sexta-feira, 20 de março de 2009

Aveiro de luto

Quem somos nós para condenar quem quer que seja?
A notícia correu célere e muitos opinaram com desnorte. Criança morreu esquecida no carro do pai. Todos ficámos tristes. E mesmo sem conhecermos os pais da criança, cumprimos a nossa obrigação de estar com eles, não fisicamente, mas em espírito solidário. Mas não queremos nem podemos condenar ninguém, muito menos o pai. Quem somos nós para condenar quem quer que seja?
Sabemos que o Ministério Público já tomou conta do caso, na perspectiva de julgar o pai. Não creio que ele venha a ser condenado, pela simples razão de que não é um criminoso. Talvez obcecado pelo trabalho, tão normal nesta sociedade competitiva, pressionado por deveres profissionais, cansado de uma vida desgastante, que exige pressa e mais pressa, e fixado até à exaustão nas obrigações do quotidiano, entre outras razões, decerto determinarão a sua absolvição.
Todos estamos convencidos de que a sua pena está desde esse triste momento a marcar o pai para toda a vida. Não podemos, portanto, ocupar o lugar de carrascos, que mata de olhos vendados. Temos, isso sim, a obrigação de o ajudar a carregar, ao longo do tempo, este pesadelo que ninguém saberá explicar. Daqui, deste meu recanto, associo-me à dor desta família, manifestando a minha mais sincera solidariedade cristã.
FM Leia mais aqui sobre este assunto

1 comentário:

  1. Parece que o desfecho deste caso foi terrível. Correu a notícia de que esse pai não suportando o peso do remorso, talvez ditado mais pelas acusações de que foi alvo do que por si próprio, se suicidou!
    Eu, na minha modesta opinião, acho que ninguém de boa formação moral poderia condená-lo. Considerá-lo criminoso seria por si só, hediondo! Quem se atreveria a fazê-lo?
    De tudo isto, só posso tira uma lição: "Só o ignorante é intolerante"! E...lamento, profundamente esta dupla tragédia! Os familiares que resistiram,devem estar a precisar de muito conforto!
    DA

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