segunda-feira, 25 de abril de 2005

25 de Abril

Temos de ser dignos do 25 de Abril
Passados que são 31 anos da revolução de Abril, aqui estou a recordar uma data venerada e celebrada por todos os amantes da liberdade, mas também da democracia e da justiça social. É preciso recordar que a revolução dos cravos foi apenas, e já não foi pouco, uma porta que se abriu para que os portugueses encetassem novos caminhos que conduzissem, depois da liberdade oferecida pelo Movimento das Forças Armadas, à descolonização, à democratização e ao desenvolvimento. À descolonização possível, porque foi um processo apressado e complexo, que deixou traumas em muitos compatriotas nossos que regressaram depois de abandonarem tudo o que tinham conseguido com muitos sacrifícios. Mas que deu, também, aos povos colonizados durante séculos, a oportunidade histórica de procurarem e conquistarem o seu próprio futuro. Depois veio a democratização, ansiada por tantos portugueses, sendo conhecido que muitos deram a vida por esse direito dos tempos modernos que tardou a chegar até nós, mas de que hoje nos orgulhamos, por podermos, com a força do voto, em tantas instâncias da vida social e política, dizer o que queremos e optar por caminhos que julgamos os melhores. Por fim, veio o desenvolvimento que apontou metas, muitas metas, que nos haveriam de colocar na senda dos países desenvolvidos do mundo. Muito foi feito e a vida que todos levamos é bem diferente da que levaram os nossos pais e avós. Há progressos visíveis em muitos sectores, não somos já o país do pé-descalço e do analfabetismo, mas há imenso que fazer, sem dúvida, para nos aproximarmos de vez dos países mais prósperos da Europa, à qual pertencemos por direito político, cultural e social. Ultrapassadas que foram as fases da descolonização e da democratização, resta-nos hoje olhar para o desenvolvimento a todos os níveis, no sentido de nos batermos por novos e mais promissores objectivos. Isto, porque Portugal continua sem encontrar soluções para proporcionar uma vida digna a muitos portugueses. Mais de um milhões de compatriotas nossos a passarem fome e outros tantos no limiar da pobreza exigem de todos nós respostas urgentes, para sermos dignos do 25 de Abril de há 31 anos. Fernando Martins

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