sábado, 30 de abril de 2005

DIA DA MÃE - 1 de Maio

Emilio Velilla, Primeiros Passos
SER MÃE
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração! Ser mãe é ter no alheio lábio que suga o pedestal do seio, onde a vida, onde o amor, cantando, vibra. Ser mãe é ser um anjo que se libra sobre um berço dormindo! É ser anseio, é ser temeridade, é ser receio, é ser força que os males equilibra! Todo o bem que a mãe goza é bem do filho, espelho em que se mira afortunada, luz que lhe põe nos olhos novo brilho!!! Ser mãe é andar chorando num sorriso! Ser mãe é padecer num paraíso! Ser mãe é ter um mundo e não ter nada! Coelho Neto

NB: A Foto e o Poema foram seleccionados pelo Prof. Dinis Alves e fazem parte de um belíssimo trabalho que pode ser apreciado na Net, clicando aqui.

Colaboração dos leitores

Juventude de Schoenstatt nas Jornadas Mundiais da Juventude Cardeal Ratzinger, agora Papa Bento XVI,
num Santuário de Schoenstatt
A Juventude Feminina e Masculina de Schoenstatt de Aveiro vai participar (em conjunto com as juventudes schoenstattianas do todo o país) nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em Colónia, Alemanha, em Agosto 2005. Estas Jornadas contam com a presença do Papa Bento XVI, que estará, por assim dizer, na sua terra. Desta vez, esta "viagem à Alemanha" prolongar-se-á mais do que o habitual nas JMJ, porque em Schoenstatt, cidade de origem do Movimento Apostólico de Schoenstatt, realizar-se-á o Festival Internacional da Juventude Schoenstattiana, uma semana antes das JMJ. Pela preparação que tem sido feita e pela informação que nos chega, os dias em Schoenstatt serão enriquecidos pelas diversas culturas dos vários continentes, porque todos estarão em sintonia na fé e na alegria, que não deixarão de proporcionar momentos inesquecíveis de comunhão. As JMJ serão então o culminar de toda esta caminhada. Há cerca de um ano, desde Junho 2003, que as juventudes (Feminina e Masculina) de Aveiro têm vindo a organizar várias actividades, com vista a custear esta viagem. A próxima actividade agendada é há hoje, 30 de Abril. Trata-se de um jantar no Stella Maris, sob a temática das JMJ e do Festival Internacional em Schoenstatt, com animação (música ao vivo, datashow, dança, por ex.) e decoração preparada pelos próprios jovens, o que garante, desde já, um grande sucesso, pois estão esgotados os cerca de 240 bilhetes. A actividade que se segue, de cariz mais cultural, é um espectáculo de teatro a acontecer a 21 de Maio, sábado, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com uma sessão à tarde e outra à noite. Para Junho/Julho (ainda a marcar), também se organiza um espectáculo de música no mesmo local. Paralelamente a todas estas actividades, os jovens schoenstattianos de Aveiro marcam ainda presença nas quatro peregrinações ao Santuário Matris Ecclesiae, na Gafanha da Nazaré, nos dias 1 de Maio, 19 de Julho, 10 e 17 de Julho. Além de "comes e bebes", como queques e café, ainda se vendem T-shirts do Jubileu de Prata deste mesmo Santuário, a um preço bastante modesto. Estendemos, desta forma, o convite a todas as pessoas e peregrinos que queiram ajudar. Afinal é sempre positivo vermos os jovens a apostarem bem. Ao mesmo tempo, gostaríamos de apelar a todas as pessoas, principalmente aos emigrantes residentes na Alemanha, para que se inscrevam nas respectivas paróquias e para participarem nesta grande e mundial Festa de Fé. Quem sabe se não será um momento de descoberta pessoal e divina?
"Participem e juntem-se a nós!"
NB: Caso estejas interessado em ir (embora já seja um pouco tarde), entra em contacto connosco:
Responsáveis de Aveiro pelas JMJ: Maria Inês Lourenço - 964962259 Pedro Almeida - 914259372 Irmã Cristina - 234326020 Pe. José Melo - 967264208

1º de Maio - Mensagem dos Trabalhadores Cristãos

Festa dos trabalhadores e das trabalhadoras, com ou sem emprego Não à exploração e à competição, sim à solidariedade!
Mais de mil milhões de seres humanos vivem com menos de um dólar americano por dia, 2.700 milhões de pessoas lutam pela sobrevivência com menos de dois dólares por dia e 880 milhões de pessoas, entre as quais se encontram 300 milhões de crianças, vão todos os dias para a cama com o estômago vazio. Todos os anos, mais de seis milhões de crianças morrem de doenças que se poderiam curar ou evitar como o paludismo, a diarreia e a pneumonia. Em várias regiões de África, Ásia e América Latina, a pobreza e as carências que esta produz (falta de água, desflorestação, desemprego e falta de assistência médica adequada) põe em perigo a vida de muitas pessoas. Os membros do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) estão convencidos de que a solidariedade, e não o mercado livre, poderá ajudar os países pobres a vencer estas pragas. Não obstante, as grandes potências económicas procuram impor o mercado livre ao resto do mundo porque resulta em seu próprio benefício e permite-lhes manter uma posição privilegiada no sector da economia, da investigação, do comércio e do desenvolvimento. Os estados industrializados do G8 põem muitas dificuldades aos países do Terceiro Mundo desejosos de vender os seus produtos nos mercados internos dos países ricos, os quais utilizam a sua influência junto do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Organização Internacional do Comércio para exigir que os países pobres abram as suas fronteiras aos produtos dos países industrializados. Além disso, o sistema económico actual tende a pôr os trabalhadores em competição, impondo reduções salariais e condições laborais cada vez piores. (Para ler na íntegra, clique Mensagem)

Conselho da Europa diz não à eutanásia

A assembleia parlamentar do Conselho da Europa recusou na quarta-feira um projecto de resolução sobre o "fim da vida" apresentado pelo parlamentar suíço Dick Marty, o qual solicitava que se estudassem as experiências de eutanásia legal da Bélgica e Holanda, para, segundo a resolução, evitar que as práticas clandestinas se difundam pela Europa. O texto preconizava igualmente que se evite o "encarniçamento terapêutico" com os doentes terminais. O projecto foi recusado por 126 votos contra e apenas 58 a favor, no final de um debate confuso, durante o qual foram apresentadas mais de 70 emendas. A rejeições do projecto de resolução foi uma surpresa, embora a elaboração do texto e do relatório que o acompanhava estivesse mergulhada em polémica desde o primeiro momento, dadas as diferentes posições defendidas pelos cinco grupos parlamentares. A eutanásia é crime em todos os países membros do Conselho da Europa, excepto na Bélgica e Holanda. O projecto foi apresentado juntamente com um relatório da Comissão de Assuntos Legais e Direitos humanos, assinado pelo britânico Kevin McNamara, o qual assinalou que "liberalizar a eutanásia seria um primeiro passo para o reconhecimento do direito a matar". O Bispo Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, já manifestou a sua satisfação perante a decisão do Conselho da Europa.

Fonte: Ecclesia

sexta-feira, 29 de abril de 2005

DIA DA MÃE - Homenagem da Comissão Episcopal da Família

... Por tudo quanto és! Como não agradecer-te, mãe se é tanto o que és o que ofereces e o que semeias no meu ser? Mas como agradecer-te, mãe, se é tão pouco o que tenho para dizer, para te bendizer? O que o coração sente os lábios não são capazes de balbuciar. Trémulos, hesitam e gaguejam, impotentes para soltar uma palavra ou articular qualquer som. Mas será que existe alguma palavra que consiga dizer o que o coração sente? Dizer "obrigado" é pouco, mas dizer-te "obrigado" é tudo o que resta quando tudo já tiver sido dito. Obrigado, mãe, pela vida que nunca recusaste dar-me. Obrigado pelo amor que nunca hesitaste oferecer-me. Obrigado pelos sacrifícios a que nunca te furtaste. Obrigado pela fé com que sempre me inundaste. Obrigado por seres sempre berço a que volto e fonte a que regresso Obrigado pelo testemunho e pela fidelidade. Obrigado por me teres dado a vida e por seres vida em mim. Obrigado por não me eliminares quando habitei teu ventre. Obrigado por me amares desde o primeiro instante. Obrigado por nunca seres túmulo e por sempre seres regaço. Obrigado por nunca pensares em ti e por sempre pensares em mim. Eu não mereço. Eu não te mereço. Mas agradeço. Porque sei que amar assim, como tu amas, é algo que só está ao alcance de ti, mãe! Na pobreza dos gestos, e na fragilidade das palavras, nada mais me ocorre que este "obrigado". É pequeno, mas é profundo, caloroso e sincero. Entrego-o no colo de Maria, a Mãe de Jesus, a Mãe das mães. Que ela te abençoe e proteja Que ela te conforte e compense por tudo quanto fazes, e por tudo quanto és, mãe! Comissão Episcopal da Família

Uma reflexão de José Tolentino Mendonça

Ruy Belo Em redor de um livro:
A solidão dos filhos de Deus Importa tomar Ruy Belo como um dos escritores espirituais do séc.XX português. E sem pretender contornar as veementes e sucessivas afirmações do poeta, que nos orientariam num sentido diferente. Por exemplo, em 1970, no prefácio a Homem de Palavra(s): «O clima do livro já não é o da fé, aliás perdida» ou, em 1972, na reedição de Aquele Grande Rio Eufrates: «todo este livro foi escrito num clima a que não só já não tenho acesso hoje em dia como espero não o voltar a ter». Só que o novo 'clima' em que o poeta se move, no começo da década de setenta, é de resistência àquilo que o catolicismo, na sua opinião, simbolizava enquanto servidor do ordenamento político e cultural vigente. Talvez fosse agora tempo de começar a olhar esta poética naquilo que ela também é: aventura espiritual intensa como poucas, colóquio interior, despojado mesmo quando a voz tinha a energia sagrada das falas ininterruptas, ponte estendida no território de chamas que é essa quase circularidade entre presença e silêncio, entre dúvida e crença, dialéctica que aproxima a aridez trágica da passagem do tempo desse «no sé qué», de que João da Cruz falava e que nos romances de Bernanos e Graham Green, que Ruy Belo leu, recebia o nome de Graça. (Para ler o texto na íntegra, clique aqui, e procure Expressões)

QUADRAS de António Aleixo

António Aleixo
 

  QUADRAS

Sou humilde, sou modesto; 
Mas, entre gente ilustrada, 
Talvez me digam que eu presto, 
Porque não presto p'ra nada.
 
Eu não tenho vistas largas, 
Nem grande sabedoria, 
Mas dão-me as horas amargas 
Lições de filosofia.
 
Tu não tens valor nenhum, 
Andas debaixo dos pés, 
Até que apareça algum 
Doutor que diga quem és.
 
À guerra não ligues meia, 
Porque alguns grandes da terra, 
Vendo a guerra em terra alheia,
 Não querem que acabe a guerra.

Depois de tanta desordem, 
Depois de tam dura prova, 
Deve vir a nova ordem, 
Se vier a ordem nova.

Eu não sei porque razão, 
Certos homens, a meu ver, 
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

Vemos gente bem vestida, 
No aspecto desassombrada; 
São tudo ilusões da vida, 
Tudo é miséria dourada.

Os novos que se envaidecem 
P'lo muito que querem ser 
São frutos bons que apodrecem 
Mal começam a nascer.

 
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António Aleixo, poeta popular

António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro de 1899 em Vila Real de Santo António e faleceu em 16 de Novembro de 1949 em Loulé. Foi pastor, cantor popular de feira em feira, soldado, polícia, tecelão, servente de pedreiro em França e “poeta cauteleiro”. Deixou-nos «Este livro que vos deixo», «O Auto do Curandeiro», «O Auto da Vida e da Morte», o incompleto «O Auto do Ti Jaquim» e «Inéditos».

Um artigo de António Rego, na Ecclesia

:: A Fé em tempo real
Os factos atropelaram-se em amálgama, como mole de gente sobressaltada num espaço estreito. Parece que tudo se tornou massa informe e movediça na direcção das portas de emergência ou das angustiantes saídas duma explosão. Os acontecimentos prolongados dos últimos tempos deram-nos bem a ideia de alguma convulsão de episódios que, passados nos media, envolveram todo o planeta no celebrativo, no entusiástico, na dor, na perplexidade, na controvérsia, na festa.Claro que nos referimos a uma ocorrência em dois actos: a partida e a chegada do sucessor de Pedro. E a serena continuidade da Igreja, a afirmação incontestada de um projecto lançado por Jesus e mantido incólume nos sobressaltos da história e da fragilidade humana. Tudo isso viveu a Igreja sem excessivas teorizações. Apenas como acto da sua história milenar, rasgando fronteiras de continentes e países pelo directo e continuado da morte e do ressurgimento do Papa como pai espiritual da cristandade, bispo de Roma, referência essencial da Fé no mundo de hoje. A Fé em tempo real.
Não se tratou – como pretenderam alguns - de uma encenação monumental do Vaticano na celebração da partida e da chegada do sucessor de Pedro. Nem se pode dizer que a Igreja manipulou os acontecimentos, as notícias, a “liturgia mediática” que se desencadeou de forma empolgante na sua versão panegírica ou crítica. Os media tomaram conta de tudo e tornaram impossível o silêncio ou o controlo apologético de acontecimentos tão significativos como a morte de um Papa de grande exposição mediática e a eleição de outro que, além de antítese do mediatismo, como que trazia uma asa ferida por preconceitos e lugares comuns dos menos informados. Não lhe foi concedido o “estado de graça” que sempre se oferece aos governantes, ainda que obviamente medíocres. Mas o pouco tempo de presença de Bento XVI como homem inteligente, firme, humilde e disponível para o diálogo, começa a revelar que muitos dos críticos que dele falavam, não sabiam, na verdade, o que diziam. Muitas observações e análises não passaram de um estrondoso acto de ignorância disparado do alto púlpito dos media falados ou escritos. Mas não faltaram vozes de lucidez e discernimento que, sem juízos primários, expuseram com isenção, a percentagem justa do divino e do humano que envolve este acontecimento. Talvez, mais que tudo, falou a imagem, sem comentários, do recôndito mistério da fé que perpassa uma liturgia solene e sóbria. Com a simplicidade silenciosa com que Deus atravessa a história.

"A Voz do Silêncio"

Posted by Hello
"A Voz do Silêncio", uma exposição do Projecto BlogAveiro, está patente ao público entre 22 de Abril a 5 de Maio na Sala de Exposições Inês de Castro, no Instituto Português da Juventude de Coimbra. A exposição, da autoria de Isabel Henriques, apresenta fotos em torno de um livro, uma praia e as chamas que devoram estórias contadas, muitas outras por contar:"Vidas são estórias,Estórias são livros,Livros são páginas cheias de vidas.O fim do livro é a morte.Nesse dia,Queimam-se as páginas de um livro cheio,Porque a estória acabou...", refere a autora na apresentação do seu trabalho.
"A Voz do Silêncio" pode ser visitada, aos dias úteis, das 09h às 18h, e aos sábados, das 10h às 19h. O IPJ de Coimbra situa-se na Rua Pedro Monteiro, n.º 73.
A exposição conta com o apoio do ISCIA - Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, da FEDRAVE - Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro, da Delegação de Coimbra do Instituto Português da Juventude, e dos Parceiros Jornal da Bairrada, On Line News, Notícias de Aveiro, Rádio Terra Nova e Solidariedade Online.
(Para saber mais sobre outras exposições, clique BlogAveiro)

DIA DA MÃE: 1 de Maio

Todas as crianças devem ser desejadas
Celebra-se no próximo domingo, 1 de Maio, o DIA DA MÃE, razão suficiente para que todos manifestemos às mães, vivas ou que já nos deixaram, a nossa gratidão pelo dom da vida. E se alguma vez não fomos tão correctos para com elas, como seria nossa obrigação, nunca será tarde para lhe mostrarmos o nosso amor. A APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas) está sempre atenta a tudo quanto diz respeito às famílias e no comunicado que me enviou sublinha, com pertinência, que ser mãe é, antes de mais, um acto de coragem, num país que: "Tarda em compreender a importância da parentalidade, alheio a tantos avisos sérios tanto a nível interno como a nível externo; Apregoa a igualdade, mas distingue entre "filhos desejados" e "filhos não desejados", quando, na presente situação demográfica, todas as crianças devem ser profundamente ansiadas, conforme a Comissão Europeia recentemente alertou ao classificar as crianças e jovens como "recurso escasso"; Apregoa a tolerância, mas recusa reconhecer o elementar direito a nascer aos "filhos não desejados"; Apregoa o Estado social, mas propõe negar o direito à vida dos nasciturnos por "razões económicas e sociais" da sua família; Apregoa a necessidade de um choque tecnológico para o relançamento económico, mas nega a evidência da natureza da vida intra-uterina mostrada em simples ecografias; Muitos afirmam que o aborto é um problema de consciência, mas aprova uma lei de liberalização do aborto obrigando dezenas de deputados a votarem contra a sua própria consciência." E mais adiante, lembra que, "Porque ninguém é Mãe sem haver um Pai, a APFN apela a todos os Pais para serem testemunhos permanentes do amor de onde nasceram os seus filhos, indispensável ao seu são desenvolvimento, e a que todas as crianças têm direito, conforme Declaração Universal dos Direitos da Criança, subscrita por quase todos os países do mundo, entre os quais Portugal". No Dia da Mãe, "a APFN renova o seu compromisso, a todas as famílias com filhos, e em particular às Mães, peças centrais da família, que continuará a bater-se por terem direito à protecção que lhes é devida pelo Estado, conforme art. 67 da Constituição e recomendação da Comissão Europeia, recebendo o mesmo apoio e atenção que são dados na esmagadora maioria dos países europeus".

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Um artigo de D. António Marcelino

Papa Bento XVI Alegria serena, sem dúvidas nem perplexidades
Foi este o meu sentir quando ouvi o nome do novo Papa. Já tenho idade para não me deixar impressionar pelas muitas e desvairadas apreciações, vindas de todos os quadrantes da opinião pública, livre ou comandada. Quando vemos pessoas, que se dizem agnósticas, a opinar sobre quem e como devia ser o Papa e a mostrarem-se desiludidas com a eleição, estamos perante um contra-senso, que se respeita, mas não se entende. Nostalgia, apreço pela acção da Igreja, vocação teológica frustrada, recalcamentos? Tudo é possível. Se são pessoas da Igreja, presas a ideias feitas, a sentirem-se decepcionadas ou frustradas porque o seu candidato era outro, pergunto-me sobre que critérios assentava a sua profecia e assenta agora a razão da sua dor e frustração. Não se vê por aí muito de evangélico e de eclesial. A Igreja não começou ontem. A sua história, mesmo com erros pelo caminho, comporta sempre, nos êxitos e nos fracassos, grandes lições para os seus membros e até para a humanidade. A história recente, para quem não recorda dela senão o que, no momento, foi apoio à frustração e à tristeza, diz bem claro como são falíveis os juízos precipitados dos que querem que tudo esteja do seu lado. Mas qual lado? Estão aí João XXIII a mostrar que, quando se vêem apenas as aparências, se corre sempre o risco de estar fora da lógica de Deus, que conhece os corações e lê no seu mais profundo. Critérios de sabor meramente humano não servem para apreciar situações que vão além do tempo e de nós próprios, ainda que tingidas de zelo apostólico. É de supor que os eleitores, mais de cem, pessoas adultas e sérias, comprometidas, a tempo inteiro, com a Igreja e a sua missão, tinham mais elementos em mãos para apreciar, julgar e votar, do que os que estavam fora, cheios de opiniões e desejos. Ninguém, no caso da eleição do Papa, se quiser sintonizar com um projecto que não controla, estará dispensado de aferir o seu parecer na tentativa de perscrutar os planos de Deus em cada circunstância e em cada tempo. Estou certo que vamos ter muitas surpresas. Tenho para mim que Bento XVI foi o homem certo para este momento da vida da Igreja. Pela sua reconhecida entrega ao essencial, testemunho de simplicidade, poder de escuta e capacidade de acolhimento, cultura teológica e histórica que ultrapassa o comum, abertura realista à sociedade, sensibilidade, e mais do que isso, em relação aos movimentos do tempo que corre, conhecimento profundo da Igreja universal e da realidade romana, serenidade impressionante e ponderada, fé inquebrantável, vivenciada e lúcida para dizer como Paulo "eu sei em Quem acredito". A campanha anti-Ratzinguer encarregou-se de lhe enxovalhar o rosto e nome. E continuam a fazer-se profecias catastróficas. Ele sabe isso. Admiro-lhe a coragem, que se explica pela força da sua fé e entrega ao projecto de Deus. Mil razões humanas podiam justificar a não aceitação, dado que esta é livremente expressa. Alguns ficariam contentes. Não faltaram conselheiros a dizer a João Paulo II no fim de vida, que abandonasse a cruz. Mas, onde entra Deus, só fé tem sentido. Uns ainda o não compreenderam, outros serão incapazes de o compreender.

Marinha da Troncalhada

Marinha da Troncalhada em dia de visitas A tradição do sal não pode morrer
A Marinha da Troncalhada, um Ecomuseu que aposta em preservar o fabrico do sal, está sempre à espera de quem goste de saber como se processava uma faina ancestral, entre nós, com primeira referência na longa data de 959, quando a condessa Mumadona registou, num testamento, as suas marinhas de sal que possuía nesta região. Desde essa altura, pelo menos, sempre os povos destas terras fabricaram sal, com a água salgada que entrava por terra dentro e com o sol do Verão e o vento que nunca deixou de prestar uma boa ajuda. Infelizmente, muitas das boas tradições artesanais vão morrendo, por força da industrialização que vai dominando todos os sectores da vida. Mas a Marinha da Troncalhada, graças ao município de Aveiro, teima em resistir para mostrar, às gentes mais novas e a quantos nos visitam, como é que marnotos e moços, num labor custoso sob sol ardente, extraíam das águas da Ria, do mesmo sabor das águas do mar, porque dele vêm, o precioso sal que uma tradicional cozinha não dispensa. A Marinha da Troncalhada fica mesmo à porta da cidade, quem sai para as praias. Na rotunda, vira-se à direita, segue-se pela estrada marginal ao canal, em direcção à zona das antigas pirâmides, e logo se vê. É a primeira marinha à esquerda. Se gosta de recordar o que se vai perdendo ou se quer mostrar aos netos uma tradição que sempre marcou as nossas terras ribeirinhas, não deixe de passar pela Marinha da Troncalhada. Ela gosta que a visitem. Fernando Martins

Quem é que me explica?

-- Condenados por pedofilia nos Açores A comunicação social noticiou hoje que nos Açores houve 14 condenações por pedofilia. Sete dos 18 arguidos foram punidos com pena de prisão, seis com pena suspensa e um com multa. Os casos foram descobertos, investigados e o tribunal julgou e aplicou as respectivas penas. Tudo se processou com alguma rapidez e sem grandes alaridos. Ora acontece que o caso de pedofilia da Casa Pia começou antes, as investigações decorreram dentro da normalidade e quando se esperava que o assunto fosse resolvido de imediato, aí está com um atraso injustificável para o comum do cidadão. O mais natural é pensar-se que o problema não se resolve, porque temos, infelizmente, uma justiça que não é igual para todos. Quando os arguidos são pessoas de alto nível social, com capacidade para contratarem bons e caros advogados, tudo anda e desanda, com requerimentos e mais requerimentos, mais isto e mais aquilo, e nada se decide, apesar de tudo estar dentro da legalidade processual, como se vem sublinhando. Que fique claro que não estou a pugnar pela prisão de inocentes e que até gostaria que estes eventuais crimes não passassem de um sonho. Mas o que acho é que já era tempo de se resolver o assunto. E o mais curioso é que não temos neste país quem ponha cobro a este estado de coisas, o que me leva a dizer que, em Portugal, há uma justiça para poderosos e outra para gente sem poderes e sem dinheiro. Estarei enganado? Quem é que me explica o porquê de tudo isto? Fernando Martins

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

-- Tropelias
As empresas devem à Segurança Social 3,2 mil milhões de euros. A maioria delas não paga impostos porque não declara lucros, mas - milagre! - continua a funcionar ano após ano. Como escreve António Perez Metelo no DN de terça-feira, muitas dessas empresas "só sobrevivem mediante toda a espécie de tropelias fiscais e de abusos nas contribuições retidas aos seus trabalhadores". E algumas ainda têm a lata de reclamar contra o alegado dumping social dos asiáticos, nota o António por outras palavras.
Esperemos que o Governo concretize o anunciado reforço da vigilância das autoridades sobre os faltosos fiscais e parafiscais (na luta contra a fuga aos impostos notam- -se alguns avanços encorajadores). É um imperativo jurídico e moral, mas também económico com empresas dessas o País não progride. Mas o Estado tem um ponto fraco: também ele recorre a tropelias. Paga tarde e a más horas, o que não incentiva propriamente ao cumprimento das regras pelos privados. Há câmaras que chegam a pagar a 30 meses ou mais, disse ao DN do dia 18 Rui Viana (Presidente da AICCOPN, uma associação de empreiteiros), acrescentando que muitos municípios "fizeram obras a mais e não têm como as pagar". Há eleições em Outubro... O Estado central não é mais virtuoso. Cerca de mil licenciados, no desemprego, esperam desde Outubro que o Estado lhes pague as prometidas bolsas para custear cursos de reconversão profissional que estão a frequentar. A dívida dos hospitais públicos aos laboratórios bateu novo recorde em 2004. Etc, etc.
A prioridade das prioridades na tão falada reforma do Estado deveria ser apresentar-se este de cara lavada, como pessoa de bem. É condição indispensável para o Estado poder exigir que pessoas e empresas se deixem de tropelias à custa do contribuinte cumpridor.

Património Cultural da Igreja

Santuário: foto de Luís de Oliveira Encontro Nacional em Fátima
Os responsáveis dos Serviços Diocesanos do Património Cultural vão reunir-se em Fátima no próximo dia 6 de Maio de 2005 para o Encontro Nacional "A Missão Evangelizadora do Património Cultural". O encontro será organizado em função duma intervenção geral de D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente da nova Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
A exposição será seguida da apresentação de três "casos de estudo", correspondentes a outras tantas áreas de acção e de interesse na valorização do património cultural da Igreja, numa perspectiva pastoral e para os quais são convidados os oradores seguintes, pela experiência comprovada nas áreas referidas: "Exposições de arte sacra" (D. Carlos Moreira Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa); "Utilização apropriada do património" (Pe. Mário Rui Pedras) e "Itinerários e Roteiros" (Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja).
Fonte: Ecclesia

Bênção dos Finalistas na Universidade de Aveiro


A grande festa é já no dia 8 de Maio 

  No próximo dia 8 de Maio, domingo, vai realizar-se a grande festa da Bênção dos Finalistas, na Alameda da Universidade de Aveiro, presidindo à cerimónia D. António Marcelino. Os preparativos estão em marcha, no Centro Universitário Fé e Cultura, sob a batuta do padre Alexandre Cruz e com a participação de muitas dezenas de universitários das escolas superiores de cidade dos canais. Para esta festa, ponto único de quem salta da Universidade para a vida, estão convidados todos os estudantes e seus familiares e amigos, bem como a Reitora, Prof. Doutora Helena Nazaré, demais professores e funcionários, porque a alegria dos que concluíram os seus cursos se deve estender a todos os que, com eles, partilharam saberes, experiências, alegrias e até, porventura, algumas tristezas. Para além da mensagem do Bispo de Aveiro, que é sempre uma reflexão oportuna para quem tem de enfrentar a vida do trabalho e da investigação, não faltarão os cânticos litúrgicos, que estão a ser bem ensaiados pelos próprios universitários, entre outros motivos de interesse e adequados à Eucaristia, que terá início pelas 11 horas. Significativo será, também, o momento do Crisma de alguns estudantes, que foram preparados para receberem este sacramento que faz deles testemunhas de Cristo, agora mais responsavelmente.

Fernando Martins

quarta-feira, 27 de abril de 2005

Postal ilustrado-4

Posted by Hello Caramulo: aldeia perdida no vale

Postal ilustrado-3

Posted by Hello Caramulo: cimo do monte

Postal ilustrado-2

Posted by Hello Caramulo: Cabeço da Neve

Postal ilustrado

Posted by Hello Caramulo: golfinho nada no verde da serra

SERRA DO CARAMULO

Espigueiro só decorativo CARAMULO: A voz do silêncio por ali se faz ouvir
Quem nasceu e vive com o som do mar a embalar o seu adormecer, e sente, ao acordar, as ondas a espraiarem-se no areal, não pode deixar de sonhar, também, com a silhueta dos picos da serra, que ao longe nos desafia. A primeira vez que fui à serra e à medida que me aproximava dela, os meus olhos de menino pouco viajado ficaram deslumbrados. Senti um não sei quê na alma, um prazer inexplicável que ainda hoje, tantos anos depois, é um mistério no meu espírito. À serra vou sempre que posso e às vezes até juro a mim mesmo que um dia por lá hei-de ficar uns tempos largos, para calcorrear montes e vales, entre vegetação luxuriante ou entre penedos com formas estranhas de figuras fantásticas que enriquecem o imaginário de qualquer um. Ontem fui ao Caramulo à procura desses ares límpidos, alimentados, e de que maneira, pelo verde que tudo enche, ao som de regatos que deslizam do cimo dos montes, por entre pedregulhos que amplificam o cantar da água saltitante que apetece beber a toda a hora. E quando a sede aperta, como apertou depois de um almoço de vitela assada que só por ali tem um sabor como em nenhuma outra parte, então foi um regalo beber uns bons copos de água de fonte natural, recebida em bilha de barro vermelho que a tornou mais fresca. Campo de Besteiros, São Tiago de Besteiros, Guardão, Janardo, Pedronhe e Cabeço da Neve foram alguns recantos da Serra do Caramulo, que uma vez mais pude contemplar em dia partilhado com amigos que não esconderam o sortilégio que estas terras transmitem a todos os que chegam. Ruas e estradas amplas ao lado de ruelas empedradas que lembram tempos ancestrais, histórias de lutas travadas entre íncolas serranos e povos invasores, casario a cair de podre porque gente teve de emigrar, habitações com sinais de quem regressou à terra depois de muito trabalhar e de lutar na estranja, sanatórios abandonados porque os tuberculosos já se curam em casa, sem a ajuda dos ares puros da serra, de tudo um pouco se foi fixando na retina dos meus olhos, que nunca se cansaram de apreciar de miradouros naturais a paisagem a perder de vista. Para os contemplativos, a Serra do Caramulo é uma bênção de Deus. Ali, longe dos habituais horizontes, sinto que a beleza não adulterada pelo mau gosto, em muitíssimos recantos, oferece a quem a visita a imagem do divino, que o céu contempla e abençoa com nuvens que baptizam aspergindo tudo e todos. A voz do silêncio que tantas vezes se fez ouvir, aqui e ali perturbada pela cantilena da água que descia apressada do cimo dos montes, à cata de gente que a saboreasse, ainda mais me convidava a cultivar a necessidade de voltar. O que farei sempre que puder, para encher os pulmões de ares puros e os pensamentos do aconchego do bem e do belo. Fernando Martins

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

--- Contradição
A imagem, ou o cliché, do novo Papa é de um conservador intolerante. Duvido que Bento XVI confirme tal ideia, mas esta levou muitos a falarem em divergência crescente entre a Igreja católica e o mundo moderno. Não é novidade divergências grandes existiram até ao Concílio Vaticano II, sobretudo em torno de questões filosóficas. E a Igreja teve aí algumas responsabilidades. Hoje, a referida incompatibilidade diz mais respeito a questões como o celibato dos padres, regras de moral sexual, posição perante a vida, etc. São temas importantes, mas nem todos do cerne da fé - embora alguns campeões do "religiosamente correcto" e da "estrita observância" transmitam a falsa sugestão de a fé ser um moralismo.
Mas há contradição entre o cristianismo e o "mundo". Cristo não morreu na cruz por acaso. A proposta cristã, implicando a entrega de si próprio ao serviço dos outros, é incompatível com o hedonismo individualista ou com o uso do poder - qualquer poder, até o religioso - para esmagar terceiros. Como é incompatível com o relativismo. Se tudo se equivale, se as opções morais dependem apenas de tendências, gostos ou simpatias, então não poderemos evitar as piores barbaridades. A Igreja combateu o relativismo desde os sofistas gregos até aos pós-modernos actuais (como R. Rorty), passando por David Hume no séc. XVIII. São oposições de sempre, mais visíveis hoje apenas porque deixaram de vigorar sociologicamente antigas normas e referências.
Na esteira do Concílio, a Igreja deve abrir-se ao mundo. Não pode fechar-se numa atitude sectária e farisaica de um pequeno grupo de puros iluminados vivendo entre os pecadores. Mas se aceitasse os critérios dominantes na sociedade, que privilegiam o interesse egoísta, iria trair o Deus revelado por Cristo como doação radical.

JOÃO PAULO II visto pelos leitores

O PAPA JOÃO PAULO II PARA OS TIMORENSES,
NO PASSADO, NO PRESENTE E NO FUTURO Ninguém duvida como era o Papa. Ele era um grande homem na Igreja Católica e era um grande pastor para todas as suas velhas, em qualquer circunstância. Com ele, muita gente se identificou, tanto os católicos como os não católicos. O Papa foi bom para todos e continuará na memória de todos, para sempre. Quem o ouviu e viu ficou feliz e inspirado para seguir os exemplos da sua vida. Verificou-se isto durante a sua vida, e, no momento em que morreu, todo o mundo foi ao seu encontro, prometendo recordá-lo para sempre. E é certo que ele será recordado, principalmente pelo seu infinito carácter afectuoso. Ninguém duvida também como era Timor e como era o seu povo. Timor era um país que lutava muito por algo mais para a sua vida; lutava contra os que o tentaram destruir, destruindo também o seu povo. A presença do Papa em Timor, em 1991, foi um modelo para uma luta afectuosa. O Papa lutou muito na sua vida, com muita paciência e com calma, pela paz, apesar das doenças que o afectavam. Timor lutou muito pela sua independência, no princípio com alguns actos menos correctos, mas após a visita do Papa João Paulo II a luta tornou-se menos violenta, terminando numa vitória difícil, depois de muito sofrimento, provocado por gente inconsciente. Agora que Timor já é independente, o exemplo do Papa João Paulo II ficou em todos. É muito conveniente que o povo timorense se relacione e se identifique com a vida do Papa, principalmente nestes dias de começo de nova vida, rumo ao desenvolvimento do nosso país. Porque assim, além de recordar o Papa, estamos com esperança de ter um Timor progressivamente desenvolvido. Sabendo que só com amor, paz e liberdade é que se ultrapassam tensões, é preciso também que todos os timorenses dêem as mãos para construírem um país fraterno. E com o exemplo de João Paulo II tudo será mais fácil. Para tal, é importante seguir a melhor receita, que é a vida do Papa João Paulo II. E para seguir esta receita, é preciso que o povo timorense aprenda a saber abrir o seu coração, sendo mais suave ou mais macio na vida. Só assim é que Timor será como todos nós desejamos. Grupo de Timor

terça-feira, 26 de abril de 2005

Em viagem

Hoje é dia de procurar, em viagem, ares diferentes. Deixo o cheiro a maresia e vou apreciar outros horizontes. Deixo a vastidão do mar, que o tenho à porta de casa, e vou sentir o palpitar da serra, com montes e vales a perder de vista.
No regresso, contarei, por escrito e pela imagem, o que vi e senti. Lá para o fim do dia, quando o Sol, ao entrar no mar, me convida à contemplação interior.
Fernando Martins

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Um poema de Sophia

Sophia de Mello Breyner Andresen Revolução Como casa limpa Como chão varrido Como porta aberta Como puro início Como tempo novo Sem mancha nem vício Como a voz do mar Interior de um povo Como página em branco Onde o poema emerge Como arquitectura Do homem que ergue Sua habitação 27 de Abril de 1974

25 de Abril

Temos de ser dignos do 25 de Abril
Passados que são 31 anos da revolução de Abril, aqui estou a recordar uma data venerada e celebrada por todos os amantes da liberdade, mas também da democracia e da justiça social. É preciso recordar que a revolução dos cravos foi apenas, e já não foi pouco, uma porta que se abriu para que os portugueses encetassem novos caminhos que conduzissem, depois da liberdade oferecida pelo Movimento das Forças Armadas, à descolonização, à democratização e ao desenvolvimento. À descolonização possível, porque foi um processo apressado e complexo, que deixou traumas em muitos compatriotas nossos que regressaram depois de abandonarem tudo o que tinham conseguido com muitos sacrifícios. Mas que deu, também, aos povos colonizados durante séculos, a oportunidade histórica de procurarem e conquistarem o seu próprio futuro. Depois veio a democratização, ansiada por tantos portugueses, sendo conhecido que muitos deram a vida por esse direito dos tempos modernos que tardou a chegar até nós, mas de que hoje nos orgulhamos, por podermos, com a força do voto, em tantas instâncias da vida social e política, dizer o que queremos e optar por caminhos que julgamos os melhores. Por fim, veio o desenvolvimento que apontou metas, muitas metas, que nos haveriam de colocar na senda dos países desenvolvidos do mundo. Muito foi feito e a vida que todos levamos é bem diferente da que levaram os nossos pais e avós. Há progressos visíveis em muitos sectores, não somos já o país do pé-descalço e do analfabetismo, mas há imenso que fazer, sem dúvida, para nos aproximarmos de vez dos países mais prósperos da Europa, à qual pertencemos por direito político, cultural e social. Ultrapassadas que foram as fases da descolonização e da democratização, resta-nos hoje olhar para o desenvolvimento a todos os níveis, no sentido de nos batermos por novos e mais promissores objectivos. Isto, porque Portugal continua sem encontrar soluções para proporcionar uma vida digna a muitos portugueses. Mais de um milhões de compatriotas nossos a passarem fome e outros tantos no limiar da pobreza exigem de todos nós respostas urgentes, para sermos dignos do 25 de Abril de há 31 anos. Fernando Martins

Um artigo de António Bagão Félix, no DN

--- Bento XVI, o bom conservador
Se tivesse seguido a maioria dos meios de comunicação social, a opinião publicada, muitos ateus e agnósticos e até algumas vozes da Igreja de fácil acesso aos media, João Paulo II deveria ter resignado. Graças a Deus, não seguiu e ficou claro porque não o fez. Se tivesse seguido a maioria dos meios de comunicação social, a opinião publicada, muitos ateus e agnósticos e até algumas vozes da Igreja de fácil acesso aos media, o cardeal Ratzinger jamais teria sido eleito Santo Padre. Graças a Deus, o conclave escolheu-o depressa e consensualmente.
No mercado opinativo sempre dado a simplificações estereotipadas que, muitas vezes, escondem uma enorme ignorância, a etiqueta para o novo Papa tomou foros de sentença passada em julgado o Papa é conservador! E diz-se conservador não como um qualificativo normal, mas quase ou mesmo com um tom crítico, se não mesmo condenatório ou abjuratório. Sim, porque dizer-se que alguém na Igreja ou fora dela é liberal ou progressista é um elogio ou um reconhecimento laudatório, mas chamar-se conservador é um anátema, uma forma de lepra social.
A Igreja não é uma instituição de opiniões nem uma expressão mais ou menos mecânica e alienante de "mercado das almas". É, sim, uma assembleia universal em nome da identidade baptismal e da comunhão em Cristo. Logo, sustentada na fé, na doutrina, em dogmas e em valores. Por isso, e na minha opinião, a Igreja - é certo -, vivendo no mundo e para o mundo, não se conjunturaliza ou guia por inquéritos de opinião. Tem o seu ritmo de aggiornamento para a construção do homem do futuro numa perspectiva terrena e salvífica.À guisa do cosmos político, alguns dos servos da Igreja também fogem da ideia da conservação, como o Diabo da Cruz. Deixam-se enredar em tacticismos e juízos de oportunidade do instante, deixam-se embalar pela linguagem religiosamente correcta quase imposta por quem não crê! Enraizar Cristo no coração do Homem, reevangelizar na aridez espiritual dos dias de hoje, aprofundar o magistério social da Igreja, caminhar sem desfalecimento no enriquecimento da verdade e da bondade é conservar o património religioso, espiritual, humano do Cristia- nismo.
O resto é a circunstância, o modo, a comunicação, os instrumentos. Importantes, sem dúvida, mas não a essência da doutrina. Essa está toda na Boa Nova, nos Evangelhos. João Paulo II dizia em No início de um novo milénio "Não há um programa novo para inventar. Está tudo escrito no Evangelho e na tradição da Igreja. Mudam apenas os problemas a enfrentar: os desequilíbrios ecológicos, a paz, os direitos humanos, as novas fronteiras da ciência..."
Os crentes querem um Papa que lhes transmita espiritualidade transbordante, afectuosidade aconchegante. Um Papa que radique toda a sua acção em Cristo, inteligente, cristalino, sábio de amor, que dê esperança, com temperança, perseverança e simplicidade.
Para mim, o Papa Bento XVI transmite tudo isto. Fala sem calculismo mas com profunda sabedoria. Homem do Vaticano II e inseparável do saudoso João Paulo II, o novo Santo Padre ajuda-nos na busca da paz, da fé, da esperança e da caridade.
Dizem alguns, como que insinuando uma crítica de carácter, que é rigoroso e austero. Que mal tem? O rigor de análise e a austeridade de modo de vida são grãos de mostarda para o reencontro das virtudes. Ser austero não é ser frio, ser rigoroso não é ser distante.
Dizem que é um Papa velho e de transição. Velho é e ainda bem. Ao menos que seja a Igreja a dar valor à velhice, não contribuindo para a sua desvalorização permanente na sociedade. De transição, porquê? Transição para onde?
Claro que há sempre necessidade de reforma num mundo em mutação. Mas que esta não consista em "deitar fora o seu próprio lastro", "em diluir, adaptar, aligeirar a fé, mas aprofundá-la", para citar o próprio Papa Bento XVI no notável livro O Sal da Terra.
Hoje, numa sociedade hedonizada e materialista, confunde-se, com ligeireza e superficialidade, felicidade com prazer, abomina-se o sacrifício, descarta-se a velhice, empobrece-se em verdade, escolhe-se o mais fácil e não o mais exigente, exalta-se o relativismo e minimalismo éticos, vive-se obcecado pelo pragmatismo.
Sobretudo na Europa, obesa nos vícios e frágil na espiritualidade, o novo Papa pode vir a ter um contributo decisivo na luta contra a cultura da indiferença que larvarmente vai invadindo o Velho Continente. Se há pedaço do mundo que necessite de uma nova evangelização e de um neomissionarismo, é a Europa, onde, para citar de novo Ratzinger, "muitas vezes o homem não está à altura da sua própria inteligência", "onde não crer é mais fácil do que crer" e "onde temos de voltar a aprender a acreditar".

Um artigo de Paulo Rocha, na Ecclesia

 
Foram repetidos os pedidos de oração pelo Papa Bento XVI, pelo seu ministério, pelo serviço que lhe é confiado, à Igreja e ao mundo. Partiram do próprio Papa Ratzinger, em repetidas afirmações de humildade, entre considerações teológicas ímpares. Sem fazer referências muito explícitas ao programa para o seu Pontificado — porque já o fizera na "mensagem de quarta-feira, 20 de Abril" e porque "não faltarão outras ocasiões para fazê-lo" — a homilia do Papa Bento XVI foi uma mensagem teológica bem ao estilo de um académico invulgar: a Liturgia da Palavra e os sinais específicos desta celebração (entrega do anel e do palio) foram a oportunidade para uma comunicação que informou profundamente sobre a natureza do ministério petrino, entre aplausos que, por 37 vezes, interromperam a voz tímida, mas determinada, do Papa Bento XVI. 
O Papa referiu-se aos "desertos" que atravessam a vida dos homens. Os desertos "da fome, da pobreza", "do abandono, da solidão, do amor destruído", "da obscuridade de Deus"... Muitos desertos que tresmalham ovelhas de um rebanho que se quer junto.

domingo, 24 de abril de 2005

BENTO XVI estará atento ao essencial da matriz da Igreja

Com a ajuda dos media, penso que nunca se falou tanto de um Papa como por estes dias. Tanto dos preparativos da sua eleição como depois de eleito pelo colégio cardinalício no Conclave. E o mais curioso é que não foram só e apenas os católicos a debruçarem-se sobre o assunto, mas também os não crentes (agnósticos e ateus) o fizeram, às vezes com alguma veemência. Uns para falarem, com contenção e respeito, da importância do Papa e da Igreja Católica na defesa de valores que são comuns numa sociedade pluralista e responsável, e outros até manifestaram os seus pontos de vista sobre os temas que gostariam de ver tratados pelo novo Papa. Alguns, porém, exorbitaram. Falaram como se fossem membros da Igreja e como se estivessem interessados, de verdade, no que ela defende. Queriam uma Igreja à sua medida, uma Igreja que optasse pelos valores que eles próprios seguem e pelos quais se batem, uma Igreja que aprovasse o aborto e a eutanásia, uma Igreja que oficializasse o divórcio, uma Igreja que aceitasse o casamento de homossexuais, uma Igreja que defendesse o amor livre e a libertinagem sexual, uma Igreja sem regras em torno do essencial da sua doutrina, uma Igreja, enfim, à medida de quem não quer estar nela. Pois a Igreja que temos e que congrega mais de mil milhões de seguidores resolveu, através dos cardeais eleitores, escolher para Sumo Pontífice um cardeal culto, um teólogo profundo, um dedicado e atento servidor da Igreja, um dos braços direitos do Papa João Paulo II, o guardião da fé que teve de zelar pela essência do pensamento católico, fazendo-o sempre em nome do mandato que foi convidado a desempenhar. Foi, sem dúvida, incómodo para muita gente, muitos dos quais, segundo li, se recusaram ao diálogo. O Papa Bento XVI já não é o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Agora é, para nós, católicos, o Santo Padre, o chefe visível da Igreja Católica. E por isso, Bento XVI vai ser, assim creio, o congregador das boas vontades dentro da Igreja, o promotor da paz entre as nações e entre os homens e mulheres de todos os quadrantes da Terra, e o defensor dos oprimidos. Mas também vai lutar pela unidade dos cristãos, para que todos vejam como nos amamos, no estrito respeito pelo que nos diferencia. Com humildade, com verdade, mas firme no essencial e na caridade. Se o essencial se esboroar, o que não creio, a Igreja deixa de ter sentido. Fernando Martins

Papa apela à unidade dos cristãos

Bento XVI assumiu-se hoje como um "pastor" que vai procurar reunir o rebanho e apelou à unidade de todos os cristãos durante a homilia da Missa de inauguração do seu pontificado. Após ter explicado o significado das insígnias que hoje recebeu — o Pálio Petrino e o Anel do Pescador —, o novo Papa afirmou que "das imagens do pastor e do pescador emerge, de forma muito explícita, o apelo à unidade". Apesar de reconhecer que o rebanho se encontra dividido e as redes rotas, Bento XVI assegura que os cristãos "não devem estar tristes". "Alegremo-nos com a Tua promessa, Senhor, que não desilude, e façamos tudo o que for possível para percorrer o caminho para a unidade que "Tu prometeste", desafiou. A homilia transformou-se em oração, com o novo Papa a pedir: "faz com que sejamos um só pastor e um só rebanho, não permitas se rompam as Tuas redes e ajuda-nos a ser servidores da unidade."

Texto e foto da ECCLESIA

National Geographic mostra vida no ventre materno

Em Março, o National Geographic Channel exibiu um documentário de duas horas intitulado "In The Womb" (No Ventre Materno), conforme revelou a revista "ÚNICA" do "EXPRESSO" desta semana. Pela primeira vez, a gestação de uma criança foi filmada no ventre materno, minuto a minuto, durante nove meses. Isto só foi possível graças a uma microcâmara instalada estrategicamente para captar as mais pequenas reacções do ser humano em gestação. O trabalho do National Geographic Channel foi acompanhado por uma equipa médica. A "ÚNICA" sublinha que as imagens mostram, no início da gravidez, o embrião com apenas 3,6 milímetros, e às três semanas já é possível vislumbrar o batimento de um pequeno coração. Aos três meses, a câmara revelava movimentos das pernas e, aos quatro, era possível ver o bebé a mexer-se. Mais tarde, tornaram-se nítidas expressões, como abrir e fechar os olhos ou trejeitos faciais. Aos oito meses, a criança já responde a estímulos exteriores, como variações de luz ou sustos com sons mais altos, refere a "ÚNICA". Para ver fotos e imagens de vídeo, clique aqui.

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Foto de Crixtina, pseudónimo artístico de Dora Bio (Para ver mais fotos, clique aqui)

sábado, 23 de abril de 2005

Um poema de Fernando Pessoa

A ciência, a ciência, a ciência... A ciência, a ciência, a ciência... Ah, como tudo é nulo e vão! A pobreza da inteligência Ante a riqueza da emoção! Aquela mulher que trabalha Como uma santa em sacrifício, Com quanto esforço dado ralha! Contra o pensar, que é o meu vício! A ciência! Como é pobre e nada! Rico é o que alma dá e tem. [...] Fernando Pessoa, 4-10-1934

Um artigo de Licínio Lima no DN

:: Divorciados vão poder comungar nas missas
Joseph Ratzinger, antes de ser eleito Papa, estava a preparar documentos teológicos que, postos em prática, significam uma autêntica revolução na Igreja Católica. Um deles tem a ver com o levantamento da proibição dos católicos divorciados comungarem (receberem a hóstia) nas missas. Este poderá ser um dos primeiros dossiers que Bento XVI colocará sobre a secretária logo após a sua entronização, no domingo, para a qual já chegou uma enchente de peregrinos, especialmente alemães.
A admissão à Eucaristia dos católicos divorciados e recasados civilmente é há muito debatida no seio da Igreja. Existem milhares de grupos que se reúnem para meditar sobre a mensagem do Evangelho. Mas que não podem participar plenamente no sacramento da Eucaristia de acordo com as normas do Direito Canónico.
Surpreendentemente, na edição de ontem do jornal La Repubblica, anuncia-se que Joseph Ratzinger, ainda no exercício de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, estava a preparar um documento teológico visando alterar aquela norma, de forma a que os católicos recasados civilmente possam participar plenamente na missa. A única condição imposta é que seja provado que não foram a causa principal da separação.
Ainda de acordo com aquele jornal, estão na Congregação para a Doutrina da Fé dois outros documentos em forja, também revolucionários. Um deles visa repensar a figura do Papa como sinal de unidade de todos os cristãos, permitindo aprofundar o diálogo ecuménico. Esta reflexão, recorde-se, foi pedida por João Paulo II em 1995, na encíclica Ut Unum Sint. E não será por acaso que Bento XVI começa o seu pontificado estabelecendo como prioridade a aproximação às diferentes igrejas cristãs. O outro documento prevê a alteração da idade da jubilação dos bispos, passando de 75 para 80 anos.
Surpresa. Bento XVI está a surpreender de muitas formas. Ontem reuniu-se com todos os cardeais do mundo, incluindo os que não participaram no Conclave. Depois de uma saudação de Angelo Sodano, em nome do Colégio Cardinalício, o Papa agradeceu-lhes a colaboração, apelou à unidade e, no fim, recebeu de todos uma saudação pessoal. D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, ajoelhou-se, beijou-lhe as mãos e dirigiu-lhe umas palavras durante 20 segundos.
A postura de Bento XVI foi sempre muito informal. Levantou-se para abraçar Sodano quando este acabou o discurso, notando-se que o fez com sentida alegria. Ergueu-se sempre da cadeira quando foi saudado por um cardeal fisicamente mais debilitado, e sorriu com os olhos. O cardeal Lemann, compatriota alemão, tido como pouco ortodoxo, não lhe beijou as mãos. Mas a pequena conversa entre ambos foi envolta em expressões afáveis e sorridentes.
Bento XVI já saiu à rua duas vezes, a pé, aproximou-se das pessoas, deixou-se cumprimentar, transmitiu emoção. "Estou emocionadíssimo", tem repetido constantemente. Distam cerca de 30 metros entre a porta de Santana, uma das saídas do Vaticano, e o seu apartamento, em Borgo Pio, onde tem ido buscar alguns livros. Na quarta e na quinta-feira, ouviram--se aclamações Be-ne-di-to, Be-ne-di-to". "Em Roma, não é só apreciado, como também estimado", garantiu-nos D. José Policarpo.
O ambiente em Roma está agitado com a preparação da Praça de S. Pedro para o dia da entronização do Papa, que ocorre no domingo. A montagem de ecrãs gigantes multiplica-se, quer na praça, já cercada por detectores de metais, quer ao longo da Via da Conciliação. E, sobretudo, ouve-se o falar germânico - são os compatriotas do Papa que estão a chegar aos milhares para o saudar.

DIA MUNDIAL DO LIVRO

É preciso criar hábitos de leitura Celebra-se hoje mais um Dia Mundial do Livro, para nos fazer pensar e para nos levar a agir. É para isso que os Dias Mundiais servem. Se fosse para tudo ficar na mesma, então não valia a perder-se tempo a programar e a registar nos calendários estes Dias. Aqui, neste meu diário que é uma janela aberta para a aldeia global, sempre tenho feito a apologia do que considero bom. Bom e indispensável. Quem pode hoje, em consciência, olvidar a importância dos livros e da leitura? Quem pode hoje prescindir dos livros e da leitura? É verdade indiscutível que os livros são uma das principais fontes do saber, se forem cuidadosamente seleccionados e serenamente lidos e meditados. Os livros não são para decorar estantes e outros espaços, embora alguns até sejam, pelas suas encadernações luxuosas, dignos de figurar em locais especiais para serem apreciados. Mas eles são, ou devem ser, para serem lidos e relidos, meditados e reflectidos junto de quantos nos cercam. Nunca deixei de falar dos livros que leio e de os aconselhar, quando é caso disso, às pessoas com quem convivo. E até neste meu blogue falo deles, embora nem sempre o faça com a assiduidade que gostaria de manter, por razões que se prendem com o universo de leitores a quem me dirijo. Se há livros que posso recomendar a toda a gente, há outros, seguramente, que se destinam apenas a pessoas com alguma formação. Voltando à importância do livro e da leitura, apetece-me dizer que o nosso País precisa de formadores e de educadores que sejam leitores. Só assim será possível incutir nas crianças e jovens, e mesmo nos adultos, o gosto pela leitura. É que ninguém pode dar aquilo que não tem. E se pais e professores não lerem, habitualmente, como é que é possível transmitir aos outros hábitos de leitura? Há anos dizia-se que se editava pouco em Portugal e que os livros eram caros. É verdade que foi assim, mas hoje as coisas estão a mudar substancialmente. Edita-se muito (todos os dias são apresentadas novas obras) e há livros para todos os preços e para todos os gostos. A questão está em procurar o que convém e em evitar despesas supérfluas, para se poder comprar livros. Toda a gente sabe que os portugueses são dos que menos lêem na Europa, mas eu penso que estamos a tempo de inverter este estado de coisas. O que é preciso é que haja coragem nas escolas, de todos os graus de ensino, e nas famílias, para se educar para a leitura. Criado o hábito, está meio caminho andado para Portugal deixar a cauda da tabela dos índices de leitura e da aquisição de livros. Fernando Martins

Papa realça importância dos media

XVI Bento XVI 
agradece trabalho dos jornalistas

Bento XVI recebeu hoje em audiência jornalistas de todo o mundo para lhes agradecer o trabalho desenvolvido nos últimos dias e para lhes assegurar a sua disponibilidade para colaborar com eles durante o próximo pontificado.
Perante uma sala Paulo VI repleta de jornalistas e operadores de comunicações sociais de várias nacionalidades, Bento XVI começou por dizer que "é com prazer que me encontro convosco", mostrando-se "grato pelo trabalho desenvolvido nos últimos dias". "Graças ao vosso trabalho, a atenção do mundo inteiro ficou presa na Praça de São Pedro e no Palácio Apostólico", reconheceu, aludindo aos últimos momentos do "inesquecível João Paulo II" e o processo de eleição do Papa. Apelidando os jornalistas de "extraordinários e maravilhosos", mostrou-se reconhecido por um trabalho levado a cabo com alguns sacrifícios, "longe das suas famílias", facto que não esqueceu na curta alocução. 

Peregrinação ao Santuário de Schoenstatt

Santuário de Schoenstatt, na Colónia Agrícola da Gafanha ...
Com Maria, eucaristia no dia-a-dia A Peregrinação anual ao Santuário Diocesano de Schoenstatt vai realizar-se, como é tradicional, no 1º Domingo de Maio, que este ano é, também, o primeiro dia do mesmo mês. Coincide, por isso, com o Dia Diocesano do Catequista. A celebração será, pois, em conjunto e no mesmo local. O Programa foi já tornado público. Por estarmos a viver o Ano da Eucaristia e por se tratar de um santuário mariano, vamos reflectir à volta do tema "Com Maria, Eucaristia no dia-a-dia" procurando, a exemplo da Virgem Mãe de Jesus, moldar o coração à interioridade e à contemplação do dom eucarístico e à coerência de fé, que tal dom implica na nossa vida. Será um dia de reflexão e de oração, que se inicia com o acolhimento às 9h30 e termina, com a celebração da Eucaristia, às 17h. Por se tratar do Dia da Mãe, far-se-á uma evocação agradecida às mães presentes e a todas as mães. Convido os catequistas da Diocese e os cristãos, em geral, para esta Peregrinação, consciente de que este Dia, vivido em clima de grande espiritualidade, nos ajudará a aprofundar sempre mais o amor à Eucaristia e a iniciar, com maior sentido, a preparação próxima do nosso Congresso Eucarístico. António Marcelino,
Bispo de Aveiro Peregrinação Diocesana
ao Santuário de Schoenstatt - 1 de Maio Programa
09:30 - Acolhimento 10:00 - Oração Inicial - Encontro do D. António Marcelino com os catequistas - Tempo de Adoração 15:00 - Bênção com o Santíssimo 15:30 - Oração meditada do terço - Cânticos à Mãe 17:00 - Eucaristia presidida pelo Sr. Bispo - Envio e homenagem às mães, pelo Dia da Mãe Local: Centro Tabor Rua do Santuário - Lugar da Sra. dos Campos Colónia Agrícola - Gafanha da Nazaré

sexta-feira, 22 de abril de 2005

NOSSA SENHORA NA HISTÓRIA DE PORTUGAL

Na presença da coordenadora da obra, Thereza Ameal, e das autoras, Aires de Campos, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Ângela Sarmento, António O Bettencourt, Aura Miguel, D. Duarte de Bragança, Inês Dentinho, D. Isabel de Bragança, João César das Neves, D.Luiz Mário Cappio, Madalena Fontoura, Maria João da Câmara, Maria Reis, Maria Teresa Maia Gonzalez e Thereza Ameal, vai ser lançado em Lisboa, no próximo dia 26 de Abril, o livro "NOSSA SENHORA NA HISTÓRIA DE PORTUGAL". Trata-se de um trabalho que pretende responder ao desafio da Conferência Episcopal Portuguesa, que, ao analisar o actual momento político que o País atravessa, afirma ser "urgente criar uma onda de entusiasmo por Portugal". A publicação da colectânea de contos "NOSSA SENHORA NA HISTÓRIA DE PORTUGAL" corresponde a um sonho antigo dos editores - a Lucerna e a Patris -, que é o de transmitir às crianças a forma como Portugal tem sido marcado, em momentos cruciais da sua história, pela presença constante de Nossa Senhora.
A partir dessa data, a obra deve estar à venda em todo o País, por 12,45 euros.

Assembleia da República saúda Bento XVI

O Parlamento português aprovou, ontem, por maioria, um voto de saudação ao novo Papa Bento XVI. “A Assembleia da República, representando a pluralidade da expressão política do povo português, e tendo em consideração o princípio constitucional da liberdade religiosa e a Concordata celebrada entre o Estado português e a Santa Sé, saúda o novo Papa”, lê-se na declaração de voto aprovada. Os deputados endereçam também “felicitações à Igreja Católica e à Conferência Episcopal Portuguesa” e fazem votos para que o Pontificado de Bento XVI “corresponda às aspirações dos portugueses, da Europa e do Mundo, a um frutífero diálogo inter-religioso e com os não crentes”.
O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, espera ainda que se mantenha e seja reforçado "o bom relacionamento existente entre o Estado português e a Igreja Católica".
Fonte: Ecclesia

Porto de Aveiro: linha férrea atrasada

Posted by Hello
Com a tomada de posse da nova Administração do Porto de Aveiro (APA), ficou a saber-se que a ligação ferroviária à zona portuário está atrasada. O novo presidente do Conselho de Administração da APA, José Luís Cacho, denunciou que o processo está como há três anos, mas espera que o projecto se venha a concretizar dentro de dois anos.
Como tem sido amplamente divulgado, esta ligação ferroviário significa uma mais-valia para o desenvolvimento do Porto de Aveiro, tanto mais que esta estrutura portuária está em franco desenvolvimento. No entanto, urge acabar obras em curso e implementar outras, nomeadamnete ao nível das acessibilidades marítimas, o que implica que se proceda, quanto antes, a dragagens.

Portugal sem médicos para tantos doentes

A proposta do ministro da Saúde, Correia de Campos, no sentido de recrutar médicos estrangeiros por anúncio para responder à falta de clínicos no País, colheu de surpresa meio mundo. Toda a gente sabe que em Portugal há falta de profissionais de Saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros, ao ponto de já ser notória, em alguns Centros de Saúde e Hospitais, a presença de estrangeiros a atenderem os portugueses. E diga-se, de passagem, que até nos atendem com competência e diligência, deixando-nos encantados. Por experiência própria falo. O que me espanta é que os nossos governantes não consigam programar as políticas de ensino a tempo e horas de se resolver esta situação, tanto mais que com a saúde das pessoas não se pode brincar. Aliás, os noticiários estão cheios, com frequência, de protestos de utentes que integram listas de espera em consultas e em intervenções cirúrgicas, sendo garantido, naturalmente, que tudo se deve à falta de médicos. Correia de Campos quer agora resolver esse problema colocando anúncios no estrangeiro para recrutar médicos de família interessados em trabalhar em Portugal, depois de passarem por um programa de treino adequado às realidades que vêm encontrar, acolhendo-os devidamente, para eles não entrarem pela "janela", afirmou o ministro. Claro que esta solução será sempre provisória, pelo que urge programar, quanto antes, o ensino, para não continuarmos à deriva nesta área tão importante para todos nós, criando estruturas universitárias e hospitalares de formação para receberem mais estudantes, porque Portugal não pode continuar sem médicos para tantos doentes. Estou certo de que alunos não hão-de faltar. Fernando Martins

Bento XVI já tem e.mail

Bento XVI
Numa prova de que Bento XVI vai seguir o caminho de João Paulo II na abertura aos media, o Vaticano modificou o seu site na Internet, de forma a que os visitantes tenham acesso automático ao e-mail do Papa. Em inglês é benedictxvi@vatican.va, em italiano benedettoxvi@vatican.va. Se quiser dirigir-se ao Papa, para lhe pedir uma oração ou uma bênção, pode fazê-lo através dos e.mails indicados. E pode ser que de Bento XVI venha uma mensagem ou uma bênção que o estimule a sentir-se mais ligado a ele.

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Um poema de José Tolentino Mendonça

José Tolentino Mendonça A casa onde às vezes regresso é tão distante A casa onde às vezes regresso é tão distante da que deixei pela manhã no mundo a água tomou o lugar de tudo reúno baldes, estes vasos guardados mas chove sem parar há muitos anos Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai uma viagem se deu entre as mãos e o furor uma viagem se deu: a noite abate-se fechada sobre o corpo Tivesse ainda tempo e entregava-te o coração José Tolentino Mendonça In "A Que Distância Deixaste o Coração" Posted by Hello

Celebração Ortodoxa da Páscoa em Aveiro

Na região de Aveiro, a Semana Santa e a Páscoa continuarão, este ano, a ser celebradas pelos cristãos ortodoxos que aqui vivem. Maioritariamente estrangeiros e imigrantes de países de leste, os ortodoxos celebraram durante os últimos três anos a Divina Liturgia num templo cedido pela Igreja Católica Romana.
Com um forte desejo de terem um local próprio, a comunidade ortodoxa de Aveiro está agora num pequeno espaço situado em Albergaria-a-Velha, junto à Câmara Municipal. Um pároco permanente, de origem ucraniana e sob a jurisdição do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, já recebeu a bênção do Bispo Ilarion, que reside no Porto, para se deslocar para a região de Aveiro, onde passará a apoiar a comunidade local.
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Celebração da Divina Liturgia
LOCAL: Praça Ferreira Tavares, nº 14-A - Albergaria-a-Velha (junto à Câmara Municipal e Tribunal)
DIAS: Todos os Domingos às 11 horas
Próxima celebração: Abril, dia 24 (Domingo) - Dia de Ramos, às 11h
PÁSCOA: Dia 30 de Março (Sábado) - Confissões a partir das 16 h - Divina Liturgia às 20 h
Presbítero permanente para Aveiro: Padre Vasyl

Efeméride aveirense: Estátua de José Estêvão

Posted by Hello
Em 1889, no dia 21 de Abril, desembarcou, por concessão da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses - CP, no passo de nível de São Bernardo, a estátua do grande tribuno José Estêvão Coelho de Magalhgães, fundida em Lisboa, no Arsenal do Exército, com bronze oferecido pelo Governo. Dali foi transportada para o Largo Municipal, onde se encontra.
Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Praia da Torreira
Mesmo em dia enevoado, com ventinho cortante a aconselhar-me o abrigo, não resisti a olhar a Praia da Torreira, de que guardo tantas e tão saborosas recordações. Sem vivalma por ali, o barco do mar, da arte da xávega, baptizado com o nome do primeiro Papa, "S. Pedro", serviu de testemunha a esta minha passagem pela Torreira, na companhia de bons amigos.

JOÃO PAULO II visto pelos leitores

Em Homenagem a João Paulo II
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Já tudo terá sido dito em relação à morte do Papa e sobre o próprio Homem - Karol Wojtyla. Os homens sábios do mundo (e os outros), certamente, não terão deixado nenhum comentário por fazer. Porventura, terão feito mesmo alguns sem qualquer nexo ou fundamento. É da própria condição humana. Resta-nos prestar a João Paulo II a homenagem devida e registar também nas páginas de "O Ilhavense" algumas notas sobre este acontecimento que marca profundamente a humanidade e ao qual não poderíamos passar indiferentes. Karol Wojtyla — Um Homem do Mundo, um ser humano que também como tal foi marcado. Muito cedo perdeu a mãe, um pouco mais tarde também o pai, e como ser humano começou a sofrer as agruras duma vida marcada, desde o seu nascimento, por uma guerra fratricida e sangrenta. O Homem fez-se Papa e entrou, de facto, no coração do Mundo desde logo ganhando a simpatia de quase todos pelo exemplo de vida e de pontificado que espalhou por toda a terra. Encheu inúmeros corações de amor, mas também não ficou imune ao ódio dos homens. Como Deus, também o Papa não agradou a todos. Mas lutou com todas as suas forças para levar Deus a todos os corações e para fazer entender a Sua mensagem de amor. «Amai-vos uns aos outros como Ele vos amou» - a mensagem que não morre com João Paulo II, o Papa que perdurará na memória de todos que da sua fecunda passagem pela Terra tomaram conhecimento "bebendo" da sua sábia e santa palavra. Afinal, o Papa não morreu, pois o seu testemunho foi tão grande e tão valioso que a memória dos homens e a própria história jamais o poderão esquecer. Foi apenas o virar de página.
Torrão Sacramento
(Director de O ILHAVENSE)

Um artigo de D. António Marcelino no Correio do Vouga

:: Visão cultural pobre, horizontes de morte
Quando se fala de vida e de defesa da vida, quando se ouvem notícias de descoberta de novos medicamentos ou de novas técnicas que permitem solucionar doenças graves, quando surgem pequenos ou grandes heróis que arriscaram a vida por alguém que corria verdadeiro risco de a perder, quando nasce uma criança e se vê no rosto dos pais, dos avós e de algum irmãozito, uma alegria esfusiante, quando se chora e se lamenta a morte de alguém que comunicava felicidade e paz ou era o suporte de uma família ou de uma instituição, todos podemos pensar que, na opinião comum e alargada, a vida tem muito valor, a vida é o maior valor. Percebemos, então, porque é que no coração das pessoas vivas está enraizado o dever de apreciar, defender e promover o dom da vida e de dizer, aos quatro ventos, que ninguém tem direito a matar.Nunca fui capaz de perceber na defesa do direito a destruir a vida de outrem, qualquer sentido de inteligência ou de progresso, porque não consigo ver aí qualquer sentido de humanidade. O que se poderá esperar de quem, seja a que pretexto for, vê com olhos redutores, o maior de todos os valores, a vida, de tal modo grande, que sem ela, nada tem sentido nem futuro? O primeiro problema a enfrentar pela nova Assembleia da República foi, na militância de alguns deputados, levar à frente a irresponsabilidade de abrir portas à destruição livre de nascituros.
Discutem-se as semanas de vida para poder matar, por pouco tempo, porque, em etapas posteriores, o tempo passa a questão secundária. Fora uma promessa eleitoral que rendeu votos, tem de se cumprir. Quem ainda não tem convicções ou só tem interesses a defender, alinhou de imediato. O grande problema nacional é o referendo ou uma lei mais permissiva. Estamos informados.Um deputado novo, logo no primeiro dia de Assembleia, saiu-se com esta: “Por formação, sou visceralmente contra o aborto, mas considerando os fenómenos da modernidade penso que, pelo menos até à maioridade, as jovens devem poder prevaricar… Até aos 18 anos não têm maturidade para assumir a responsabilidade de uma gravidez… Sim, até aos 18 anos, temos de repensar a lei do aborto… Se já é adulta, tem que ser responsável por isso” (DN 11.3.2005) Assim mesmo. Microfone à frente e aí vem a sentença. São os novos legisladores a ajudar o país a ir para a frente…A obsessão por casos individuais, a dificuldade em ver o que é essencial para o defender a todo o custo, o pouco discernimento em relação às necessidades urgentes do país e das pessoas, a subordinação do bem comum a interesses ideológicos, tudo isto tem de ser denunciado. A sociedade democrática dá direito a fazê-lo. O bom senso e o compromisso de implementar soluções alternativas, obrigam a fazê-lo. São sempre os defensores da vida que se empenham, de facto, em iniciativas a favor das mães em dificuldade e das crianças não amadas. Quem grita na rua, normalmente não suja as mãos com respostas humanizadas. Ou se trata de um problema cultural, como tal considerado, ou já nada tem valor. Quando os horizontes são de morte, a vista é sempre curta e incapaz de ir além do imediato, de ir ao fundo dos problemas.Quem negar que há problemas graves que exigem soluções válidas e sérias, anda fora da vida. Mas, para quem defende soluções de morte para problemas da vida, ao contrário do que se pretende fazer ver, as pessoas passaram a ser coisas. Expropriam–se quando são adultas, destroem-se quando são indefesas.

Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa em comunhão com o Papa

D. Jorge Ortiga Em comunhão com o Papa
A vida da Igreja está marcada por acontecimentos que ultrapassam o valor do imediato. Projectam um passado e norteiam para um futuro. A eleição do Papa significou, sempre, vontade de acolher uma história e alegria de renovar os projectos de uma maior consciência eclesial. Como corpo, exultamos e rejubilamos, acolhendo o dom de um novo Papa que continuará o Ministério Petrino ao qual testemunhamos a mais profunda solidariedade. Sabemo-nos amados por Deus e queremos corresponder, através de uma comunhão afectiva e efectiva, para testemunhar verdadeira unidade, qual sinal que oferecerá o específico da Igreja. Na verdade, a comunhão interna dos membros da Igreja projecta-nos na aventura de transformar o mundo numa única família. Como Igreja que peregrina em Portugal, renovamos a fidelidade ao sucessor de Pedro e queremos mergulhar na densidade de um projecto de atenção à modernidade, com os seus desafios. Não nos detemos na glória da "Nação fidelíssima" mas, conscientes da nossa história, queremos ser "trabalhadores" da vinha, como bispos, sacerdotes e leigos, para que a "verdade na caridade" atinja o coração de todos os portugueses. Continuaremos em oração para que Cristo fique connosco, na responsabilidade de mergulharmos sempre mais, nas novidades ainda não assumidas do Concílio Vaticano II. O Santo Padre acompanhou a sua realização, entregou-se à sua concretização e já propôs uma evocação do caminho percorrido e do que falta percorrer, qual exame de consciência a celebrar o 40º aniversário do seu encerramento (8 de Dezembro de 2005). Corresponderemos reconhecendo a actualidade dos seus ensinamentos, como caminho para responder aos novos desafios colocados à Igreja e pela presente sociedade globalizada. Sentimo-nos ainda, dioceses e comunidades, empenhadas em caminhar com todos e, particularmente, com os jovens, "futuro e esperança da Igreja e da humanidade para dialogar com eles", escutando as suas expectativas no desejo de os ajudar a encontrar sempre com maior profundidade Cristo vivo, o eternamente jovem. Em nome da Igreja em Portugal, exulto com a eleição de Sua Santidade o Papa Bento XVI, renovo a fidelidade multissecular e asseguro o empenho na oferta de Cristo ao mundo moderno. + Jorge Ferreira da Costa Ortiga Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa