terça-feira, 10 de abril de 2012

Ribau Esteves defende que é preciso fazer mais e melhor


Presidente da Câmara no uso da palavra
 

«É um dia de festa, de avivar a nossa memória coletiva, a história, a cultura, o povo que fomos e somos, com a certeza de que o futuro começa hoje sendo um apelo e ao mesmo tempo um convite a cada um de nós para ser parte ativa na sua construção.» Com estas palavras, António Francisco das Neves Vieira, presidente da Assembleia Municipal, abriu a sessão solene comemorativa do Feriado Municipal, que teve lugar no salão nobre dos Paços do Concelho, na segunda-feira da Páscoa, 9 de abril. 
O Presidente da Assembleia Municipal dirigiu «uma saudação muito amiga e fraterna a todos os ilhavenses, onde quer que se encontrem», nomeadamente, aos emigrantes e homens de mar, «que honram o bom nome de Ílhavo por esse mundo de oceanos, mares e portos». E ainda evocou a memória de todos os autarcas, «de modo muito particular os que já partiram e que nos devem servir de estímulo para continuarmos a servir a nossa terra». 


João Senos homenageado

Na uso da palavra, a encerrar a sessão, o presidente da autarquia ilhavense, José Agostinho Ribau Esteves, sublinhou que o feriado municipal é festa, porque temos uma comunidade que se encontra e cresce, na qual fortalecemos «os laços entre os cidadãos e as suas instituições, dando contributo para uma existência mais conseguida e mais feliz». 
Ribau Esteves evocou os homens e mulheres «que dão vida a cada dia, que participaram e participam na construção desta “Casa de Todos”, que partilham sonhos, energias e trabalhos, que sofrem com derrotas e erros, e que cantam e rejubilam com as vitórias e as virtudes». E evocou «memórias de tantas histórias vividas ao longo de muitos séculos, que nos responsabilizam e impelem a receber com determinação e esperança, o futuro que vai chegando a cada dia». 

Presidente da CMI com vereação


O presidente da Câmara Municipal de Ílhavo lembrou as obras importantes realizadas nos dois anos e meio do presente mandato, para de imediato frisar que vivemos com o peso de «delicadas notas de alerta», com «momentos de grande dificuldade como País e como Povo». E acrescentou: «Portugal está perante um desafio enorme que urge encarar de frente: constatar os erros, definir caminhos de profunda reforma do seu Estado e da sua Economia, terminar com escandalosos privilégios de uns tantos e dar prioridade aos cidadãos.» 
O autarca ilhavense defendeu que é fundamental reformar o Estado português, tornando-o «mais eficiente e eficaz», mas também mais próximo dos cidadãos. E logo adiantou que reformar não é fechar Tribunais, mas «agilizar procedimentos e cortar privilégios»; não é fechar Extensões de Saúde, mas «moralizar definitivamente a relação promíscua entre o setor público e privado», agindo em função dos cidadãos; e não é extinguir algumas freguesias, porém, «redesenhar todo o Poder Local e as competências das várias componentes». 
Ribau Esteves propôs a construção urgente «de uma nova Portugalidade», apoiada numa «cidadania mais ativa, mais atenta, mais exigente e mais solidária, num envolvimento saudável entre a gestão do individual e do coletivo». 
Na parte final do seu discurso, o autarca alertou para a premência de «fazer mais e melhor. Nem sempre mais, mas sempre melhor», fazendo «das fraquezas, forças», do «engenho, arte, realização e solidariedade». 
O representante do CDS-PP, António Pinho, falou da formalização pelo Governo do pedido de ajuda externa, «tardio e inevitável», que se traduziu «numa clara limitação da nossa soberania», referindo que tudo é determinado pela «tristemente célebre Troika», que mais não será que «a personificação da incapacidade para resolver os nossos próprios problemas». Urge, por isso, «a necessidade de afirmarmos uma cidadania forte e consciente», numa altura em que o «todo-poderoso e supostamente protetor Estado foi deixado praticamente em coma», tornando-se muito importante o papel «a desempenhar pelos cidadãos». 

Câmara Municipal em dia de feriado

Paulo Trincão, do PS, distinguiu, na sua intervenção, o Museu Marítimo de Ílhavo que completará, no próximo 8 de agosto, as bodas de diamante. E adiantou: «Lugar de memória dos ilhavenses que o criaram, o Museu começou por assumir uma vocação etnográfica e regional», sendo hoje «testemunho da forte ligação dos ílhavos ao mar e à Ria de Aveiro». 
Paulo Trincão avançou com algumas considerações sobre o Museu Marítimo, que está a tornar-se numa estrutura «que se autointitula “Museu, Aquário, Investigação”, ao nível nacional, abordando três vetores, «que só uma equipa profissional, trabalhando a tempo integral, e de invulgar competência, conseguirá transformar num projeto de sucesso». 
Sem pôr em dúvida «o virtuosismo deste ambicioso projeto», o representante do PS não deixou de se «questionar sobre em que bases, organização estrutural, recursos humanos e modelo de sustentabilidade assentará esta extraordinária renovação». E frisou, noutro passo do seu discurso, que «o Museu Marítimo de Ílhavo como nós o conhecemos morrerá no dia da inauguração do aquário. Este novo recurso será de tal forma atraente, que só com muita dificuldade os públicos se interessarão por exposições de museologia de objetos passivos». 
António José Flor Agostinho, do PSD, recordou as comunidades de ilhavenses espalhadas pelo mundo, que «trabalharam ativamente e arduamente pelo progresso da nossa terra, nos órgãos autárquicos, no movimento associativo, nas empresas ou em nome individual». Voltando-se para a situação do país, Flor Agostinho referiu que «os sinais são de grande preocupação e insegurança no futuro», sendo certo que as medidas de ajustamento assinadas com a Troika «estão a provocar uma retração na economia, a qual induz uma destruição significativa no tecido económico, e necessariamente agrava os níveis de desemprego». 
Fixando-se no nosso concelho, considera-o «próspero, empreendedor, modernizado, desenvolvido, liderante em múltiplas entidades distritais e nacionais», proporcionando «boa qualidade de vida aos seus munícipes e aos que nele trabalham, ou [aqui] passam algum do seu tempo de lazer e de cultura». 
O representante do PSD realçou, finalmente, «a quantidade e a qualidade das prestações de serviços disponibilizados [pela autarquia] no âmbito da educação, da juventude, da formação profissional, da cultura, do apoio social aos mais carenciados e à terceira idade». 
A autarquia homenageou, nesta sessão, três funcionários do município: Medalha de Dedicação de Vermeil para Eng. Gilda Soares (28 anos de funções na autarquia), Sr. Júlio Ribeiro (25 anos); Medalha de Dedicação de Prata para Dr. João Cruz Senos (22 anos).

Fernando Martins

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