sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

A campanha eleitoral chegou ao fim. Ainda bem!

A campanha eleitoral chegou ao fim. Ainda bem! Ainda bem, porque os candidatos já só sabiam repetir-se. Ainda bem, porque andamos há mais de um mês a ouvir o mesmo. Ainda bem, porque os políticos não trouxeram nada de novo, com convicção, que nos ajudasse a mudar de ideias. Ainda bem, porque, afinal, só queremos chegar a domingo, para tentarmos oferecer o nosso contributo para a resolução da crise em que o País vive há anos. Pois é verdade. Andamos todos saturados de promessas irrealizáveis, de compromissos sem sentido, da ganância de alguns que querem sentar-se no poder a todo o custo. Andamos todos saturados de ouvir dizer que Portugal rola sobre esferas bem oleadas, quando o desemprego aumenta, os pobres são cada vez mais, o endividamento das famílias atinge valores inquietantes, a economia regride e muitas empresas abrem falência. E todos os candidatos dizem que é possível, sem muitos sacrifícios, passar desta situação de dificuldades palpáveis ao clima de bem-estar social. De maus políticos estamos todos cansados. Mas importa manter a esperança. Não foi Cavaco Silva que disse que os bons políticos acabam por destronar os maus políticos? E não foi Medina Carreira, um especialista em assuntos fiscais, que disse, ontem, que os maus políticos vão desaparecer de cena nos próximos dois anos, porque prometeram o impossível? Com optimismo, apesar de tudo, no próximo domingo, 20 de Fevereiro, todos temos a obrigação moral de votar. Para ajudar a resolver a crise. Para, depois, com legitimidade, podermos protestar e reclamar, pelas vias democráticas. Para, a partir de domingo, podermos exibir as facturas das promessas feitas aos portugueses pelos vencedores. E, se eles não as pagarem, se nos atirarem à cara que não disseram o que disseram, então teremos de proclamar bem alto que não queremos à frente dos destinos de Portugal, uma nação multissecular, mentirosos, incompetentes, políticos sem vergonha e sem carácter. Portugal e os portugueses prescindem muito bem deles. Fernando Martins

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