sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Maria Montessori


Por Maria Donzília Almeida






"A tarefa do professor é preparar motivações
para atividades culturais,
num ambiente previamente organizado,
e depois abster-se de interferir"

Maria Montessori


Vem mesmo a talhe de foice este tema,
para quem vai, em breve, retomar a atividade letiva

Maria Montessori nasceu em 31 de agosto de 1870, em Chiaravalle, no seio de uma família muito religiosa. Após os estudos elementares, ingressou na Faculdade de Medicina, vencendo a resistência de toda a família, pois considerava-se, em toda a Itália, que não era próprio das mulheres, exercer esta atividade. Maria Montessori impôs-se pelo seu gosto do estudo e era respeitada pelos mestres e condiscípulos. Todos louvavam a sua inteligência e a sua coragem; havia nela um desejo de ver claramente os problemas, uma ânsia de servir a humanidade, um poder de iniciativa que lhe proporcionaram uma carreira brilhante.
Em 1896, alcançou o diploma de doutoramento e era uma curiosidade a primeira médica italiana. Ela só pensava em preparar-se para entrar na vida profissional, munida de boas armas. Interessavam-lhe, sobretudo, as doenças do sistema nervoso e concorreu ao internato da clínica de psiquiatria. A pouco e pouco foi-se especializando: as crianças desequilibradas atraíram-lhe a atenção e a piedade, encontrava-as em grande número num hospital de doenças mentais, onde ia escolher os seus doentes. Confrangia-se a sua alma, ante aqueles seres que um destino cruel aniquilara e ante os quais a medicina se sentia impotente. Invadia-a uma imensa piedade e a cada passo lhe ocorriam as palavras de Jesus: “Deixai vir a mim as criancinhas!” Ela estava certa de que o reino de Deus não se poderia construir sem a ajuda da criança.

Ereção canónica da paróquia da Gafanha da Nazaré

Hoje evoquei uma efeméride importante para todos os gafanhões, quer sejam aqui nascidos quer tenham adotado esta terra como sua. Somos todos iguais, pese embora a ideia, errada, de quem pensa o contrário.
A paróquia da Gafanha da Nazaré, a primeira das Gafanhas, foi criada em 1910. Freguesia e paróquia andavam de mãos dadas na Monarquia. Depois, com a República, o caso mudou de figura e muito bem.
Nessa altura, e até 1938, pertencíamos à Diocese de Coimbra. Em 11 de Dezembro de 1938, foi restaurada a Diocese de Aveiro. Não será de estranhar, pois, que o decreto da ereção canónica tenha sido assinado pelo Bispo-conde de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina.

Ver Decreto
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

A ciência e a religião de mãos dadas sem atropelos

"A ciência é manca sem a religião; a religião é cega sem a ciência"
Albert Einstein (1879-1955)
A meu ver, o homem todo e todos os homens são mais completos quando ligados ao mundo da ciência e da religião, direi melhor, quando as componentes razão e espiritualidade estiverem interligadas, sem atropelos nem guerras. A religião para a vida, com valores que possam gerar fraternidade e paz, e a ciência, com todas as suas variantes, que levem à descoberta do que possa contribuir para uma sociedade de progresso sustentado e solidário.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Faleceu o ceramista Zé Augusto






A minha singela homenagem ao artista Zé Augusto, porventura um dos maiores ceramistas de Aveiro e sua região, cujas figuras estão no nosso imaginário, é do tamanho do seu exemplo de humildade. Mais visíveis, entre nós, temos o painel na Praia da Barra, comemorativo do bicentenário da abertura da barra, e o painel da rotunda da Cale da Vila, para celebrar a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro. Ambos, portanto, na nossa terra.
Na imagem temos o painel da Cale da Vila.
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Ainda a Casa-museu Afonso Lopes Vieira

A minha veia romântica vem à tona




Volto mais uma vez a S. Pedro de Moel, para me debruçar sobre a magia que a Casa-museu Afonso Lopes Vieira suscita no meu espírito. O meu lado romântico vem à tona, de quando em vez.
S. Pedro do Moel foi lugar de eleição do poeta. Aqui passava, regularmente, ano após ano, as épocas de veraneio. Num desdobrável pode ler-se que este era "um lugar de eleição e de culto, palco para a receção, divulgação e valorização públicas de uma estética florescida no ambiente fértil do lar marítimo. Da belíssima casa de S. Pedro, deitada sobre a praia como nau ancorada, casa que suscitava então, como agora, a curiosidade de todos os amantes de todos os exemplares arquitetónicos em perfeita simbiose de enquadramento com o meio". O escritor, aliás, esclarecia: "E como ainda há pessoas que supõem que a minha casa de S. Pedro de Moel foi construída por mim, recordo que ela está há um século na posse da minha família, posse que se alienou apenas durante alguns anos."
.


Postal Ilustrado de Férias - 8

Órgão marinho em Zadar





Viajar alarga os horizontes e aguça o desejo de conhecer mais e mais! Foi isso que aconteceu, após o regresso do Adriático. Com mais tempo para aprofundar, debrucei-me sobre o Órgão Marinho que tanto me impressionou....e apurei:
O Sea Organ foi criado em 2005, pelo arquiteto Nikola Basic nas águas do mar de Zadar, Croácia. Trata-se de um jovem (!?) arquiteto croata, apenas mais velho que eu, três anos! Nasceu na ilha de Murter e frequentou o liceu em Zadar. Fez o curso de Architecture and Urbanism em Sarajevo.

Semana Mundial da Água

A água na Bíblia




De 26 a 31 de agosto decorre em Estocolmo, na Suécia, a Semana Mundial da Água. Essencial à vida, a água está no centro de inúmeras narrativas históricas da Bíblia e em seu torno foram construídas imagens e alusões.

A precipitação média de chuva na Palestina é suficiente para a agricultura, mas o país tem falta de rios, de correntes de água perene e de lagos, sendo, por isso, mais árido do que a Europa ou a maior parte das Américas. A estepe e o deserto são realidades próximas. Daí a Bíblia demonstrar uma clara consciência do valor da água e das terríveis consequências da sua falta.

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domingo, 26 de agosto de 2012

Pedalantes de Nossa Senhora em peregrinação a Fátima






O Grupo "Os Pedalantes de Nossa Senhora" vai realizar, querendo Deus, nos próximos dias 1 e 2 de setembro, a sua 5ª Peregrinação consecutiva à Nª Srª de Fátima.
Este ano, e pela primeira vez, sairemos do Santuário de Schoenstatt, por volta das 6.30 horas e contamos, com a ajuda da Mãe, chegar ao local, onde temos já reservadas as refeições e as dormidas, por volta das 18 horas do mesmo dia, claro.
À semelhança dos anos anteriores o Grupo é composto por 24 "Pedalantes" e 15 Acompanhantes: esposas, filhos e netos de alguns, o que soma já a bonito número de 39 participantes.
Nestes quatro anos passados, aconteceu sempre que, ao chegarmos, com pouca diferença uns dos outros, à Guia, o relógio da Igreja badalou as 12 horas, lembrando-nos que o almoço estaria já por perto. E que alegria a gente sente, ao saber que, a uns seis quilómetros dali, ao ar livre e num pinhal, já por nós escolhido e num local estratégico, vamos parar para almoçar, cuja iguaria: frango de churrasco e pão da avó, ainda quentes, com vinho fresquinho de Silgueiros e sobremesas várias, tudo isto acompanhado com as conversas que se cruzam de quem vai ficando a pouco e pouco com o estômago composto e as forças recuperadas... Mas que coisa tão maravilhosa. O esforço e o sacrifício que se fazem ao pé de tudo isto, atenuam-se, comparativamente.

sábado, 25 de agosto de 2012

Postal Ilustrado de Férias - 7

"O sonho comanda a vida"




Professor!

Hoje, fizemos a visita a Montenegro, jovem país, independente desde 2006. A viagem foi efetuada pelo único fiorde do sul da Europa, num cenário de altíssimas montanhas, debruçadas sobre o mar.
No interior, ainda subsistem marcas da guerra, nos edifícios degradados e um fraco desenvolvimento.
Visitámos Kotor, classificado como Património da Humanidade pela Unesco, onde coexiste, harmoniosamente, o ar medieval com o aspeto cosmopolita e de veraneio da cidade. É muito rentabilizado o seu litoral, onde o Adriático é a atração turística por excelência. Aqui, pululam os bares e esplanadas de praia, convidando a bebidas frescas e a momentos de relax. Há pessoas aos magotes!

E passamos nós a vida a reivindicar!

O que é preciso é imaginação




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Fechar a RTP2 é um erro crasso




Tive o prazer de assistir hoje, na RTP2, ao concerto Schonnbrunn2012. Melodias inesquecíveis deliciaram-me esta tarde, de forma indelével. Ganhei o dia.
No mesmo canal, há programas que não dispenso, pela sua riqueza cultural e pela projeção que me leva até paragens remotas, elevando o meu gosto pelo conhecimento histórico, etnográfico, artístico, espiritual e até civilizacional. Na RTP2, repito, porque nos demais canais, por norma, predomina o futebol, que emparceira com telenovelas, com horas intermináveis e com debates e análises, sobre os erros dos árbitros, os golos dos craques e as táticas (que ninguém percebe) dos treinadores.
Quando ouvi António Borges, um conselheiro do Governo para assuntos económicos, afirmar que a RTP2 teria como destino inevitavel fechar, porque as suas baixas audiências não justificam as despesas, dei comigo a pensar que esta gente das economias, não toda, certamente, cai no ridículo de matar a cultura, optando pelo fácil, banal e corriqueiro, mas que dá lucros. O importante, para estes políticos, é o futebol, com o qual se gastam rios de dinheiro, são as telenovelas, os artistas pimba, os espetáculos de baixo nível artístico, em suma, o que agrada ao povo, sublinham eles. Isto é: nivela-se por baixo a cultura, dando ao povo só o que ele quer. Desta forma, jamais o povo português sairá do atraso ancestral, a nível cultural, em que tem estado.
Esta teoria de dar ao povo só o que ele quer é um erro crasso. O povo tem de ser educado, preparado e treinado, para aprender a gostar dos valores culturais que dão substrato às pessoas, que são as artes que perduram no tempo.
A boa literatura, a grande música, as artes plásticas e outras artes só se aprendem convivendo de perto com elas. Mas para isso é importante oferecê-las por todos os meios a quem ainda as não pode nem sabe procurar. Daí, a meu ver, a mais-valia que a RTP2 pode representar na divulgação da cultura. Fechando este canal, os nossos governantes estão a trancar a porta da cultura ao povo, contribuindo, deliberadamente, para a sua insensibilidade face ao belo.

Fernando Martins

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Postal Ilustrado de Férias - 6

O medieval casa bem com o moderno





Professor!

Hoje, passámos a fronteira entre a Croácia e o jovem país dos Balcãs, que obteve a independência em 2006, Montenegro. A viagem foi feita através do único fiorde do sul da Europa, com vistas magníficas de um cenário de altas montanhas debruçadas sobre o mar. Podia ver-se, por entre a paisagem, a degradação de edifícios, como marca dolorosa dos efeitos da guerra.
Visitámos Kotor, cidade em que convive harmoniosamente o medieval com o moderno, num ambiente cosmopolita e de veraneio, voltada para a baia, que a envolve num grande amplexo.





O Mar Adriático, de novo, a atração dos companheiros de viagem, que disfrutaram das suas águas mornas e serenas. A praia é diferente das nossas, de pequenos burgos no acesso e seixos grandes no fundo do mar. Aí, veio à tona o sentimento patriótico e orgulhei-me dos nossos areais dourados e limpos e da macieza do fundo do mar. A temperatura de 24 graus das águas é invejável, sem dúvida, mas nada é perfeito!
Após o banho e o passeio pela cidade, entre magotes de turistas, regressámos, não sem antes termos padecido a passagem da fronteira e a demora das formalidades alfandegárias na república de Montenegro.
À noite, após o jantar, o grupo excursionista da Vera Cruz, fez um pequeno convívio, para festejar o aniversário dum companheiro de viagem.

Maria Donzília Almeida

23-08-2012

Legendas: Catedral; Museu Marítimo de Kotor

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A religião do gato

Por Anselmo Borges, no DN

Era uma vez um guru que todas as noites fazia meditação com os seus discípulos. Um dia, um gato entrou na sala e, correndo por todo o lado, perturbou a meditação. O guru ordenou então que se prendesse o gato fora, durante a hora da meditação. Deste modo, todos puderam meditar sem serem importunados. O tempo passou. O guru morreu e foi substituído por outro guru, que tudo fez para que se respeitasse estritamente a tradição, dizendo, entre outras coisas, que era necessário prender um gato fora, durante a hora da meditação. Quando também o gato morreu, procurou-se outro, para prendê-lo fora, durante a hora da meditação. Uma vez que as pessoas não compreendiam o sentido desta medida, apelou-se a teólogos, que escreveram dois grossos volumes cheios de notas sobre a necessidade sagrada de se ter um gato preso fora, durante a meditação da noite. O tempo passou, a meditação caiu fora de uso, já ninguém se interessava por ela. Mas, para respeitar o rito, continuou-se a prender um gato."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

S. Pedro do Moel fascina-me

Pelas praias de Pedrógão a S. Pedro do Moel, passando por Vieira





S. Pedro de Moel fascina-me. Vivendas com bom gosto; nada de prédios em altura; pintadas sobriamente e com pormenores arquitetónicos a condizer; e tudo limpo e asseado. Marcas de uma povoação onde apetece estar. Praias cuidadas e de águas límpidas, mais harmonias com sabor ao Poeta Afonso Lopes Vieira, presente a cada canto. Eu vejo assim S. Pedro de Moel. Haverá quem desdenhe. Haverá quem só saiba ver defeitos, erros e nem sei que mais. É tal qual em todo o lado.






A Praia Velha, mesmo ali ao pé do largo, onde o poeta foi homenageado, está em obras, com máquina potente a arrastar terra e pedregulhos. Garantiram-me que a Praia Velha voltará ao seu espaço de honra. Atraía as pessoas, que ficavam inebriadas pelo colorido dos guarda-sóis numa esplanada que convidava à contemplação do mar. Espero que sim.





Quando hoje lá cheguei, fiquei decepcionado quando vi as obras. Pensei que aquele recanto nunca mais teria assento na estância balnear de fama e proveito. Afinal, vai voltar.


Legendas: Farol recebe-nos à chegada, Monumento a Afonso Lopes Vieira,Piscinas e Praia, Esplanada (foto do meu arquivo).

(Continua)

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Um dia pelas praias - de Pedrógão a S. Pedro de Moel






Hoje foi um dia pelas praias de Pedrógão a S. Pedro de Moel, com passagem por Vieira de Leiria. Nesta última, nem ensaiei o encontro com personagens de O Crime do Padre Amaro, do nosso Eça, mas que me lembrei deles, lá isso lembrei. Nenhuma personagem, porém, estaria entre os banhistas daquela estância balnear. Pelas vestimentas e hábitos, seguramente que não. Outros tempos.








Pedrógão é como as demais praias da região. Não conheço grandes histórias, mas constatei que é bem procurada, com acessos bons. Perto, houve tempo para apanhar camarinhas, recordando bons tempos, na mata de S. Jacinto. E recordei a técnica então usada, que apanhar uma a uma não dá resultado. O neto mais novo, o Dinis, fez a sua primeira experiência de trabalho. É bom que se habitue à ideia de que...

"Quem trabalha e mata a fome,
não come o pão de ninguém,
mas quem não trabalha e come,
come sempre o pão de alguém."

António Aleixo

Legendas: Praia de Pedrógão, Lição de vida ao Dinis, Dinis leva à prática o que aprendeu.

(Continua)

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Postal Ilustrado de Férias - 5

DUBROVNIK


Professor!

“Se querem ver o paraíso na terra, venham a Dubrovnik ”
George Bernard Shaw, 1929




Hoje, 23 de agosto, com a benção da Virgem de Medjugorge no céu e a do Pe Rocha, em terras dos Balcãs, partimos, logo de manhãzinha, à descoberta de Dubrovnic!
É uma cidade da Croácia e o destino preferido de centenas de milhares de europeus. Dubrovnik está rodeada de muralhas e fortificações, no sopé do monte de São Sérgio, que cai a pique sobre o mar. O seu branco casario, aninhado nas colinas, lembraria o presépio, se o Menino ali tivesse nascido Uma cidade que conta com mais de 50,000 habitantes, praias espectaculares, marinas onde atracar um barco ou um iate e numerosas possibilidades de desfrutar umas férias maravilhosas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Postal Ilustrado de Férias - 4





Professor!


O dia de hoje, 22 de Agosto, foi quase inteiramente dedicado à nossa "peregrinação" a Medjugorge! Para isso, tivemos que passar a fronteira da Croácia com a Bósnia Herzgovina, que fica em solo montanhoso, já diferente da sua vizinha. No percurso de autocarro, pudemos constatar os efeitos devastadores da querra e os sinais de ruina em muitas habitações. Notámos menos desenvolvimento que nos países vizinhos e soubemos que ainda hoje se sentem as consequências do conflito armado.Toda a gente tem, ainda, na memória, as reportagens feitas pelos media sobre a luta fratricida que dividiu as três etnias que compõem o país.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Espanha é o filho, Portugal o enteado?

"A Espanha recusou vender 20% do capital da REE, que gere a sua rede eléctrica, aos chineses da State Grid (que controlam a REN em Portugal). O governo espanhol, preocupado com a manutenção de sectores estratégicos nas mãos do Estado, recusou a oferta. Que chegava aos 1150 milhões de euros..."


Li aqui

Férias: Uma volta pela Figueira da Foz





Manhã cedo. O movimento de um dia de praia. A correria habitual com mochilas, sacos, saquinhos e saquetas, porque a praia tem exigências. O fato de banho de alguns já vai colado ao corpo. Mas ainda há toalhas, bolas para os mais novos, lanche e chapéus. Que sei eu do que é fundamental, se raramente, muito raramente mesmo, piso a areia das praias?
Sigo viagem, ajudado por uma bengala, nas subidas mais exigentes, rumo à foz do Mondego, que as àguas são o meu ambiente natural. Nada de banhos, que na juventude fui proibido disso. Doença pulmonar ditava leis naqueles tempos. Hoje é diferente.




Público comprado no quiosque habitual (o homem é um animal de hábitos), passei no jardim por uma tenda de livros, ao jeito de feira. Uma frase reclamava a minha entrada. Dizia assim: "Temos o que não encontra, ao melhor preço."
PLivros fora do mercado ou perdidos nas estantes mais escondidas das livrarias. Ou fechados à chave nos armazéns das editoras. Nas férias terão o seu lugar. Há quem goste de comprar o que já não é novidade. Eu comprei "Sonhos", de Raul Brandão, numa edição de "O Independente", com data de 2004. Em Nota Editorial, Vasco Rosa diz que Raul Brandão foi "sem dúvida um dos escritores que maior fascínio exerceu nas gerações portuguesas do século XX".
"Sonhos" é um livro de inéditos de imprensa - sublinha Vasco Rosa - "extraídos na BN de uma pilha de jornais apodrecidos". Umas boas páginas já cá cantam.




Dos livros passei à marginal, junto à Marina, para saborear o café matinal. Esplanada cheia. A temperatura amena, a ausência de vento e gente que passa ao ritmo de férias completavam o quadro de mais um dia na Figueira da Foz, antes do almoço.


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Um livro de João Gonçalves Gaspar sobre Pio XII

Lançado no Museu Marítimo de Ílhavo




Li no Diário de Aveiro de 19 de agosto
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Postal Ilustrado de Férias - 3

O passeio continua de vento em popa!







Professor!

O passeio continua de vento em popa! As temperaturas são quentes mas o Mar Adriático refresca-nos com as suas brisas frescas! As águas são dum azul cristalino e tão apelativas que inspiraram um arquiteto a engendrar algo , por mim nunca visto! Se calhar sou eu quem tem vistas curtas, sei lá! O mais extraordinário que vi até hoje, foi, sem dúvida o que hoje de manhã, observei em Trogir, uma cidadezinha medieval, património Histórico da Humanidade, à beira-mar - um orgão marinho! Alguém já ouviu falar? Eu vi, hoje e ouvi o som melodioso que o mar faz ao bater e cujo som é propagado até ao passeio em pedra, por onde as pessoas circulam! Apenas uns furinhos na pedra, quase impercetíveis, trazem aos nossos ouvidos os cambiantes que o poderoso elemento oferece! A primeira vez que ouvi, tive a sensação de estar a ouvir um trecho de um grande compositor de música clássica! Afinal, o artista é.....o sempre mar, neste caso preciso, o Adriático!
O orgão fascinou-me....mas o dia foi rico de emoções!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Discurso cristão tem de ser impertinente



«Discurso cristão tem de ser culturalmente impertinente»,  
diz diretor da Pastoral da Cultura, 
Padre Tolentino Mendonça


O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura considera que «o discurso cristão tem de ser culturalmente impertinente» e que «a iliteracia do catolicismo português é um dos seus grandes problemas».
Em entrevista publicada na ediçao deste domingo do “Diário de Notícias”, que transcrevemos, o padre José Tolentino Mendonça fala também da crise, da poesia e da necessidade de afirmar a Teologia no contexto cultural português.

A resposta à crise confirma a tradicional divisão da Igreja: uma para ricos e outra para pobres. Até quando será assim?

Eu não vejo as coisas assim. Pelo contrário, este é um momento de grande unidade e de procura de uma enorme convergência porque são coisas muito essenciais que estão em causa. A dignidade da pessoa humana, a estabilização dos projetos familiares, o grau de realização profissional e de felicidade de cada pessoa e o sentido de uma comunidade nacional. É um património que a crise destapa e que nos obriga a essa grande convergência. Por isso não percebo a pergunta.

Entrevista conduzida por João Céu e Silva
In Diário de Notícias - 19.08.2012

Postal Ilustrado de Férias - 2

É bom ser turista!

Centro de Zagreb

Grutas de Postojna


Professor!

Hoje, domingo, após a missa no mosteiro, em Zagreb, partimos para a capital do país vizinho, a Eslovénia. Começo a perceber porque chamam a estas paragens, as pérolas.... Na realidade, estes povos foram abençoados com uma abundância de belezas naturais, que fazem destes países, um paraíso, uma atração turística, ímpar! A manhã foi passada a visitar a capital, Lyublyana, situada na margem do rio Sava cujo centro histórico é uma delícia para os olhos. Ficámos a saber algo da sua história, contemplámos a profusão de edifícios antigos, em que os vários estilos se misturam, numa forma harmoniosa em que a arte comanda: estilo gótico, neo-clássico, barroco, etc. Até arte nova lá estava bem representada! A cidade desenvolveu-se em redor de Gad, fortaleza do século XII, situada no alto de uma colina.

domingo, 19 de agosto de 2012

Ainda o Dia Mundial da Fotografia


À espera de Nossa Senhora dos Navegantes

Mesmo sem ter o dom de escolher o ângulo certo e o momento exato para registar pessoas, rostos, paisagens, ambientes e eventos em fotografias que possam ficar para a história, pela qualidade e oportunidade, não deixo de ser um amador, que nunca desiste. Um dia, que não sei quando nem onde, hei de saber tirar fotografias que mereçam ser apreciadas. 
Sou do tempo dos caixotes, das máquinas de foles, enfim, das Kodaks, nome genérico como ficaram conhecidas as primeiras máquinas fotográficas, em homenagem às que surgiram com essa marca comercial. Tiradas as fotos, lá íamos com o rolo para a revelação. Como jornalista, tinha de fazer isso regularmente, para depois selecionar as que interessavam. Mas hoje nem vale a pena explicar todas as operações necessárias à impressão das fotografias nos jornais. 

Postal Ilustrado de Férias - 1

Da Pérola do Atlântico, rumámos para as Pérolas do Adriático


Aeroporto de Frankfurt

Catedral de Santo Estêvão e de Nossa Senhora - Zagreb


Animação de rua


Professor!

Da Pérola do Atlântico... do Alberto João, em 1994... rumámos para As Pérolas do Adriático... O mar, sempre presente a acariciar-nos as costas...
Uma pequena escala em Frankfurt, permitiu desenferrujar a língua alemã, que enferruja mesmo, por falta de uso! O movimento cosmopolita de gande aeroporto, permitiu uma pausa e um snack, com a salsicha alemã a fazer as honras da casa! Ainda espraiei a vista naquela mole de gente......talvez vislumbrasse, quem sabe, a Angela Merkl, com quem alguns portugueses gostariam de ajustar umas continhas!
A grande máquina portou-se como tal e tanto a descolagem como a aterragem tiveram a serenidade duma pluma a flutuar no éter...
A primeira pérola apresentou-se sob a forma duma cidade quente, com monumentos ricos em história e animação de rua! Um passeio por Zagreb, sob um sol a dardejar e as informações pitorescas da guia, fizeram-nos penetrar no âmago duma urbe antiga, mas a pulsar de vida. Um bom exercício para ganhar apetite para o jantar!

Mª Donzília Almeida

18.08.2012

Dia Mundial da Fotografia

Fotos de Donzília Almeida, para este dia...

Gatinho lindo


Pardalinho no prato


Pardalinho na rosa


Boris com capa, sentado


Menino Jesus

sábado, 18 de agosto de 2012

A Lei da Vida

Ana Rita Ribau teve a gentileza de me facultar um texto, já premiado, inspirado no seu avô Ângelo Ribau, falecido há dias, como anunciei neste meu blogue, no qual ele colaborou. A Ana Rita como que pressentiu, tempos antes do desenlace do seu avô e meu amigo, e disso deu conta nesta história carregada de amor e de ternura, que o seu fim estaria próximo, como realmente aconteceu. Felicito a Ana Rita, na certeza de que ela continuará a escrever, dando assim seguimento aos gostos e sensibilidade do seu querido avô.

Fernando Martins

Ana Rita com seu avô Ângelo


A LEI DA VIDA 

Ângelo era um velho que há muito tempo combatera em África na Guerra Colonial. Todas as suas vivências, experiências e aventuras ficaram gravadas na sua memória, por isso era um homem cheio de sabedoria, sempre pronto a partilhá-la com quem tivesse paciência para o escutar. 
Ângelo tinha o aspeto típico de um avô: usava grandes óculos, era careca, tinha uma grande barriga, um nariz batatudo, caminhava com um ar pesado e tinha uma voz grossa, envelhecida pelo tempo. Os seus dias eram passados na sala de sua casa, sentado numa poltrona, lendo os seus livros de imensas páginas, sempre com um aquecedor antigo junto aos pés. Uma das muitas qualidades do velho Ângelo era a sua extraordinária sensibilidade para a escrita. 
Não se sabe se era por entretenimento ou se por querer deixar marcados os seus pensamentos e memórias, o certo era que Ângelo escrevia um livro: relatos de um ex-combatente da Guerra. Um grande conjunto de páginas cheias de histórias contadas na primeira pessoa, aquela que no presente vivia para contar aquilo que sentira no passado: os medos, as angústias, as alegrias, tudo o que a sua cansada memória o deixava lembrar. A sua neta Ana Rita incentivara-o a escrevê-lo. A ela o dedicava, porque a sua relação com aquela menina, a sua primeira neta, sempre fora muito natural, com afeição e carinho. 
Ao longo dos anos, ela foi crescendo, as responsabilidades também iam aumentando e o tempo que eles passavam juntos ia diminuindo. Ela adorava a escola e dedicava-se em absoluto aos estudos. Ele mentalizava-se que a idade ia avançando e que o corpo já não estava jovem.

São sempre os mesmos

Pacheco Pereira pergunta, e muito bem, por que razão são sempre os mesmos a ocuparem certos cargos. Eu também acho. Os comentadores das nossas Rádios e Televisões e até de alguns jornais também são sempre os mesmos, dos arredores de Lisboa e do Porto. Não haverá mais no país.  Os cargos de sinecuras (que devem dar bom dinheiro e pouco ou nenhum trabalho) são, igualmente, uma vergonha, cá para mim. Mas que são uma realidade, lá isso são.

Ver o texto de Pacheco Pereira aqui 

Os Papas e o desporto


Por Anselmo Borges



«João Paulo II, o papa dos desportistas, disse-lhes: "Sede conscientes da vossa responsabilidade. Não apenas o campeão no estádio, também o homem com toda a sua pessoa deve converter-se num modelo para milhões de jovens, que têm necessidade de 'líderes' e não de 'ídolos'." E exortou: "Que o desporto esteja sempre ao serviço do homem e não homem ao serviço do desporto." Neste sentido, Bento XVI afirmou que, para os cristãos, a luz da chama olímpica "remete para o Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões, incluindo a desportiva."»

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A beleza da natureza

Recebido por e-mail



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A Amizade


Li, no ZENIT, este aforismo

"Amizade é escutar os outros
como gostarias que te escutassem"



Nota: O problema está nas nossas vaidades, no egocentrismo que nos anima, na ânsia de protagonismo. O problema é esse. Eu assumo esses defeitos, apesar de lutar contra eles há muito tempo. Mas quando é que estarei curado?


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O meu pai


O Meu pai nasceu em 1913 e faleceu em 1975. Era novo ainda e um homem cheio de saúde. Nunca o vi doente. Mas um dia sofreu um enfarte do miocárdio e não resistiu. Na Casa de Saúde da Vera Cruz, em Aveiro, durante quase um mês, lutou para sobreviver. Acabou por falecer. Desde esse dia, a sua imagem e a sua voz nunca me abandonaram. Hoje, contudo, reavivou-se, de forma inesperada, no Navio-museu Santo André, de que foi contramestre a partir da primeira viagem daquele arrastão.
 Na abertura do Festival do Bacalhau, num painel por detrás da mesa onde Ribau Esteves, presidente da Câmara, procedia à inauguração da festa de homenagem ao "fiel amigo", lá estava o nome do meu pai na lista dos antigos tripulantes do Santo André. Armando Lourenço Martins. Que emoção tão grande quanto  pessoal me envolveu, sem ninguém perceber.

VOAR

Por Tolentino Mendonça







Sei de uma rapariga que voa. Chama-se Natsumi Hayashi, é fotógrafa e vive em Tóquio. Digo que ela voa, por ver as suas fotografias, de que gosto tanto. A bem dizer não tenho outras provas. Mas nas suas fotografias, acreditem, ela está sempre a voar. E são muitas centenas de imagens, a horas diferentes, em lugares distantes. Onde quer que se faça ver, Natsumi Hayashi levita, como se pudesse deslocar-se em voo. Às vezes surge um registo por dia, no esplêndido diário, em forma de blogue, que ela mantém. Se quiserem ir espreitar, o endereço é o seguinte: http://yowayowacamera.com/ . Quem lá for fica a saber que esta conversa é a sério e passará a conhecer alguém que voa.

Ler mais aqui

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Casal amigo por terras brasileiras

Em Gramado



A menos de 12 horas de deixarmos ao Rio de Janeiro, depois de uma ausência de quase uma semana, por terras do Rio Grande do Sul, apetece-me dizer como Gilberto Gil: "O Rio de Janeiro continua lindo...", rumo a Portugal e já a mais de 12 horas de termos deixado terras Gaúchas, onde vivemos cinco dias, muito bem vividos, a convite de uns sobrinhos que foram espetaculares, no acolhimento, na disponibilidade, na simpatia, enfim, em tudo. Daqui o nosso muito obrigado e até Portugal, no Natal de 2013.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dia Internacional do Canhoto

Por Maria Donzília Almeida



Ser canhoto foi durante muito tempo um “defeito” que impunha ser corrigido. Ser dextro era a forma correta e normal de funcionar com os membros superiores e inferiores, apesar de ser mais visível no uso da mão direita para escrever e pegar nos objetos.
Ainda não se chegou a uma conclusão sobre a razão porque algumas pessoas utilizam preferencialmente a mão ou o pé esquerdos. É atribuído à genética, já que a incidência nos filhos de pais canhotos é maior - na família real britânica, os reis George II e VI, as rainhas Victoria e Isabel II e os príncipes Carlos e William são canhotos.
No entanto, durante muito tempo, foram olhados com desconfiança e obrigados a usar a mão direita para escrever, com a esquerda amarrada atrás das costas. As crenças antigas também associavam o lado esquerdo a algo conotado como negativo e o exemplo está em expressões como "acordar com o pé esquerdo" para simbolizar que alguém teve um dia mau.
Comemorado a 13 de Agosto desde a década de 70, o Dia Internacional do Canhoto foi instituído com o objectivo de desmistificar o uso da mão esquerda para tarefas habitualmente realizadas com a direita. E, tendo em conta a lista de personalidades canhotas, onde se destacam génios como Albert Einstein, Leonardo da Vinci ou Beethoven, ser canhoto está longe de ser um defeito. Pode ainda ser associado a um caso de genialidade, relacionada com a habilidade artística e visual, uma vez que é o hemisfério direito do cérebro que está nos comandos.
Contam-se entre os esquerdinos famosos:

domingo, 12 de agosto de 2012

Dia Internacional da Juventude


Por Maria  Donzília Almeida 

Donzília na sua juventude

“Nunca ousei ser um radical na juventude. 
Tinha medo de me tornar um conservador depois de velho.” 

Robert Frost

Quando este tema é abordado pela idade sénior, há uma tendência para se assumir o ar paternalista de quem é dono da verdade e para quem a juventude é uma faixa da população a abater! 
Esquecem-se esses que assim pensam, que também já passaram pela mesma fase, cometeram os mesmos erros e as irreverências próprias da idade. 
A juventude que todos invejam, quando já a passaram, é a fase da vida de todos os sonhos, de todas as conquistas, de todas as descobertas. Quem já a ultrapassou, há bastante tempo, sente agora a nostalgia dos “bons velhos tempos”! 
Reportando-me à minha, que decorreu na gloriosa década sessenta/setenta, do século XX, evoco aquela energia incontida, aquele desejo de reformar o mundo! Surge então a época da contestação do status quo, alimentada pelos movimentos pacifistas americanos, que dão corpo a toda a contestação juvenil, um pouco por todo o mundo. Também, por cá, apareceram hippies; também andei de flor no cabelo, também vesti bermudas de ganga, pelo joelho, com franja esfiapada, também partilhei da contestação política que se esboçava na vida académica.... etc

sábado, 11 de agosto de 2012

Faleceu o Ângelo Ribau


O Ângelo na guerra


Faleceu, hoje à tarde, o meu amigo Ângelo Ribau. Amigo desde tenra idade e até ao fim dos seus dias.  E mesmo para além deles, admito eu. Sinto a sua morte como se tratasse a de um familiar muito próximo. O Ângelo também era um assíduo leitor e colaborador dos meus blogues, cujas mensagens comentava e criticava com uma envolvência rara, quer diretamente, quer por e-mail, quer, ainda, pelo telefone.
Estranhei há dias o seu silêncio. Como que adivinhando algo de menos agradável, telefonei e o seu filho Miguel informou-me do internamento do Ângelo no Hospital de Aveiro. Tinha já regressado a casa. Fui visitá-lo no domingo seguinte e percebi claramente que o meu amigo não estava bem. Aguardava a hora de uma intervenção cirúrgica, o que veio a acontecer dias depois. Fui informado que tudo tinha corrido bem. Esperavam-se melhoras, mas aconteceu o pior. O Ângelo já faleceu.

Golpe de Estado Financeiro

Por Anselmo Borges, 
no DN

José Ignacio Calleja

O pior que pode acontecer é o medo, porque não há confiança nem horizonte a abrir caminho. Mesmo sem se ser pessimista, percebe-se que a humanidade se encontra numa encruzilhada e é preciso estar preparado para o pior.
Nestas circunstâncias, não bastam boas intenções. É preciso reflectir e tentar ver claro. Deixo aí alguns pensamentos sobre a crise, a partir de reflexões do teólogo José Ignacio Calleja, prestigiado professor de Teologia Moral Social na Faculdade de Teologia de Vitoria, num texto em que afirma precisamente que "há um golpe de Estado financeiro no mundo, gerido por políticos", sendo necessário "impedir o fascismo social, para poder sair da crise".
É verdade que a crise é também de cultura moral e espiritual, mas não é possível avançar sem uma implicação séria e a fundo na social. Não se pode pretender fugir ao problema social, invocando apenas o caminho da crise espiritual e de valores. "Nada mais alienante e falso do que a religião desencarnada."
Aí ficam, pois, algumas reflexões fundamentais.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

"Tou quinda!"


Chega de Bois

Numas férias de agosto, em Chaves, fomos, com uma família amiga que nos acolhia com imensa amizade, a família Fernandes, de António (infelizmente já falecido) e Nazaré, até Montalegre, com o destino assente na Chega de Bois, tradição daquela zona. Dia quente, com temperatura abafada, prenunciando trovoada, no dizer dos entendidos. A viagem correu bem, apesar das curvas e contracurvas desgastantes.
Tinha ouvido falar e lido bastante sobre a etnografia transmontana, graças aos trabalhos publicados, na altura,  por Barroso da Fonte, Lourenço  Fontes (o célebre Padre Fontes, de Vilar de Perdizes), Alberto Machado, Santana Dionísio e outros. A curiosidade era muita, apesar de não gostar de lutas brutais, quer entre pessoas quer entre animais, mas conhecer a tradição, ao vivo, aguçou-me o desejo.
Quando chegámos a Montalegre, o céu estava pesado de negro, fazendo adivinhar chuva forte e trovoada rija. Assim foi. Bem lá no cimo, perto do Castelo,  a chuva, grossa e intensa, parecia adivinhar um dilúvio. Em simultâneo, cai sobre nós, assustados nos carros, uma girândola de trovões e relâmpagos como nunca tínhamos visto. Era, realmente, de meter medo ao mais corajoso. E nunca mais acabava aquela cena aterradora.
O tempo, de curtos minutos terríveis, parecia sem fim. Mas lá passou e de imediato depois solta-se um sol radioso. Haverá Chega de Bois? — foi pergunta que ficou no ar.