segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dia Mundial da Poupança - 31 de Outubro



NO POUPAR É QUE ESTÁ O GANHO...
Maria Donzília Almeida 

“No poupar é que está o ganho, não é no casar cedo!”dita o aforismo popular, que ainda está na memória de muita gente. Já na altura, o povo dizia de forma premonitória, que o casamento não era uma boa forma de investimento, muito menos de poupança! Desde sempre, esta instituição foi um aforro de fracas garantias, podendo-se dizer que a decadência em que se encontra, hoje, mantém a tradição, cada vez mais renovada! 
O ato de poupar é inerente ao homem e lembro-me de, em pequena, me ter sida incutida a ideia de possuir um mealheiro, que em linguagem popular, adquiria a corruptela de “migalheiro”! Este termo fazia jus ao sentido que se dava ao objeto, pois era o depósito das pequenas e grandes migalhas que se lhe iam ganhando na nossa meninice! 
Com a evolução social que se verificou após a instauração da democracia, pareceu assistir-se a uma considerável melhoria do poder de compra da classe trabalhadora. As pessoas habituaram-se a comprar indiscriminadamente, o essencial e o supérfluo, numa submissão cega, aos ditames da sociedade de consumo. Para isso, muito contribui o efeito nefasto da publicidade, que chega a criar nas pessoas, necessidades que elas não têm. As instituições financeiras andam sempre de mão dada, pois estão sempre na mira de satisfazer as necessidades/sonhos de cada um. As facilidades de crédito são tão aliciantes quanto convincentes, chegando ao extremo de acenarem com a promessa de: “Viaje hoje, pague amanhã!” Desta forma, houve uma corrida desenfreada ao crédito e ao sobre-endividamento, colocando os agregados familiares em sérios apuros. 

domingo, 30 de outubro de 2011

COMISSÃO NACIONAL JUSTIÇA E PAZ PRONUNCIA-SE SOBRE O OE - 2012

"Damo-nos conta, também, e com particular cuidado, de que o OE-2012 revela uma chocante insensibilidade social, expressa em múltiplos aspetos com destaque para os seguintes: a drástica redução dos rendimentos disponíveis das famílias, quer pela via dos cortes salariais, quer pelo aumento de impostos diretos e indiretos, com consequências dramáticas para um aumento drástico da incidência da pobreza e das desigualdades na repartição do rendimento. Por outro lado, o facto de serem os salários e as pensões dos funcionários públicos o alvo prioritário da austeridade põe em causa princípios de justiça e de estado de direito.
Acresce que estas medidas não ponderam, como se imporia, a sua respetiva incidência em outras variáveis macroeconómicas, nomeadamente o consumo e a procura interna, que tenderão a contrair-se e, por essa via, a diminuir as receitas do Estado e a concorrer para a desaceleração da atividade económica.
O argumento da inevitabilidade de cortes nos rendimentos do trabalho é, ainda, menos convincente quando, por exemplo, se verifica que ficam praticamente intocados os rendimentos de capital, que são, como se sabe, prevalecentes entre os mais ricos."
Ver aqui

AO SABOR DA MARÉ

1. Ao declarar que não vale a pena fazer demagogia, Passos Coelho adiantou que só vamos sair da situação de crise em que nos encontramos "empobrecendo". Trata-se de uma afirmação forte, de tal modo que até nos custa acreditar nela. Mas não há dúvida nenhuma que, tanto quanto vamos percebendo, é mesmo isso o que se vai verificar. Os despedimentos estão à vista, os salários e pensões tendem a estagnar e o número de portugueses com dificuldades de subsistência é cada vez maior.
A verdade é que estávamos habituados a ouvir propaganda irrealista e falsa, que nos foi embebedando ao longo do tempo, como se houvesse num qualquer canto do Estado umas máquinas de fazer dinheiro. Mas afinal não houve nem haverá. Agora, há que acreditar que vamos cair para o nível provavelmente mais baixo da nossa história recente. Partindo do zero, não será fácil a vida de ninguém. Velhos e novos terão mesmo que se posicionar para novas batalhas de subsistência, de redução de despesas, de poupança, de rejeição do supérfluo, de luta por uma vida digna.
2. Vasco Lourenço, um Capitão de Abril, fez umas afirmações fortes durante a passada semana, ao jeito de quem está preparado para mais uma revolução. Chamou mentirosos aos que nos têm governado e disse que as Forças Militares estarão sempre ao lado do povo, se o Governo mandar reprimir as manifestações populares. Contra o Governo, obviamente. No mínimo, é uma afirmação ousada. Teríamos de um lado o povo com os militares e do outro o poder político e democraticamente eleito, com as Forças de Segurança, do outro. Poder político saído, curiosamente, da intervenção dos Capitães de Abril. Temos de convir que esta ideia, meramente teórica, seria um desastre se fosse levada à prática. Vamos esperando e vendo.
3. Participei na segunda-feira, 24, num debate sobre comunicação social e pobreza em Portugal, conforme dei notícia neste meu espaço. Confesso que fiquei preocupado com o que ouvi. Não foram informações novas as ali relatadas, mas vistas sob diversos ângulos tiveram um maior impacto. Fizeram-me pensar sobre esta sociedade que não consegue ser justa nem lutar por uma mais equitativa partilha de bens, sobretudo em resposta aos apelos de quem passa fome.
Por mais instituições que surjam em todo o lado, por mais imaginação criadora que nasça dos mais diversos atores da ação social, a verdade é que os pobres são cada vez mais, perante a inoperância das comunidades e dos poderes instituídos. Os novos pobre precisam da intervenção de nós todos. Mesmo a Igreja Católica não pode abrandar na luta contra a pobreza. A este propósito, cito o Padre Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Antipobreza: nesta altura em que "o empobrecimento é inevitável, a Igreja devia estar mais capaz de se inserir na mudança da sociedade". Mais: "a Igreja tem metido muita água" na luta contra a pobreza.
FM

Poema de Sophia para este tempo




Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades

Sophia de Mello Breyner,
Exílio

Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO 

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Uma reflexão para este domingo



VÓS SOIS TODOS IRMÃOS
Georgino Rocha

A prova está feita e a conversa acabou. Os diálogos não resultaram. A tensão era crescente. E a provocação que os desafios colocavam acaba por alcançar o seu objectivo: a eliminação do Nazareno era inevitável. Jesus sabia-o perfeitamente. Por isso, abre o seu coração e desabafa com os discípulos e a multidão. Diz coisas tremendas dos responsáveis do templo e dos mestres do povo, coisas que a comunidade de Mateus certamente avoluma, anos mais tarde quando o confronto adquire novos contornos.
Jesus reconhece a autoridade dos letrados escribas e fariseus no conhecimento da lei. E aconselha a que sejam escutados nos seus ensinamentos, a que sejam considerados pelo que dizem como mestres que se sentam na cátedra de Moisés. Com efeito, gozavam oficialmente, de grande sabedoria e de enorme prestígio e influência, pois sentar-se nesta cadeira era tomar parte na missão de quem, em nome de Deus, dera os mandamentos da aliança ao povo. Grande conselho que Jesus dá: apreciar quem sabe, reconhecer a fonte da autoridade, estar atento ao modo como esta é exercida. A ignorância, o menosprezo, a indiferença, e tantas outras atitudes que ainda hoje se verificam, não espelham o melhor da nossa humanidade e vão cavando o fosso da insociabilidade.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 261


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 44 



A BICICLETA DOS RECADOS 

Caríssima/o:

Ora bem!...
Será que, apesar de maletas laterais a abarrotar, porta-bagagem ocupado, quadro com pesadinho saco de batatas, ainda haja espaço para mais algum recado? 
Segundo Manuel Alegre há sempre a novidade de um renovado recado!

«Bicicleta de Recados

Na minha bicicleta de recados
eu vou pelos caminhos.
Pedalo nas palavras atravesso as cidades
bato às portas das casas e vêm homens espantados
ouvir o meu recado ouvir minha canção.
Na minha bicicleta de recados
eu vou pelos caminhos.
Vem gente para a rua a ver a novidade
como se fosse a chegada
do João que foi à Índia
e era o moço mais galante
que havia nas redondezas.
Eu não sou o João que foi à Índia
mas trago todos os soldados que partiram
e as cartas que não escreveram
e as saudades que tiveram
na minha bicicleta de recados
atravessando a madrugada dos poemas.

Desde o Minho ao Algarve
eu vou pelos caminhos.
E vêm homens perguntar se houve milagre
perguntam pela chuva que já tarda
perguntam pelos filhos que foram à guerra
perguntam pelo sol perguntam pela vida
e vêm homens espantados às janelas
ouvir o meu recado ouvir minha canção.

Porque eu trago notícias de todos os filhos
eu trago a chuva e o sol e a promessa dos trigos
e um cesto carregado de vindima
eu trago a vida
na minha bicicleta de recados
atravessando a madrugada dos poemas.

Manuel Alegre»


Manuel

sábado, 29 de outubro de 2011

Deus não pode ser objecto de provas científicas


"O ÚLTIMO SEGREDO" (1)
Anselmo Borges

Coube-me, a pedido da Gradiva, apresentar O Último Segredo, de José Rodrigues dos Santos. No sábado passado, na Sociedade de Geografia, com mais de 500 pessoas presentes. O que aí fica é a primeira parte de uma breve síntese do que aí disse.

1. Vamos supor que se descobriram os restos mortais de Jesus Cristo num túmulo de família. Agora, a partir do seu ADN, como não tentar cloná-lo, se ainda por cima o projecto for no sentido de o Jesus clonado instaurar a paz no mundo? Arranje-se uma intriga, com assassinatos pelo meio, dentro de um thriller, a partir dos interesses de uns em levar a ideia por diante e a perseguição de outros, que têm medo da sua concretização por motivos diversos, e temos material para uma história de enredo apelativo. Se, no meio da intriga, se vão descobrindo alegadas "fraudes" na Bíblia e se anuncia "a verdadeira identidade de Jesus", temos os ingredientes para o sucesso. Mesmo se o tema da clonagem de Cristo não é original, pois já há tempos apareceu um romance com esse tema.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Em Assis: Paz, culturas e religiões



Os crentes e os que procuram
Rui Jorge Martins 

O Papa Bento XVI viajou hoje de comboio do Vaticano até Assis para um encontro que reuniu cerca de três centenas de responsáveis de mais de 150 religiões e tradições religiosas. 
A iniciativa, que decorreu sob o lema “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”, assinalou o 25.º aniversário do encontro inter-religioso que João Paulo II promoveu também na cidade italiana. 
Na parte final da sua intervenção, Bento XVI falou das pessoas que procuram Deus e da sua relação com os crentes. 
«[Existem] no mundo do agnosticismo em expansão (...) pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus. 
Tais pessoas não se limitam a afirmar «Não existe nenhum Deus», mas elas sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho d’Ele. São “peregrinos da verdade, peregrinos da paz” (...). 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Painéis cerâmicos: Gafanhões na diáspora

(Clicar na imagem para ampliar)

Aqui fica um painel cerâmico muito expressivo e realista. Como dá a entender, trata-se de uma família da Rua São João de Brito, na Gafanha da Nazaré, com ligações internacionais, o que prova à evidência como os gafanhões, à semelhança de muitos outros portugueses, certamente, andam espalhados pelo mundo, com as suas devoções. Ao lado da informação e pedido, estão as imagens do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora de Fátima com os pastorinhos.

Se não formos capazes de ser inteligentes e colaboradores, a crise será cada vez maior


Clamor dos pobres numa sociedade de ricos? 
António Marcelino 

«A situação económica é grave, muitas pessoas, por vezes as mais débeis, estão fortemente atingidas, a classe média, que antes vivia com um certo desafogo, embora com regras, encontra-se em derrapagem. Os problemas multiplicam-se, tanto mais quando não se enfrentam em conjunto. Quem tem de decidir encontra-se ante forças antagónicas que ou apoiam ou nada encontram de válido nas decisões anunciadas ou tomadas.» 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

POPULAÇÃO PORTUGUESA VIVE SITUAÇÃO DE POBREZA

Vasco Lagarto, Ana Margarida, Jorge Ferreira, Maria José Santana,
 Luís Loureiro, Rogério Cação, João Seabra e Sandra Araújo

“O papel da comunicação social na criação de representações, atitudes e comportamentos face à pobreza e exclusão social” foi tema de debate, ontem, no salão nobre da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, promovido pela EAPN Portugal – Rede Europeia Anti-Pobreza. A ação foi organizada em parceria com a Amnistia Internacional e com o Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações do ISEG, no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que ocorreu no passado dia 17 deste mês. Na mesa redonda, moderada por Sandra Araújo, diretora executiva da EAPN, participaram Ana Margarida Almeida (Universidade de Aveiro), João Seabra (ligado a cidadãos em situação de vulnerabilidade social), Jorge Pires Ferreira (Correio do Vouga), Luís Miguel Loureiro (RTP), Maria José Santana (Diário de Aveiro), Rogério Cação (FENACERCI) e Vasco Lagarto (Rádio Terra Nova). 
Esta iniciativa teve como objetivos contribuir para a informação e sensibilização do público em geral sobre a natureza dos fenómenos da pobreza e da exclusão social, destinando-se a profissionais e voluntários que desenvolvem a sua atividade junto das comunidades locais, bem como da comunicação social e da população em geral. 


Quase metade da população portuguesa vive em situação de pobreza e essa realidade tende a aumentar nos próximos cinco anos, revelou Sandra Araújo, citando um estudo com data de 2009 sobre a perceção da pobreza em Portugal. E sublinhou que o inquérito não se enganou, como hoje está provado, sendo as causas atribuídas ao Governo, ao Estado e à UE. Curiosamente, os inquiridos não se autorresponsabilizaram pela pobreza no nosso país.
Considerando que se apontaram como fatores desta situação a falta de água, luz e quarto de banho em suas casas, quando é certo que o conceito de pobreza diverge de país para país e de continente para continente, foi realçado que cabe à comunicação social (CS) a denúncia daquelas realidades, fundamental na luta pela erradicação da pobreza, na certeza de que todos temos, referiu Sandra Araújo, de nos assumir como atores estratégicos nessa luta, até porque «é possível fazer muito com pouco dinheiro». 
Vasco Lagarto defendeu a ideia de que a questão em análise não deve ser abordada apenas pela aposta na erradicação da pobreza, mas sim pela criação da riqueza, tendo em consideração que se não pode repartir o que não há. Afirmou que «a ajuda que está a chegar a África mata a criatividade e impede o crescimento». Adiantou a moderadora que «crescimento económico não significa menos pobreza». 

Por sua vez, Rogério Cação disse que é urgente «distribuir melhor a riqueza que temos» e salientou que somos, realmente, «uma sociedade geradora de desigualdades, porque não vivemos numa sociedade em que a regra seja a igualdade». Denunciou que «há negócios à volta da pobreza» e referiu que «não é pobre quem quer», frisando que «a riqueza não é hereditária, mas que se herda». 
Luís Loureiro esclareceu que os media tornam visível o que existe no espaço público, mas logo afirmou que «há tanta luz no espaço visível que até já nem vemos nada». Denunciou «a batalha» que existe entre os diversos órgãos da comunicação social (OCS) que espalham ideias, tornando-se urgente fazer mais «alguma coisa»; se não se faz mais, é porque na CS «tempo é dinheiro». 
Jorge Pires Ferreira denunciou que a TV reproduz o que «durante o dia vem nos jornais», duvidando da influência que as televisões exercem sobre as pessoas. Referiu a necessidade de se «apresentarem casos positivos» e divulgarem «boas ideias». 
Maria José Santana considerou as limitações de tempo e de espaço em alguma CS, enquanto pediu mais «diálogo entre mediadores sociais», diálogo «nem sempre fácil». E para João Seabra, o papel dos media é preponderante na luta contra a pobreza. Adiantou, nessa linha, que o trabalho rápido que é feito pelos OCS «nem sempre é correto», o que contribui para «influenciar negativamente a opinião pública». 
Ana Margarida Almeida disse que o papel da CS «num futuro próximo pode ser radicalmente diferente», já que as gerações que estão a caminho «terão comportamentos também radicalmente diferentes». Adiantou que os efeitos da CS nas populações «não se podem medir em dois ou três anos», havendo «défice na formação da pessoa humana» a vários níveis. 
Sandra Araújo frisou ainda que o combate à pobreza não pode apoiar-se «só a partir da ação mais assistencialista e mais caritativa», sendo imperioso «dar condições às pessoas para a participação [na construção do seu futuro] sem as formatarmos». E partindo do princípio de que os media «não mudam nada», admitiu que «podem influenciar». 
Para Vasco Lagarto, «ganhámos liberdade [com o 25 de Abril], mas não perdemos a dependência do Estado». E para Jorge Ferreira, os órgãos de CS «são servidores da sociedade, mas não podem preocupar-se apenas com a erradicação da pobreza». 

Fernando Martins 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A hipocrisia política

Eu imagino quão difícil deve ser governar um país. Quantas vezes, por razões de Estado, é preciso conviver ou lidar com ditadores e tiranos. Foi assim com Khadafi e com outros, ao longo dos tempos. O petróleo e o gás natural, a par de outros interesses empresariais, levaram governantes de todos os quadrantes a receber o ditador líbio, com palmadinhas nas costas e sorrisos de orelha a  orelha. Mas quando o tirano caiu em desgraça, não faltaram antigos amigos a denunciar as suas atrocidades e a pedir a sua derrota. Razões de Estado, dizem. Ou melhor: passar para o outro lado da barricada, porque o petróleo continua por lá em abundância.A hipocrisia sempre me chocou, esteja ela onde estiver. Neste caso, o melhor seria os políticos ficarem caladinhos...

domingo, 23 de outubro de 2011

Novo livro de José Rodrigues dos Santos questiona imagem de Jesus transmitida pela Igreja





«O escritor e jornalista português José Rodrigues dos Santos apresentou hoje em Lisboa o seu novo livro, intitulado ‘O último segredo’, afirmando que os textos do Novo Testamento, os mais importantes do cristianismo, incluem várias “fraudes”.
Aos jornalistas, o escritor declarou que muita desta informação está fechada em “ambiente académico”, que não é do conhecimento do grande público.
José Rodrigues dos Santos acredita ter apresentado “uma imagem diferente de quem era Jesus” com base nos textos da própria Bíblia.
“Nem um único autor do Novo Testamento conheceu Jesus pessoalmente”, disse, no lançamento da obra, perante mais de 500 pessoas, antes de acrescentar que os Evangelhos “são textos anónimos”.
No livro, o autor diz basear-se em “informações históricas genuínas” para apresentar uma obra em que procura “a verdadeira identidade de Jesus Cristo”, fruto de uma investigação que o levou, por exemplo, a Jerusalém.
Esta tarde, Rodrigues dos Santos assinalou que o seu livro “não é um fim, um ponto final, mas um ponto de partida, misturando ficção com não ficção, permitindo aos leitores irem investigar”.»
Ler mais aqui e aqui

Ainda Santa Joana Princesa, Padroeira da Cidade e Diocese de Aveiro



Texto de Monsenhor João Gaspar

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Princesa Santa Joana há trezentos anos venerada num precioso mausoléu


No dia 23 de Outubro de 1771, os restos mortais de Santa Joana foram trasladados para o túmulo desenhado por João Antunes. Monsenhor João Gaspar assinala com este texto o tricentenário de um acontecimento marcante na então vila de Aveiro


Em 1595-1597 e em 1599-1602, exerceu o cargo de prioresa do Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a madre Inês de Jesus ou de Noronha, senhora activa, disciplinadora, renovadora e empreendedora. A sua nobreza de carácter não lhe consentiu que os despojos da Princesa D. Joana continuassem guardados em modestíssima osteoteca, embora patente no meio do coro de baixo, para onde haviam sido transferidos à volta do ano de 1578, depois de exumados da campa rasa. Por 1602-1603, o caixão interior, que continha as relíquias, foi encerrado noutro cenotáfio, de forma sepulcral, de maior grandeza e artifício, além do material ser mais condigno – ébano, coberto e ornado por marchetes de bronze dourado. O ataúde, ostentando o brasão da Princesa, foi colocado no mesmo lugar, agora sobre um supedâneo de pedra de Outil, e cercado de grades torneadas, com semelhantes ornatos de bronze.
Decorrido pouco mais de um século, após um minucioso processo canónico nas respectivas instâncias da Santa Sé, o papa Inocêncio XII, em 04 de Abril de 1693, mandou publicar o breve da beatificação equipolente “Sacrosancti Apostolatus cura”; por tal documento foi oficialmente confirmado o culto imemorial de Santa Joana. Na sequência do faustoso acontecimento, logo sucederam celebrações festivas em vários lugares. O Paço Real, em Lisboa, por ordem de el-rei D. Pedro II, foi dos primeiros a dar exemplo. Em Junho, no Mosteiro de Jesus, D. João de Melo, bispo de Coimbra, que apelidava a Princesa como a “sua Santa”, celebrou Missa pontifical, prometendo participar nas solenidades da beatificação, que viriam a realizar-se no ano seguinte de 1694. E assim aconteceu. De Coimbra vieram a Aveiro os cantores da Capela da Catedral para o oitavário, que culminou, em 12 de Maio, com a faustosa celebração da Eucaristia e com uma imponente procissão; nesta foi levada a primeira imagem da Santa Princesa, em bela escultura em madeira, para a qual se levantou um sumptuoso altar lateral no interior da igreja de Jesus.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Poema para este domingo



O funcionário cansado
 
   A noite trocou-me os sonhos e as mãos
   dispersou-me os amigos
   tenho o coração confundido e a rua é estreita
   estreita em cada passo
   e as casas engolem-nos
   sumimo-nos
   estou num quarto só num quarto só
   com os sonhos trocados
   com toda a vida às avessas a arder num quarto só
 
   Sou um funcionário apagado
   um funcionário triste
   a minha alma não acompanha a minha mão
   Débito e Crédito Débito e Crédito
   a minha alma não dança com os números
   tento escondê-la envergonhado
   o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
   e debitou-me na minha conta de empregado
   Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
   Porque não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
   Porque me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço?
   
   Soletro velhas palavras generosas
   Flor rapariga amigo menino
   irmão beijo namorada
   mãe estrela música
   São as palavras cruzadas do meu sonho
   palavras soterradas na prisão da minha vida
   isto todas as noites do mundo uma noite só comprida
   num quarto só
    
António Ramos Rosa,
in "Viagem através duma nebulosa", 1960

 Nota: Sugestão do Caderno Economia do EXPRESSO

Reflexão para este domingo


O AMOR, ACIMA DE TUDO

Georgino Rocha

A esplanada do Templo é palco de novo episódio. Os responsáveis dos grupos influentes mexem-se com grande persistência e à-vontade. Aproveitam-se de questões progressivamente mais delicadas e comprometedoras. Depois da política, vem a religião. Agora é o sistema e a hierarquia das verdades que se buscam. Assunto sério, se não houvesse uma segunda intenção: a de experimentar Jesus, a de ver como se posiciona face ao complicado conjunto legal - os peritos apontam 613 mandamentos –, a de saber a qual deles que dá prioridade, que parecer tem sobre o núcleo central da vida dos judeus fiéis à Lei recebida de Moisés.
Os novos contendores pertencem aos fariseus, alegres por saberem que os saduceus se tinham remetido ao silêncio, após a disputa sobre a ressurreição. Era a sua vez e querem “marcar pontos” aproveitando-a com mestria porque têm reduzida influência junto do povo – virão a aumentá-la progressivamente e chegam a constituir a classe preponderante por volta do ano 70 da nossa era, após a destruição do Templo.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 260

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 43 



HISTÓRIA COM BICICLETA DENTRO 

Caríssima/o: 

Curioso este escrito de António Mota, no Diário de Notícias, e que nos transporta mais uma vez ao reino dos galináceos sem nos afastarmos das bicicletas: 

«Quem é que não te uma história para contar com uma bicicleta metida nesse enredo? 
Eu tenho várias. E para não perdermos tempo ponho-te já à disposição uma. Assim: 
O meu pai tinha uma bicicleta, roda vinte e oito, muito antiga, muito pesada e muito resistente. Nesse tempo ter uma bicicleta era um luxo. Para ir à feira da vila não era preciso fazer a caminhada. Só era necessário pôr os pés nos pedais e fazê-los dar voltas. E nos sítios em que os caminhos eram muito a pique ou estavam cheios de pedregulhos ou buracos andava-se com ela pela mão. 
E eu fartava-me de namorar a bicicleta, mas o meu pai, por causa das tentações, mal chegava a casa, a primeira coisa que fazia era esvaziar o ar que havia nos pneus. E eu suspirava. 

sábado, 22 de outubro de 2011

A produção não está nas fábricas, mas na vida toda



AS REVOLUÇÕES POSSÍVEIS
Anselmo Borges

Na perplexidade em que nos encontramos, dentro do abalo de um mundo incerto e perigoso, aí está um tema que obriga a pensar. Foi disso que tratou o Simpósio deste ano em Santa Maria da Feira, organizado pela autarquia local, no sábado passado. Foram exactamente quatro horas de debate, no dia em que nas ruas de 951 cidades de mais de 80 países milhares manifestavam a sua indignação.
O que aí fica são apenas impressões, perplexidades, interrogações.
Quem primeiro falou foi Mona Prince, professora de Literatura Inglesa na Suez Canal University. Uma muçulmana liberal - foi bom podermos brindar com um copo de vinho - que participou nas manifestações da Praça Tahrir, obrigando à queda de Mubarak. E contou, exuberante, como tudo se passou em crescendo. Primeiros pedidos: liberdade, pão e trabalho. Depois: não queremos este regime. E os egípcios uniram-se e partilhavam e cristãos e muçulmanos rezavam juntos e todos cantavam a uma só voz e "isso mexe com o corpo". A vida era na Praça Tahrir. A experiência maior: o poder de estar juntos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

JORGE DE JESUS E OS NOSSOS POLÍTICOS




Jorge de Jesus, treinador do Benfica, disse hoje que, "Se os nossos políticos fossem treinadores, estavam pouco tempo a governar". Se calhar tem razão, porque, no mundo da bola, se os bons resultados não surgirem, os primeiros a abalar são os treinadores. Já no campo da política não é assim: um ministro, por exemplo, pode andar por ali a encher derrotas que nada lhe acontece...

A IGREJA CELEBRA AMANHÃ A MEMÓRIA LITÚRGICA DE JOÃO PAULO II

A Igreja Católica celebra este sábado, pela primeira vez, a memória litúrgica de João Paulo II (1920-2005), Papa polaco que foi beatificado em maio deste ano pelo seu sucessor, Bento XVI, no Vaticano.
A data assinala o dia de início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.

QUANTO VALE UM VOLUNTÁRIO?



No próximo dia 02 de Novembro, no salão do CUFC, decorrerá a segunda Tertúlia à Quarta do ano lectivo 2011/2012. Desta vez, e com a presença do Pe. José Martins Maia, o ISCRA abre as portas à reflexão sobre o Voluntariado. Afinal, quanto vale um Voluntário? Mais ainda, quanto valoriza a sociedade o papel fundamental daqueles que, sem preço nem medida, dão de si para o bem dos demais e da sociedade?
Numa fase histórica em que o dinheiro parece ser o eixo de toda a actuação social, é bem oportuna esta reflexão pois ela apresenta um novo estilo de vida e de relação com os bens e com as pessoas.
O encontro decorrerá às 21h e, como habitualmente, a entrada é livre.

"O Último Segredo" de José Rodrigues dos Santos

Mais um livro com tema polémico à procura de leitores...



«O autor mais lido em Portugal nega que pretenda abalar a Igreja Católica com O Último Segredo. Em entrevista, garante que é Cristo o tema e pede para que, antes de o acusarem, o leiam e ponderem sobre as provas que apresenta - abundantemente - sobre as fraudes que estão na base do cristianismo.
A ficção e a realidade fundem-se perfeita e escabrosamente nas 563 páginas no novo livro de José Rodrigues dos Santos: O Último Segredo.
Livro? É melhor chamar-lhe desde já best-seller, porque é o único termo que define a edição anual das torrentes de escrita deste autor, tal é o sucesso junto dos leitores portugueses. Ficção? Parte do argumento pode ainda não ser plausível nos tempos que correm, mas, passem alguns anos, e poderá tornar-se realidade fazer que até um Jesus Cristo clonado volte ao reino dos vivos... Escabroso? A demolição que faz do cristianismo ao longo das primeiras 300 páginas deixa até o católico mais empedernido de pé atrás sobre a Bíblia...»

No DN de hoje

Nota: Não li o livro nem sei se o poderei ler tão cedo. Tenho ainda tanta literatura à espera de tempo... De qualquer forma, aqui fica uma referência a um livro que já esgotou a primeira edição. Outras se seguirão, tal como as polémicas que não faltarão, ou não mexesse o livro de José Rodrigues dos Santos em temas tão sensíveis, como é Jesus Cristo e a Igreja Católica. Para uma elucidação oportuna, o melhor é ler as considerações de Jorge Pires Ferreira aqui.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Com a morte de Khadafi, os líbios estão livres






Com a morte de Khadafi, os líbios ficam livres para uma nova vida, apostando numa Líbia sem ditadores. Espero que democrática, embora admita que tal não será fácil de conseguir de um dia para o outro. A morte de um ser humano, pela violência, não pode fazer-nos sorrir. Mesmo quando se trata de um ditador sanguinário como foi Khadafi. Preso e com vida, poderia responder pelos seus crimes, num tribunal justo.
Poderiam  alguns esperar e pensar que a morte violenta e sem julgamento do tirano viesse a servir de exemplo para os ditadores ainda em exercício. Mas não creio. Os ditadores continuarão convencidos de que estão na posse da verdade absoluta, sendo donos de um poder legitimado pelo povo ou pelos deuses. Um dia, contudo, quando o povo se cansar da opressão, da vilolência e da corrupção que os cerca, soará a hora da verdade e terão, então, o destino que os espera, como aconteceu com Khadafi. Contudo, à luz dos direitos humanos, ninguém pode fazer justiça pelas suas próprias mãos. 

Vencimentos antes e depois de estar no Governo

Só como curiosidade, já que toda a gente sabe que ter estado no Governo é muito bom para muita gente. Veja alguns exemplos elucidativos no EXPRESSO.  

No próximo domingo: Peregrinação ao Santuário de Schoenstatt


Santuário de Schoenstatt (foto de arquivo)


FRATERNIDADE DE FAMÍLIAS 
CONFIRMA A ESPERANÇA


No próximo domingo, 23,  o Santuário de Schoenstatt, situado na Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, vai acolher cristãos de toda a diocese para mais uma peregrinação diocesana. A peregrinação, que se realiza apenas da parte da tarde, não deixará de ser uma boa razão para os crentes e devotos de Nossa Senhora se encontrarem entre si, consigo mesmos e com Deus. 
O acolhimento, pelas 14.30 horas, será animado pelo coro de jovens da paróquia da Gafanha da Nazaré e a partir das 15 haverá um painel com a participação de um casal ligado ao movimento das Equipas de Nossa Senhora, um casal de Schoenstatt e um jovem. 
Às 16.15 horas será rezado o terço e pelas 17 celebrar-se-á a Eucaristia, presidida por D. António Francisco, Bispo de Aveiro, havendo um momento de consagração das famílias. 
A peregrinação tem como lema “Família, santuário vivo, esperança no mundo”, aliando o lema diocesano (“A Igreja diocesana: fraternidade de famílias confirma a esperança”) com a preparação que o Santuário tem vindo a fazer para os cem anos da fundação de Schoenstatt, em 2014.

Um sacristão que nunca sonhou desempenhar tal função

Pedro Fidalgo

Pedro Fidalgo, um sacristão 
sereno e responsável 

Pedro Fidalgo, 49 anos, solteiro, comerciante de produtos alimentares no mercado da Praia da Barra, é sacristão da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré desde janeiro de 2010, conseguindo conciliar as duas atividades. No mercado, de terça a sábado, das 8 às 13 horas, e da parte da tarde está disponível para a paróquia. Ao domingo está envolvido em pleno, para que as cerimónias decorram como está estabelecido. 
O Pedro, que vive com sua mãe, Maria da Conceição, de 91 anos, é uma pessoa serena, generosa, de sorriso franco e aberto, mas é, ainda, um homem disponível para os seus compromissos. Antes de ser sacristão, fez parte do Conselho Económico, com a função de tesoureiro, mas também é tesoureiro da Irmandade de Nossa Senhora da Nazaré. 
Confessa que «nunca lhe passou pela cabeça» assumir as funções de sacristão. Mas no domingo da Sagrada Família, depois da missa, o Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo, chamou-o para falar com ele. «Mal podia imaginar que dessa conversa resultaria o convite para ser sacristão», garante-nos o Pedro.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A evangelização não dispensa testemunhos comunitários




O MAIOR DESAFIO FEITO À IGREJA
António Marcelino
Gostaria de perguntar a muitos cristãos, leigos e clérigos, dos mais diversos meios e idades, qual consideram ser o grande, senão mesmo o maior, desafio que a Igreja enfrenta hoje. Admito que uns falariam da crise das vocações, do desnorte das famílias, da idade avançada dos padres, da evangelização, assim em geral, como que a dizer tudo e a não dizer nada. Também se poderiam ouvir as dificuldades da linguagem usada para comunicar o Evangelho, os diminutos passos dados no diálogo com o mundo e a cultura emergente, da crise da vida comunitária das pessoas e das estruturas pastorais. Talvez ainda, apesar dos ecos favoráveis das Jornadas Mundiais da Juventude, em Madrid, falariam do desafio que os jovens constituem. Todos estes e muitos outros temas, em campo, constituem, por certo, problemas e desafios incómodos e difíceis. Mas qual o maior?

Reabilitação do Forte da Barra com carácter de urgência

Nota saída da reunião de hoje do executivo camarário 



Plano de Intervenção para a Requalificação 
do Forte da Barra

«O Executivo Municipal tomou conhecimento do inicio do procedimento de elaboração de um Plano de Intervenção para a Reabilitação do Forte da Barra, numa parceria CMI/APA e numa lógica de desenvolvimento das muitas intervenções de qualificação desta zona do Município de Ílhavo, da qual se destaca a obra do Jardim Oudinot inaugurada em Agosto e 2008, no seguimento de uma proposta da CMI e como resultado de uma reunião de trabalho entre a CMI e a Administração do Porto de Aveiro realizada a 17 de Outubro de 2011. Esta tarefa será executada por uma equipa de Gestores e Técnicos das duas entidades até ao final do mês de Janeiro de 2012, com a devida ligação ao Igespar de forma a procederse à exacta referenciação dos valores patrimoniais a salvaguardar, destacando-se desses o “Forte da Barra”, que se assume como um elemento a requalificar com carácter de urgência.»

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Forte da Barra e casario envolvente degradados


Já há bastante tempo que neste meu espaço denunciei o estado de degradação em que se encontra o Forte da Barra, edifício de interesse público devidamente registado como tal, e todo o casario  envolvente. O ilhavense António Angeja também se preocupou imenso com o assunto e disso mesmo deu conta a diversas entidades, que lhe responderam no sentido de que a questão seria analisada. Tanto quanto sei, não se passou, infelizmente, da promessa. Soube hoje que a APA e a Câmara Municipal de Ílhavo vão analisar o problema, porque o que se vê é muito triste. Não vale a pena esconder esta realidade, porque o Forte Novo ou Castelo da Gafanha merecem mais atenção. Confio no envolvimento da autarquia e da APA, para este assunto se resolver de uma vez por todas. Como aquilo está parece mal e envergonha-nos perante quem nos visita. 

MUSEU DE ÍLHAVO: 10.º Aniversário da sua ampliação e remodelação



O Museu Marítimo de Ílhavo vai ter o seu dia aberto no próximo dia 21, sexta-feira, estando previstas atividades do Serviço Educativo, relacionadas com as comemorações do 10.º aniversário das obras de ampliação e remodelação do edifício. Nesse dia, haverá a oportunidade de partilhar a história do museu e do seu património marítimo, com diversas oficinas de expressão plástica, oral e dramática, ações estas dirigidas aos alunos do pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, Secundário, Público Sénior e famílias, mediante marcação prévia.
No sábado, 22, vai acontecer a sessão comemorativa do aniversário, com apresentação do programa dos 75 anos do Museu Marítimo de Ílhavo, inauguração da exposição "Os Navegadores - Pintura de Costa Pinheiro", exposição da peça "A Barca dos Apóstolos", depósito da família Pires da Rosa, apresentação do livro "Bateiras da Ria de Aveiro: Memórias e Modelos", de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes.

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mais um prémio para alunos da Universidade de Aveiro

Alunos da UA ganham Angelini University Award 2010/2011 


Portal inovador para cuidadores 
de doentes com Alzheimer

O Portal para Familiares e Cuidadores de Doentes de Alzheimer é o projeto vencedor da segunda edição do prémio Angelini University Award 2010/2011 que decorreu dia 13 de outubro. Este projeto inovador em Portugal, concebido e realizado por cinco alunos da Universidade de Aveiro do Mestrado em Biomedicina Molecular na Secção Autónoma de Ciências da Saúde, teve em especial atenção as dificuldades com que se deparam os cuidadores das pessoas afetadas com Alzheimer.


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DIÁLOGOS NA CIDADE - 22 de novembro, no Teatro Aveirense

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Na Rádio Renascença: Ponto de Vista de Francisco Sarsfield Cabral



Uma perspectiva mais ampla 

Quase todos os dias somos sobressaltados por más notícias económicas e financeiras. Apetece não ler ou ouvir notícias, para não ficar deprimido. 

Mas fugir à realidade não é solução para coisa alguma. Ora uma visão cristã da grave crise que atravessamos diz-nos duas ou três coisas. 

Em primeiro lugar, indica-nos a importância de participar na discussão da res publica na perspectiva do bem comum. Valoriza a actividade política como algo que pode e deve ser nobre, por muito que os políticos nos desgostem. Depois, da fé decorre o imperativo da preocupação com aqueles que passam pior, não tendo capacidade para satisfazer necessidades básicas. 

Porventura mais importante ainda, a fé assegura-nos que Deus nos ama. E que o futuro nos levará à felicidade total de viver para sempre no amor de Deus. Esta esperança não pode ser um escape para fugir aos problemas do mundo, nem um consolo fácil. É, sim, um factor que nos leva a não desanimar perante a gravidade da crise. E também a relativizar os dramas que ela traz, colocando-os numa perspectiva mais ampla. 


Na RR

Mónicas na Figueira da Foz - 1


Os Mónicas, que nos são tão próximos, andaram muito pela Figueira da Foz, onde trabalharam, mesmo    na qualidade de sócios,  com toda a sua arte, em estaleiros da Construção Naval. Naquela ridente cidade, ainda residem alguns dos seus descendentes, tanto quanto há meses me garantiu uma figueirense que teve a gentileza de me contactar. 
Para ler alguns dos meus apontamentos que escrevi em tempo de férias, pode ver aqui e aqui.

Pensões vitalícias dos antigos gestores escapam a cortes

«A esmagadora maioria dos antigos titulares de cargos políticos vai ficar livre de um esforço especial adicional no âmbito da medida que corta pensões (regime geral e público) e salários públicos, mostra o Orçamento do Estado do próximo ano, avança o Diário de Notícias.»

Mais um lapso. Leia aqui

Património da Igreja: Conhecer e Fruir

Por Sandra Costa Saldanha


Realiza-se hoje a primeira edição do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja. Fixado a 18 de outubro, dia de S. Lucas, padroeiro dos artistas, pretende constituir um lugar de reflexão e partilha do trabalho desenvolvido pelas dioceses portuguesas, mas também debater novas propostas de atuação, avaliar dificuldades e identificar os principais desafios enfrentados.
Dedicado ao tema "Património da Igreja: Conhecer e Fruir", promove um olhar atento sobre a necessidade de dinamização dos Bens Culturais da Igreja, como meio fulcral de partilha e fruição da experiência espiritual.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Orlando Figueiredo em "A Luz de Agosto"





Os meus parabéns para o nosso conterrâneo e poeta Orlando Figueiredo.

BENTO XVI proclama Ano da Fé





Anúncio foi feito perante cerca de oito mil responsáveis e leigos na homília da missa celebrada hoje na basílica de São Pedro. O Ano da Fé assinala quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio ecuménico Vaticano II.
Ler aqui

Painéis cerâmicos: devoções


Este painel cerâmico, dedicado a Santa Ana, mãe da Virgem Maria, em local bem identificado, denota uma devoção muito particular. Debaixo do painel há uma inscrição  algo inédita, que reza assim: SE QUERES ALEGRIA SEMEIA E CRIA.

Será possível responsabilizar criminalmente os políticos?


No i de hoje

AS OPINIÕES DIVERGEM 


«Responsabilizar criminalmente os políticos que conduziram o país à situação de crise, sim ou não? O debate foi lançado pelo líder da JSD, Duarte Marques, mas as opiniões divergem. À esquerda fala-se de “judicialização da política” e o parceiro de coligação do PSD no governo, o CDS, considera a matéria “muito complicada”. O PS acusa os sociais-democratas de quererem criar uma “cortina de fumo” para esconder a austeridade. O juiz Rui Rangel pede um referendo e legislação mais apertada enquanto o constitucionalista Jorge Miranda discorda desta criminalização dos políticos. Já Medina Carreira quer punir os políticos, mas considera que este não é o momento certo.»

Ler mais aqui

domingo, 16 de outubro de 2011

Um Orçamento do Estado com futuro sem saída numa UE sem rumo

Manifestação em Lisboa


A perplexidade apoderou-se dos portugueses, sobretudo dos que costumam pagar impostos e da chamada classe média. Estamos, pelo que posso prever, num futuro sem saída a curto e médio prazo. Esperam-nos, por consequência, dificuldades enormes, com dramas garantidos pelo desemprego em crescendo. A Troika, a defensora intransigente do poder económico que manda no mundo, atirando a política para o tapete, ainda não resolveu, com todas as suas exigências, qualquer problema de qualquer Estado. A Grécia, como está à vista de todos, anda pelas ruas da amargura, como barata tonta, à procura de uma saída digna para o equilíbrio das finanças e da economia. Portugal, por este andar, estará na calha para lhe seguir os mesmos passos.
Há anos, Jorge Sampaio lembrou e bem que «há vida para além do défice». Também julgo que sim, porque há milhões de pessoas no nosso país que têm vivido de magríssimos salários, de empregos irregulares e incertos, da esmola recebida com vergonha de familiares e amigos. O caminho para que esta situação se multiplique está a aumentar a olhos vistos.
Não tenho na manga a solução para os problemas que nos estão a afetar. Nem vejo, infelizmente, na classe política, económica e financeira quem tenha ideias inovadores capazes de nos livrar do buraco em que estamos metidos. Houve, é certo, décadas de esbanjamento, de obras inúteis, de derrapagens monstruosas nas empreitadas públicas, tudo pela incompetência dos nossos políticos, dos nossos técnicos, dos nossos empresários e dos corruptos da nossa velha nação.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Comunicação Social, Pobreza e Exclusão

Na sede da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré



Vai realizar-se, no dia 24 de Outubro, na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, pelas 14 horas, um debate, subordinado ao tema "O Papel da Comunicação Social na criação de representações, atitudes e comportamentos face à pobreza e à exclusão social". A inscrição é gratuita e deverá ser feita no núcleo da EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza (234426702 ou aveiro@eapn.pt), em Aveiro, até ao dia 20 de outubro.

Uma reflexão para este domingo



MAIS QUE UMA QUESTÃO DE IMPOSTOS
Georgino Rocha

A armadilhada não pode falhar. Há que pôr cobro ao agitador Nazareno que se movimenta tão livremente na esplanada do Templo e desafia o mais sagrado das práticas judaicas. O conflito crescia em intensidade e ostentação. A situação tornara-se intolerável. Por isso os chefes religiosos urdem a trama e aliam-se aos líderes políticos, partidários de Herodes. O “caldo” era excelente.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 259

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 42 



PADEIROS E CARTEIROS 

Caríssima/o: 

A imagem de hoje fala por si. 
Convicto estou que os ciclistas da actual geração não experimentam (não podem...) o sabor a pão fresco que as nossas papilas gulosa e enganadoramente nos trazem à boca. 
Os padeiros e as padeiras, manhã cedo, pedalavam pressurosos para venderem o pão do almoço dos trabalhadores... e muitas vezes, a fiado! Se cheirava! 
Nesses tempos, como as estações do ano eram marcadas por flores e frutos, com os seus odores e sabores, assim também várias actividades nos brindavam com cheiros e paladares que nos regalavam... Tal e qual: o pão fresco do padeiro! 

Há dias em conversa amena recordaram-se estas bicicletas e um nome veio à baila: o Dionísio Padeiro. Alguém dirá melhor que eu mas a forma física obtida a pedalar raivosamente a bicicleta e o cesto permitiram-lhe competir nas corridas oficiais da época.

sábado, 15 de outubro de 2011

Um poema para este sábado






Meditação sobre os poderes


Rubricavam os decretos, as folhas tristes 
sobre a mesa dos seus poderes efémeros.
Queriam ser reis, czares, tantas coisas, 
e rodeavam-se de pequenos corvos, 
palradores e reverentes, dos que repetem: 
és grande, ninguém te iguala, ninguém. 
Repartiam entre si os tesouros e as dádivas, 
murmurando forjadas confidências, 
não amando ninguém, nada respeitando. 
Encantavam-se com o eco liquefeito 
das suas vozes comandando, decretando. 
Banqueteavam-se com a pequenez 
de tudo quanto julgavam ser grande, 
com os quadros, com o fulgor novo-rico 
das vénias e dos protocolos. Vinha a morte 
e mostrava-lhes como tudo é fugaz 
quando, humanamente, se está de passagem, 
corpo em trânsito para lado nenhum.
Acabaram sempre a chorar sobre a miséria 
dos seus títulos afundados na terra lamacenta.
José Jorge Letria, in "Quem com Ferro Ama"
Sugestão do caderno de ECONOMIA do EXPRESSO

O ensino primário foi promulgado no século XIX


Uma história singular
Maria Donzília Almeida


O ensino primário, obrigatório, foi promulgado, no século XIX, mais precisamente, no dia 7 de Setembro de 1835. Por curiosidade, dei-me ao trabalho de analisar o Decreto do Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino: determina as matérias a serem ensinadas na Instrução Primária; estabelece que a instrução primária é gratuita para todos os cidadãos em escolas públicas; incumbe às Câmaras Municipais e aos párocos empregar todos os meios prudentes de modo a persuadir ao cumprimento desta obrigação, junto dos pais. 
A partir daí, foram-se sucedendo os decretos e Cartas de Lei, que regulamentavam a institucionalização e obrigatoriedade do Ensino Primário. Dessa legislação emitida pelo governo, saltou-me à vista pelo insólito do texto, o Decreto do Governo de 28 de Setembro de 1884, que passo a transcrever: Os que faltarem a este dever, (Ensino Primário Obrigatório) serão avisados, intimidados, repreendidos e por último multados em 500 até 1000 reis; serão preferidos para o recrutamento do exército e da armada os indivíduos que não souberem ler nem escrever; serão criadas escolas especiais para meninas e definidos os objectos de ensino. Se por um lado se fazia o apelo ao cumprimento da escolaridade obrigatória, surge como algo paradoxal, a preferência para a defesa do estado, de indivíduos analfabetos! O poder legislativo, desde, há séculos, que se baseia na incongruência e omissão.

Sem Jesus Cristo a História seria diferente



DE JESUS A JESUS CRISTO
Anselmo Borges


Realizou-se nos dias 8 e 9 deste mês, em Valadares, Seminário da Boa Nova, com mais de duzentos participantes, um Colóquio internacional, subordinado ao tema: "Quem foi (é) Jesus Cristo?"
Jesus Cristo está na base da maior religião: mais de dois mil milhões de seres humanos espalhados pelo mundo reclamam-se hoje da fé nele e dizem-se cristãos. A sua figura foi de tal modo determinante que a História se dividiu em antes e depois de Cristo. Ninguém tem dúvidas de que sem ele a História seria diferente.
No entanto, viveu num recanto do Império Romano e a sua intervenção pública pode não ter chegado a dois anos. Morreu como blasfemo religioso e subversivo social e político. Uma coligação de interesses religiosos e políticos de Jerusalém e Roma condenou-o à morte e morte de cruz, própria dos escravos.
Com essa morte ignominiosa, deveria ter sido o fim. O que se passou, para que, pouco depois, tivesse começado em seu nome um movimento que transformou o mundo e que chegou até nós? Após a dispersão, os discípulos voltaram a reunir-se, afirmando que ele está vivo em Deus.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Políticos no banco dos réus

O Padre Agostinho Jardim Moreira, presidente da EAPN Portugal - Rede Europeia Anti-Pobreza, afirmou que "É preciso responsabilizar neste país os que fizeram atos criminosos na administração pública". Pois é. Se calhar a maioria dos responsáveis pelos governos do pós-25 de Abril, e mesmo antes, teria de se sentar no banco dos réus.

Avenidas da Gafanha da Nazaré





Fernão de Magalhães empreendeu 
a primeira viagem 
de circum-navegação por mar 



A Avenida Fernão de Magalhães está situada no lugar da Praia de Barra, Gafanha da Nazaré. Estende-se desde a antiga ponte de madeira até ao Farol, em linha reta. É a principal avenida da Praia da Barra. Sendo civilmente da Gafanha da Nazaré, pertence, contudo, à paróquia da Sagrada Família. A Praia da Barra foi denominada nos seus princípios por Lugar do Farol, como o atesta o registo do primeiro óbito da então criada freguesia e paróquia da Gafanha da Nazaré, que reza assim: «Neste dia, 7 de maio de 1911, às dez horas da noite, faleceu numa casa do “Pharol da Barra”, Joaquim Francisco Gafanhão, de cinquenta anos, pescador e casado com Maria de Jesus, o qual recebeu os “sacramentos da Santa Madre Igreja”, natural desta freguesia. Era filho legítimo de António Francisco Gafanhão e de Ana de Jesus, jornaleiros, naturais desta freguesia, e não fez testamento. Deixa filhos menores e foi sepultado no cemitério público da vila e freguesia de Ílhavo.»

Isabel Jonet: Famílias já não têm onde cortar



A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, considerou hoje que as medidas apresentadas pelo Governo são «muito duras» e particularmente gravosas para as famílias que já não têm onde cortar. «Estas medidas seriam expectáveis, em função do que foi anteriormente divulgado, mas para a população com orçamentos mais baixos são muito duras e essa dureza é tanto maior quanto essas pessoas vivem com orçamentos muito reduzidos, sem folga para mais reduções», afirmou.

Ler mais no SOL

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OE-2012: Conheça algumas medidas

O Orçamento do Estado vem aí. Veja algumas medidas prestes a sair. Teremos mesmo de nos preparar para isto, sob pena de Portugal ficar ingovernável! Veja aqui.

Igreja Católica disponível para dialogar sobre alteração do número de feriados

A Igreja Católica, atenta à situação de crise que se vive, está disponível para dialogar com o Governo sobre    alteração dos feriados, partindo do princípio de que há datas que devem ser mantidas, como é o caso do Natal...

Bento XVI: “há mundo a mais e Espírito a menos”



Resistências à mudança 

António Marcelino 

«As maiores recriminações de Cristo foram feitas aos conservadores interessados do seu tempo, que não queriam andar, nem deixavam que outros andassem. Parece que a história se repete, com prejuízo irreparável das pessoas e da sociedade. Ao repensar a acção da Igreja hoje, há que estar atento porque, em alguns casos, os falar-se de renovação e ao dar exemplo de coisas novas, o horizonte é muito curto, o que não admira pelo pouco que se estuda, lê e reflecte, se escuta, avalia e inova. Os que querem de verdade são sonhadores e utópicos. Os que parece que querem são agentes promovidos.»