domingo, 27 de março de 2005

Silêncio do Papa comove o mundo

Pela primeira vez nos 26 anos do seu pontificado, o Papa João Paulo II não pôde presidir às cerimónias da Semana Santa nem dirigir a palavra aos peregrinos que se concentraram na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste Domingo de Páscoa. Enquanto o Cardeal Ângelo Sodano lia a Mensagem do Papa para este dia, João Paulo II seguia a leitura, folha a folha. E quando tentou falar, no momento sempre esperado da bênção "Urbi et Orbi", a voz não lhe obedeceu. Então, o silêncio que se seguiu, comoveu o mundo, tanto dos crentes como dos não crentes. Simplesmente - como referiu um jornalista -, porque todos pudemos ver quanto a força do Santo Padre é superior à sua própria fé, se tal se pode dizer. E os aplausos calorosos da multidão não se fizeram esperar, com lágrimas de comoção a dizerem-lhe, e a dizerem-nos, quanto o Papa continua a ser amado. Na Mensagem, o Sumo Pontífice pede ao Senhor de todos os dons que nos ensine palavras e gestos de paz. "Paz para a terra consagrada pelo Teu sangue e repassada pelo sangue de tantas vítimas inocentes; paz para os países do Médio Oriente e da África, onde continua a ser derramado muito sangue; paz para toda a humanidade, sobre a qual sempre paira o perigo de guerras fratricidas", sublinhou. Além da urgência da paz, a mensagem do Papa lança um apelo à solidariedade: "Dá-nos [Senhor] também a força de uma solidariedade generosa para com as multidões que ainda hoje sofrem e morrem de miséria e de fome, dizimadas por epidemias letais ou prostradas por desastrosas catástrofes naturais", disse. F.M.

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