segunda-feira, 28 de novembro de 2011

FADO ELEVA A NOSSA AUTOESTIMA






Fado, Património Imaterial da Humanidade
Maria Donzília Almeida
Portugal acorda, no dia 27 de Novembro, domingo, com a notícia de que o fado fora elevado à categoria de património da humanidade. Foi recebida com júbilo, no bairro de Alfama em Lisboa, berço desse canto que se tornou símbolo de todo um povo.
Até o Museu do Fado, permaneceu, excepcionalmente, aberto na noite de sábado, à espera da decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (Unesco). Desde sábado, os portugueses estavam ligados aos meios de comunicação, que regularmente davam informações sobre a reunião do comité da Unesco em Bali, Indonésia. Assim que se soube da decisão favorável, começaram a chegar as reações oficiais.
"Este reconhecimento é uma fonte de orgulho para todos os portugueses", escreveu o presidente da República, Anibal Cavaco Silva, em mensagem publicada no site da presidência, no qual homenageou os "cantores do fado, os poetas, os músicos, os compositores que contribuíram para torná-lo melodia universal".
"Graças à decisão, muitas pessoas mais vão conhecer o fado e sua riqueza", congratulou-se, por sua vez, o cantor Camané, também conhecido como "o príncipe do fado".
Essa forma de expressão popular surgiu no século XIX nos bairros de Lisboa banhados pelo Tejo, o ponto de partida dos marinheiros portugueses rumo à conquista de um imenso império colonial que se estendia da América do Sul à África, passando pela Ásia. Essa canção dolente, que fala da ausência, da partida ou da nostalgia, nasceu da melancolia que reinava nos portos da capital nessa época.
No século XX, esse canto impôs-se como símbolo da cultura portuguesa. Foi divulgado pela diva Amalia Rodrigues, falecida em 1999, que levou o género musical a todo o mundo. Atualmente, o fado goza de grande vitalidade, graças a uma geração de artistas que renovou o seu estilo.
Desde Mariza a Cristina Branco, passando por Carminho e Ana Moura, Carlos do Carmo, Camané, o canto da "saudade" é ouvido em todos os recantos, sinal de sua universalidade.
Portugal e o Fado tiveram de esperar quase dois dias para saber se a emblemático género musical português viria a ser considerada património imaterial da humanidade. Ontem, mediante votação, a candidatura portuguesa foi finalmente aceite.
A notícia do feito chegou ao nosso país via sms: O Fado já é património imaterial da humanidade, escreveu Sara Pereira, directora do Museu do Fado a partir de Bali, na Indonésia.
Recorde-se que o Fado era uma candidatura favorita, já que em Outubro a comissão de peritos da UNESCO a considerou “exemplar”.O processo começou a ser preparado há 6 anos e foi formalizado em Junho de 2010.
O reconhecimento permitirá dar continuidade à proteção desse património artístico, através de uma rede de arquivos, bem como a de todos os lugares e objetos vinculados à perpetuação dessa arte. Neste momento em que os ânimos andam tão caídos, esta notícia veio trazer uma lufada de ar quente, para aquecer no frio deste inverno e elevar um pouco a nossa autoestima.
28.11.2011

1 comentário:

  1. O fado é a alma do povo português! Em qualquer parte do mundo, onde se encontrem dois ou três portugueses, aí se canta o fado. Não há nada que mais defina o sentimento deste povo, do que este tipo de canção que só a nós pertence.O facto de Portugal ter sido um país de navegadores, com ausências enormes e famílias separadas, fez desabrochar esta expressão da saudade!

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