domingo, 30 de novembro de 2014

Advento e Natal



Começa hoje o Advento, tempo litúrgico que nos conduzirá ao Natal de Jesus. Natal de Jesus e natal de cada um de nós, se soubermos descobrir e sentir que na simbologia do nascimento do nosso Salvador está ou pode estar o princípio de vidas renovadas, por isso abertas ao transcendente e à partilha com todos os homens e mulheres do tempo que vivemos, em especial os mais sofredores. 
Até ao Natal, tentarei publicar algo que nos ajude nesta caminhada de bondade, de ternura, de partilha e de solidariedade. Poemas, imagens e textos expressivos de artistas de vários quadrantes, mas também dos meus leitores e amigos que tiverem a gentileza de  entrar  no mundo do ciberespaço, que o mesmo é dizer de todos quantos, em qualquer canto da terra, se cruzarem com o meu blogue.
Bom Advento e Bom Natal para todos.

Fernando Martins 



Melhor do que esperar é ser esperado

Crónica de Frei Bento Domingues 

 
A esperança merece todos os elogios. 
Sem ela é impossível viver. 
Mas melhor do que esperar é ter a certeza
 de que somos desejados e esperados

1. Hoje é o primeiro Domingo do Advento. Mudou o cenário exterior das celebrações litúrgicas, quanto a paramentos, velas, textos e músicas. Estas modificações de ornamento só merecem atenção se exprimirem a urgência de um novo impulso na alma profunda da Igreja, isto é, dos cristãos, assim como nas reformas das instituições mais resistentes à mudança.
Tornou-se convencional dizer que o Advento convida à vigilância e à meditação, para entrar no misterioso sentido do tempo. Não apenas o que é medido pelo relógio e desfolhado nos calendários, no fluxo cósmico das estações, no ritmo biológico que vai dizendo o nosso desgaste inexorável. No entanto, como diz S. Paulo, não nos deixemos abater. Pelo contrário, embora o nosso aspecto exterior vá caminhando para a sua ruína, a nossa vida interior renova-se dia a dia (…) pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno (2 Co 4, 16-18).
A pergunta mais importante desta quadra litúrgica não é sobre as nossas experiências de outono da vida, mais chuvoso ou mais ameno. Poderia talvez ser formulada assim: qual é a graça regeneradora, para não aceitarmos - usando as palavras do Papa Francisco – que milhões de seres humanos, nossos irmãos, vegetem e morram com o estatuto de sobrantes e descartáveis?

sábado, 29 de novembro de 2014

O verdadeiro chefe

"O verdadeiro chefe não é aquele que faz tudo por si mesmo,
 mas aquele que sabe fazer-se ajudar"

Lyautey



O lamaçal: ética e política

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

1.Tenho aqui escrito muitas vezes que, ao contrário do que se pensa, fé e acreditar não são em primeiro lugar categorias religiosas. Trata-se do fundamental da existência, no sentido de que, sem fé, crédito, confiança, ninguém pode viver bem. O que mais falta faz no país não é precisamente a confiança e o crédito? A nossa vida está baseada, em todos os domínios, na confiança (vem de fides, fé) e no crédito (vem de credere, crer, acreditar) que damos aos outros e à vida e que eles nos dão a nós, de tal modo que podemos crer e confiar em nós próprios, abrindo futuro pessoal e colectivo.
Assim, a crise em que o país está mergulhado é a pior, porque minou a confiança. No meio deste lamaçal, em quem se pode confiar?

Nota: Transcrito do DN online. Texto completo na segunda-feira

Deus ainda tem futuro?

O mais recente livro de Anselmo Borges



Anselmo Borges, padre, professor de Filosofia da Universidade de Coimbra e colunista do Diário de Notícias, acaba de publicar mais um livro, cujo lançamento vai ter lugar nos próximos dias 2, 3 e 4 de dezembro, respetivamente, no Porto, Coimbra e Lisboa, enriquecido por debates, com intervenientes de várias áreas. Trata-se de uma obra coordenada por Anselmo Borges a partir de um colóquio internacional denominado "Igreja e Missão 2013", realizado em Valadares (Gaia), em outubro de 2013.
No dia 2, o programa está explícito na imagens e no dia 3 a apresentação vai acontecer na sala S. Pedro da Biblioteca da Universidade de Coimbra, pelas 18.30 horas, participando no debate, com tema de fundo “Deus na era da Ciência”, para além do autor, Carlos Fiolhais e Javier Monserrat.
No dia 4, no Centro Nacional de Cultura, rua António Maria Cardoso, 68, Lisboa, pelas 18.30 horas, participam Guilherme d’Oliveira Martins, Javier Monserrat, Manuel Oliveira da Silva e o autor, sendo o tema ”Futuro sem Deus?”. O livro que ainda não li aborda temas pertinentes, como é de supor.
Leio semanalmente as crónicas de Anselmo Borges que saem no Diário de Notícias, aos sábados, e que transcrevo para o meu blogue. Posso garantir, portanto,  que este trabalho pode ajudar todos os leitores a refletir sobre as problemáticas dos nossos tempos vistas à luz dos valores cristãos, com muitas e diversas referências a pensadores qualificados das mais variadas correntes do pensamento.
É óbvio que a participação nos debates em que se insere o lançamento do Livro “Deus tem futuro?” será uma mais-valia para leituras mais consistentes do trabalho que Anselmo Borges coordenou para oferecer aos seus leitores e a quantos se interessam pelo tema.

Fernando Martins

Sobre o livro pode ler um texto de António Marujo

Vinde, Senhor Jesus!

Reflexão de Georgino Rocha

 Fizeste-nos, Senhor, para Vós, 
e inquieto andará o nosso coração
 até em Vós repousar

“Vinde, Senhor Jesus” constitui uma síntese feliz do encontro da aspiração humana com o desejo expresso por Deus conservado nos textos bíblicos e, agora, proclamado na Igreja, sobretudo nas celebrações dominicais. Condensa a atitude de confiança suplicante do povo crente ao longo do Antigo Testamento, sobretudo dos sábios e dos profetas. E também das pessoas que se encontram com Jesus nos caminhos, nas aldeias e cidades da Palestina. E ainda das comunidades nascidas do testemunho e ensino dos Apóstolos. E da Igreja orante em todos os tempos, especialmente no Advento. Encontro que desvenda a nossa matriz mais original que Santo Agostinho, de modo belo e acertado, resume ao afirmar: Fizeste-nos, Senhor, para Vós, e inquieto andará o nosso coração até em Vós repousar.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Morreu o engenheiro Sousa Veloso

Um parto ao vivo filmado em Vagos

Eng. Sousa Veloso

Soube hoje que morreu o engenheiro Sousa Veloso. Tinha 88 anos e realizou e apresentou, durante uns 30,  o programa “TV Rural” na RTP, visto não só pelos agricultores, mas também pelos citadinos e amantes da natureza. Falava com simpatia e conhecimentos avançados para a época, no sentido de contribuir para a modernização da agricultura, marcadamente identificada com métodos ancestrais de produção agrícola. Eu sempre via com gosto, aos domingos, o “TV Rural”, e até parece que estou a ouvi-lo dizer, com um sorriso no olhar, a frase final: "Despeço-me com amizade, até ao próximo programa".
Recordo, com a nitidez possível, um episódio ocorrido em Vagos, não sei em que  aldeia, quando ele estava a entrevistar um dinâmico agricultor, João Pandeirada. De repente surge um garoto, a correr, chamando o entrevistado, porque uma sua vaca estava em hora de parto. Todos correram para o curral, com os técnicos a filmar e a gravar a corrida e a cena, sem quaisquer condições nem arranjos preparatórios para a filmagem. Não consigo lembrar-me  do teor da conversa durante e depois do nascimento do vitelo, mas as imagens ainda as tenho na minha memória.

Thanksgiving




A gratidão é o único 
tesouro dos humildes
William Shakespeare


Várias pessoas de estirpe enalteceram o valor da gratidão. Remontando à antiguidade, já Epicuro dizia que as pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo. Há evidências de que a gratidão gera bem estar, pois predispõe a mente para uma focalização positiva da vida. Pessoas mais gratas são naturalmente mais felizes, é um dado adquirido.
Se há um povo que tem este valor arreigado, sem dúvida é o povo americano. Para além de terem o dobro dos feriados que nós temos, há um que ocorre na 4º 5ª feira de novembro, chamado Thanksgiving (Ação de Graças), unicamente para agradecer a Deus, todos os dons da vida. Num jovem país com apenas dois séculos de história, é algo surpreendente.
É, precisamente, movida por este sentimento relativamente a uma pessoa que mergulhou na sociedade americana, o meu saudoso pai, que lembro com prazer esta efeméride.
Sendo ele uma pessoa bem formada e informada, passou pelo processo de aculturação e foi um elemento ativo e interventivo em terras do Tio Sam.
Recordo vivamente o conhecimento que tinha da cultura e da história americana e do domínio que já possuía da língua inglesa, aliás, um pré-requisito, para a aquisição da cidadania. A forma empenhada com que discutia as grandes questões da vida americana, como a luta dos negros pela igualdade de direitos, personificada em Luther King, as estratégias políticas do clã Kennedy, o fervor democrático do Novo Mundo, incutia, na sua prole, o respeito e a gratidão por uma nação que significou o futuro da sua família.
É com particular emoção e carinho que trago à memória, o que nos foi narrado, sobre esta celebração americana que o nosso pai vivenciou e partilhou durante sete anos.

Mundo Cão em crónicas de Manuel Armando



O padre Manuel Armando Rodrigues Marques, mais conhecido por padre Manuel Armando, vai lançar mais um livro,  "Crónicas Exemplares de Um Mundo Cão", que ainda não conheço, mas que deve retratar o mundo que é o seu e o nosso. O título diz  muito sobre o conteúdo da obra, tanto quanto se pode deduzir do «mundo cão» a que ele se refere.
Para quem não sabe ou já esqueceu, o padre Manuel Armando foi coadjutor na nossa paróquia entre 13 de agosto de 1965 e 17 de setembro de 1966. Presentemente, é pároco de Aguada de Baixo e Avelãs de  Caminho. No mundo artístico, com o nome de Prof. Marcos do Vale, participa em espetáculos de hipnotismo e ilusionismo.
O livro vai ser apresentado em Aguada de Baixo (29 de novembro, às 15 horas, no salão da Junta de Freguesia), em Vale  Maior (7 de dezembro, às 15 horas, no salão da Junta) e em Cacia (8 de dezembro, às 15 horas, também na Junta). 

Daniel Ruivo vence Festival Nacional da Canção de Ílhavo

“Dorme sobre o meu peito” 
vence 14.º Festival da Canção Vida 

«A 14.ª edição do Festival Nacional da Canção Vida – Ílhavo 2014 sagrou como vencedora a canção “Dorme sobre o meu peito” cuja letra e música são da autoria de Daniel Ruivo, natural da Gafanha da Nazaré, tendo sido interpretada em conjunto com Gerson Batista, de Aveiro. Das 12 canções que se apresentaram na final – realizada no passado sábado, no Centro Cultural de Ílhavo (CCI) – a música “Dorme sobre o meu peito” arrecadou também o prémio Carlos Paião, correspondente à canção mais votada das que se são oriundas do concelho de Ílhavo.»

Li no DA

NOTA: Texto e foto do Diário de Aveiro

Realidade

«Posso duvidar da realidade de tudo, 
mas não da realidade da minha dúvida»

André Gide (1869-1951), 
novelista e crítico francês

No PÚBLICO de hoje

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Traineira «Praia da Atalaia» naufraga na Barra de Aveiro

Recordo este naufrágio como se fosse hoje. Era o dia do  meu aniversário, 24 de novembro. Desembarquei do autocarro da AVA na paragem perto da igreja matriz. Durante a viagem já se falava do desastre, mas nunca imaginei que o meu amigo José Maria, marido da Fernanda Matias e pai da Lurditas, estaria na "Praia da Atalaia". Entrei na casa onde elas viviam levado pelo choro de quem estava. Também fiquei profundamente emocionado. Tenho evitado falar do caso, mas não resisti a transcrever o que sobre o naufrágio escreveu Ana Maria Lopes, no seu blogue Marintimidades.


Traineira "Praia de Atalaia"

«A traineira Praia da Atalaia naufragou na barra de Aveiro, ao sair para a pesca, a 24 de Novembro de 1963. Teriam perecido, lamentavelmente, mais de 30 pescadores (segundo o jornal Comércio do Porto de 25 de Novembro de 1963).
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Era uma traineira utilizada na pesca da sardinha com rede de cerco, pertencente à praça de Peniche, construída, em 1954, por Asdrúbal Simão do Carmo para Aníbal Correia e outro sócio.
Media, de comprimento, fora a fora (17.68, entre perpendiculares), 21. 05 metros, boca, 5.25 e pontal, 2.01 m.
A arqueação bruta era de 45.82 toneladas e a líquida, de 12.30.
A propulsão era assegurada por um motor diesel Burmeister & Wain/Alpha, de 180 Hp.

Ler toda a história  no Marintimidades

Valdemar Aveiro vai lançar novo livro

"Ecos do Grande Norte 
— Recordações da Pesca do Bacalhau"


Valdemar Aveiro


Tive o prazer há dias de conversar um pouco com o Capitão Valdemar Aveiro, um ilhavense que assumiu, como sua, a nossa Gafanha da Nazaré. Por aqui andou desde menino, brincando com miúdos da sua idade nas ruas da nossa terra, enquanto sua mãe fazia os seus negócios de porta em porta, caiando casas, também,  o que fazia com maestria, pois, como me garantiu o amigo capião, não deixava "santos" nas paredes por onde passavam a broxa e os pincéis.
Nessa conversa, fiquei a saber que já está no prelo um novo livro, "Ecos do Grande Norte — Recordações da Pesca do Bacalhau", que será apresentado no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo, no dia 20 de dezembro, pelas 17 horas.
Valdemar Aveiro, com toda a sua obra, predominantemente ligada à pesca do "fiel amigo", merece a nossa admiração, por trazer até ao presente vivências dos nossos pais e avós, nos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia. Vivências dignas de heróis do mar, ignorados ou esquecidos pelas gerações atuais, mais dadas a olhar o presente com todos os seus desafios onde não cabem as lutas e os sofrimentos dos nossos antepassados, alguns dos quais enbarcaram com 14 anos, idade das brincadeiras e de escolas que raros frequentaram.
Estou com muita curiosidade de ler "Ecos do Grande Norte — Recordações da Pesca do Bacalhau". 

Caso José Sócrates

José Sócrates



Não comentei a prisão do antigo Primeiro-Ministro José Sócrates, embora não tenha ficado indiferente ao espetáculo mediático que se seguiu, com horas e horas de diretos nos horários nobres de todos os órgãos de comunicação social, com destaque para as televisões. E não me pronunciei para não cair na tentação de reproduzir banalidades, umas cheias de ódio e outras de compreensível contenção, vindas estas de amigos próximos e de correligionários de Sócrates. Dos partidos, da esquerda à direita, vieram comentários pautados pela prudência, alegando quase todos que «à política o que é da política e à justiça o que é da justiça». Partilho desta mesma opinião.
Sobre a forma como José Sócrates foi esperado à saída do avião e a prisão preventiva decretada pelo juiz de instrução criminal, nada devo dizer, simplesmente porque não conheço as investigações que levaram a justiça a proceder assim, nem tão-pouco está ao meu alcance o que ditam os nossos códigos sobre o assunto. 
Penso apenas que, num estado de direito, não há nem pode haver portugueses de primeira e de segunda, muito menos tratamento desigual seja para quem for. Todos somos iguais perante a lei e não pode um português, qualquer que ele seja, só porque foi ministro, alto quadro do Estado ou poderoso membro da Finança ter direito a benesses negadas aos demais, como ter cadeia especial, cela com todas as comodidades, refeições distintas dos presos comuns, etc.
Há a promessa de que vão ser investigadas as fugas de informação que conduziram ao espetáculo a que assistimos em direto. Gostaria, francamente, de conhecer os resultados e de ver julgados os infratores que, presumivelmente, estarão dentro dos espaços judiciários. 

Fernando Martins



terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ainda o meu aniversário



A propósito da celebração do meu 76.º aniversário, recebi dezenas de mensagens pelo Facebook, por e-mail, por telefone e pessoalmente. Tantas que, realmente, se torna muito difícil responder a tamanhas provas de amizade e generosidade de familiares e amigos das mais diversas idades e quadrantes geográficos. 
Quando se prega e escreve que o nosso mundo está a abandonar a rota dos valores que constituem a essência da nossa civilização, é pertinente frisar que a amizade, a gratidão, a ternura, a franqueza, o sentido de proximidade e sinceridade, bem como a alegria da partilha de sentimentos e emoções, permanecem intocáveis, manifestando-se na hora própria. Foi isso que senti por estes dias. Li e ouvi palavras que me tocaram profundamente. Com todas elas saí muito mais rico. 
Um abraço amigo para todos.

Fernando Martins

Papa Francisco no Parlamento Europeu

Papa Francisco


Francisco falou ao Parlamento Europeu
do drama da «solidão» 
e denuncia «tecnicismo burocrático» 
das instituições comunitárias




O Papa disse hoje [25 de novembro] aos deputados do Parlamento Europeu em Estrasburgo que a alma do Velho Continente está ameaçada por “doenças” como a “solidão” e as consequências da crise económica e social.
“Uma das doenças que hoje vejo mais difundida na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos. Vemo-la particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte, bem como nos jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro”, declarou Francisco, na primeira das duas intervenções previstas durante a visita à cidade francesa.
A este problema, acrescentou, juntam-se estilos de vida “egoístas”, caraterizados por uma “opulência atualmente insustentável e muitas vezes indiferente ao mundo circundante, sobretudo dos mais pobres”, passagem do discurso que mereceu uma salva de palmas dos eurodeputados.

Ler mais aqui



segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Reformados, eméritos, etc

Crónica de Anselmo Borges 
no DN de sábado

Em tempos de crise, 
os governos, para a austeridade, 
têm sempre facilmente à mão os reformados, 
com este ou aquele nome

Há muito que me pergunto porque é que uns são reformados, outros jubilados, outros eméritos, outros pensionistas ou aposentados. Pus-me no encalço das palavras, à procura do seu sentido originário. O que aí fica é o resultado, confesso que um pouco apressado, desse exercício.

1. Claro que reformado vem de reforma. A reforma que, em certos contextos, aparece mais imediatamente é a Reforma protestante. Aqui, porém, ela tem que ver com a situação de ir para a reforma e receber uma reforma, que é, em princípio, um quantitativo em dinheiro. Reformado é, pois, o que passou à reforma, por ter atingido uma certa idade e trabalhado um certo número de anos, com os respectivos descontos, ou porque ficou pura e simplesmente incapacitado para o trabalho. De modo estranho, reforma vem do latim reformare, com o significado de voltar à primeira forma, restabelecer, alterar, e reformado é o que torna à sua primeira forma, mas também o desfigurado, modificado.

domingo, 23 de novembro de 2014

Que rei é este?

Crónica de Frei Bento Domingues 

Que rei é este que esvazia 
a solenidade divina 
e exalta a condição humana?


1. A celebração litúrgica de Cristo Rei foi instituída por Pio XI, em 1925, com as monarquias em crise e as repúblicas em conflito com a Igreja Católica.
Tornou-se, depois, a coroa do ano litúrgico que recomeça com o Advento, ritmando o infindável acontecer da graça divina – simbolizado na Liturgia – que atinge todos os tempos e lugares, como fonte de libertação das nossas servidões mentais e afectivas, antigas ou novas, materiais, culturais ou religiosas. Sem um programa libertário, o ciclo litúrgico anual dará a ideia do eterno retorno do mesmo.
Quem, por outro lado, desejar conhecer a história do Santuário Nacional de Cristo Rei, elevado, em Almada, a 113 metros acima do Tejo, pode recorrer às informações do Google. Mas com ou sem esse facilitador, abandone os preconceitos e suba ao miradouro mais abrangente sobre a deslumbrante e inesgotável beleza de Lisboa. Regale os olhos e medite no que o tempo faz às cidades e à nossa vida, entre a ruina e o contínuo renascer. Com passaportes dourados ou não, não deixemos privatizar as cidades de milenares gerações de povos e culturas. Que as mil formas de criatividade as tornem cada vez mais acolhedoras.
A simbólica bíblica de “Cristo Rei” implica a luta contra miragens de grandeza efêmera das dominações imperiais e a redescoberta de uma cidadania de acolhimento e serviço de todos, a começar pelos mais pobres, os sobrantes e descartáveis, na linguagem do Papa Francisco.

Mulheres da Gafanha

Mulheres da Seca do Egas

As mulheres da Gafanha merecem um estudo profundo sobre o seu papel na construção das povoações e das comunidades desta região banhada pela Ria de Aveiro. É certo que alguns estudiosos e escritores de renome já se debruçaram sobre elas, cantando loas à sua tenacidade e coragem, mas também ao seu esforço, desde sempre indispensáveis na luta de transformação de areias improdutivas em solo ubérrimo. Há décadas, e é sobre essas mulheres que nos debruçamos, elas eram as mães solícitas e amorosas dos filhos, mas também os “pais” que garantiam o sustento da casa, enquanto os maridos se aventuravam nas ondas do mar na busca de mais algum dinheiro que escasseava em terra. 
Em jeito de desafio a quantos podem e devem, pelos seus estudos e graus académicos, retratar as nossas avós, com rigor histórico, já que, hoje e aqui, não há lugar nem tempo para isso, apenas indicamos algumas pistas, que há mais de 50 anos nos foram oferecidas por Maria Lamas, na célebre obra “As mulheres do meu país”, que viu há pouco a luz do dia em 2ª edição, numa iniciativa da “CAMINHO”, e que tão esquecida tem andado.


Pode ler todo o texto  aqui

É necessário que Ele reine

Uma reflexão de Georgino Rocha

“É necessário que Ele reine" 
no coração da vida e no seio da morte, 
nas manhãs de primavera e no outono da existência 


“É necessário que Ele reine” afirma São Paulo na 1ª carta aos cristãos de Corinto; reine em todos e em tudo, no coração da vida e no seio da morte, nas manhãs de primavera e no outono da existência. Sempre! A afirmação paulina manifesta o reconhecimento da função benfazeja de Jesus Cristo e da situação humana carecida de sentido para a vida e de horizontes para a esperança. Faz parte de uma das leituras da celebração da festa de Cristo Rei e atesta a visão do apóstolo sobre a missão de Jesus ressuscitado. A comunidade cristã assume esta visão e procura ser coerente vivendo e anunciando a realeza de Jesus Cristo, ao longo dos tempos.

sábado, 22 de novembro de 2014

Costa Nova com Desertas ao fundo

Costa Nova - Foto de Victor Peixe


Bela imagem da Costa Nova, no tempo, julgo eu, em que não havia fotografia a cores. 
Tanto quanto sei, as fotografias eram retocadas à mão para nos oferecer a noção da cor. Ao fundo vê-se o Desertas que foi resgatado da praia, onde estava encalhado, desde 1916, para regressar ao mar... Foi aberto para o efeito o canal de Mira, que hoje faz parte da paisagem da nossa ria.

A ria é um enorme pólipo



«A ria é um enorme pólipo com braços estendidos pelo interior desde Ovar até Mira. Todas as águas do Vouga, do Águeda e dos veios que nestes sítios correm para o mar encharcam nas terras baixas, retidas pelas dunas de quarenta e tantos quilómetros de comprido, formando uma série de poças, de canais, de lagos e uma vasta bacia salgada. De um lado o mar bate e levanta constantemente a duna, impedindo a água de escoar; do outro é o homem que junta a terra movediça e a regulariza. Vem depois a raiz e ajuda-o a fixar o movimento incessante das areias, transformando o charco numa magnífica estrada que lhe dá o estrume e o pão, o peixe e a água de rega. Abre canais e valas. Semeia o milho na ria. Povoa a terra alagadiça, e à custa de esforços persistentes, obriga a areia inútil a renovar constantemente a vida. Edifica sobre a água, conquistando-a, como na Gafanha, onde alastra pela ria, aduba-a com o fundo que lhe dá o junco, a alga e o escasso, detritos de pequenos peixes…»

Raul Brandão
“Os Pescadores”

Reformados, eméritos, etc.

Crónica de Anselmo Borges no DN
«Há muito que me pergunto porque é que uns são reformados, outros jubilados, outros eméritos, outros pensionistas ou aposentados. Pus-me no encalço das palavras, à procura do seu sentido originário. O que aí fica é o resultado, confesso que um pouco apressado, desse exercício.»

Nota: Para ler neste blogue na próxima segjunda-feira

A mim o fizestes

Reflexão semanal de Georgino Rocha

 A herança futura chega 
em cada momento de bondade 
dispensado a quem necessita

Cenário majestoso realça a importância da figura central e contrasta com a simplicidade dos convocados, a sobriedade das alegações, a contundência da sentença. A solenidade da grande assembleia é patente: anjos rodeiam o homem que está sentado num trono de glória, nações inteiras aparecem dos cantos da terra, o universo converge no mesmo espaço e testemunha o acontecimento. A acção a realizar é extraordinariamente simples, semelhante à de um pastor que, ao cair da tarde, ou ao chegar o tempo invernoso, recolhe o rebanho, separando as ovelhas dos cabritos. Mt 25, 31-46.

A imagem pastoril ilustra, de forma acessível e eloquente, a mensagem que Jesus pretende “passar” aos discípulos de todos os tempos: a opção pelo futuro constrói-se no presente, a semente contém, em gérmen, a árvore, a relação solidária vive-se em atitudes concretas, a glória do Pai brilha nos gestos de fraternidade, a atenção aos “pequeninos”, a quem a vida não sorriu por malvadez humana, manifesta o reconhecimento de quem se identifica com eles e por eles vela com a máxima consideração.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Eva Cristina não saberia viver sem música

Eva Cristina Ribau
e o prazer de ensinar a cantar


Eva Cristina Ribau


Liturgia sem boa música é uma tristeza

«Liturgia sem boa música é uma tristeza», garante Eva Cristina Ribau em entrevista ao Timoneiro, quando referiu a importância da “rainha das artes” na vida das pessoas. «Todos nós estamos envolvidos pela música: o tique-taque do relógio, a trovoada, o caminhar na rua, o vento que zune e tantos outros sons que nos enchem os ouvidos», sublinha.
Começou a gostar de música desde sempre e aos seis anos a mãe matriculou-a na escola de música. E conta que, em pequena, quando foi operada, sua mãe notou que ela batia com os dedos na perna engessada, como se estivesse a tocar piano. Deduziu que a Eva teria inclinação para a música. E assim foi o princípio de uma vida dedicada às artes musicais. Por isso, conclui a professora Eva, «os pais devem observar os filhos desde pequenos, no sentido de identificarem alguns sinais que indiciem certas propensões».


Candura

Crónica de Maria Donzília Almeida



“A admiração
 é a ingenuidade da inteligência.”

Berilo Neves

Para cativar a atenção e o interesse dos alunos, hoje em dia, o professor tem de fazer malabarismos, que noutra épocas se atribuiriam apenas aos acrobatas circenses.
Dadas as solicitações a que está sujeito o aluno, na concorrente escola paralela, caberá ao professor superá-las, se quer conquistá-lo para o contrato pedagógico.
Assim e para conquistar os alunos para o assunto da aula, a teacher recorreu a uma nova estratégia, na abordagem da matéria desse dia.
Ia ensinar as criancinhas a dizer a morada em Inglês e para isso usaria a 1.ª pessoa: My address is…. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Recordando São Pedro de Moel



Na minha coleção de fotografias digitalizadas, que é um caos autêntico, encontro frequentemente imagens de viagens que fiz, de museus que visitei, de paisagens que contemplei e de tudo o que me tocou: um poema, uma árvore, pessoas, monumentos e tanta... tanta coisa. O que importa é pegar nisso e reviver momentos agradáveis, renascendo o desejo de voltar. Recordar não é reviver?

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Bom Jesus de Braga

Crónica de Maria Donzília Almeida




Santuário do Bom Jesus


Durante a minha efémera permanência em terras minhotas e quando ares primaveris convidavam a um passeio dominical, o Bom Jesus de Braga impunha-se como um destino apetecido e ali mesmo à mão. À sombra de frondosa vegetação, aspira-se o ar puro que enche os pulmões, enquanto a mente se perde numa contemplação e reflexão retemperadoras da alma.
Nesta cidade, a natureza e a arte de André Soares e do coronel Vila-Lobos combinam-se para fazerem deste local um verdadeiro ex-libris da cidade dos Arcebispos.

Em louvor de Tolentino Mendonça

Ou o exemplo 
de uma poética 
da espiritualidade



Durante anos decisivos da sua existência ao serviço da Igreja e da cultura em Portugal, o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) foi orientado e movido pelo Padre José Tolentino Mendonça, que o conduziu com a força tranquila do exercício cristão dos seus talentos de inteligência e sensibilidade.
O rosto e a travessia do SNPC refletiram, pois, o perfil e a atitude de um Diretor não preocupado em ter presença espetacular ou intervenção ostensiva no terreno (ciente, aliás, de que «nenhum nome/ serve jamais para dizer/ o fogo»), mas empenhado na eficiência discreta e no gesto inspirador de uma autêntica poética da espiritualidade.
Graças a Tolentino Mendonça, o SNPC foi durante anos ajudando a descobrir o sentido nos «intervalos do silêncio», que os atos e as palavras guardam. No confronto com «o assombro e a tensão inerentes à vida» foi apontando ou abrindo caminhos de "via spiritus" e "via pulchritudinis" para o valor divino do humano.
Com a contenção que impera na sua obra lírica, com a densidade de sugestões reflexivas que dela ressalta para as suas crónicas e para as suas homilias, a sua condução do SNPC ensinou a ver o implícito e a ler o flagrante segundo uma gramática do assentimento, na «partilha/ do furtivo/ lume».
Iniciados nesta poética da espiritualidade, vamos cultivar o seu exemplo!

José Carlos Seabra Pereira
Diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Publicado em 18.11.2014


Nota: Faço minhas as palavras certas e oportunas do novo Diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. Tive o prazer de me encontrar algumas vezes com o padre e poeta Tolentino, cujos escritos me habituei a ler e a meditar a partir deles. Continuarei a saborear os seus livros à medida que forem publicados. Presentemente estou com o mais recente, "A Mística do Instante", que me conduz por caminhos que eu nunca havia calcorreado. E com que prazer tenho encontrado paisagens de corpo e alma, com tonalidades de puro deleite! Do padre Tolentino muito teremos ainda de esperar porque a sua riquíssima sensibilidade está atenta à vida que vale a pena ser vivida.

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Mordomias sem sentido


Cavaco Silva, quando terminar o mandato,
passa  a ter gabinete neste palácio

«Como ex-Presidente da República, Cavaco Silva vai ter direito a um gabinete, uma secretária, um assessor e carro com motorista e combustível. Este era, aliás, o último orçamento em que poderia incluir verbas para a despesa com obras num futuro gabinete. Na proposta que está na Assembleia da República, estão 700 mil euros destinados a obras de conservação e restauro, mas nem todo o dinheiro é para o futuro gabinete. Parte será para pequenas obras no Palácio de Belém, no Museu da Presidência da República ou no Palácio da Cidadela.»

Ler no Observador


NOTA: Confesso, com toda a franqueza, que não entendo certas leis, como esta que dá direitos especiais aos ex-Presidentes da República, sendo certo que, terminados os seus mandatos, passam à situação de homens (ou mulheres, se fosse o caso) comuns. Homens comuns, com liberdade para intervirem na vida, na política, na cultura, na solidariedade, nas artes e em tudo, afinal, tal como um normal reformado ou aposentado. Até podiam ficar livres para missões especiais a pedido do Presidente da República em exercício.
Portanto, para quê e porquê gabinete próprio em palácio, com secretária (pessoa), assessor, carro, motorista e combustível? Será que ele não tem casa própria, carro, não sabe conduzir, e não terá dinheiro para o combustível? Francamente.



Indivíduo livre


“Se o indivíduo é passivo intelectualmente, 
não conseguirá ser livre moralmente”

Jean Piaget, 1896 - 1980

Lírica do Ciborgue



o ciborgue habita
debaixo da tua pele

pouco a pouco
ele toma conta
de todos os teus
sentidos e não sentidos

com os olhos ele vê
as cores que não há
nos ouvidos
músicas silenciosas
pela pele os toques
tocam nas coisas
imponderáveis
na boca os sabores
sabem de cor
os desgostos do gosto
no nariz
os odores são
as dores que sobem
desde a raiz
e no todo teu corpo
eles inauguram
os movimentos
que são teus pensamentos
na mágica do leve
levitarás em breve
nos espaços
abstratos
de todos os teus atos
trilhões das tuas células
serão sutilmente alteradas
e as funções
dos teus órgãos
serão novas
quando já não terás
um só eu
mas vários eus
que nem sequer
serás
é com eles
que para sempre
viverás
para além do óbvio
Homo Sapiens Ciborgue
irmão de mim próprio

E. M. de Mello e Castro
"Lírica do Ciborgue"

Nota: Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dia Nacional do Mar celebrado em Ílhavo

Amaya Sumpsi Langreo com Fernando Caçoilo

Prémio Octávio Lixa Filgueiras
 para Amaya Sumpsi Langreo

O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) assinalou o Dia Nacional do Mar no passado dia 15 de novembro, com diversas atividades, de que destacamos uma visita especial e restrita aos bastidores do Aquário de Bacalhaus e uma sessão de Histórias e Novelas Marítimas dinamizada por Miguel Horta.
Na sessão comemorativa do Dia Nacional do Mar, foi apresentado o número dois da Revista ARGOS do MMI, procedendo-se depois à divulgação dos vencedores da segunda edição do Prémio Octávio Lixa Filgueiras do Museu de Ílhavo. No final da tarde, os presentes foram brindados com uma Conversa de Mar, em que participaram Pedro Adão e Silva e João Catarino, autores do guia "Tanto Mar - À descoberta das melhores praias de Portugal”.
A revista ARGOS do MMI é dedicado à museologia marítima e à herança cultural que os museus desta temática  procuram preservar e transmitir. E neste número houve a intenção de editar um volume capaz de questionar os sentidos da museologia marítima que se pratica em diversos países e em museus que, pelo facto de serem marítimos, têm afinidades próprias de comunidades de gentes do mar.

Quando a ponte do Forte da Barra ruiu

Recordando um desastre

Ponte do Forte da Barra



Esta fotografia da antiga ponte do Forte, que ligava a Gafanha da Nazaré às Praias da Barra e da Costa Nova, leva-me a recordar um desastre que, por pouco, não provocou vítimas. A velha ponte, de madeira, mostrava de quando em vez sinais de alguma fragilidade, o que exigia redobrados cuidados. 
A “Auto Viação Aveirense”, que fazia os transportes de passageiros entre Aveiro e as praias, obrigava, com alguma regularidade, todos os passageiros a passarem a pé de um lado para o outro, tanto nesta ponte como na ponte da Gafanha, na Cale da Vila, que permitia a ligação a Aveiro. Saíam do autocarro para o retomar do outro lado da ponte, quer chovesse quer fizesse sol. 
No dia 5 de Julho de 1951, pelas 10 horas, porém, o desastre aconteceu na ponte do Forte. Quando o camião do senhor Manuel Ramos, conhecido por Manuel Russo (ou Ruço?) ia a passar, com cinco toneladas de areia, a ponte ruiu. O proprietário e condutor conseguiu sair de imediato, mas o filho Francisco Ramos, que o acompanhava, ficou debaixo de água durante quatro minutos e meio, segundo lhe afiançou o então mestre Augusto, encarregado da Junta Autónoma do Porto de Aveiro (JAPA). 

Misericórdia de Ílhavo tem novo provedor

Fernando Maria e Álvaro Ramos

Álvaro Manuel da Rocha Ramos é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, sucedendo a Fernando Maria Paz Duarte. 
O novo provedor é natural de Ílhavo, tem 71 anos e foi Técnico Oficial de Contas. Felicito o provedor eleito, desejando-lhe um mandato profícuo para bem da comunidade do concelho de Ílhavo, área de atuação da Misericórdia. A tomada de posse será no dia 9 de janeiro.
Não podia deixar de felicitar, também, o meu amigo Fernando Maria que cessa funções naquele dia, pelo trabalho desempenhado, de muito mérito, enquanto exerceu as funções de provedor. 

Fonte: Diário de Aveiro. Foto do mesmo jornal

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Obelisco na Praça Comendador Carlos Roeder


Moral, vítimas e Deus

Crónica  de Anselmo Borges 
no DN


Vínculo inevitável 
entre moral e religião 
dá-se pela esperança, 
sobretudo quando se pensa
 nas vítimas inocentes

Após conflitos e condenações, a Igreja reconheceu a legítima autonomia das realidades terrestres, o que significa que, por exemplo, a ciência, a medicina, a política, a economia se regem pelas suas própria leis, sem a tutela da religião. Sobretudo quando se olha para o mundo islâmico, fica bem patente a importância desta autonomia nomeadamente na política, exigindo a separação da Igreja e do Estado.
Também a moral é autónoma. Aliás, na perspectiva cristã, autonomia e teonomia acabam por coincidir, na medida em que, se Deus cria por amor, então a plena e adequada realização humana, que deve constituir a norma e o critério da acção humana boa, coincide com a vontade de Deus, cujo único interesse são as criaturas totalmente realizadas: a vontade de Deus é o bem da criatura. 

domingo, 16 de novembro de 2014

"Correio do Vouga" começou neste dia



1930 — Tendo como director o Dr. António de Almeida Silva e Cristo, como editor o Padre Alírio Gomes de Melo e como administrador o Padre Dr. António Fernandes Duarte e Silva, começou neste dia a publicar-se o semanário católico Correio do Vouga (Vd. 1º número deste jornal; João Gonçalves Gaspar, A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, pg. 466) – J.

“Calendário Histórico de Aveiro”
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Nota: Senti vontade  de evocar os tempos em que dirigi este semanário, enfrentando desafios dia a dia ultrapassados, porém nem sempre como desejaria. Uma verdade não posso olvidar: contei com preciosos colaboradores e bons amigos.Um dia, se Deus me der vida e saúde, voltarei ao assunto. Para já, felicito quantos o dirigem e nele trabalham e colaboram, com o espírito da renovação permanentemente animado.

Regresso à barbárie?

Crónica de Frei Bento Domingues 

Se uma religião tiver a pretensão 
de ser a única verdadeira, 
ficam todas sob ameaça


1. Voltaram, há dias, a interrogar-me, em tom de exame e desafio: se existe um só Deus – segundo o credo monoteísta – porque não se unem numa mesma religião judeus, cristãos e muçulmanos? Presume-se que Deus não possa estar em concorrência consigo mesmo.
Como qualquer cristão, tenho de estar pronto a dar razão da minha esperança, com mansidão e sem arrogância, como recomendou S. Pedro (1Pr 3,15), mas não estou obrigado a ser ingénuo. A pergunta não abriga apenas pouca informação acerca da longa história dos chamados monoteísmos. Recomendo, no entanto, La bibliotheque de Dieu: Coran Evangile, Torah (1). É uma biblioteca escrita e comentada por humanos durante muitos séculos. Nem sempre tem ajudado a pensar e a viver a aventura humana com esperança. A sua leitura fundamentalista foi e continua a ser usada, com demasiada frequência, para matar em nome de Deus. A teologia do diabo exige o recurso permanente ao poder económico, político e religioso (Lc.4,1-13). Os seres humanos sabem que sem poder bélico e o seu comércio, as guerras perderiam o encanto das conquistas.

Monumentos: Mestre Mónica


A Nau vista por D. João Evangelista

Nau Portugal
«Já estou velhinho, já sinto o frio da cova nos pés. É natural que nos meus longos anos, expostos de mais a mais às ondas, nem sempre calmas, do destino que Deus me marcou ao nascer, eu tenha sentido pancadas terríveis no peito, capazes de o quebrarem, de o fazerem em pó, se não se tornasse em bronze indestrutível a mísera carne que o Senhor predestinou para o mais agitado dos apostolados, o apostolado das almas. Às vezes até parece que a vaga passa por uma tal forma por cima da cabeça que nos prega para sempre no fundo de tenebrosos abismos, e não mais voltamos à tona d’água a rivedere le stelle, como dizia o Dante ao fim do Inferno.
Tudo pareceu porém ontem diluir-se, e como que perder-se nas recordações longínquas a ponta mais aguda e mortífera dos seus espinhos, a gota mais amarga do meu veneno, ao golpe imprevisto, mil vezes trágico, que me esmigalhou a alma na Gafanha da Nazaré.
Parecia uma noiva, a nau Portugal, pronta a entrar na Igreja, com a coroa da glória na fronte e o manto de virgem a arrastar na história. Eu passei-lhe a mão pela quilha, ávida de cortar para a frente as águas, de fazer espuma ao passar, como quem faz uma festa na face de um filho, como quem beijaria, a transbordar de ternura, os olhos da sua mãe. E, senti, nessa carícia, bater lá dentro o coração da Pátria; eu ouvi, assim encostado o ouvido à proa altiva do barco, a voz de oito séculos que se não calava. Eu dei-lhe a bênção do meu ritual, mas dei-lhe ainda mais talvez – quem sabe se não me fez irreverente o delírio! – a bênção do meu amor. Estava-me a parecer que, se eu fosse embrulhado para a terra numa dobra daquela bandeira, nenhum verme me tocaria, até o peito morto teria vibrações misteriosas no túmulo.

sábado, 15 de novembro de 2014

Moral, vítimas e Deus

Crónica de Anselmo Borges no DN

Após conflitos e condenações, a Igreja reconheceu a legítima autonomia das realidades terrestres, o que significa que, por exemplo, a ciência, a medicina, a política, a economia se regem pelas suas própria leis, sem a tutela da religião. Sobretudo quando se olha para o mundo islâmico, fica bem patente a importância desta autonomia nomeadamente na política, exigindo a separação da Igreja e do Estado.
Também a moral é autónoma. Aliás, na perspectiva cristã, autonomia e teonomia acabam por coincidir, na medida em que, se Deus cria por amor, então a plena e adequada realização humana, que deve constituir a norma e o critério da acção humana boa, coincide com a vontade de Deus, cujo único interesse são as criaturas totalmente realizadas: a vontade de Deus é o bem da criatura.

NB: Crónica completa na segunda-feira

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Dia Mundial da Diabetes | 16 de novembro





A Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com a Unidade de Cuidados na Comunidade Laços de Mar e Ria (Centro de Saúde de Ílhavo), promove amanhã, domingo, 16 de novembro, entre as 10h00 e as 12h00, no Pavilhão Municipal da Gafanha da Encarnação, um conjunto de ações no âmbito da comemoração do Dia Mundial da Diabetes.
Destaque para uma sessão de sensibilização para a saúde sobre exercício físico e diabetes, com início previsto para as 10h00, seguida de uma aula de zumba. 
Pretende-se com esta iniciativa proporcionar uma manhã diferente para os diabéticos e os seus familiares.


Pode ler mais sobre a Diabetes aqui


RESPONSÁVEIS E ACTIVOS

Uma reflexão de Georgino Rocha




Juízo severo, sentença drástica. Quem o poderia imaginar? (Mt 25, 14-30) O desfecho da parábola dos talentos é surpreendente, desconcertante. O “chamado” servo mau não faz mais do que proceder de acordo com as regras do tempo e do modo de ser do seu patrão: aceita o encargo, guarda com cuidado o talento e apresenta-o, sem desfalque, no regresso do senhor, acompanhando a entrega com uma justificação plausível. O seu comportamento está motivado pelo modo de ser do patrão: ter medo de quem é severo, saber de antemão que não pode falhar, pois ele quer colher onde nada semeou. Por isso manteve a rotina e fez como era hábito: escolher um local seguro, enterrar cuidadosamente o objecto recebido, gravar na memória esse local e, tranquilo, descansar aguardando o momento da reposição.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Cidadãos lançam «Observatório para a Liberdade Religiosa»

Projeto integra especialistas 
como o jornalista e investigador Joaquim Franco 
e o professor Alexandre Honrado




«Um grupo de cidadãos ligados à investigação, comunicação e jornalismo decidiu criar um Observatório para a Liberdade Religiosa a fim de monitorizar a sociedade nesta área e sinalizar casos de discriminação.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, os impulsionadores do projeto explicam que o objetivo é constituir “um instrumento isento e independente” de análise à Liberdade Religiosa, num tempo em que “quer em termos nacionais quer internacionais”, este campo pede uma resposta mais efetiva.
Ao nível do país, a ameaça vem sobretudo da “situação bastante frágil” das instituições, devido à crise, e da falta de uma regulação mais efetiva das relações entre empregadores e empregados, sobretudo os que estão ligados a minorias religiosas.»

Ler  mais aqui

NOTA:O problema da liberdade religiosa continua a ser pertinente, apesar de vivermos em democracia. Há sempre alguém que defende a liberdade, desde que seja a sua liberdade. E quando se fala de liberdade religiosa não falta quem acuse as religiões de serem causadoras de guerras e conflitos de toda a ordem. Fanátivos houve sempre e sempre os teremos, quer no âmbito teligiosos quer politico e social. E são eles, com a sua visão do mundo, que querem à sua maneira, que provocam as guerras e alimentam perseguições, sem qualquer respeito pelo pensar e agir dos seus concidadãos. É claro que apoio, com todas as minhas forças, o Observatório para a Liberdade Religiosa. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Manuscritos do Vaticano online em HD


A fundação Digita Vaticana é uma das "casas" do arquivo de manuscritos da Biblioteca Apostólica do Vaticano que estão classificados como de grande valor histórico. Soube-se hoje que 4 mil manuscritos da Biblioteca do Vaticano vão ficar disponíveis online em HD. Uma excelente notícia para os historiadores e curiosos. 

Li aqui

11 detidos por suspeitas de corrupção


Nota:Às vezes somos surpreendidos com notícias destas. Fala-se muito de corrupção, mas ficamos com a impressão de que ninguém vê os corruptos. E quando alguns crimes, que o são como a corrupção,  envolvem gente de posses (BES E GES, por exemplo), mandam-nos tranquilamente para casa com cauções. A nossa Justiça é ou parece realmente injusta.  

"Xanana desmascarado"...?

Xanana foi "desmascarado", 

Nota: A ser verdade, caiu um herói para mim e para muitos portugueses. Entusiasmou o país e guiou o povo timorense até à independência. Será que não há mesmo heróis puros?

A Igreja é a minha casa





D. Manuel Martins
Bispo emérito de Setúbal
In "Pregões de esperança", ed. Paulinas
Publicado em 12.11.2014




A IGREJA É A MINHA CASA

A Igreja é a minha casa
Sim, é a minha casa.
Esta Igreja onde eu nasci e onde quero morrer.
Nela me sinto bem. Nela gosto de estar.
Aqui, eu penso, projeto, sonho, alimento-me.
Aqui, rezo, recordo, choro, zango-me,
encontro-me.
Aqui sofro, aqui canto.

A Igreja é a minha casa.
Gostaria, tantas vezes, de a ver
mais acolhedora,
mais aberta,
com mais espaços para outras pessoas
(não é ela comunhão e sacramento?),
mais gratuita,
mais convidativa.

A Igreja é a minha casa,
E tenho pena que
feche portas,
condene sem coração,
corte com quem procura...

Eu amo muito a Igreja,
porque a Igreja é a minha casa.
Com defeitos?
Com a ruga dos anos?
Às vezes azeda?

Mas é a minha casa!
Então, porque lhe quero muito,
vou pintá-la de fresco,
vou rasgar-lhe mais portas,
vou torná-la mais simpática,
mais disponível,
mais atenta.
Vou fazer com que cante mais a beleza da vida,
perca o medo e salte para o mundo,
grite os valores e os direitos
das pessoas e dos povos.

A Igreja é a minha casa.
Se eu quiser,
se tu quiseres,
se nós todos quisermos,
todos virão a ela
e todos nela se sentirão bem.
Porque ela é o rosto de Deus.
Porque Deus habita nela.

Li aqui

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Philae pousou com sucesso no cometa 67P

Extraordinária conquista da ciência


Esta missão histórica poderá ajudar 
a perceber a origem da vida na Terra


«Dez anos depois da sonda Rosetta ter sido lançada e de ter chegado junto do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a 6 de Agosto de 2014, o modulo robô Philae foi separado de Rosetta esta manhã e efectuou uma viagem de 7 horas até aterrar com sucesso no cometa.»

Li aqui, por sugestão do Google

Monumentos: Aos homens da nossa terra