domingo, 26 de março de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Que dizemos
quando dizemos 'Deus'?
As estatísticas dizem que a fé em Deus está em queda, concretamente na Europa. Mas a pergunta que é preciso fazer é esta: em relação a que Deus é que a fé está em queda? O que é que dizemos, quando dizemos "Deus"?
O quê é ou quem é propriamente Deus? Esta questão é tanto mais urgente quanto é verdadeiro aquele passo célebre de Martin Buber: Deus é "a palavra mais carregada e onerada de todas as palavras humanas. Nenhuma foi tão manchada, nenhuma foi tão estragada. De geração em geração, com os seus partidos religiosos, os homens desfizeram esta palavra: por ela mataram e por ela morreram. Massacram-se uns aos outros e sempre em nome de Deus. Devemos, pois, respeitar os que proíbem o seu uso, dado que querem rebelar-se e insurgir-se contra este modo escandaloso de justificar o arbitrário em nome de Deus".
A que Deus é que Mestre Eckhardt pedia que o libertasse de Deus? Que Deus é esse cuja morte por assassínio Nietzsche mandou proclamar pela boca de um louco? Se Deus nos aparecesse, dizendo-nos: "Aqui estou eu, sou eu o Deus", como é que o reconheceríamos, como saberíamos que era ele?
Depois, há aquela estória: um homem foi ao céu, pois tinha-lhe sido dado o privilégio de falar directamente com Deus. Quando voltou da audiência, caíram os jornalistas sobre o afortunado, perguntando: "Afinal, como é Deus, como é ele?" Resposta: "She is black." Não é um velho, nem do sexo masculino, nem branco...
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