sexta-feira, 2 de março de 2012

CARREIRISMO NA IGREJA CATÓLICA

DESFOCAGEM INÚTIL, 
DENÚNCIA NECESSÁRIA, URGÊNCIA DO ESSENCIAL

Um texto de António Marcelino





De quando em quando surgem na Igreja acontecimentos de cariz menos evangélico, que põem em causa o essencial. São fracassos e cedências à natureza humana e a um passado caduco, que nada trazem de positivo para a missão da Igreja, antes a deslustram e dificultam. Os confrontos surgem, e ainda bem, mesmo que dolorosos. Os últimos dias foram cheios: novos cardeais em festa, opiniões sérias sobre a sua escolha e sentido presente e futuro, da mesma, críticas objetivas a gente de carreira eclesiástica, que mais parece mover-se por interesses que pela causa do Reino.
Ao longo dos tempos nem tudo terá sido suficientemente evangélico nos serviços da Igreja. De tempos a tempos, é tal a fervura que a tampa salta. Para tudo há explicações, mesmo quando pouco ou nada explicam. O carreirismo, que o atual Papa já denunciou várias vezes, com veemência, em situações solenes, foi e continua a ser uma chaga pestilenta na vida da comunidade eclesial. Jovem padre, senti esta pecha em Roma e regressei triste. Paulo VI, ao internacionalizar a Cúria romana, quis ir às raízes do mal. Monsenhor em Roma não vale nada, bispo pouco, cardeal tudo. Ora, este ponto alto de uma “carreira” está envenenado pelas ânsias, influências e favores que suscita. Conheci, em Roma, ao longo dos anos, cardeais santos. Santos de altar.
50 anos depois do Concílio, seria bom que a Igreja se libertasse destas misérias. É possível e urgente. A coincidência de factos e notícias, agora na ribalta, não é inócua. A Igreja de Cristo é santa, mas apela, diariamente, à contínua conversão de todos os seus membros. Aí está a Quaresma, a dar eco a este apelo, que ninguém está dispensado de ouvir e de tomar a sério.
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