sábado, 12 de março de 2011

Geração à rasca: centenas de milhares protestam nas ruas


Será que os portugueses vão castigar o PS e o PSD?

Centenas de milhares de pessoas manifestaram hoje, por todo país, o seu descontentamento pela situação precária em que se encontra a maioria dos trabalhadores. A incerteza quanto ao futuro, aliada a um presente sem horizontes, ditou este descontentamento generalizado. O manifesto dos promotores dez assim:
«Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.»

Ler mais aqui.

O problema é muito complexo. A credibilidade dos políticos está muito por baixo: garantem que está tudo bem, mas logo anunciam mais medidas de austeridade; prometem hoje o que negam no dia seguinte; afirmam que tudo rola sobre rodas oleadas, mas logo todos podemos ver que está tudo mal; e vivemos neste ambiente de políticas sem verdade, sem futuro.
Os portugueses habituaram-se a ver na governação o PS e o PSD. Com ou sem alianças, todos construíram esta sociedade injusta, sem alma, sem sonhos.
Com as políticas do PS que puseram de rastos muitos sonhos de muitos portugueses, o que vemos, do lado do PSD, é um partido sem gente nova capaz de alterar este estado de coisas. Pelo menos, é isso que as sondagens nos mostram. Falam muito, mas não nos indicam caminhos seguros e com perspetivas de futuro melhor.
Então, face às incompetências socialistas e à falta de garantias dos sociais-democratas, que haveremos de fazer? Os pequenos partidos (PCP, CDS e BE) nunca se mostraram com votos suficientes para chegar ao Governo. Será que os portugueses, desiludidos com os que nos têm governado, vão desta feita castigar, severamente, o PS e o PSD?

FM

2 comentários:

  1. Não consegui deixar de comentar... Quando refere: "Os pequenos partidos (PCP, CDS e BE) nunca se mostraram com votos suficientes para chegar ao Governo. Será que os portugueses, desiludidos com os que nos têm governado, vão desta feita castigar, severamente, o PS e o PSD?" eu fico a pensar se o seu desabafo será um desejo ou um medo... Este protesto da Geração
    á Rasca não se mistura com os "jogos políticos" habituais. Demarca-se deles pois foram eles que puseram a geração á rasca! O que realmente interessa no dia de hoje é que várias gerações foram para a rua para apresentar propostas, soluções e se há alguma lição a tirar do dia de hoje, na minha opinião, e pela positiva, não é se os partidos A, B ou C são afectados com o protesto, mas sim se a democracia tal como a temos (ou não) em Portugal funciona!

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  2. Meu caro

    A opinião-desabafo que registei no meu blogue assenta no desejo de mudança estrutural da nossa democracia, patrocinada pelos partidos cujos projectos venham a entusiasmar os portugueses. Para já, não conheço nenhum projecto inovador e com capacidade mobilizadora. Os partidos do poder (PS e PSD) falharam e não mostram coragem em se coligarem para levar por diante ideias credíveis e de futuro. Pensam apenas nos seus interesses, que são os interesses das cúpulas. Os outros partidos, pelo que tenho visto, ainda não convenceram os nossos compatriotas nem avançam com alternativas que ofereçam garantias de sucesso, num mundo democrático, como é o nosso. Criticar por criticar não chega.
    Questões a ter em conta:
    Para quê tantos deputados?
    Para quê tantos ministérios, com carradas de assessores?
    Para quê tantas fundações, institutos e outros departamentos para empregar,simplesmente, correligionários?
    Para quê tantas Câmaras Municipais e tantas Juntas de Freguesia?
    Etc.
    Etc.
    Etc.

    Um abraço

    FM

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