quinta-feira, 31 de julho de 2008

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DO FUTEBOL

Em finais da década de 40 e início da década de 50, existiram três clubes de futebol não federado, na Gafanha da Nazaré e um na Gafanha da Encarnação. Mais tarde, já em meados da década de 50, surgiu na Cale da Vila implementado por um grupo de estudantes, o “INDEPENDIENTE”, que pretendia ser uma réplica da Académica de Coimbra. Também era de estudantes e também equipava todo de negro. Não sei qual dos três clubes seria o mais antigo, já que eu era ainda muito criança, mas sei que havia na altura uma grande rivalidade entre eles e também com o “Estrela da Gafanha da Encarnação”. Outros tempos… os mesmos sentimentos, as mesmas paixões pelo futebol!...

Armando Cravo

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NOTA: Agradeço ao meu amigo Armando Cravo a disponibilidade com que acedeu ao convite para colaborar neste meu blogue, com o único objectivo de nos ajudar a reviver tempos idos. É com estes contributos que é possível deixar aos vindouros as marcas indeléveis do nosso passado, de que tanto nos orgulhamos. Assim outros se juntem a nós…
FM

A velha Guarita

A velha Guarita

Há dias referi, neste meu blogue,  a réplica da Guarita que fica enquadrada pelo arranjo urbanístico do Jardim Oudinot. E hoje, ao manusear fotografias antigas, que as tenho por aqui, dei com uma foto da velha Guarita, julgo que na sua localização original. Velha e abandonada, diz-se que serviu de refúgio a um mendigo destes sítios, durante muito tempo. Seria um sem-abrigo dos tempos da minha meninice. Aqui fica para recordação dos que ainda alimentam recordações, boas ou menos boas, doutros tempos. Dos tempo em que, muitos gafanhões (mais gafanhoas e filhotes), à volta da Guarita, apanhavam recebolo para alimento dos suínos.

FM

DAR VOZ AOS POBRES

PARA FOMENTAR UMA CULTURA DE JUSTIÇA,
DE SOLIDARIEDADE E DE COESÃO SOCIAL
Dar Voz aos Pobres é um blogue que vai merecer, com toda a certeza, a nossa melhor atenção. Fica a morar, também, aqui ao lado, em Afinidades, para a todo o momento ficarmos a par dos projectos que hão-de vir, com a finalidade de erradicar a pobreza entre nós, agora que ela foi considerada uma violação dos Direitos Humanos. Na apresentação, ficam claros os objectivos, que aqui transcrevo: “Persistem na nossa sociedade alguns estereótipos que entravam qualquer acção decisiva na superação da pobreza e das suas causas que só uma melhor escuta dos pobres poderá ajudar a dissipar. Por outro lado, da parte dos pobres têm faltado oportunidades para poderem expressar as suas vivências, dificuldades, aspirações e potencialidades e ganharem visibilidade como sujeitos de direitos e deveres de cidadania. Ao promover esta audição pública, a CNJP pretende convocar pobres e não-pobres para uma reflexão conjunta com vista à desconstrução dos preconceitos acerca da pobreza e, por essa via, contribuir para fomentar uma cultura de justiça, de solidariedade e de coesão social. É nossa intenção reunir na mesma mesa as pessoas que vivem ou viveram situações de pobreza e os responsáveis pelas políticas públicas e pelas organizações de solidariedade social, investigadores, e gente da cultura e da comunicação social.”

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

Complexo Desportivo da Gafanha em construção, na Colónia Agrícola
As rivalidades entre os clubes da Gafanha da Nazaré
As rivalidades próprias de qualquer desporto também naqueles tempos se viveram com alguma paixão. Os jogos não eram oficiais, já que se tratava de clubes não filiados em qualquer Associação, excepção feita para o Atlético que, segundo na altura foi amplamente divulgado, chegou a ser clube oficial, porém sem qualquer proveito desportivo. E a paixão dos seus dirigentes, por pressão logicamente psicológica dos respectivos adeptos, chegava ao ponto de procurarem e convidarem jogadores famosos, expressamente para cada jogo, pertencessem eles aos clubes rivais da terra, a outros clubes amadores da região ou ao Beira-Mar que já era instituição de respeito na altura. O importante era ganhar, custasse o que custasse. E, tal como hoje, também naquela época as vitórias ou derrotas eram comentadas com fervor clubista e com promessas de “vingança” para a próxima vez, que podia ser no domingo seguinte.
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FÉRIAS

HÁ TEMPO PARA TUDO Tudo neste mundo tem seu tempo; cada coisa tem sua ocasião. Há um tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir. Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de as juntar; tempo de abraçar e tempo de afastar. Há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de economizar e tempo de desperdiçar; tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar. Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. Ecle. 3, 1-8

FÉRIAS

Serra do Caramulo
Para pessoas vivas não há tempos mortos
Os tempos mortos são os que se gastam sem objectivos, os que se vivem sem que ..co-muniquem vida. Para muita gente são assim os dias de férias. Não fazer nada, não pensar em nada, nada que preocupe. Só descansar, só gozar, só matar o tempo com prazer. Pois se a vida cansou tanto, porque não agora descansar sempre sem preocupações? A verdade, porém, é que, ao longo do ano, muitas coisas se deixaram para férias, altura, diz-se, em que se está mais livre e se pode fazer o que não foi possível fazer então. Nestes afazeres adiados, pensa-se em tempo para estar com os filhos, tempo para o casal partilhar com serenidade a sua vida a dois, tempo para ler, descansar, reflectir e contemplar, tempo para reconquistar a atenção para coisas fundamentais que se foram esfumando e perdendo o sentido. Férias, mais tempo para si e para os outros, sem obsessões, sem sacrifícios forçados, sem escusas injustificadas, sem lamento de impossibilidades. Nem toda a gente pode beneficiar de uns dias de férias, também estas bem merecidas e necessárias. Então, que quem as pode usufruir as torne úteis, como expressão de vida e de enriquecimento pessoal e familiar. Uma boa oportunidade nunca se pode perder. Para os cristãos, se já descobriram o valor verdadeiro do tempo, que não é apenas o do relógio, as férias têm ainda um valor e um sentido acrescido. Constituem, em muitos casos, uma ocasião de testemunho de vida, de valorização pessoal pela prática da solidariedade, de enriquecimento relacional que pode proporcionar experiências apostólicas, válidas e únicas, em comunidades de acolhimento, em lugares de veraneio, em tarefas partilhadas, em comunicação recíproca de caminhos andados, em amizades iniciadas ou reforçadas. Tenho encontrado nas minhas férias muita gente com preocupações diversificadas, mas com o mesmo objectivo de não deixar que as férias sejam tempo sem sentido ou de sentido reduzido e meramente utilitário. É, também, sempre um toque positivo para muitas pessoas, ver como há jovens universitários que partem nas suas férias para regiões pobres, como voluntários em campos diversos de apostolado, cultura e ensino, trabalho diverso, actividades de ordem social. Como toca profundamente ver a alegria com que partem, a atitude generosa que lhes enche o coração e já a antecipada certeza do bem que receberão, por via do bem que foram dispostos e determinados em fazer em favor de outros. No fundo, jovens de hoje estão a dizer a todos que as férias também são para fazer bem aos outros e que nesse sentido são igualmente férias úteis e libertadoras para quem opta por esse caminho. É verdade que o consumismo e os jogos de mercado que o servem tornam difíceis as férias de muita gente, vítima de barulho até altas horas que não deixa descansar, ou envolvida por uma publicidade sofisticada de propostas a que é difícil resistir, porque há sempre na família quem tombe e faça força que arrasta outros para o lado do mais agradável. A liberdade, também em férias, está sempre na capacidade de escolher com critérios, porque se tudo é permitido, nem tudo tem valor. A opção é esta: ou nós comandamos o nosso tempo e temos tempo para tudo, ou nos tornamos escravos dele, a ponto que chegamos a dizer que não temos tempo para nada, e, de facto, cada vez teremos menos tempo para o que devemos fazer. António Marcelino

PONTES DE ENCONTRO

Petróleo e euforia? Não, obrigado!
Ainda há poucas semanas, o preço do barril do petróleo andava na casa dos 149 dólares para se situar, nesta altura, no valor de 126 dólares. Sem dúvida que é uma descida significativa e bem vinda, mas não mais do que isso, muito menos é uma evolução, como já ouvi dizer a várias pessoas, que nos possa levar a concluir que a crise já passou e que, agora, vai voltar tudo ao normal. Por diversas vezes, tivemos a oportunidade de escrever, aqui, no Pela Positiva, sobre os preços elevados do petróleo, sem que tal se justificasse, sobre o ponto de vista de custos exploração, refinação e distribuição, pelo que só factores especulativos, políticos, ideológicos, entre outros (mas sempre obscuros e, por isso, não controláveis), poderiam justificar as subidas vertiginosas que, quase diariamente, se fizeram sentir nos mercados mundiais, neste último ano. Ultimamente, responsáveis da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) têm dito que é provável que o barril do petróleo possa descer até aos 82 dólares. Esta afirmação vale o que vale, na medida em que o negócio mundial do petróleo não se resume apenas à OPEP, por muito boas intenções que possa ter e de que eu, pessoalmente, duvido. De qualquer modo, há que ter em conta – e isto é fundamental – que estas descidas começaram a surgir quando já era notório uma desaceleração acentuada da economia mundial, pelo que o consumo do petróleo iria, necessariamente, diminuir. Quer isto dizer que esta descida do valor do petróleo surge pelas piores razões e se não forem eliminadas as variáveis obscuras e não controláveis, acima referidas, não passa de uma descida conjectural, ou seja, temporária e sem significado. Admitindo, no entanto, que a descida veio para ficar e continuar (o que, repito, duvido), mesmo que a economia mundial retome o seu crescimento, há lições muito sérias que se devem retirar de toda esta crise petrolífera que se tem vivido. Primeiro, a sociedade mundial não pode estar dependente nem estruturada – como ainda está, e vai estar, durante largos anos – à volta de uma única fonte de energia. Segundo, todos os cidadãos devem aprender a alterar, profundamente, os seus hábitos diários de vida, a começar pelo uso que dão ao seu automóvel, que deve ser reduzido ao máximo, apostando mais nos transportes públicos. Terceiro, nas suas habitações, as pessoas devem preocupar-se em terem sistemas e hábitos eficazes de poupança de energia, a começar pelo seu aquecimento e iluminação. Muitas das vezes, um ligeiro investimento inicial, na moradia, traduz-se em ganhos, posteriores, nos gastos energéticos. Quarto, vai ter que continuar, e até reforçar-se, a investigação em energias alternativas ao petróleo e as novas habitações devem estar preparadas para produzirem a sua própria energia, pelo que só líderes políticos loucos e irresponsáveis é que podem não ter isto em linha de conta. Quinto, admitindo que vai continuar a descer o preço do petróleo, este não é eterno e quanto mais tarde se fizer a transição para uma sociedade pós-petróleo, maiores são os custos e as convulsões sociais que surgem. Sexto, a volatilidade das políticas e a desregulação do negócio petrolífero é por demais evidente, já que nem governos nem especialistas desta área energética eram capazes de prever o que se iria passar nas horas seguintes. Sétimo, muitos governos tiveram que subsidiar vários sectores da actividade económica dos seus países – caso das pescas e dos transportes, em Portugal – com o dinheiro de todos os contribuintes, que podia ser canalizado para outros fins. Se a descida se mantiver, qual é o Governo que tem a coragem de retirar, agora, estes subsídios? Oitavo, esta crise deu para perceber que em Portugal não há concorrência séria neste mercado e estas recentes descidas da GALP, BP e Repsol provaram-no, mais uma vez. Muitas outras razões poderiam ser invocadas, mas estas devem ser as suficientes para que não se passe para um estado de euforia injustificada e perigosa ou para a ideia que tudo volta a ser com dantes, como já tive a ocasião de ouvir um pouco por aí.
Vítor Amorim

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento

A ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento é uma ONG (Organização Não Governamental) com sede em Aveiro e com projectos destinados à construção de um mundo mais justo e mais fraterno. Os seus objectivos direccionam-se para os que mais precisam, estejam eles onde estiverem. Acabo de receber a sua primeira newsletter, para anunciar, a quantos estão interessados em cooperar, o que faz e o que pretende fazer, numa perspectiva de nos envolver como agentes activos, pelas formas que estiverem ao nosso alcance. E sublinha:
"Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, fazem fila num campo de refugiados depois de fugirem de uma guerra que não sabem de onde veio nem porquê...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são crianças com sorte porque têm um professor, uma árvore que dá sombra e um chão de terra onde dá para escrever, quando muitos outros nem sonham em saber escrever ou ler...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são mulheres mutiladas, mulheres que não têm voz política, social ou cívica na sua comunidade, no seu mundo...
Para aqueles que hoje no mundo, são mulheres que sepultaram um filho bebé ou criança demasiado frágil para aguentar uma doença porque não pôde receber medicamentos preventivos de valor menos que um euro...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são pessoas em fila para se deitaram na cama de um hospital feito de pano, sobrelotado que sofrem de HIV/SIDA, malária e outras doenças contagiosas que facilmente se podiam prevenir..."
Precisamos de estar atentos à ORBIS

FÉRIAS

Na Praia da Barra, a minha praia desde a infância, há sempre motivos de interesse. Por esta e por aquela razão. Por este e por aquele estado de alma. Hoje olhei, com outros olhos, para as pedras que assumem a defesa do paredão, mais conhecido por Molhe Sul. Não se julgue, porém, que as pedras estão por ali a pesar no ambiente. Nada disso, são decorativas e, até, podem tornar-se um desafio para treinar o equilíbrio, de quem anda habituado a caminhar sobre pisos lisos e planos. Boas férias para todos.

PONTES DE ENCONTRO

De crise em crise até à (in)justiça final?
No passado dia 25, de Julho, escrevi algumas linhas sobre a reunião da FAO, que decorreu na cidade de Roma, entre 3 e 5 de Junho, com o suposto intuito de se encontrarem soluções para a falta e o aumento do custo dos alimentos, à escala mundial. Estiveram presentes 181 países, mas nada de concreto saiu deste fórum internacional. Para isso, muito contribuiu os diferentes interesses em jogo, sobretudo da parte dos EUA e da UE. Decorrido cerca de um mês – mais concretamente entre os dias 7 e 9 de Julho – o chamado grupo do G8 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia) reuniram-se no Japão, para discutirem, entre outros assuntos, as crises alimentar, energética e climática. As medidas anunciadas pelos líderes destes oito países, após a cimeira, foram vagas e superficiais e, de concreto, os seus efeitos, para a resolução futura dos vários problemas que afectam o mundo, deixam muito a desejar. Exemplo disso está na intenção de reduzir, em mais de 50%, a emissão dos gases que contribuem para o efeito estufa, até ao ano 2050, o que significa que estaremos a mais de 40 anos da sua possível concretização, e onde os EUA têm a prerrogativa de traçarem as suas próprias datas e limites! De resto, os líderes do G8 apelaram ao aumento da produção petrolífera, sem terem concretizado nada no que respeita à eficácia energética ou à diversificação das fontes de energia. Relativamente a medidas que possam contribuir para ultrapassar a crise alimentar que vivemos, foram tratadas pela rama, traduzindo-se, mais uma vez, num conjunto difuso de boas intenções. Dias antes desta cimeira do G8 (dia 2 de Julho), o arcebispo D. Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, proferiu um discurso no Conselho Económico e Social das Nações Unidas, onde, a dado passo, refere: “ É difícil pensar que num mundo, no qual se gasta 1,3 triliões de dólares, por ano, em armamentos, não se disponha dos fundos necessários para cobrir as necessidades básicas das pessoas. Não há razões para não actuar, e um sincero desejo em actuar deve ser acompanhado das acções necessárias, mais do que palavras e de boas intenções.” Reuniões, conferências ou debates não faltam, um pouco por todo o lado, supostamente para debelar as crises que, desde há muito, se vêm abatendo sobre o mundo, mas, de concreto, nada sai delas. De tudo isto, fica a reconfirmação de que a manutenção da pobreza, entre outros exemplos, interessa a muita gente poderosa, para que o mundo continue a ser o que tem sido até aqui. Recentemente, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, dizia que 15 a 20 mil milhões de dólares, anuais, era o valor necessário para combater os efeitos da crise alimentar. Ora, segundo o Gabinete do Orçamento do Congresso dos EUA e outros especialistas, a guerra do Iraque custará entre 1 a 2 milhões de milhões de dólares, ou seja, cerca de 50 vezes mais do que o necessário para matar a fome a todos os esfomeados do mundo. Pelo que se vê e se sabe desde há muito, a questão da erradicação da fome não é feita por falta de dinheiro, mas sim devido aos interesses e prioridades estabelecidas e os fins a atingir pelas nações que vão dominando o mundo a seu belo prazer. Definitivamente, a dignidade da pessoa humana não é, ao contrário do que se quer fazer querer, uma prioridade ou um valor a defender. Por isso, na reunião da FAO, em Roma, o Papa Bento XVI enviou uma carta aos conferencistas, onde dizia: “…a fome e a desnutrição são inaceitáveis, num mundo que, na realidade, dispõe de níveis de produção, de recursos e de conhecimento suficientes para acabar com estes dramas e as suas consequências…”. Homens de boa vontade (não há cristãos autênticos sem serem, primeiro, homens de boa vontade), temos que ter a exacta noção de que nada se pode fazer sem a conversão genuína de cada um em querer fazer o bem e, a partir daqui, assumir, como sua afirmação e seu compromisso individual, que em cada ser humano que sofre está Cristo (cf.: Mt 25,37-40) e alguém que tem o direito, natural, à sua dignidade, princípios em que se apoia todo o edifício dos direitos humanos, bem como a sua universalidade.
Vítor Amorim

terça-feira, 29 de julho de 2008

Gafanha da Nazaré: Novo Prior

Padre Francisco Melo
Por nomeação do Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, o ..Padre Francisco José Rodrigues de Melo será o novo Pároco da Gafanha da Nazaré, no Arciprestado de Ílhavo. O Padre Francisco Melo tem desempenhado as funções de pároco de Vale Maior e de Ribeira de Fráguas, no Arciprestado de Albergaria-a-Velha. Para o substituir, foi nomeado o Padre Luís Filipe da Costa Dias (M.C.C.J.), com a anuência do Superior Provincial do Instituto dos Missionários Combonianos. A tomada de posse do novo Prior da Gafanha da Nazaré será anunciada em tempo oportuno.
Aproveito esta oportunidade para desejar ao novo prior os maiores êxitos pastorais, alimentados, decerto, pelo seu espírito de serviço, de diálogo fraterno, de pro-ximidade serena e tolerante, de amor ao Povo de Deus que lhe foi confiado.
Ver outras nomeações em Diocese de Aveiro.
FM
Nota: Foto cedida pelo Correio do Vouga

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

"Lembramos, e com que saudades!, antigos clubes que .há mais de seis ..déca-das por aqui congregavam a juventude da Gafanha da Nazaré. E faziam-no com tal garra que ainda sentimos o entusiasmo com que os jogos eram aguardados e disputados. Referimo-nos, concretamente, à Associação Desportiva Gafanhense que tinha o seu quartel-general na Cale da Vila, à União Desportiva Gafanhense que cantava de galo na Cambeia, e ao Atlético Clube da Marinha Velha que, como o nome indica, se impunha no lugar que o baptizou. Mas não se julgue que só o Futebol foi rei nesse tempo. Também o Basquetebol e a Natação, mais sob a responsabilidade da Associação, por aqui se praticavam nessa data já um pouco distante da nossa meninice."
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Pobreza e Cidadania

A POBREZA É UMA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
A presidente da CNJP (Comissão Nacional Justiça e Paz), Manuela Silva, assinala que Portugal pode orgulhar-se de ser um dos primeiros países a considerar a pobreza como uma violação de direitos humanos. Este orgulho, alicerçado na tomada de consciência de que temos um grave problema em Portugal para resolver, pode alimentar a esperança de que algo de positivo venha a fazer-se para erradicar a pobreza do seio das nossas sociedades. Nessa linha, a economista Manuela Silva adianta: “É, pois, com confiança que encaramos a nova etapa – sem dúvida a mais difícil e complexa - que é a de passar à prática as deliberações consagradas por este instrumento político e conseguir que, num horizonte tão curto quanto possível (dois, três anos), possamos dizer que vencemos a pobreza, ao menos nas suas expressões mais severas.” Urge, contudo, assumir que a luta contra a pobreza não é desafio apenas para o Governo, mas para todos nós, a partir dos cantinhos em que nos movemos. Clique aqui para ler mais.

Um poema de Fernando Pessoa

LIBERDADE Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer!
Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original.
E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma, Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca.
O mais que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
Por sugestão de Marieke

FÉRIAS

Encontrar-se em férias
"Entre muitos outros, este Verão oferece também encontros com a liberdade. Nomeadamente os que decorrem da realização dos Jogos Olímpicos num País que por ela espera, sobretudo a liberdade religiosa. E porque as conquistas do pódio acontecem com a fortaleza do esforço, do treino contínuo e do respeito por todos os concorrentes, também a organização das sociedades não podem permitir sinais de fraqueza que se fundamentam na proibição, no controle absoluto, na escravatura a qualquer preço. Nem por desporto!"
Paulo Rocha

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Jardim Oudinot renovado


O Jardim Oudinot vai ser inaugurado em 10 de Agosto, com a oferta de diversas valências à população, que são outras tantas zonas de convívio. Como disse o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, à Rádio Terra Nova, foi possível criar “um espaço mais agradável, que proporcione uma melhor vivência no jardim”. Vamos esperar que assim seja, para bem de todos, sobretudo dos que, por estas bandas, não dispensam os ares da nossa ria, com Farol e Forte à vista. Integrada no arranjo do jardim está agora uma réplica da Guarita, que eu bem conheci em miúdo, completamente abandonada. Dizem, e é verdade, que não tem interesse histórico nem arquitectónico, mas está no imaginário de todos os povos da beira-ria. Será, neste caso, um elemento decorativo que não pode ser menosprezado. Desejo que no Jardim Oudinot haja regularmente animação, no sentido de levar as populações a criarem hábitos de frequência naquele recanto alargado e modernizado, já que dele foram privadas desde que começaram as obras, indispensáveis, do Porto de Aveiro. FM

ANO PAULINO

De 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009
Bento XVI proclamou um especial Ano Jubilar dedicado a São Paulo, de 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009, para celebrar os dois mil anos do seu nascimento. Porque estamos em férias, ou em atitudes disso, permitam-me que sugira, aos cristãos, em especial, mas também aos não crentes, uma atenção particular a esta celebração. Posso até adiantar que, para além dos livros e doutros textos que não faltarão, durante o ano, esta efeméride pode muito bem levar cada um de nós a ler as Cartas que o Apóstolo escreveu às comunidades a que estava ligado, por imperativo evangélico e por razões afectivas. Também podemos consultar, periodicamente, o “site” da responsabilidade da PAULUS Editora.

A Nossa Gente


Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira

são dos tais casos que não podem ficar esquecidos. Pelo seu testemunho de vida e pela sua entrega aos outros, aos que mais sofrem, há mais de meio século. Decerto como muitos outros das nossas comunidades, de quem ninguém fala, mas que encarnam vidas exemplares.
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PONTES DE ENCONTRO

Olimpíadas de Pequim: batota antes dos jogos!
A realização de um evento desportivo como os Jogos Olímpicos, independentemente do local onde estes tenham lugar, é uma oportunidade de excelência para a projecção e prestígio do país organizador e um estímulo à sua afirmação (ou reafirmação) no seio da comunidade internacional, tanto do ponto de vista económico, como político, cultural e social. Para além desta dimensão externa que uma tal organização tem como sua componente intrínseca, há que não esquecer, nem desvalorizar, igualmente, a componente interna, através das profundas alterações e dinâmicas que decorrerem no interior do país acolhedor dos jogos e como estas se traduzem, ou não, na qualidade de vida dos seus cidadãos. Neste ano de 2008, a XXIX Olimpíada da Era Moderna vai decorrer, como se sabe, na República Popular da China, entre os dias 8 a 24 de Agosto, tendo como cenário a sua capital, a cidade de Pequim Na altura da escolha da China como país organizador deste certame, muitas foram as vozes que se levantaram, por todo mundo, contra esta decisão do COI, sobretudo pela sistemática falta de respeito que os responsáveis do país têm demonstrado pelos direitos humanos e pela inexistência de liberdade e pluralismo político do seu regime. Outros, entretanto, achavam que dar à China a organização destes jogos era uma oportunidade excelente desta se motivar e integrar-se dentro dos valores comportamentais dos países de matriz democrática e uma forma de a incentivar a fazer as suas próprias reformas internas, rumo a tal objectivo. A poucos dias do início dos jogos, quase nada se conseguiu, em termos da expectável e legítima abertura política, em que alguns (ingénuos?) depositaram tantas esperanças, neste últimos anos. Quando muito, está-se a assistir, presentemente, a uma acalmia, concertada e pontual, por parte das autoridades chinesas, para que a sua imagem, durante os jogos, saia o menos prejudicada possível. Mesmo assim, já não conseguem fazer esquecer as atribulações por que passou o transporte da chama olímpica, devido à questão do Tibete, onde a repressão se faz sentir, diariamente, facto que é reconhecido pela própria comunidade internacional. No princípio do mês de Maio, do corrente ano, o Padre Bernardo Cervellera, sacerdote do Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, da Santa Sé, jornalista da Agência Asianews e missionário, durante anos, na China, publicou um livro, com o título “A outra face das medalhas”, no qual denuncia os abusos e a exploração a que os líderes chineses têm sujeitado parte da sua população, obrigando-a a trabalhar em condições de semi-escravatura, nos trabalhos de construção das estruturas olímpicas, afirmando que os verdadeiros heróis destas Olimpíadas são “os milhões de emigrantes – camponeses pobres – que fogem dos campos, numa situação de degradação, fome e pobreza, para buscar fortuna nas grandes cidades e nas aglomerações industriais da costa.” São estes camponeses, transformados em operários, sem horário de trabalho, com salários irrisórios, quando lhes pagam, sem assistência à saúde e alojados em barracas ruinosas que têm contribuído para que este acontecimento desportivo seja possível. O mesmo sacerdote, denuncia que os desequilíbrios sociais são cada vez mais uma evidência, em que frente a 200 milhões de ricos, cada vez mais ricos, se opõem 350 milhões de pobres, cada vez mais pobres. O autor explicou, durante a apresentação do livro, que muitos habitantes de Pequim viram as suas casas demolidas, para dar lugar a estruturas desportivas, estradas, hotéis, edifícios e que as indemnizações dadas não permitem a estes comprar novas casas para habitarem. A China, país comunista e emergente, com um desenvolvimento económico sem precedentes, está a copiar, à sua maneira e medida, tudo quanto de mau se faz, sobretudo socialmente, nos países ocidentais. Mais uma vez, os interesses económicos sobrepuseram-se aos direitos humanos e muita gente, fora da China, é cúmplice desta traição. O povo chinês vai continuar, decerto, a ser perseguido e reprimido, na esperança que a liberdade, que lhe pertence, e que os seus dirigentes teimam em usurpar, lhe seja devolvida, mais tarde ou mais cedo.
Vítor Amorim

domingo, 27 de julho de 2008

Um artista ilhavense

João Carlos Celestino Gomes
"João Carlos desenhou com requintes de minúcia quase caprichosa, sem fugir a dificuldades e tirando partido dos mais pequenos pormenores: uma tapeçaria do chão, um damasco da parede, a talha dum móvel, o pano dum vestido, a renda duma gola, tudo era rigorosamente anotado para caracterizar o ambiente onde as figuras humanas se mostravam ou se moviam. (…) Mas quando o seu lápis e o seu pincel eram tocados de poesia, era quando ondulava o tronco duma peixeira de Ílhavo, quando individualizava a musculatura dum pescador da Costa Nova, quando catava motivos decorativos na proa dum moliceiro, quando se auto-retratava, ainda menino, com a opa vermelha da Irmandade do Senhor, ao lado de seu avô, ou quando aparecia com um moinho de papel da romaria da Senhora da Saúde." Frederico de Moura
NOTA: No Centro Cultural de Ílhavo, pode visitar uma exposição, até 28 de Setembro, dedicada a dois grandes artistas ilhavenses: João Carlos Celestino Gomes e Cândido Teles.

Efeméride aveirense

CERCIAV
No dia 27 de Julho de 1977, foi constituída democraticamente a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas, com sede em Aveiro, ficando a ser conhecida por CERCIAV. Recordo o facto em jeito de homenagem, singela, a uma instituição a quem todos muito devemos, pelo seu esforço, desde essa data, em prol de quem precisa de ajuda, especializada, para a sua plena integração na sociedade. Os meus parabéns. FM

Um poema de Fernando Pessoa

AUTOPSICOGRAFIA O poeta é um fingidor Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só as que eles não têm. E assim nas calhas da roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração. Fernando Pessoa

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 88

AS ENGUIAS
Caríssima/o: Abril, frio e chuva. Também nesse ano o tempo estava de invernia, com chuva atravessada e vento que assobiava nas frinchas da porta. Houve mesmo inundações e algumas estradas eram lagoas. Um dos rapazes, mais afortunado, andava calçado e, numa destas ocasiões, tivemos que o passar para o terreno seco às costas. (O que vale é que estávamos treinados a jogar o eixo...) Foi um bom ano para as nossas experiências com os vapores de papel, de casqueira, de pau e de cortiça... Íamos explorando os “cursos de água”, começando pelas poças e terminando nas valetas. O curso de náutica ia evoluindo e muitas vezes fazíamos incursões pela pescaria. O teu sorriso não engana ninguém. Na tua queres dizer que os girinos, a que nós chamávamos 'peixes-sapos', eram a nossa caldeirada! Enganas-te, porque conhecedores da fauna piscícola e anfíbia éramos nós. Certo é que chegados às valetas atrás dos barcos logo os nossos olhos eram atraídos por umas linhas que ziguezagueavam ali mesmo à mão de apanhar. Não nos fazíamos rogados e uma fantástica caldeirada de enguias era agora toda a nossa delícia. Quase fazíamos campeonato a contá-las e o campeão atingia mais um motivo de inchar o peito. Algumas até tinham perto da grossura do mendinho! Toca a correr para casa que a mãe devia ficar contente com o 'governo'. Como não estivesse ninguém, as enguias ficaram dentro duma bacia em água a nadar, vivinhas. E nós fomos continuar a corrida dos veleiros. À tardinha, brincadeira terminada, aos chamamentos acudíamos que a ceia esperava-nos. Íamos lestos com o sorriso da boa colheita. De repente que vemos? O malvado do gato a trincar as nossas ricas enguias! Pedrada e grito atirado contra ele. - Que fazes? Deixa o animal, fui eu que lhas dei; só espero que não se esgane... Manuel

Ainda a Humanae Vitae

Entrevista com Dr. Thomas Hilgers

SE NÃO FOSSE A HUMANAE VITAE...

Por Robert Conkling
Se não fosse pela «Humanae Vitae», boa parte da medicina reprodutiva natural e da luta contra a infertilidade praticada hoje não teria existido, afirma o pioneiro das tecnologias naturais procriativas (Natural Procreative Technologies, NaPro). O Dr. Thomas Hilgers é o co-fundador do Instituto Paulo VI, de Omaha, Nebraska (Estados Unidos). Também desenvolveu o Creighton Model Fertility Care System e é autor de «The Medical and Surgical Applications of NaProTechnology» (Aplicações médicas e cirúrgicas de NaProTechnologia). Por ocasião do 40º aniversário da publicação da encíclica «Humanae Vitae» (25 de Julho de 1968), a Academia Americana de Profissionais de Fertilidade teve seu encontro anual no mês passado, em Roma. Nesta entrevista concedida à Zenit, Hilgers dos primeiros efeitos que a «Humanae Vitae» teve em sua carreira profissional. Clique aqui para ler a entrevista

sábado, 26 de julho de 2008

Marcas dos nossos antepassados

Castelo de Montemor-o-Velho



Embora não seja pessoa muito viajada, gosto bastante de passear com destino traçado. Chama-se a isto programar as visitas que faço, para, no fundo, procurar ver o que deve ser visto. Felizmente, hoje não falta informação sobre destinos turísticos dentro do nosso País. Os jornais e revistas, mas também as televisões e rádios, são férteis nessa área, sugerindo-nos, até, terras famosas ou mais ou menos desconhecidas, onde há algo de importante para ver. Perto ou longe do lugar em que vivemos. 
Nas últimas férias grandes, fiz isso mesmo. Tracei o itinerário e fui ver, com calma, algumas jóias da nossa arquitectura e da nossa história. Castelo de Montemor, Batalha e Alcobaça, lidos e vistos sem pressa, foram motivo de grande satisfação interior, para além de me encherem o vazio de interioridade de quem vive, como eu, à beira-mar e à beira-ria. É essa, portanto, a minha proposta para quem gosta das marcas bem visíveis dos nossos antepassados, mesmo para aqueles que, nas férias, só se sentem bem com mar à vista. 

FM

A RIA DE AVEIRO

(...) Ria sonhadora e esquiva Que o Mar não sabe entender É ele quem lhe dá vida No Mar ela vai morrer (...)
Prof. Guilhermino Ramalheira
NOTA: Quadra enviada pela Marieke

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL PARA O DIÁLOGO

1. Realizou-se em Madrid, na semana passada, com a presença de muçulmanos, cristãos (o cardeal J.-L. Tauran representou o Vaticano), judeus, budistas, hindus e membros de outras religiões, uma conferência sobre o diálogo inter-religioso. Inédito: a iniciativa partiu do rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdulaziz Al Saud, guardião dos lugares santos do islão em Meca e Medina, após um encontro, também ele inédito, com Bento XVI no Vaticano. Na sessão de abertura, o rei Abdullah apelou ao diálogo para fazer frente à "perda de valores" e "confusão de conceitos", frutos, no seu entender, do "vazio espiritual". O islão "é a religião da moderação, da ponderação e da tolerância". Para o monarca saudita, a diversidade de religiões há- -de ser um meio para a "felicidade" dos humanos, porque se Deus tivesse querido outra coisa, "teria imposto uma só religião à Humanidade". "As tragédias vividas não foram causadas pelas religiões, mas pelos extremismos adoptados por alguns dos seus seguidores e pelas crenças políticas." Também o rei de Espanha, Juan Carlos, defendeu o diálogo inter-religioso e intercultural, fazendo votos para que a Conferência contribua para um mundo "mais justo, mais próspero e solidário" e "que acabe com a inaceitável barbárie terrorista, lute contra a fome, a doença e a pobreza, respeite os direitos do ser humano e promova a defesa do meio ambiente". A Conferência concluiu com uma Declaração, que afirma que "as mensagens divinas rejeitam o extremismo, o fanatismo e o terrorismo" e recomenda que "se promova uma cultura de tolerância e compreensão". Para isso, convida a Assembleia Geral das Nações Unidas a "impulsionar o diálogo entre os seguidores de todas as religiões, civilizações e culturas, organizando uma sessão especial para o diálogo".
Anselmo Borges
Leia todo o artigo em DN

ENQUANTO CADA UM OLHAR PARA O SEU UMBIGO...

Enquanto cada um olhar apenas para o seu umbigo, não haverá resistência que valha a pena.
João Marçal
Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso Eu também não era operário Depois prenderam os miseráveis Mas não me importei com isso Porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados Mas como tenho meu emprego Também não me importei Agora estão-me levando Mas já é tarde Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo
Bertold Brecht (1898-1956)
Nota: Enviado pelo João Marçal

PONTES DE ENCONTRO

Língua portuguesa: casa comum para um projecto de todos!
A frase de Fernando Pessoa (1888-1935) “a minha pátria é a língua portuguesa” é por demais conhecida e traduz bem o que a língua de qualquer país pode representar para cada um dos seus cidadãos. A língua pátria é como uma segunda mãe que não é só nossa pertença, mas algo de real a quem também pertencemos. Algo que nos identifica nas mais variadas dimensões que à vida de cada ser humano dizem respeito e nos situa, singularmente, na comunidade das nações. Ao contrário de que se possa pensar, a língua não só está associada a todos os domínios da actividade humana, como até lhes dá sentido, corpo e alma. Um destes domínios é o da cultura, no sentido geral do termo. Cultura enquanto expressão de tudo o que é e foi criado pelo homem, mulher ou criança, nas suas relações, recíprocas, com tudo o que os envolve, através do falar comum e da natureza real e simbólica com que se relacionam. Deste modo, ao falar uma língua, uma pessoa não utiliza apenas um código abstracto de sons ou sinais. As palavras e as frases referem-se a algo mais; significam alguma coisa que existe. Só por si, não podiam subsistir no vazio. Significam e representam imagens de uma realidade de partilha, independentemente do lugar onde se esteja. Quando profiro uma determinada palavra, quem me ouve não ouve apenas um som. Também visualiza na sua mente uma determinada imagem viva daquilo que eu digo. De qualquer modo, como dizia Pessoa, o mundo a que se referem as palavras é mais importante do que elas, daí que falar em palavra nos introduza na realidade matricial de uma pátria linguística que nos une e também fala por cada um de nós. Dos portugueses diz-se, em regra, que são um povo com baixa auto-estima, pessimistas e medíocres. Não me vou debruçar sobre estes e outros epítetos de como somos tratados ou nos julgam, mas, antes falar da imensidão pátria em que estamos inseridos e à qual me parece que as autoridades portuguesas não têm dado o devido tratamento. Ter pátria é sentir que se pertence a uma casa e a um futuro comum, que tanto maior será quanto mais for acarinhada, incentivada e reconhecida como o cimento que congrega todas as partes desta habitação sem fronteiras, que a todos acolhe e lhes dá sentido. Li, há dias, que “o português está na moda”. Bem pode estar, mas as modas suscitam reservas e são sempre passageiras. Por isso, o importante é que a língua portuguesa não só esteja na moda como represente uma realidade viva, real e simbólica de um todo intemporal e transpacial, seja em que domínio for, através do dia-a-dia de quem a fala. Presentemente, o português é falado por 239,6 milhões de pessoas, na chamada CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que integra o Brasil (191.908.598), Moçambique (21.284.701), Angola (12.531.357), Portugal (10.676.910), Guiné-Bissau (1.503.182), Timor-Leste (1.108.777), Cabo Verde (426.998) e São Tomé (206.178), a que se juntam mais de 5 milhões de portugueses que se encontram dispersos em países como os EUA, França, Brasil, Canadá, Reino Unido, Alemanha, entre muitos outros, o que perfaz o número impressionante de cerca de 244 milhões de pessoas a falar o português e o torna a 5ª língua mais falada no mundo. A estes números, há que acrescentar o interesse, cada vez maior, que a aprendizagem do português está a suscitar em vários países, casos da Espanha, China ou África do Sul. Em termos de Internet, e segundo dados do ano de 2007, o português ocupa o 7º lugar, depois do inglês, chinês, espanhol, japonês, francês e alemão. Deste modo, existe um potencial enorme a explorar no incremento da língua portuguesa, mas, para tal suceder, é necessário que as entidades governamentais se empenhem, seriamente, em programas de desenvolvimento e de apoio ao seu ensino e divulgação, a todos os seus níveis, seja em que latitude for. Continuar a construção desta enorme casa comum que a língua de Camões nos faculta e propõe, onde todos se possam sentir parte integrante deste grande família universalista, multifacetada, nas suas experiências e culturas, é um desafio para todos os tempos e que constitui a medida padrão para uma relação afectiva de cada um com todos.
Vítor Amorim

sexta-feira, 25 de julho de 2008

HUMANAE VITAE

Alguns aplausos e um lamento
A encíclica Humanae Vitae é um caso de popularidade, por bons e por maus motivos. Entre as razões que justificam esta popularidade está o facto de dizer respeito a uma matéria, a chamada "regulação dos nascimentos", que concerne a vida de quase todas as famílias em todo o mundo. Além disso, o ano 1968, em que foi publicada, é um ano charneira a muitos títulos: a nova mentalidade relativa ao sexo depois da comercialização da pílula contraceptiva, a conhecida turbulência de Maio, o auge dos gloriosos trinta anos de desenvolvimento europeu, o momento em que a televisão começa a globalizar o mundo, o entusiasmo do programa espacial, a reforma do Concílio Vaticano II que prosseguia nos vários sectores da Igreja. O texto caiu como um duche gelado sobre as costas da geração de sessenta! A história de efeitos que desencadeou, desde a primeira hora, com discussões mediáticas e teológicas, pronunciamentos amortecedores de Conferências Episcopais, tem que ver com o confronto doloroso que se joga no seu interior entre dois modelos de justificar a moral cristã. Jorge Teixeira da Cunha, Director-Adjunto Faculdade de Teologia da UCP NOTA: Um comentário (ver post A RIA DE AVEIRO) levou-me a ler este texto, na Ecclesia. Aqui o partilho com os meus leitores, na certeza de que há quem concorde e quem discorde. Como sempre, em qualquer sector da vida.

A RIA DE AVEIRO

Ao falar de férias, alguém me dizia ontem, com convicção, que não há nada como a nossa zona. Temos grandes praias e mar chão, onde se pode andar à vontade, sem perigo, por tão bonançoso ser ele quando se confronta com a areia branca, e logo a seguir, se lhe virarmos as costas, com apetência por outros horizontes, deparamos com a ria de águas límpidas e mornas, com espaços e desafios para toda a gente. É verdade. Porém, nós, os da beira-ria, nem sempre nos damos conta das riquezas que temos. Como esta, está bem de ver, de acordar ao som do mar, que rola e rola, e da ria que nos atira cheiros salgados, como que a convidarem-nos para que a apreciemos e desfrutemos. Todo o ano, mas sobretudo nas férias.

Ainda o caso Meddie

A TELENOVELA VAI CONTINUAR...
A telenovela vai continuar, pelos vistos. Quando tudo fazia prever que o caso estava arrumado, por falta de provas, eis que um simples livro vem acordar toda a gente para a história dramática da menina desaparecida há mais de um ano sem deixar rasto. A comunicação social, ávida de temas de cartaz, aí está a reconstruir todo o drama. São precisos temas escaldantes para o Verão arrancar em grande, agora que o sol chegou, com assuntos que envolvam as pessoas. Claro que é o Caso Meddie, a menina inglesa. Os casos, que os há, de muitos outros meninos e meninas desaparecidos continuarão no silêncio dos gabinetes policiais. Ninguém repara neles. Ninguém sabe se foram assassinados ou envolvidos pelas redes pedófilas. Não interessa. Só interessa o Caso Meddie. Não me canso de magicar sobre o porquê de tudo isto. Mas sempre vou pensando que, afinal, a “virtude” desta situação está, simplesmente, nos “negócios” de muita comunicação social. Sem casos, não se vendem notícias… No fundo, quer fazer-se passar a ideia de que houve erros graves que dificultaram a descoberta do crime, se é que houve crime. O espectáculo das acusações mútuas, mesmo entre polícias, vai marcar esta época estival. Cá para mim, os erros foram protagonizados por toda a gente: pais que abandonaram os filhos para jantar com os amigos; polícias e demais autoridades que não terão agido com perspicácia e prontidão necessários; comunicação social que apostou friamente em ganhar notoriedade e dinheiro com um drama, alimentando a “telenovela” com capítulos e mais capítulos da história e com repetições de cenas e de coisa nenhuma, até à exaustão; e nós todos que fomos na onda dos manipuladores de opinião. É triste que, de dramas familiares, que envolvem pessoas e sentimentos, se alimentem juízos temerários, enquanto, porventura, se descura o trabalho de investigação, que deve ser feito em silêncio, muito longe dos holofotes dos industriais e comerciantes de notícias. FM

ABBA: Chiquitita

Aqui está Chiquitita, dos ABBA, que ainda ontem ouvi, recordando melodias de sempre. Boas férias com boa música.

FÉRIAS

Uma boa leitura… Uma boa música
Dei conta, há dias, neste meu espaço, do prazer que senti ao ouvir velhos discos de vinil, encontrados no meu sótão. Por ali estavam há anos, sem ninguém os ouvir. E ao ouvi-los, levando outros, cá em casa, a ouvi-los também, dei comigo a pensar que tudo isto foi possível por estar eu de alguma forma livre de responsabilidades profissionais ou outras, que foram, para mim, sempre muito absorventes. Frequentemente dou comigo, ainda, a pegar em livros que estão arrumados e até perdidos nas estantes. Pego neles e recuo às épocas em que os adquiri e li, e não resisto, então, à força que me leva a reler algumas passagens. Gosto disto. Penso que em férias podemos muito bem viver estas pequenas ou grandes emoções sem gastar um cêntimo. Temos tudo à mão, tempo e objectos que nos fazem reviver vivências passadas, que nos ajudaram a construir o nosso futuro, que é o nosso presente. Férias não têm de ser, necessariamente, tempos de correrias, de desgaste físico e mental, de canseiras enervantes, de sacos cheios de futilidades. Férias podem ser momentos de encontro com os nossos gostos nem sempre usufruídos, com leituras repousantes. Se possível, ao som, tranquilo, de melodias que foram, porventura, abafadas, nem sabemos porquê. Boas Férias para todos.
FM

PONTES DE ENCONTRO

A verdade da fome e a mentira da fartura!
“Estamos no século XXI. Devemos e podemos alimentar o planeta e não o fazemos. A cada 30 segundos, há uma criança que morre de fome, a cada dia há 25 000 seres humanos que perdem a vida porque têm fome. E há 850 milhões que sofrem com a fome. Esta é a situação. Ninguém, seja do Norte ou do Sul, pode aceitar esta situação. Ninguém. É preciso, portanto, agir e agir imediatamente. Agir significa o quê? Significa um objectivo simples: dobrar a produção alimentar mundial até 2050. Esta é a condição. E nós devemos dobrar a produção alimentar mundial preservando ao mesmo tempo o planeta.” Já há algum tempo que não escrevia sobre a falta de alimentos e da fome que daí resulta, neste espaço do Pela Positiva. De quando em quando, na vida, há a necessidade de deixarmos assentar as coisas, para que elas se tornem mais perceptíveis e óbvias, a fim de se evitar cair num nível de incompreensão, desorientação e de saturação pessoal e colectiva, que acabam por nos tirar o discernimento necessário para compreender o que nos rodeia e torna-nos insensíveis e indiferentes, mesmo perante os mais horríveis e cruéis problemas humanos de que falamos ou ouvimos falar. Tudo passa a ser banal! O ser humano, em regra e numa primeira fase, perante os factos negativos, tende a funcionar por impulsos momentâneos, passageiros e inconsequentes, recusando, negando ou até manipulando a sua existência e realidade. Procura, assim, mesmo que o possa fazer de uma forma não programada, não se comprometer com aquilo que verdadeiramente o incomoda e aflige. Por outro lado, quando não consegue abstrair-se das situações negativas ou estas se tornam uma presença constante, tende a resignar-se e a aceitá-las como naturais e inevitáveis, pelo que deixa de lutar contra elas, ou melhor, deixa de lutar por aquilo que é ou já desistiu de ser. Já não vale a pena. A excepção passou a ser a normalidade. Basta-nos recordar quando alguém é atingido por uma doença grave, para compreender melhor este tipo de comportamentos. No caso da fome, ela contínua aí, e em força! E para que não se diga que eu sou o mensageiro das desgraças, comecei este texto com uma citação do discurso do Presidente francês, Nicolas Sarkosy, proferida em Roma, em 3 de Junho, durante a Conferência de Alto Nível Sobre Segurança Alimentar da FAO (Organização da ONU Para a Agricultura e Alimentação), onde 181 países, durante três dias, procuram encontrar respostas e soluções para o drama humanitário e civilizacional da fome. Não se está, pois, perante um perigoso pacifista, um simples idealista ou um lunático de causas perdidas, rótulos que alguns não se coíbem de colocar, muito facilmente, em quem defende e luta por algumas das causas do sofrimento humano e das injustiças que lhes estão subjacentes. Nicolas Sarkozy, durante o seu discurso, reconheceu que as políticas alimentares do passado recente fracassaram. Diz ele: “Essa estratégia [dar subsídios aos países pobres] não deu certo. Ela era generosa, mas fracassou. A segunda estratégia, a do futuro, deve repousar no desenvolvimento das agriculturas locais. Esta é a única solução.” Mas, como diz o provérbio da sabedoria popular, “de boas intenções está o inferno cheio” e esta reunião da FAO veio, mais uma vez a confirmá-lo, já que nada de concreto saiu dela, assim como foram bem visíveis os múltiplos interesses em confronto, por parte dos países desenvolvidos que estiveram representados em Roma. Nós somos assim: complicados e pouco dados a querer perceber, ou a fazer que não percebemos, a verdadeira razão das coisas, sejam as nossas ou a dos outros. Sarkozy sabe disso. Por isso, ele fez o discurso que fez: correcto nos princípios e na análise, mas sem consequências práticas. Nada disto é fruto do acaso ou do infortúnio. É, antes, próprio de uma sociedade que vai preferindo uma boa mentira do que uma má verdade e onde poucos são os que se querem incomodar com o que realmente conta para um futuro melhor para todos. Até quando, ainda, é possível manter tudo isto?
Vítor Amorim

quinta-feira, 24 de julho de 2008

POR UM MUNDO MELHOR…

Ana Teresa Silva
O Pela Positiva nasceu com o propósito de apostar no que a vida nos oferece de bom. O projecto, embora muito simples, continua a fazer-me crer de que é possível e necessário ir por aí… Porém, nem sempre terei cumprido com rigor esse objectivo. Obviamente, por incapacidade minha. Depois de férias, quero dar mais um passo, convidando mais amigos para me ajudarem nessa tarefa de contribuir para um mundo mais harmonioso, de gente mais feliz. Hoje, contudo, fui alertado para mais uma aposta, nessa linha, de acreditar que há acções e projectos que reflectem o bom que a vida nos dá. Chama-se IM Magazine, de Ana Teresa Silva, jornalista, que se fez reunir de muitos amigos e colaboradores com ideias positivas, no sentido de oferecer “O melhor que se faz no mundo para um mundo melhor”. Aqui ao lado, em CULTURA, pode consultar o IM MAGAZINE todos os dias.

UM PROJECTO QUE PAROU OU UM PROPÓSITO ESQUECIDO?

Num documento que pretendeu marcar o ritmo da Igreja para o terceiro milénio, João Paulo II, ao falar da ne-cessidade e das exigências de uma espiritualidade de co-munhão, disse textualmente: “Depois do Vaticano II já muito se fez nomeadamente quanto à reforma da Cúria Romana, à organização dos Sínodos, ao funcionamento das Conferências Episcopais; mas certamente há ainda muito que fazer para valorizar o melhor possível as poten-cialidades destes instrumentos de comunhão, hoje parti-cularmente necessários, tendo em vista a exigência de dar resposta pronta e eficaz aos problemas que a Igreja tem de enfrentar nas rápidas mudanças do nosso tempo” (NMI 44). A justeza destas palavras parece estar a esquecer-se ou, então, o projecto parou, não se sabe se por inércia, se por interferência de quem parece não ter entendido ainda nem a razão de ser da Igreja, como serviço ao Povo de Deus e ao mundo a evangelizar, nem os sinais dos tempos, tão eloquentes e exigentes no estímulo a caminhos novos, que não se compadecem com demoras.
António Marcelino Clique aqui para ler todo o artigo

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 4


“AINDA A OLHAR O STELLA MARIS”

Como já aludimos no último número, quedámo-nos de novo junto do Stella Maris. Observara que um dos nossos capitães, cujo nome, ainda que autorizado, omito, estava acompanhado de familiares a prestar atenção ao alçado lateral, onde uma nova varanda, de bom traço, surgiu há pouco tempo.O jornalista quer novidades, pontos de vista, opiniões divergentes, embora! E “pescar” um capitão dos mares brancos e frios da Terra Nova, ao sol da nossa verde Gafanha e a “sonhar” o Stella Maris, era estar “de quarto” em terra, era continuar de vigia…
Leia mais em Galafanha

PONTES DE ENCONTRO

E depois de Sydney?

O pano caiu sobre a XXIII Jornada Mundial da Juventude, realizada em Sydney, ente 15 e 20 de Julho, o que não significa que o que levou aquelas centenas de milhares de jovens a participarem nesta expressão pública de fé em Jesus Cristo tenha terminado. Bem pelo contrário: os trabalhos “a sério e a doer” começam agora. O dia seguinte, para aqueles que têm uma missão evangélica a cumprir, por norma, é sempre o mais difícil e gratificante. Se assim não for, então, as JMJ não têm qualquer razão de ser. Aliás, creio não escandalizar ninguém ao dizer que as JMJ, só por si, não são, nem pretendem ser, uma varinha mágica para os desafios com que, permanentemente, a Igreja se defronta e para os quais tem que procurar respostas e soluções, neste mundo vertiginoso, em que os jovens e os adultos vivem e devem convergir fraternalmente.
Durante estes dias da XXIII JMJ, tive a curiosidade de ir lendo testemunhos de alguns dos seus participantes e todos eles são a expressão viva e sincera, sem dúvida, de uma experiência pessoal e profunda com a Pessoa de Cristo e isto não é quantificável. Afinal, como dizia o Evangelho, do Domingo passado (dia do encerramento da XXIII JMJ): “O Reino dos Céus é semelhante, a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. É a mais pequena de todas as sementes, mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto, e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos”. (Mt 13,31-32). Isto, sim, é que é desconcertante e provocante e nos deve levar a querer ir mais além, por esses campos fora (o mundo), à maneira de Jesus Cristo (o semeador), que aguardam, ansiosamente, por serem cultivados pela semente (a Palavra de Deus) da esperança, caridade e do amor. É aqui que os jovens devem estar e é por isto que eles fazem tanta falta à Igreja! Eles precisam de sentir e saber do quanto são importantes!
Em 2 Novembro de 2007, a Agência Ecclesia colocava a seguinte questão a D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa: “Todos os anos são crismados milhares de jovens. Como não são aproveitados, é uma espécie de “check-in” para saírem da Igreja?” Reconhecendo que esta é uma das dificuldades da Igreja, D. Jorge Ortiga acrescentou: “Temos de nos interrogar. Temos de alterar a metodologia. Pessoalmente, estou convencido de que vale a pena todo este itinerário catequético, porque é algo que se semeia. Mais tarde ou mais cedo, eles voltarão.” Não sei se estes regressos são assim tão lineares e frequentes e muito menos desconheço, com o rigor exigido, as circunstâncias em que os mesmos ocorrem, quando acontecem. A estes percursos, há que acrescentar e relevar, também, as aulas de EMRC e a Pastoral Universitária.
Seja em Sydney, Madrid ou numa outra qualquer terra situada no mais recôndito local da Terra, a Igreja tem que ser capaz de apontar e levar os jovens ao encontro do sentido e dos valores da vida autêntica, do testemunho sincero da felicidade e do compromisso de fidelidade que só Cristo oferece. Tudo isto só se faz com pessoas concretas, preparadas e maduras, fora dos grandes holofotes mediáticos, através da alegria da Boa-Nova, da segurança da mensagem que transmitem e da autoridade fraterna que exercem, enquanto educadores da fé e na fé.
Quando esta oferta de vida e de futuro sustentado na rocha é feita, aceite e compreendida, os jovens descobrem um novo entusiasmo para as suas vidas e estão dispostos a partilhá-lo e a sofrer por Aquele em quem acreditam e amam Infelizmente, isto nem sempre acontece e, quando tal assim sucede, é mais um tesouro e um semeador que se perdem e uma Igreja que fica mais pobre.

Vitor Amorim

terça-feira, 22 de julho de 2008

Zeca Afonso: um cantor das nossas emoções

Já que me referi ao Zeca Afonso, como cantor da nossa liberdade e das nossas emoções, aqui fica um cheirinho para saborearem.

Os velhos LPs

No sótão de minha casa, onde se guarda tralha, há um recanto para a malta estar descontraída a ver filmes e a ouvir CDs. Num dia de alguma nostalgia, que me fez recordar tempos idos, dei de caras com uma velha aparelhagem pouco usada. Pelo menos por mim. Dentro, estavam alguns LPs. Numa prateleira ao lado, lá estavam outros. De várias épocas e para todos os gostos. Daí a transferir a aparelhagem com alguns LPs, os que mais me interessavam, foi um ápice. Depois, seguiu-se a limpeza geral, a afinação, a reparação do gira-discos. Agora, estou na fase dos velhos discos de vinil, a que ninguém, julgo eu, dá grande importância. Mas eu dou. Enquanto não os ouvir todos, não descansarei. Hoje tenho estado a ouvir o Zeca Afonso. São três LPs, com o melhor do Zeca. A brochura de apresentação do álbum, para além dos poemas das suas canções, vem enriquecida com testemunhos eloquentes de João de Freitas Branco, Óscar Lopes, Manuel Louzã Henriques, Fernando Assis Pacheco, Bernardo Santareno e Urbano Tavares Rodrigues. Ler tudo isto e ouvir o intemporal Zeca Afonso foi um enorme prazer. Num tempo assumido como de férias, imaginem como é possível experimentar um dia diferente! Fernando Martins

Perceber a arte

Pintura de Jeremias Bandarra
A arte é dom de quem cria; portanto não é artista aquele que só copia as coisas que tem à vista.
António Aleixo
Quando hoje escolhi esta quadra do nosso maior poeta popular – António Aleixo –, logo me veio à lembrança a reacção de muita gente que tem dificuldades em entender certas expressões artísticas, sobretudo as que fogem do trivial. Olhar para uma pintura abstracta, ouvir uma música clássica e apreciar uma escultura que se situa longe do figurativo são, frequentemente, motivo de desinteresse. Das duas uma: ou os artistas são malucos ou os apreciadores que olham de soslaio para o que eles criam ainda não estão educados para entender o que está acima do normalíssimo. Penso que esta última asserção é que está certa. Sendo verdade que a arte não pode nem deve ser apenas uma cópia do que os nossos olhos vêem ou os nossos ouvidos escutam, há que fazer um esforço, com o intuito de educar os sentidos, para chegarmos mais longe. A arte é, essencialmente, não um retrato bruto e simples do que nos rodeia, mas o reflexo de sentimentos, emoções, perspectivas, imaginações e gosto estético do artista, que tem de ser, como diz Aleixo, um criador. Um criador é um artista que, do nada, faz obra que nos eleva, nos enriquece espiritualmente, nos sublima os instintos primários, nos suscita sentimentos do bem e do belo. FM

DECIFRAR OS JOVENS

Viajar meio mundo para enfrentar centenas de milhares de jovens não é um desafio fácil, mesmo para quem aparentemente a ele esteja habituado. Bento XVI, aos 81 anos, aparece aos nossos olhos como o completo oposto de uma estrela de rock ou uma vedeta do desporto, mas a viagem à Austrália, para a Jornada Mundial da Juventude, provou à saciedade que não é a sua natural timidez que o impede de ser uma presença marcante no meio da festa das novas gerações católicas. Octávio Carmo

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 5

Uma página da história da Música Velha acaba de ser virada. O desinteres-se de uns e o interesse de outros, com decisões tomadas em local próprio e pelos próprios interessados, para além das circunstâncias atrás referidas, culminam nestas alterações. É então criada a Filarmónica Gafanhense, instituição que, embora sedeada na Gafanha da Nazaré, é, sem dúvida, uma entidade cultural ao serviço do povo e do Concelho de Ílhavo, que muito o dignifica.
Ler mais em Galafanha

GAFANHA DA NAZARÉ: Centro Cultural vai ser remodelado

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré
Li hoje, no Diário de Aveiro , que o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré vai ser remodelado. Não é sem tempo. Mas, afinal, como diz o velho ditado, mais vale tarde do que nunca. Na verdade, nunca gostei muito do nosso Centro Cultural, fundamentalmente por notar a falta de uma sala de espectáculos condigna e de uma ampla, e também condigna, sala de exposições. Porém, quando o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré estiver operacional, importa dotá-lo de condições para se tornar num autêntico espaço multicultural, com direcção própria e dinâmica. Ficar como está, não será solução para o povo desta cidade, o qual não pode continuar a viver como habitante de um qualquer subúrbio, obrigando-se a procurar, nas cidades vizinhas, expressões de arte e de cultura dignas desse nome.
FM

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pedro Loureiro: Exposição em Lisboa

Muitas vezes estamos longe de saber o que fazem, por esse mundo fora, os nossos conterrâneos. Soube, por estes dias, que Pedro Loureiro, a que me referi no sábado, no meu blogue, apresentou algumas fotografias suas numa exposição, em Lisboa. Sobre esse acontecimento, ofereço aos meus leitores, e eventualmente aos amigos do Pedro Loureiro, este vídeo.

PONTES DE ENCONTRO

Entre o Vira do Minho e o Coral Alentejano
Provavelmente, entusiasmados por estarmos em plena época de festas e romarias, alguns políticos do nosso país têm feito referências à posição dos braços dos portugueses. Lembro-me, por exemplo, que um Vira do Minho tem que ser dançado de uma forma vigorosa, rápida e com os braços bem no ar, enquanto um cantar tradicional alentejano é cantado pausadamente, com o corpo quase imóvel e com os braços cruzados ou caídos. Seja por este espírito festivo ou por eles próprios quererem descansar os seus próprios braços e irem de férias, o certo é que basta recordarmos algumas declarações proferidas neste mês de Julho. Assim, no dia 2, o Primeiro-ministro, José Sócrates, na entrevista que deu à RTP1, dizia que, perante as crises, o que os dirigentes do PSD queriam era que o país baixasse os braços, mas que isso não vai acontecer e a crise vai ser vencida. No dia 16, durante um jantar com o Grupo Parlamentar do PSD, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite declarava: “Parece-me que o Governo lançou os braços abaixo…” Por coincidência (ou talvez não), logo no dia seguinte, o Presidente da República, Professor Cavaco Silva, durante uma visita que fez a Celorico de Basto, apelava aos portugueses para “não baixarem os braços”, perante as dificuldades que o país atravessa. Se esta moda dos braços pega, qualquer dia, os portugueses arriscam-se a não saber como trazer ou o que fazer aos seus membros superiores. Brincadeiras à parte (tantas vezes necessárias para descomprimir, por pouco que seja, aqueles que sentem que os seus braços já não chegam para lutar contra as dificuldades diárias que enfrentam), estou em crer que as mensagens de esperança, as críticas ou os apelos feitos, ainda que ditos em, todos eles, estilo metafórico, já não bastam para retratar a situação real do país. No mesmo dia em que o Presidente da República pedia aos portugueses para “não baixarem os braços”, foi tornado público um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que é demolidor para a economia portuguesa, logo para a vida dos portugueses, em geral. E o que é mais grave, segundo o FMI, é que a maior parte da crise que vivemos resulta de factores internos e não externos. Sendo preocupante, não é nada de novo e não há dança ou cantoria que disfarce que somos um país permanentemente atrasado. Andamos neste estado de coisas há mais de 30 anos, comandados por uns “ensaiadores” que nunca fizeram o que é verdadeiramente essencial e estrutural fazer. Em vez disso, vão-se entretendo a fazer uns biscates e uns arranjos pontuais! E o que dizer, então, dos empresários portugueses? Seremos, sempre, um país inviável enquanto o défice externo português persistir em ser o que é; enquanto dependermos do petróleo, como temos dependido até aqui; enquanto mais de metade do que comemos continuar que se importado; enquanto não tivermos uma indústria moderna e competitiva; enquanto a nossa justiça for lenta, pouco transparente, não tratando todos os cidadãos da mesma maneira; enquanto os nossos níveis de escolaridade forem baixos; enquanto a formação profissional for uma manta de retalhos, um faz de conta, para passar o tempo e receber o dinheiro dos subsídios que vêm da União Europeia. Fora disto, não existem soluções milagrosas nem países com futuro, em lado nenhum do mundo, e todos os que nos têm governado, ao longo de todos estes anos, sabem muito bem disto. Ainda por cima, todas estas medidas, mesmo que tomadas agora, demoram anos a produzirem efeitos, pelo que é um erro e desonesto fazer crer que isto se resolve com um único partido ou com um só Governo. Têm que haver compromissos de continuidade nas políticas que são estruturantes e fundamentais para o país e para os portugueses, e os factos dizem-nos que isto nunca foi feito! Ilusões para quê?! Braços acima ou braços abaixo pouco importa, até porque retórica não enche barriga. Enquanto isso, os portugueses, em regra, irão continuar a usá-los para ganharem o seu sustento e o dos seus, já que é isso que conta para eles, ainda que não dispensem – estou certo – um bom Vira do Minho ou um excelente Coral Alentejano.
Vítor Amorim

domingo, 20 de julho de 2008

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 3

Preparação do terreno para a instalação do Stella Maris pré-fabricado
“OS QUE OLHAM O STELLA MARIS”
O Stella Maris de Aveiro hoje é mais do que assunto, porque é obra erguida. Pequena ou grande, bem ou mal delineada, ali está já na Gafanha, onde tomou corpo e agora, já com cor, começa a falar por si a quantos o interrogam. Paredes levantadas, já o telhado o cobre para que depressa cubra aqueles a quem pertence. A olhá-lo como os outros, parámos a uns passos. Cruzou connosco gente curiosa, interessada. Identificámos um tripulante e quisemos ouvi-lo. Falámos e da nossa conversa guardámos das suas palavras sadias, que passamos a transcrever:
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In "Timoneiro" de Maio/Junho de 1973

PAPA EM SIDNEY

AMOR PURO E ABERTO AOS OUTROS
“Uma nova era em que o amor não seja ambicioso nem egoísta, mas puro, fiel e sinceramente livre, aberto aos outros, respeitador da sua dignidade, um amor que promova o bem de todos e irradie alegria e beleza. Uma nova era na qual a esperança nos liberte da superficialidade, apatia e egoísmo que mortificam as nossas almas e envenenam as relações humanas."

FÉRIAS

Ria de Aveiro: Marina da Costa Nova
HÁ UM PORTUGAL DESCONHECIDO À NOSSA ESPERA
Quando se fala de férias, em qualquer espaço da comunicação social ou mesmo entre amigos, é certo e sabido que logo vêm discrições de lugares paradisíacos, já vistos ou de que se ouviu falar. A natureza, naturalmente, está sempre ligada a recordações de excelentes férias, em Portugal ou no estrangeiro. Importa, no entanto, falar do que o nosso país nos oferece, em qualquer dos seus quadrantes. Do Norte a Sul, saltando para os Açores e Madeira, temos de tudo. Deus, talvez sabendo da nossa pouca capacidade empreendedora ou das nossas limitadas riquezas energéticas, resolveu brindar-nos com paisagens de sonho, que são um desafio para as aproveitarmos em pleno, destinando-as, também, a quem nos visita. Não o temos feito em pleno, mas parece que a tendência está a virar-se para aí. Com a crise instalada, como reflexo do que vai pelo mundo, por causa das tais fontes de riqueza que não possuímos, urge que nos viremos para Portugal, neste tempo de férias, ao jeito de quem se quer ajudar a si próprio. Vai daí, proponho que nos brindemos com o que à nossa volta podemos descobrir, embrenhando-nos em serras e vales, em mar e rios, em cidades e aldeias perdidas, degustando a variedade de comeres e saboreando os nossos vinhos, que os há para todos os gostos e bolsas. Há monumentos decerto ainda ignorados, há paisagens a perder de vista e nunca apreciadas, há gentes de usos e costumes que nunca contactámos, há história nunca descoberta, há estórias nunca ouvidas. Há, afinal, um Portugal desconhecido à nossa espera!

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 87

O ADIVINHO PEDINTE
Caríssima/o: Frequentávamos a quarta classe. O tempo estava calmo depois de dias de invernia. A vida voltou aos campos e até a passarada retomou os seus chilreios e os seus voos altos e repousantes. Éramos três vizinhos e fazíamos o percurso habitual. Pouca gente, que a maioria já andava na labuta ou para lá se dirigia a passo estugado. Na época, a sineta da Junta marcava o início da actividade às oito horas da manhã e no campo o nascer do sol era a campainha. Descontraídos e gozando a calma daquela manhã, caminhávamos com passo certo e seguro que não queríamos chegar atrasados à Escola. Eis que se aproxima um velho, com as roupas coçadas, saca às costas, mas de palavra fácil e sorriso pronto. Cumprimentou-nos e foi-nos interrogando sobre a vida da Escola. Algumas das suas observações foram surpreendentes pelo conhecimento que revelavam e pelo modo como as proferia. Olhando para nós com mais atenção e fixando os nossos olhos, num olhar que não mais esquecemos de tão intenso, o bom do velhote lança profecias ao vento e procura ler o nosso porvir nas estrelas. Momento inesquecível porque único até àquele momento! E nós ouvíamos e não queríamos acreditar que ele estava a vaticinar como seriam as nossas vidas. Olhávamos uns para os outros e, pasmados, agora parados, fomos saindo do enlevo que as palavras encantatórias do homem tinham provocado em nós. Despediu-se, seguiu caminho. Também nos vimos a correr para recuperar o tempo esquecido. Certo é que esse dia foi diferente dos outros, havia algo que mudara nas nossas mentes e a pergunta era como que martelo pertinaz: «será que o sonhador acertava mesmo?» E, voltando-nos uns para os outros, a mesma pergunta lia-se nos nossos olhos como se estivesse escrita com as luzes das árvores de Natal e sorríamos: «o pedinte, pobre diabo!». Quando nos encontramos, ainda a mesma pergunta brilha nos nossos firmamentos referindo-a ao mundo das nossas vidas e as dúvidas vão caindo: afinal o pedinte trazia na sacola a pedra que desvendava os sonhos! Manuel

sábado, 19 de julho de 2008

Um Gafanhão na Alta Roda da Fotografia

Pedro Loureiro
Pedro Loureiro: Fotógrafo da LER
Pedro Loureiro nasceu na Gafanha da Nazaré em 1969 e é o fotógrafo residente da LER, mas já publicou fotografias, reportagens e portefólios na Elle, Notícias Magazine, DNA, Volta ao Mundo, Daily Telegraph on Sunday, Le Monde, The Guardian, Libération, The New York Times e L'Express, entre outros. Estudou fotografia na MI21/École des Arts et Métiers de L’Image (Paris) e logo a seguir, de 1991 a 1998, foi fotógrafo do jornal O Independente. Depois, passou pela Grande Reportagem e foi editor de fotografia da Notícias Magazine, além de co-fundador da agência Kameraphoto e da KGaleria. Fonte: Revista LER NOTA: Conheço o Pedro Loureiro, desde sempre, e tenho acompanhado a sua paixão pela fotografia, por informações de seu pai e meu amigo, José Alberto Loureiro. Confesso, no entanto, que não sabia, ao pormenor, do seu percurso profissional. Pelo que tem feito, no domínio da fotografia, os meus parabéns.
Curiosamente, do fotógrafo não tenho nenhuma fotografia. Fica o texto, com amizade. Não tinha, mas já a tenho. E aqui fica, para todos os seus amigos e admiradores.
FM