiplas leituras. Embora os postais ilustrados sejam o espelho de uma determinada circunstância, o seu conjunto permite perceber o processo de transformação da paisagem pelos agentes
naturais de erosão como a água e o vento, a importância da pesca na afirmação identitária nacional e a pressão da ocupação urbanística que acelerou o processo de erosão.»

Li aqui 

terça-feira, 24 de julho de 2018

À descoberta da natureza



Blocos para dominarem o mar

As férias são, sem dúvida, se quisermos, um convite para descobrirmos a beleza da natureza. Diz-se, por vezes com calor, que essa é uma obrigação que carregamos no espírito durante o ano de trabalho, enquanto aguardamos, ansiosos, pelo tempo de descontração. Contudo, se é verdade que a descoberta da natureza nos deve preocupar e enriquecer, também é verdade que o homem, com toda a sua arte e inteligência, nos delicia com o muito que nos oferece. Hoje e aqui mostro blocos que a sabedoria humana criou para dominar a força do mar.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Georgino Rocha — AMAR: Critério único da vida



Jesus manifesta uma paz de espírito admirável, transmite uma liberdade interior brilhante, reage serenamente à provocação dos fariseus em busca de uma prova acusatória. O episódio narrado por Mateus ocorre nas imediações do Templo. A provocação surge na forma de pergunta sobre o maior mandamento. Pergunta fundamental não apenas para os Judeus, mas para nós, os seres humanos, chamados a realizar a nossa vocação ao amor. Mt 22, 34-40.

O amor é a energia vital que nos humaniza e enobrece, tem a sua fonte em Deus e manifesta-se em opções e critérios, atitudes e gestos concretos. É dinamismo de relação que revigora o laço solidário que nos une e recheia a consideração que nos dispensamos. É alimento de esperança no futuro e força de envolvimento no presente. Sem ele, a pessoa enclausura-se no egoísmo e a sociedade empobrece no tecido por onde flui a seiva do desenvolvimento integral. Sem ele, o coração faz-se insensível e a vontade indiferente, a inteligência rígida e o desejo fantasioso, as leis espartilhos e os mandamentos imposições insuportáveis. A vida entrincheira-se no reduto autorreferencial e perde horizontes de sentido, cultivando apenas o jardim da zona de conforto individualista.

Os fariseus dirigem-se a Jesus e querem saber qual é o maior mandamento, pois tinham 248 preceitos e 365 proibições, ou seja 613, tal era o seu empenho em prever todas eventualidades na vida e assim cumprir a vontade divina. Preocupação legítima para um regime de religião controlada, de sistema vigiado, de segregação de “puros e impuros”. Mateus, porém, adverte que a pergunta entranhava certa malícia, pois era para apanhar Jesus em algo acusatório. A resposta surge diáfana e serena como se nada de especial estivesse a acontecer: Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo. E para não haver dúvidas, acrescenta: Nestes dois mandamentos se encerra a Lei inteira e os profetas, ou seja toda a revelação conhecida da vontade de Deus. Resposta sublime. Deixa desarmados os inquisidores. Terão ficado satisfeitos ou amargurados, esclarecidos ou intrigados? Tudo é possível. Mas não desarmam e as próximas cenas apontam para a retaliação, a prisão e a condenação.

Jesus põe a claro que há um só amor que se manifesta em intensidades diferentes. Concretamente, a resposta indica três: Amar a Deus com doação total, pois Ele toma a iniciativa de vir ao nosso encontro, amar os outros sem reservas, tendo como referência o bem que cada um deseja para si. Ou dito de outro modo: Aprecia o teu bem com o critério de Deus, respeita e solidariza-te com o próximo com a medida que usas para ti mesmo, reconhece que o amor te faz entrar e viver no circuito de amor próprio de Deus, comunhão das três pessoas divinas.

O amor abre-nos a Deus de quem procedemos e com quem nos relaciona, faz-nos ver os outros humanos como irmãos empenhados no mesmo bem, e impele-nos a apreciar as criaturas e a criação, o ambiente e a natureza como herança a valorizar e a transmitir às próximas gerações. Por isso, o amor abrange a pessoa toda e deve ser cuidadosamente apreciado como valor maior e educado como dimensão superior da nossa comum humanidade. Outras dimensões que certa imprensa “cor-de-rosa” difunde e de que se alimenta serão sempre pirilampos de luz intermitente a brilhar na noite escura do gosto instantâneo, do prazer descartável, do biblô de satisfação imediata.

O amor de Deus é derramado em nossos corações e quer irrigar as veias da humanidade e fazer surgir a correspondente civilização, espelho da nossa dignidade. A construção do sociedade passa por aqui. Só o amor edifica, garante São Paulo ( 1Co 13, 4-7) . Escala de valores, opções de vida, critérios de acção, atitudes, sentimentos e palavras hão-de ser reflexo acessível nos ambientes da família e da convivência social, do lazer e da profissão. Hão-de ser veiculados pela educação e pela comunicação, pela relação de proximidade benevolente e pela atenção solícita a tudo o que diz respeito ao que acontece a todos, sobretudo aos mais pobres, como recomenda o livro do Êxodo na 1ª leitura deste domingo.

Inicia-se, hoje, a semana dedicada à educação cristã. Os nossos Bispos enviam-nos uma mensagem com o título expressivo: «A Alegria do Encontro com Jesus Cristo». É dela que retiramos alguns parágrafos que nos fazem sentir o realismo do amor, sentido único da vida.

A alegria do encontro é, antes de mais, a alegria de nos sentirmos amados, de modo pleno e incondicional. Mesmo no pecado? Então ainda mais!... já que a carência é maior... É também a alegria pelo “novo horizonte” e o “rumo novo” que esse amor dá à nossa vida… É, enfim, a alegria de vermos a nossa vida a prolongar-se nas vidas daqueles a quem a damos: os pais nas dos filhos; os catequistas nas dos catequizandos; os professores nas dos alunos; todo o educador nas dos educandos (cf. CEP “Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo”, IV). Uma alegria que cresce, quando também eles se dão – a partir do encontro com Cristo, mediado por cada um de nós, que então pode, por isso, dizer: É Cristo que vive em mim (Gl 2, 20)… Acolhamos, por tudo isso, o convite do Papa Francisco a “todo o cristão, em qualquer lugar que se encontre, a renovar (…) o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar no dia-a-dia sem cessar” (A Alegria do Evangelho, n. 3).

Georgino Rocha

quinta-feira, 24 de abril de 2014

AMAR E SER AMADO

"Ser amados profundamente por alguém faz-nos  fortes, amar profundamente torna-nos  corajosos"

Laozi 
(também Lao Tzu ou Lao Tse, 
VI século a.C. (?))

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Amar


«No momento em que deixo de amar, 
deixo de ser.»

Gilbert Cesbron 
(1913 - 1979)

Um pensamento que nos deve fazer pensar. De facto, sem amor não haverá vida nenhuma. Sem amor, os pesadelos devem ser terríveis. Penso eu, claro. Por isso, amo muito. E assim nunca haverá lugar para o desamor.