sábado, 23 de abril de 2005

DIA MUNDIAL DO LIVRO

É preciso criar hábitos de leitura Celebra-se hoje mais um Dia Mundial do Livro, para nos fazer pensar e para nos levar a agir. É para isso que os Dias Mundiais servem. Se fosse para tudo ficar na mesma, então não valia a perder-se tempo a programar e a registar nos calendários estes Dias. Aqui, neste meu diário que é uma janela aberta para a aldeia global, sempre tenho feito a apologia do que considero bom. Bom e indispensável. Quem pode hoje, em consciência, olvidar a importância dos livros e da leitura? Quem pode hoje prescindir dos livros e da leitura? É verdade indiscutível que os livros são uma das principais fontes do saber, se forem cuidadosamente seleccionados e serenamente lidos e meditados. Os livros não são para decorar estantes e outros espaços, embora alguns até sejam, pelas suas encadernações luxuosas, dignos de figurar em locais especiais para serem apreciados. Mas eles são, ou devem ser, para serem lidos e relidos, meditados e reflectidos junto de quantos nos cercam. Nunca deixei de falar dos livros que leio e de os aconselhar, quando é caso disso, às pessoas com quem convivo. E até neste meu blogue falo deles, embora nem sempre o faça com a assiduidade que gostaria de manter, por razões que se prendem com o universo de leitores a quem me dirijo. Se há livros que posso recomendar a toda a gente, há outros, seguramente, que se destinam apenas a pessoas com alguma formação. Voltando à importância do livro e da leitura, apetece-me dizer que o nosso País precisa de formadores e de educadores que sejam leitores. Só assim será possível incutir nas crianças e jovens, e mesmo nos adultos, o gosto pela leitura. É que ninguém pode dar aquilo que não tem. E se pais e professores não lerem, habitualmente, como é que é possível transmitir aos outros hábitos de leitura? Há anos dizia-se que se editava pouco em Portugal e que os livros eram caros. É verdade que foi assim, mas hoje as coisas estão a mudar substancialmente. Edita-se muito (todos os dias são apresentadas novas obras) e há livros para todos os preços e para todos os gostos. A questão está em procurar o que convém e em evitar despesas supérfluas, para se poder comprar livros. Toda a gente sabe que os portugueses são dos que menos lêem na Europa, mas eu penso que estamos a tempo de inverter este estado de coisas. O que é preciso é que haja coragem nas escolas, de todos os graus de ensino, e nas famílias, para se educar para a leitura. Criado o hábito, está meio caminho andado para Portugal deixar a cauda da tabela dos índices de leitura e da aquisição de livros. Fernando Martins

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