sábado, 13 de fevereiro de 2010

Hora de mudar

Pela-Positiva mudou para aqui

Obrigado pela visita

Fernando Martins

Crónica de um Professor: De pequenino se torce o pepino!

Por Maria Donzília Almeida

Iniciar uma aula com gente miúda, depois de um intervalo alargado, é sempre um trabalho árduo para o professor. Aquietar aquele fervilhar constante, aquela energia incontida, é tarefa hercúlea para o docente que quer iniciar a sua aula de qualquer disciplina.
Quando as criancinhas, numa imitação pura do mundo dos adultos, começam a imiscuir-se no mundo dos afectos, surgem cenas inesperadas e até divertidas. Amores não correspondidos sempre foram o mote para divagações de poetas, artistas de vários quadrantes, até a sétima arte neles se inspira.
Percorria as coxias da sala de aula, quando observa a B.M. (sem W!!!) a desenhar coraçõezinhos no braço estendido do J.A. Este estava, embevecido, a seguir com os olhos o traço firme da mão da sua pretendida. Como a aula estava a começar, advertiu a teacher que deveriam acabar com a brincadeira, sem se ter apercebido da comunicação daquelas duas almas.


- Recolhe agora o braço, aconselhou, brandamente, num propósito pedagógico de dar início às actividades.
A custo, obedeceu à ordem, mas um misto de tristeza e contrariedade toldou o seu rosto vivo de sorriso fácil, sempre alojado ao canto dos lábios.
Após uma breve pausa, chamou de mansinho a teacher e falando quase em surdina, confessou-lhe:
- Agora que ela está a atirar-se a mim!
Considerando que ainda há bem pouco tempo, a donzela pretendida usava a força das mãos, para lhe dar com os pés, e de todo o seu dispêndio de energias posto na conquista, é de acalentar qualquer esforço de entendimento e de harmonização dos sentimentos……De pequenino se torce o pepino!
As aulas sucederam-se, o convívio manteve-se e as arremetidas do D. Juan subiram de nível.

10.02.10

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Estamos a navegar em terrenos muito pantanosos

Nas malhas da liberdade

PorAlexandre Cruz

1. O tecido social da comunidade só consegue fluir criativamente no princípio basilar da liberdade. Esta liberdade, em sociedade de democracia amadurecida, revela-se como o pilar estruturante que garante o exercício da pluralidade e da respeitosa tolerância. Conseguir conviver com a diferença de opinião, de ideia, crença, política, visão estratégica, eis os sinais claros de que a liberdade é nossa companhia constante e que esta preserva o exercício público de todos e o particular de cada um. No século XX, à medida que os poderes da comunicação foram crescendo, estes foram sendo um palco preferencial do exercício da opinião, conveniente quando vem a favor, inconveniente, quando a opinião não é favorável. Estamos a navegar em terrenos muito pantanosos, onde as fronteiras da liberdade devem coexistir com as da responsabilidade colectiva.

Um poema de Rainer Maria Rilke



O Homem que Lê



Eu lia há muito. Desde que esta tarde
com o seu ruído de chuva chegou às janelas.
Abstraí-me do vento lá fora:
o meu livro era difícil.
Olhei as suas páginas como rostos
que se ensombram pela profunda reflexão
e em redor da minha leitura parava o tempo. —
De repente sobre as páginas lançou-se uma luz
e em vez da tímida confusão de palavras
estava: tarde, tarde... em todas elas.
Não olho ainda para fora, mas rasgam-se já
as longas linhas, e as palavras rolam
dos seus fios, para onde elas querem.
Então sei: sobre os jardins
transbordantes, radiantes, abriram-se os céus;
o sol deve ter surgido de novo. —
E agora cai a noite de Verão, até onde a vista alcança:
o que está disperso ordena-se em poucos grupos,
obscuramente, pelos longos caminhos vão pessoas
e estranhamente longe, como se significasse algo mais,
ouve-se o pouco que ainda acontece.


E quando agora levantar os olhos deste livro,
nada será estranho, tudo grande.
Aí fora existe o que vivo dentro de mim
e aqui e mais além nada tem fronteiras;
apenas me entreteço mais ainda com ele
quando o meu olhar se adapta às coisas
e à grave simplicidade das multidões, —
então a terra cresce acima de si mesma.
E parece que abarca todo o céu:
a primeira estrela é como a última casa.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
Tradução de Maria João Costa Pereira

Jorge Sampaio, por muito menos, não demitiu Santana Lopes?

A triste sina de Portugal


Desde que me conheço, sempre senti que o nosso País teve de enfrentar enormes desafios para prosseguir na sua caminhada rumo ao futuro. Em alguns períodos da sua história, porém, soube ocupar um lugar cimeiro no concerto das nações. Nos Descobrimentos, por exemplo.
Nos dias de hoje, o caos que se tem instalado entre nós, visível por todos os que sabem ver, não nos pode conduzir a lado nenhum, de progresso e de dignidade. Quem está atento ao que se diz na comunicação social não pode deixar de reconhecer que assim é.
António Capucho, Conselheiro de Estado, defendeu ontem que, face aos escândalos justa ou injustamente ligados ao primeiro-ministro, o PS deveria propor ao Presidente da República um seu militante para ocupar o lugar de José Sócrates, já que ele não apresenta a sua demissão.
Penso que Portugal está farto de políticos, quando precisa de estadistas impolutos, respeitados e respeitadores. Afinal, o Presidente Jorge Sampaio, por muito menos, não demitiu Santana Lopes?

FM

História de Portugal de Rui Ramos

A História de Portugal de Rui Ramos, nas bancas há meses, tem recebido os maiores elogios. Ainda não a comprei nem li. Mas na primeira oportunidade terei de o fazer. Ainda agora, ao ler no PÚBLICO a habitual crónica de Vasco Pulido Valente, confirmei a necessidade de ler aquela História que, tanto quanto me parece, nos oferece uma leitura mais realista  e crítica do que foi o nosso passado enquanto povo.

Nem tudo é mau em Portugal

Portugal é o 21.º melhor país para se viver

«A revista International Living coloca Portugal na 21.ª posição da sua tabela anual de melhores países para se viver, que classifica 194 nações a partir de um conjunto de indicadores que vão do custo de vida até ao clima, passando pela cultura e entretenimento, economia, ambiente, liberdade, saúde, infra-estruturas e segurança. Em relação ao ano anterior, Portugal subiu quatro posições.»

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"Praça da Alegria" em Ílhavo: 16 de Fevereiro, terça-feira de Carnaval

Jorge Gabriel e Sónia Araújo


No próximo dia 16 de Fevereiro, Terça-Feira de Carnaval, a praça mais simpática e animada da televisão portuguesa – “Praça da Alegria” –  vai estar ao vivo a partir do Jardim Henriqueta Maia, em Ílhavo.
Tendo como temas principais a época carnavalesca que se vive nestes dias, e com especial destaque para o original e tradicional Carnaval de Vale de Ílhavo e para as suas figuras inigualáveis, os Cardadores, assim como a nossa rica Cultura Marítima, nas suas várias vertentes, este programa, apresentado por Jorge Gabriel, Sónia Araújo e Hélder Reis, contará igualmente com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo,  Ribau Esteves, em mais uma excelente oportunidade de promoção do nosso Município, das suas Tradições e das suas Gentes no País e nas Comunidades Portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do Mundo.
Com início marcado para as 10 horas, é com todo o gosto que a Câmara Municipal de Ílhavo convida todos os munícipes a assistir a esta emissão do “Praça da Alegria”, num dia que, aliado à folia que caracteriza esta época festiva, será certamente muito bem passado e em excelente companhia.


Fonte: CMI

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Igreja matriz da Gafanha da Nazaré

Há 100 anos, tantos quantos tem a freguesia e paróquia da Gafanha da Nazaré, andava em construção o igreja matriz, para substituir a primeira, que o foi apenas dois anos. Em 1912, começaram no novo templo os serviços litúrgicos, embora as obras prosseguissem mais uns anitos. A documentação também envelheceu e desapareceu. O tempo não perdoa.
O Ângelo Ribau. neto de um grande mentor e coordenador da construção da igreja, Manuel Ribau Novo, encontrou a velha planta, que mandou reproduzir, graças a técnicas modernas. Teve a gentileza de me enviar o trabalho, que aqui mostro aos meus leitores e amigos. Aos poucos vamos ajudando a reescrever a história da nossa terra.

MANDELA saiu da cadeia há precisamente 20 anos. "Sou incapaz de descrever os meus próprios sentimentos"




"Lembro-me que ele saiu
da prisão com um sorriso"


Durante os anos em que Nelson Mandela esteve preso, a sua imagem estava interdita ou tinha sido diabolizada. Da prisão, surge um homem alto, de expressão digna, andar lento e sorriso sereno. Um gigante mas não no sentido que o apartheid lhe tinha querido dar.

Por Ana Dias Cordeiro

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PÚBLICO: Aveiro recebe 50 mil euros anuais para preservar Arte Nova

Casa Major Pessoa


« candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Aveiro aos fundos comunitários do projecto Art Nouveau & Ecologie, do programa europeu Culture 2007-2013, foi aprovada, segundo revelou ontem à Lusa uma fonte da autarquia.
O município de Aveiro vai passar a receber, durante cinco anos, um financiamento anual de 50 mil euros para acções no âmbito da preservação e divulgação do extenso património de edifícios do estilo Arte Nova, que constituem uma marca identitária da cidade. A candidatura da autarquia foi inserida no Plano Estratégico para o Concelho de Aveiro (PECA), considerado pelo presidente da câmara municipal, Élio Maia, como "um documento orientador para a próxima década, guião das opções de fundo e dos objectivos e dos tempos para os concretizar".»

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Crónica de um Professor: Evocação

Momentos agradáveis
na prática docente

Por Maria Donzília Almeida

Com este tempo invernoso que parece ter chegado para se instalar, de vez, cria-se nos espíritos mais sensíveis, um estado de melancolia, algo incómodo.
Para contrariar os efeitos nefastos desta situação, traz-se à memória a evocação de momentos agradáveis, nesta prática docente.
Ainda sobre as tão badaladas aulas de substituição, que com o surto das gripes têm aumentado, recordo aquele episódio ocorrido algum tempo atrás.
É de referir pela enésima vez que nenhum aluno aceita de bom grado, as aulas de substituição. É um tempo que na opinião das crianças, seria utilizado para mais umas brincadeiras, um convívio em espaço aberto e uma descompressão de energias.
Dirigia-se para a tal turma de gente miúda, a iniciar este ano a frequência daquela escola, quando, inesperadamente, contra todas as expectativas, ouve uma salva de palmas. Não querendo acreditar no que ouvira, entrou na sala e ouviu o comentário: Esta s’ôra é fixe!

O que para crianças é claro, nem sempre o é para pessoas crescidas


Verdade e interesses,
próprios e de grupos
Por António Marcelino

Diz a sabedoria popular que a garantia de o edifício resistir às tempestades é estar construído sobre rocha firme. Até as crianças sabem isto, de tal maneira é claro, e aprendido, praticamente, por intuição normal.
Porém, o que para crianças é claro, nem sempre o é para pessoas crescidas que se gastam a construir coisas que dão nas vistas, esquecendo que, mais tarde ou mais cedo, virá ao de cima a pobreza de não se ter sabido cuidar do essencial.
É assim em muitos sectores da vida: da política ao desporto, da gestão empresarial à economia do Estado, do privado ao público. Por vezes não ficam de fora nem sequer projectos de cariz religioso.
Temos assistido, ao longo dos últimos anos, à derrocada de bancos, clubes desportivos, partidos políticos, empresas e instituições. Tudo isto, porque parece que contaram mais os interesses imediatos ou só de alguns, em vez da verdade e do compromisso com o bem social e de todos, único alicerce firme que não pressagia desmoronamentos nem ruínas do edifício social.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Navio-Escola Sagres leva Ílhavo na Viagem de Volta ao Mundo

Foto reposta por ter desaparecido deste meu espaço


Teve início, no passado dia 19 de Janeiro, a Viagem de Volta ao Mundo do Navio Escola “SAGRES”, que conta com o importante apoio da Câmara Municipal de Ílhavo, numa oportunidade única de promover além fronteiras os Valores e a Cultura do Município que tem “O Mar por Tradição”.
Em parceria com a A.I.B – Associação dos Industriais do Bacalhau, a Câmara Municipal de Ílhavo faz parte do leque das 18 entidades patrocinadoras desta Volta ao Mundo Sagres 2010, a maior viagem de todos os tempos do Navio Escola que este ano comemora o seu 73.º aniversário.
Partindo do Cais da Alcântara, em Lisboa, e até ao dia 23 de Dezembro de 2010, o NRP Sagres, verdadeiro Embaixador de Portugal no Mundo, vai fazer escala em 18 Países (Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, México, EUA, Japão, Coreia do Sul, China e Macau, Indonésia, Timor-Leste, Singapura, Tailândia, Malásia, Egipto e Argélia) num total de 339 dias de viagem, 241 dos quais de navegação e 98 em portos, percorrendo ao longo destes onze meses de viagem 35.800 milhas náuticas.

Para a história do Gil Eanes



Não há família portuguesa, directa ou indirectamente ligada ao mar, em especial à pesca do bacalhau, que não tenha recordações do Gil Eanes, Navio-Hospital que muito apoiou os pescadores do fiel amigo. Aconselho, por isso,  uma visita a quem tem muito que contar sobre o mar e sobre o que lhe está associado. Veja aqui.

A Beleza para a Igreja não é um ornamento


A Igreja precisa
de um virar de página

Por José Tolentino Mendonça


Na linha dos seus predecessores, o Papa Bento XVI tem declarado que a Igreja precisa de celebrar um novo pacto criativo com o mundo das Artes. São palavras para tomar a sério e traduzir em cada realidade nacional. Não há razões para a Igreja realizar a sua missão (que tão intimamente se liga não só à Verdade e ao Bem, mas também à Beleza) de costas voltadas para os grandes criadores do seu tempo. Um catolicismo que descure a expressão da Beleza é seguramente um catolicismo diminuído.
A Beleza para a Igreja não é um ornamento. Se o Mistério de Deus se soletra pela tríade Verdade, Bem e Beleza, quer dizer que esta última integra o património íntimo que dá substância à própria Fé. Sem a Beleza a experiência cristã permanece incompleta, por que Deus é Beleza, esplendor, glória. Nós sabemos bem os riscos de um cristianismo puramente histórico, articulado simplesmente entre convicções e práticas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ÍLHAVO: "Coastwatch Europe 2010"

Ninguém pode proteger aquilo que desconhece

A Câmara Municipal de Ílhavo parte hoje, dia 8 de Fevereiro, para o oitavo ano consecutivo de dinamização do projecto europeu “Coastwatch”, assumindo novamente o papel de Coordenador Regional da iniciativa, que conta com a importante colaboração de dez Estabelecimentos de Ensino do Município.
Assim, e durante os próximos meses, centenas de voluntários das Escolas de 1.º Ciclo do Ensino Básico N.º 1 de Ílhavo, da Barra, do Corgo Comum, de Vale de Ílhavo, da Marinha Velha, da Cambeia, da Senhora dos Campos e da Chousa Velha e, também, da EB 2,3 da Gafanha da Encarnação e da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré vão andar “de olho no litoral”, promovendo a caracterização ambiental de toda a faixa costeira do nosso Município, num total de 50 quilómetros de costa (que acompanham toda a frente-ria e frente-mar), através do preenchimento de inquéritos de observação por cada bloco do 5 quilómetros.

Prof. Manuel Assunção toma posse como Reitor da Universidade de Aveiro


22 de Fevereiro às 11 horas

A tomada de posse do Prof. Manuel Assunção como Reitor da Universidade de Aveiro está agendada para segunda-feira, 22 de Fevereiro, às 11h00, no auditório da Reitoria. À noite, pelas 21h30, também no auditório da Reitoria e integrada na cerimónia de tomada de posse, realiza-se um concerto pela Orquestra Filarmonia das Beiras. Dirigida pelo maestro António Vassalo Lourenço, esta orquestra apresenta-se em palco acompanhada pela soprano Carolina Raposo, tenor João Cipriano Martins, barítono Tiago Matos, e apresentador Jorge Castro Ribeiro.

Jornal i de hoje: Receita contra a recessão: sair do marasmo mental



Estudemos, abramo-nos mais, criemos algo de novo, porque é com uma boa atitude mental que as crises se vencem. Temos à nossa disposição o melhor da cultura mundial, aproveitemo-la.

Texto de Francesco Alberoni

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O desespero da insegurança



A corrente do sistema
Por Alexandre Cruz

1. Há dias uma imagem da televisão, vinda da China, impressionou quem se deixa impressionar. Era um pai que, tendo-lhe sido roubada a filha mais velha, pegou no filho mais novo, de seus três anos, e amarrou-o com uma corrente a qualquer coisa fixa, não lhe fosse acontecer o mesmo destino trágico. O pai partilhava o desespero da insegurança, mas com a naturalidade de quem já está habituado à desumanidade. Tudo acontece na China, sistema que se vai afirmando com importâncias na cena internacional, mas no retrato nacional sofre os abalos de tamanhas condições de indignidade. Dizem os números, que não se podem calar, que são na ordem das cem mil crianças ano raptadas para os vários tráficos (de órgãos, de crianças, de prostituição) que persistem na era da globalização.

Um dos livros mais preciosos do mundo está em Portugal


O 22.º dos 99 exemplares do livro mais caro do mundo, "Michelangelo - La Dotta Mano" ("Miguel Ângelo - A Mão Sábia", em tradução literal), pode ser apreciado na Biblioteca Nacional, em Lisboa.
A capa reproduz em mármore e em tamanho natural (56,7 X 40,1 cm) o baixo-relevo «Madonna della Scala», de Miguel ângelo.
A obra, que pesa 24 quilos, foi originalmente avaliada em 100 mil euros.
O livro, editado pelo grupo italiano Marilena Ferrari, reúne 45 desenhos e documentos do artista italiano, além de 83 fotografias originais das suas esculturas.

Apreciem, por favor, o que mostra aqui

Um pedido especial: Quem estiver em Lisboa e puder apreciar o livro, conte-me, por favor, o que viu. Eu não posso deslocar-me a Lisboa, onde tanta coisa importante acontece, fundamentalmente para os privilegiados lisboetas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Universidade Italiana reconhece a Confraria Gastronómica do Bacalhau




A Universidade de Ciências Gastronómica de Pollenzo – Itália, entregou recentemente à Confraria Gastronómica do Bacalhau um diploma como reconhecimento pelo empenho desta instituição portuguesa no apoio aos jovens finalistas daquela Universidade que desde há cinco anos vistam Ílhavo, inseridos no projecto Viagem Didáctica.
Desde 2004 que os alunos finalistas da Universidade Italiana se deslocam a Portugal a fim de conhecerem a gastronomia nacional, sendo Ílhavo um destino onde os estudantes têm sido recebidos pela Confraria Gastronómica do Bacalhau, visitando o Museu Marítimo, o navio Santo André e empresas transformadoras de bacalhau, além de provarem as diversas ementas feitas com derivados de bacalhau e o bacalhau à posta.

Efeméride: Para lembrar Sebastião da Gama, no dia da sua morte



Poesia depois da chuva

Depois da chuva o Sol - a raça.
Oh! a terra molhada iluminada!
E os regos de água atravessando a praça
- luz a fluir, num fluir imperceptível quase.

Canta, contente, um pássaro qualquer.
Logo a seguir, nos ramos nus, esvoaça.
O fundo é branco - cai fresquinha no casario da praça.
Guizos, rodas rodando, vozes claras no ar.

Tão alegre este Sol! Há Deus. (Tivera-O eu negado
antes do Sol, não duvidava agora.)
Ó Tarde virgem, Senhora Aparecida! Ó Tarde igual
às manhãs do princípio!

E tu passaste, flor dos olhos pretos que eu admiro.
Grácil, tão grácil!... Pura imagem da tarde...
Flor levada nas águas, mansamente...

(Fluida a luz, num fluir imperceptível quase...)

Sebastião da Gama

Gafanha da Nazaré: Tomada de posse de dirigentes da comunidade

Em tempo de dificuldades
é preciso dar primazia ao que é positivo


Padre Francisco Melo

Os membros do CEP (Conselho Económico e Pastoral) e os corpos gerentes da Fundação Prior Sardo e do Centro Social e Paroquial da Gafanha da Nazaré tomaram posse hoje, domingo, na missa das 11.15 horas, presidida pelo Prior, Padre Francisco Melo. Associaram-se os presidentes da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, e da Junta de Freguesia, Manuel Serra. Depois da celebração, todos participaram num almoço, no Centro Comunitário, preparado por um grupo de voluntários.

É preciso testemunhar uma Igreja
organizada, aberta e inclusiva

Nas palavras que dirigiu aos empossados, o Prior Francisco Melo lembrou a necessidade de todos testemunharem na vida “uma Igreja organizada, aberta e inclusiva, comprometida na missão de Cristo e consciente de que os bens que possuímos se destinam a fazer cristãos e a partilhar”. Referiu a urgência de experimentarmos no dia-a-dia “a Igreja da caridade”, capaz de levar à prática a disponibilidade, o que permitirá tornar efectiva “a solidariedade e a fraternidade”.
“O mundo que nos é dado viver parece cheio de incertezas económicas, sociais, religiosas e culturais”, frisou o Padre Francisco. E acrescentou: “O homem pós-moderno e superdesenvolvido e a nossa sociedade em concreto parecem trilhar caminhos em que não conseguimos vislumbrar em que portos iremos atracar: se o da vida ou da destruição.”



Hugo Coelho
Universidade Sénior
para os que gostam de aprender

Hugo Coelho, presidente da Fundação Prior Sardo, afirmou que a instituição que dirige “é de todos nós” e que nasceu para ajudar os mais necessitados, apostando, por isso, em projectos cujos horizontes indicam “perspectivas de futuro”. Salientou a acção das equipas e técnicos para o projecto da prevenção  da toxicodependência, tido como  o melhor a nível distrital, e considerou uma mais-valia a recente criação da Universidade Sénior, “para os que gostam de aprender”, envolvendo 90 pessoas. Adiantou que a Fundação não existe só para apoios sociais, pois se empenha na defesa dos valores, enquanto dá muita importância às parcerias. “Qualquer instituição, para crescer, tem de estar acompanhada”, disse.

Bento Domingues no PÚBLICO de hoje: Uma inesgotável escola de espiritualidade


(Clicar na imagem para ampliar)

Os meus livros antigos: Cartas Familiares e Bilhetes de Paris, de Eça de Queiroz


Este livro, editado pela Livraria Chardron de Lélo & Irmão, do Porto, em 1922, faz parte da colecção Obras de Eça de Queiroz. Esta é a quarta edição. É curioso verificar como ao reler este livro sentimos como o grande escritor continua tão próximo do nosso tempo, pela acutilância e oportunidade dos temas abordados.

Ânimo revigorado e obediência pronta e generosa.


EXCELENTE TRABALHO

Por Georgino Rocha


Paulo classifica como excelente o seu trabalho. Pelo modo como o realiza, mas sobretudo pela graça de Deus que, por meio dele, vai agindo. Primeiro, transforma-o radicalmente. De perseguidor fanático, fá-lo apóstolo inexcedível de criatividade missionária. Depois, de observante fiel, converte-o em testemunha qualificada da ressurreição de Jesus Cristo. A ele que se considera como “o abortivo”, um ser humano incompleto e desfigurado.
A esta acção de Deus, corresponde Paulo com uma disponibilidade total, uma atenção absoluta, uma obediência pronta e fiel.
Outras pessoas seguem o mesmo exemplo e podem dar testemunho semelhante. É o caso – evocado hoje pelas leituras da celebração - de Isaías, de Jesus e de Pedro.
Trabalho excelente o de Isaías que se reconhece um pecador, a quem o enviado de Deus liberta da culpa e prepara para ser profeta em favor de todo o povo. E que grande missão desempenha este homem que vive no século VIII, antes de Cristo!

Poesia de Eugénio Beirão para este domingo



Vou partir

Vou partir,
montanha além.
Levo nos olhos
o fulgor do mar
e, no corpo cansado,
o sabor agridoce
da chuva
inesperada:
memória
adormecida,
sem palavras,
sem nada.

Eugénio Beirão
In Os Dias Férteis

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 170

PELO QUINTAL ALÉM – 7



A FIGUEIRA DA ÍNDIA
A
meu Pai

Caríssima/o:


a. Discreta presença, arrumada num canto muito sombrio, debaixo de ramada de videira americana, a nossa figueira-da-índia não tem ido muito longe; figos nem vê-los... Se ainda está viva e a ocupar espaço deve-o à grata memória que uma sua antepassada me deixou e à esperança de poder reproduzi-la em lugar mais solarengo ...

e. Nos longínquos idos de quarenta do século passado, tosse convulsa arreliadora se apoderou do meu dorido peito. Médicos? Medicamentos da farmácia? Privilégio de poucos...

Não sei onde meu Pai bebeu a informação mas, chegado a casa, foi-se à figueira da índia, cortou-lhe uma palma. Na cozinha, para uma bacia, cortou-a às rodelas que foi sobrepondo alternadamente com camadas de açúcar amarelo. No dia seguinte de manhã:
- Anda, filho, toma para te arrancar essa tosse de cão...
Desconfiado, abri a boca e sorvi o xarope que me fez esquecer o rufar do peito!...
A tosseira foi diminuindo... e ficou a vontade de renovar a colherada do tal xarope que entretanto se extinguiu...

Não sei que aconteceu a esta benfazeja piteira; certamente a sua sorte não foi diferente de umas tantas que que por aí vegetavam e nos ofereciam os figos em troca de umas valentes picadelas!... Teimávamos arrancá-los com os dedos desprotegidos...

i. A Figueira-da-Índia é um cacto lenhoso vivaz, originário da América Central. Em Portugal é subespontânea e é cultivado em jardins e para a formação de sebes artificiais no Alto Douro, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.

O fruto é comestível, mas deve ser consumido com moderação, para evitar a diarreia.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um sínodo para repensar a Igreja?

Carta demolidora ao Papa
Por Anselmo Borges

O autor da carta, Henri Boulad, 78 anos, é um jesuíta egípcio de rito melquita. Não é um jesuíta qualquer: há treze anos que é reitor do colégio dos jesuítas no Cairo, depois de ter sido superior dos jesuítas em Alexandria, superior regional, professor de Teologia no Cairo. Conhece bem a hierarquia católica do Egipto e da Europa. Visitou quarenta países nos vários continentes, dando conferências, e publicou trinta livros em quinze línguas. A sua carta, inspirada na "liberdade dos filhos de Deus" e a partir de "um coração que sangra ao ver o abismo no qual a nossa Igreja está a precipitar-se", funda-se, pois, num "conhecimento real da Igreja universal e da sua situação actual".
A carta tem três partes: a presente situação, a reacção da Igreja, propostas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Deixem-me respirar, ser livre, ser pessoa, ser padre


Estamos em pleno
Ano Sacerdotal

Por Francisco Melo*


Desde o início temi por esta proposta do Papa e agora confirmo algumas das minhas suspeitas… Pelo que tenho visto e ouvido, suspeito que os resultados deste Ano Sacerdotal não passem de boas intenções, discursos inflamados, preceitos, orientações e propostas subjectivas, sem sujeitos que metam as mãos na massa.
Sem ter pedido, sem contar e sem sentir necessidade parece que me querem impor um “capacete”. Sinto-me simplesmente um objecto, uma espécie de animal em vias de extinção, a quem se responsabiliza por isto e por aquilo que de mal vai acontecendo nas várias comunidades. O padre tem de… o padre deve… o padre precisa de… Toda a gente agora fala do ser padre, do novo rosto do ser padre, da sua formação, da missão do padre, dos padres para este tempo…
Não, obrigado. Agradeço a preocupação, mas NÃO QUERO. Este é o grito que sinto inundar o meu ser no meio de tantas tarefas, amarras, preceitos, formas de estar e projectos a realizar que me querem impor.
Fui padre livremente, sou padre livremente, com um único e simples objectivo: SERVIR. Assumo para isso um caminho: existir como Jesus Cristo.

Um livro de Dinis Alves: "A informação ao serviço da estação"


No próximo dia 24 de Fevereiro, quarta-feira, pelas 18 horas, na Casa da Cultura, à Rua Pedro Monteiro, em Coimbra, vai ser lançado um livro de Dinis Alves, "A informação ao serviço da estação". Na contracapa vem um esclarecimento que aqui transcrevo, porque convencido estou de que se trata de um alerta para que os agentes da comunicação social, neste mundo e neste tempo, possam debruçar-se sobre a questão da honestidade profissional, de um serviço que deve apostar sempre numa sociedade melhor, onde não  caibam compadrios e interesses ocultos, em desfavor da verdade. Este é o primeiro dos quatro livros da tese de doutoramento de Dinis Alves.
Sendo o autor, que bem conheço, um homem da comunicação e profundamente metido no meio, o seu trabalho, que ainda não li, revelará, à partida, uma coragem  desusada. Precisamos, de facto, de livros e de gente como Dinis Alves.
FM


“Como eles nos enganam"

«Nas televisões portuguesas pratica-se um jornalismo de guerra sem que seja preciso arriscar repórteres no campo de batalha. A guerra é suja e trava-se entre as estações de televisão.
Promovem-se os produtos da casa, com os telejornais servindo de outdoors para alavancar audiências e desmoralizar o inimigo da frequência ao lado. É publicidade travestida de notícia, com a vantagem de não contar para as quotas.
O cidadão-telespectador perde, mas perde muito mais com outras práticas, muito mais condenáveis também. Há silêncios comprometedores, verdadeiros apagões noticiosos, e há desvirtuações graves merecendo lugar de destaque no pelourinho das falhas deontológicas.
Dinis Manuel Alves passou à lupa centenas de telejornais das TV’s portuguesas, dando conta, neste livro, de autênticas campanhas de manipulação informativa. “A informação ao serviço da estação” talvez se devesse chamar “Como eles nos enganam”.»

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Grandes reformas e irrazoáveis salários “pagos” pelos cintos apertados


O verniz e o cinto…
Por alexandre Cruz


1. Chegámos a um momento muito difícil. Sente-se o verniz a estalar e continua certa a garantia do apertar do cinto. Quem viveu períodos como este (e mesmo quem não viveu) sente que o futuro tem um reforço de incertezas como já não se sentia há muito tempo… O caso da lei das finanças regionais e todo o xadrez de pressões, intenções primeiras, segundas e terceiras; a crise social instalada, o aumento transversal da precariedade, as pessoas do desemprego histórico, a criminalidade e insegurança que se confirma cada vez mais diária; a nossa comparação com a Grécia e a galopante não credibilidade externa; a escassez de horizontes políticos que enfermam um diálogo que todos reclamam mas que “todos” falham; a sensação de que a liberdade de opinião se sente ameaçada com sucessivos casos de “alegadas” pressões e de “problemas” a serem resolvidos…

Dia Mundial contra a Doença


Portugal continua a dar novos mundos ao mundo

Por Maria Donzília Almeida



Numa altura em que os humores andam um pouco enegrecidos por este Inverno pardacento, surge como algo pertinente, reflectir um pouco acerca da doença. Já que nos interessa mais o seu contrário, a saúde, vou socorrer-me da definição desta, pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Para este organismo, saúde não é apenas a ausência de doença, mas sim um estado de bem-estar físico, mental e social, uma espécie de harmonia entre todas as componentes do ser humano.
Sem pretender meter a foice em seara alheia, recordo os tempos de adolescência em que li Júlio Dinis, médico/escritor, que afirmava no seu livro “As Pupilas do Sr. Reitor”, que não havia doenças! A assunção protagonizada pela sua personagem Daniel, um recém-formado médico, sucessor de João Semana, foi, na altura uma tirada bombástica que caiu em terreno explosivo. A afirmação convicta do médico estagiário, na botica do João da Esquina, já na altura era muito vanguardista. Havia, na verdade, doentes que tinham características particulares, ao serem contagiados por qualquer doença. Não há dois doentes iguais, ainda que com sintomas da mesma doença.

Jornalista Carlos Naia na Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo


Carlos Naia


Classe de Jornalismo

A convite do orientador da disciplina Fotografia/Comunicação, Carlos Duarte, da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo, esteve o jornalista Aveirense, Carlos Naia, durante uma hora, para evocar passagens da sua vida jornalística.
Com a Carteira Profissional n.º 180, Carlos Naia é uma referência do jornalismo aveirense, onde esteve cerca de 40 anos no Jornal de Notícias,  donde se aposentou. Hoje mantêm colaboração em alguns jornais regionais e em rádios, no acompanhamento do Beira Mar, já que, segundo o orador, nunca se deixa de ser jornalista.
Carlos Naia começou por historiar a sua vivência no JN com episódios curiosos para os dias de hoje, como as entregas de reportagens ao maquinista do Foguete para entregar no Porto, ou percorrer a região numa “acelera”, até às noitadas na entrada da Barra, na ânsia de ver os destroços dum avião ou do naufrágio dum barco. O “exame prévio” (censura) também não foi esquecido assim como as perseguições nos Congressos Republicanos em Aveiro. O PREC foi outro momento da vida nacional que foi descrito pelo antigo jornalista como uma época de intenso combate por um jornalismo livre e sem influência partidária ou religiosa, valores que eram “sagrados” no Jornal de Notícias.

Efeméride: Nascimento de Almeida Garrett

Evoco hoje e aqui o grande Almeida Garrett, que nasceu em 4 de Fevereiro de 1799. Simplesmente porque a minha rua foi baptizada com o seu nome. Foi de facto um grande escritor, dramaturgo, poeta e político liberal. É mais conhecido, porventura, como dramaturgo, havendo quem o coloque no pedestal de renovador do teatro português.
Em nada contribuí para a escolha do nome, mas confesso que gosto de morar nesta rua, com o seu nome, mas também devo reconhecer que se trata de um sítio calmo, com vizinhos amigos. A minha casa foi a terceira a ser construída nesta rua, no longínquo ano de 1965. Hoje está cheia. E na altura a minha casa tinha um certo ar airoso. Contudo, presentemente, foi ultrapassada por outras construções mais modernas e talvez mais funcionais. De qualquer modo, não trocava este meu recanto por qualquer outro.
Sobre Almeida Garrett, posso adiantar que de vez em quando visito os seus livros para me deliciar com uma prosa que encanta. Já agora, um pormenor sobre Garrett: Quando fui observado no Hospital Militar de Coimbra, apresentei-me de pijama atado com um cordel à cintura. Ao entrar no consultório, o médico-presidente da Junta Médica olha para mim e pergunta: «Quem és tu?» «Ninguém», respondi eu. Tinha lido tempos antes "Frei Luís de Sousa".

Efeméride: Início da Guerra Colonial Portuguesa

4 de Fevereiro de 1961

Em Angola, neste dia, em 1961, começou a guerra colonial portuguesa, ao abrigo das políticas defendidas por Salazar, que proclamavam que Portugal era um país multicultural, multi-racial e multicontinental, uno e indivisível. Nas escolas, desde tenra idade, todos eram doutrinados para estes princípos, de que Portugal se estendia do Minho ao Algarve, chegando a Timor e Macau, depois de  passar por  Angola e Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e  Príncipe,  Açores e Madeira. A guerra está na memória da minha geração, pelas mortes que custou, pelos traumas que provocou, pelos mutilados que deixou. Tudo tende a esquecer, mas tal  não é fácil para os que por lá passaram e para milhares de famílias que viram partir para a luta tantos dos seus filhos. Muitos por lá ficaram.

Figueira da Foz: História na rua

Quando passeio, pelas cidades e aldeias, encontro com regularidade registos históricos, que me apresso a ler. É uma forma de ficar a conhecer um pouco mais os sítios por onde passo. Da Figueira da Foz mostro hoje este apontamento de viagens. Clique nas imagens para ampliar. Ver aqui sobre Luís da Silva Mousinho de Albuquerque

Nem sempre é fácil viver num mundo complexo como o nosso


Sem muros
nem fronteiras

Por António Marcelino


Nem sempre é fácil viver num mundo complexo como o nosso, que é, ao mesmo tempo, pequeno e grande, fechado e aberto, indiferente e cordial. Onde tudo se conhece e poucos se conhecem, todos opinam e poucos escutam, todos falam de amor e poucos se amam. Cheio de riquezas e de misérias, de capacidades e de restrições, de esperanças e de desesperos… O Vaticano II definiu-o de modo ainda mais eloquente (GS 5-9).
Mas é este o nosso mundo. Aquele em que vivemos, e só pode melhorar se dele fizermos um projecto e pusermos em acção, de modo activo e concertado, nossa vontade e nossas potencialidades, alargando o circulo e o número dos interessados em igual projecto.
Ninguém deve esperar para começar. Quanto mais ingente a tarefa, mais urge o tempo para a realizar. Os cristãos acordados e todas as pessoas de boa vontade que sofrem com o que falta e se alegram com o que se vai conseguindo de bom e de auspicioso, têm de estar conscientes desta tarefa e desta urgência.
A Igreja, com todas as mazelas que sofreu ao longo do tempo, tem como missão ajudar a redimir o tempo perdido e necessário. Ela há-de levar ao despertar da fé, consciente e activa, na medida em que, lendo e discernindo os “sinais dos tempos”, se empenhar no serviço às pessoas, se unir e estimular aos que lutam por projectos sociais de justiça e de verdade.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ninguém duvida da força do mundo da imagem e dos impérios dos cinemas



O fenómeno Avatar

Por Alexandre Cruz

1. Ninguém duvida da força do mundo da imagem, dos impérios dos cinemas, do quanto eles reflectem, de um modo ou de outro, a realidade do mundo que vivemos; os seus bens ou os seus males, as suas angústias e aspirações. É uma multidão de actores imortalizados, e é um mundo que acompanha continuamente os desenvolvimentos da sétima arte, o cinema. As mais famosas películas cinematográficas são espelho de culturas e crenças, retratam momentos históricos decisivos, partilham mundialmente as mais belas paisagens; abrem-nos ao mundo do imaginário, digital, ficção, fazendo-nos ver o invisível. Mas também o cinema reflecte a violência que vai nos corações, a inveja e a corrupção que persiste, podendo quase ser uma sedutora escola de crime.

A República, um facto, muitas leituras




Rua da República

Por António Rego

A República desceu à rua. Ou todas as crónicas do reino vão dar à Rua da República. Já compreendemos que não falta quem dela se apodere para dizer tudo o que já pensava. Já não me lembro bem dos que mal se lembravam daquele 5 de Outubro de 1910 - como muitos, hoje, do 25 de Abril têm uma imagem ténue. Lembro-me dum velhote que dizia não se tratar de nenhum regime mas apenas de uma forma de estarem contra a monarquia, a Igreja e a tradição. Havia manifestos, pasquins, comícios. Factos houve, como as comemorações da morte de Camões e o ultimato inglês, que foram aquecendo os ânimos para a estocada final na monarquia. Que, também se acrescenta, andava de péssima saúde e deixou saudades a muito poucos. São as turbulências da história.
A República, um facto, muitas leituras. Mas um acontecimento que marcou a nossa história do século XX e não nos é indiferente cem anos depois. Dá-se agora uma espécie de correria para cada corrente de leitura chegar primeiro à interpretação ortodoxa que defenderá como única e definitiva. Muitas vezes trabalhando a história à sua maneira e encaixando-a na ideologia já instalada. Assim, não haverá interpretação dos factos, mas o seu tratamento voltado para uma direcção pré-definida. Distorcida e estreita.

Livro e exposição sobre o Salgado de Aveiro


A Câmara Municipal de Aveiro e a FEDRAVE convidam todos os interessados pela cultura e história aveirenses para a Sessão de Lançamento da obra Ecomuseu do Salgado de Aveiro, da autoria de Énio Semedo, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Aveiro, e para a inauguração da exposição Monográfica sobre o Salgado de Aveiro, na Galeria Municipal, no dia 05 de Fevereiro, pelas 18 horas.

Livros de Valdemar Aveiro vão ser apresentados na Biblioteca da Nazaré

Valdemar Aveiro, à direita, recebe cumprimentos de Miguel Veiga,
 que apresentou "80 graus Norte", em Aveiro.



No próximo sábado , 6 de Fevereiro, pelas 16 horas, vão ser lançados, na Biblioteca Municipal da Nazaré, dois livros de Valdemar Aveiro — “80 graus Norte” e "Histórias desconhecidas dos grandes trabalhadores do mar".
Os livros, levados à estampa pela Editoral Futura, são baseados em histórias reais. Contam como era a vida dos pescadores da pesca à linha do bacalhau, a “Faina Maior”, como é designada, e que envolveu muitos nazarenos, entre 1935 e 1974.
O autor dos livros, Valdemar Aveiro, nasceu em 1934, em Ílhavo, no seio de uma família de pescadores. Esteve, desde sempre, ligado ao mar e à pesca, fazendo, actualmente, parte do Conselho de Administração de uma empresa do sector.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rádio Renascença: Bispo de Aveiro critica falta de apoio às PME



D. António Francisco dos Santos critica o Estado por não apoiar as pequenas e médias empresas (PME) e se esquecer dos jovens que procuram o primeiro emprego na região.

«O Bispo de Aveiro reconhece que a Universidade local está atenta às necessidades da região, mas isso só não chega: “As empresas estão atentas aos jovens que tiram aqui os seus cursos e há novas empresas a fixarem-se aqui. Em todo o caso há situações concretas de jovens que não encontram o primeiro emprego e empresas com dificuldades e acho que o estado devia dar incentivos às empresas e famílias”.
O Bispo de Aveiro elogia a Universidade local, e fica satisfeito que vá acolher um novo curso de Medicina, vocacionado para quem já é licenciado.
D. António Francisco dos Santos não dúvida que será mais uma oportunidade para Aveiro se destacar: “A Universidade de Aveiro tem tido capacidade de ser criativa e está atenta aos desafios de hoje”, afirma.»

Ler mais aqui

Nota: Texto e foto da RR

Filarmónica Gafanhense: Uma escola de músicos que precisa de ser apoiada



A população das Gafanhas
tem de olhar mais para a sua banda


Numa terça-feira de Janeiro, com muito frio, à noite, ensaiava no Stella Maris, na Gafanha da Nazaré, o Grupo Coral da Filarmónica Gafanhense, uma instituição mais que centenária. Nasceu em Ílhavo em 1836, mas em 1982 resolveu transferir a sua sede para a Gafanha da Nazaré. Nessa altura mudou de nome, trocando Ilhavense por Gafanhense, já que quase todos os componentes eram gafanhões. Foi uma maneira de evitar a morte que se anunciava, segundo os dirigentes de então.
Homens e mulheres da casa dos 40 anos, em média, sob a batuta da professora de música do Conservatório de Aveiro Cristina Ribau, aqueciam gargantas e afinavam tons, num ambiente alegre e descontraído.
O Grupo, em acentuado crescimento humano e musical, tem participado em concertos, sendo o seu reportório constituído por música variada, não faltando a componente litúrgica. Actua, normalmente, em conjunto com músicos da Filarmónica Gafanhense.

Cristina Ribau aceitou o desafio lançado pelo presidente da instituição, Carlos Sarabando Bola, porque o projecto era e é “interessante”. A maioria dos coralistas não sabe música, mas todos mostram grande determinação, ao aceitarem participar neste desafio. Contudo, “por não saberem música, absorvem com gosto as orientações dadas”, sublinha a professora.
Pessoalmente, Cristina Ribau garante que o interesse manifestado por todo o Coral lhe dá “grande prazer”. Também considera muito importante o apoio momento a momento oferecido pela direcção da Filarmónica.
Participar num coral é garantidamente um bem, porque o trabalho em conjunto é enriquecedor para quem canta, ao mesmo tempo que “estabelece amizades e desenvolve o gosto pela harmonia”, salientou a nossa entrevistada. E não será que a harmonia musical contribui para a harmonia de cada um de nós?
Por outro lado, a “música cultiva a emoção, criando nas pessoas a predisposição para descobrir a riqueza musical que está dentro de cada um de nós”, por vezes de forma escondida, adianta a Cristina.
O Grupo Coral está a apostar em melhorar a “expressão nas suas actuações, avançando com peças de estrutura musical mais elaborada”, frisou. “ E a entrada de jovens para o grupo seria uma mais-valia”, concluiu Cristina Ribau.

Eunice Muñoz no Centro Cultural de Ílhavo


Uma peça de Joan Didion baseada nas suas memórias

«O Ano
do Pensamento Mágico»


“Sentam-se para jantar e a vida como a conhecem termina”. Na noite de 30 de Dezembro de 2003, Joan Didion e o seu marido, John, entram em casa depois de visitar a filha, internada. Joan e John sentam-se para jantar e eis quando, no silêncio que se instala, John morre de ataque cardíaco. Esta história mostra a profundidade que só as grandes relações têm e reflecte sobre a doença e a morte, sobre a probabilidade e o acaso, sobre a saudade e o amor. Uma Produção do Teatro Nacional D. Maria II, com encenação de Diogo Infante.
No sábado, 13 de Fevereiro, pelas 21.30 horas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O «ser humano» é que é tudo


Muito mais que cidadania…
Por  Alexandre Cruz



1. Na data histórica de 31 de Janeiro, no Porto, deu-se início às comemorações do Centenário da República Portuguesa. Começaram, neste contexto histórico, a ser partilhadas muitas mensagens repletas de história e muitas entrevistas a personalidades do mundo da política e da cultura. Também aquelas perguntas breves de rua (sobre acontecimentos relacionados com a instauração da república e personalidades situadas nessa época complexa) manifestam grande desconhecimento da nossa história nacional, ou então um enviesamento menos saudável no que à história diz respeito. Um vasto conjunto de “refrães” enaltecedores da ideologia republicana está no ar; aquilo que é uma oportunidade cívica não se pode asfixiar em visões limitadas e circunscritas a ideias fechadas.

Efeméride: O Rei D. Carlos e seu filho D. Luís Filipe são assassinados

D. Carlos e D. Luís



Neste dia, em 1908, no Terreiro do Paço, foram assassinados D. Carlos, rei de Portugal, e seu filho primogénito, D. Luís Filipe. Sucedeu a D. Carlos o seu segundo filho, D. Manuel II, último rei do nosso País. Com sangue, deram-se passos decisivos para a República.
Por princípio cristão e humanista, não aceito a pena de morte nem aplaudo assassinos. Houve e há quem o faça. Concordo com as revoluções, pela capacidades que elas têm ou podem ter de repor a justiça, abrindo portas a uma sociedade mais fraterna e mais humana, mas defendo que é possível tudo isso num clima predominantemente pacifista. Gandhi ensinou-nos isso.
Não acredito que possa ser possível, num ambiente democrático, voltar à Monarquia, mas creio que a República ainda não pôs de pé, entre nós, os propalados ideais republicanos, de liberdade, igualdade e fraternidade. Os ideais são inatingíveis, mas torna-se imperioso apostar na aproximação.
A morte de D. Carlos e de seu filho não dignificou a República nascente e penso até que, mais dia menos dia, um novo regime se poderia impor, numa Europa em mudança. Ainda há Monarquias, como toda a gente sabe, curiosamente em países democráticos e progressistas, onde as pessoas vivem em paz, sem guerras mesquinhas, como as que envolvem os Presidentes das Repúblicas. Por mais que se diga que o Presidente o é de todos os concidadãos, a verdade é que tudo serve para denegrir a sua imagem. Vejam os meus amigos o que acontece com o Presidente Cavaco Silva. É sempre preso por ter cão e por não o ter.