quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Manuel Madureira, um treinador de futebol da nossa terra

Li aqui




"O Maisfutebol desafiou os treinadores portugueses que trabalham no estrangeiro, em vários pontos do planeta, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

Conheça melhor o projeto

MANUEL MADUREIRA, DIABLES NOIRS (Rep. Congo)

«Caros leitores,

O meu nome é Manuel Madureira e nasci a 23/12/1963. Sou casado e pai de seis filhos, além de treinador de futebol. Nasci no Lubango, antiga Sá da Bandeira, em Angola.

Tenho portanto 48 anos de idade e estou ligado ao futebol há precisamente 41, dos quais 18 como jogador e 23 como treinador.

Comecei no futebol amador, nos distritais de Aveiro e Viseu. Joguei, no Grupo Desportivo da Gafanha, Novo Estrela da Gafanha da Encarnação, Sporting Club de Fermentelos, Sporting Club da Vista Alegre, Associação Desportiva de Cucujães, Grupo Desportivo de São Roque e Sport Club Beira Mar.

Como treinador tenho já uma enorme experiência.



Treinei a ADRC Barrova, GD Gafanha, SC Fermentelos, Club Estrela Azul, FIDEC, UD Bustos, AD OIÃ, Carregal do Sal FC, Mortágua FC, Pinheiro de Lafões, Sidlesham FC (Inglaterra), Hammam Bourghiba/Ain Drham (Tunísia), Chabab Bordj-Bou Arreridj (Argélia), Moulodia Ouloum Constantine (Argélia), Raja de Béni Mellal (Marrocos), Chabab Rialmi Salmi (Marrocos), Jeunesse Kasbat Tadla (Marrocos) e Al Quadisiyah FC (Arábia Saudita).

Atualmente treino os Diables Noirs, diabos negros, na República do Congo.

Muitas histórias, sacrifícios, aventuras e desventuras.

Ser treinador vai muito além de orientar a equipa, seja nos treinos ou nos jogos. Vai muito além das vitórias e das derrotas. Ser treinador vai muito além do que muitos imaginam.

O jogo não permite erros e ao treinador só cabe a parte ruim que é a derrota, pois nas vitórias são bestiais e nas derrotas uma besta. Ser treinador é ficar longe da família, é deixar de ver os amigos nos finais de semana, é ser criticado mesmo quando esta certo. Ser treinador é perder madrugadas tentando encontrar a melhor maneira para jogar contra o próximo adversário, assistir a vídeos, preparar treinos, ler artigos.

Esta talvez seja a profissão mais complexa que possa existir. Afinal, todos são treinadores. Até em casa ouvimos conselhos: esposa, pai, filhos, todos sem exceção conhecem o jogo, todos sabem a melhor maneira de jogar, a escalação perfeita ou aquela substituição que iria modificar o panorama do jogo.

O treinador de verdade não trabalha com suposições. O treinador de verdade tem fascínio pelo que faz. Planeja a forma como a equipa deve jogar é um prazer. Ver e fazer o atleta evoluir deve ser uma obsessão, imaginar como será o próximo jogo é viajar num mundo só seu. O que poderia ter feito para evitar a derrota, já pensando em como conseguir a vitória na próxima partida, é algo inexplicável

Existe treinador ideal?

Seria utopia descrevê-lo. Muitas das vezes o treinador ideal é aquele que coloca determinado jogador a jogar (geralmente análise de pai) ou o profissional que conquista títulos (análise do empregador). Enfim, existem treinadores que face às circunstâncias e às respetivas necessidades de intervenção se fazem mais ou menos conhecedores do jogo, mas treinador ideal não existe.

Cabe ao treinador criar uma relação de confiança e respeito, fazendo o atleta acreditar naquilo que se trabalha. Quanto mais o atleta consegue colocar em prática tudo o que foi treinado, mais confiança ele obtém do treinador e dessa forma acaba por estabelecer um clima de confiabilidade mútua.

O bom rendimento do atleta está diretamente relacionado com o grau de confiança passado e recebido pelo treinador nos jogos ou treinos.

Um abraço,
Manuel Madureira"




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