Público, 2010-12- 31
Bernard-Henri Lévy defendeu esta semana, no El País, que "os cristãos formam hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida de forma mais violenta e na maior impunidade". Mais: "enquanto o anti-semitismo é considerado um crime e os preconceitos anti-árabes ou anticiganos são estigmatizados, a violenta fobia anticristã que percorre o mundo não parece ter qualquer resposta".
Curiosas palavras vindas de um não-cristão, interessantes considerações proferidas por quem, em tempos, ajudou a fundar o SOS-Racismo. E singularmente coincidentes com as de Bento XVI, que, na sua mensagem a propósito do próximo Dia Mundial da Paz, também notou que "os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé".
São raras as notícias sobre estas perseguições, mas isso não significa que elas não existam - apenas que não lhes é dada a importância que merecem. Parece mesmo existir uma espécie de sentimento de culpa que leva a que, ao mesmo tempo que se destacam os ataques aos crentes de outras religiões, se subvalorizam aqueles de que são vítimas os cristãos - católicos, ortodoxos, evangélicos, baptistas e por aí adiante.