segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Um artigo de João César das Neves, no DN

Posted by Picasa Olha, afinal é fácil, Portugal!
Olha, Portugal, vou dar-te uma escolha. Podes optar entre estimular a economia, entrando em prosperidade, ou, em vez disso, irmos os dois beber uma cerveja e conversar de futebol. São duas coisas fáceis, sem dificuldades. É só escolher. Que me dizes?
Queres estimular a economia, sair da crise e ter abundância e riqueza? Muito bem! Nada mais simples! Vais ver que se consegue sem quaisquer problemas.
Quem faz a produção e a prosperidade são as empresas e os trabalhadores. E o que é que elas têm de fazer para isso? Muito simples precisamente aquilo que fazem todos os dias. Procurar oportunidades de negócio, investir, trabalhar e lançar os seus produtos. É a actividade normal e é desse esforço que sai a riqueza de todos os países. É uma tarefa exigente e complexa, mas muito simples de identificar. Faz isso e a crise acaba.
Não me venhas com desculpas! Nem a China, nem o preço do petróleo, nem os riscos do mercado, nem a incompetência dos políticos. Isso não são dificuldades, é a própria natureza do problema. Claro que é custoso! Achas que alguém te pagaria se a tarefa fosse agradável e elementar? Sempre foi assim e sempre será. Em todos os tempos existiram barreiras dessas; quando não era isto, era aquilo. O teu pai e o teu avô enfrentaram coisas muito piores, com instrumentos muito mais fracos que os teus.
Aliás, as épocas más, como esta, até são vantajosas. São os tempos em que os azelhas saem, os bons empresários e trabalhadores vêem as boas oportunidades e a necessidade aguça o engenho. Julgas que as empresas só existem para os anos prósperos? Se achares que o desafio da iniciativa, imaginação e trabalho é de mais para ti, podemos sempre ir à cerveja e à conversa.
Mas, se quem faz são as empresas, quem fala sobre progresso e recuperação é o Governo. Esse é que está aflito. E, afinal, é tão simples obter tal coisa! Quer o Governo estimular a economia? Quer ter um surto de crescimento económico? Nada mais fácil! Desça a sério os impostos. Corte os regulamentos estúpidos e os obstáculos à produção das empresas e trabalhadores. Faça isso e vai ver resultados imediatos. Muito mais rápidos e eficazes que os investimentos mirabolantes e programas pomposos que anda a congeminar.
(Para ler mais, clique Diário de Notícias)

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