quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um poema de Domingos Cardoso

Estrada
Olhando as minhas mãos, assim despidas, Tão vazias de anéis e compromissos, Tão desnudas de feitos e feitiços Penso que as intenções foram perdidas. Descubro em minhas rugas esculpidas As marcas dos propósitos postiços E, nos meus olhos, de brilhos já mortiços, A dor de renovadas despedidas. Tive amor no meu peito e não o quis, Senti m sonho à mão e nada fiz Por julgar que este mundo era ilusão. Tendo de meu tão pouco ou quase nada Vejo, no fim da estreita e erma estrada, Sorrindo, à minha espera, a solidão. Domingos Freire Cardoso

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