quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

João Paulo II contra a violência e a favor dos mais pobres Na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que se celebra no primeiro de Janeiro, o Papa João Paulo II condena o recurso à violência para solucionar os conflitos internacionais e chama a atenção para os dramas do terrorismo, para as guerras em África e para a situação na Palestina, ao mesmo tempo que lança um apelo a favor de uma mobilização global em prol dos mais pobres. A Mensagem, publicada hoje sob o tema “Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem”, sublinha que, “para conseguir o bem da paz é necessário afirmar, com consciente lucidez, que a violência é um mal inaceitável e que nunca resolve os problemas”. Ao analisar a situação do mundo, o Papa aponta o dedo a “numerosas manifestações sociais e políticas” do mal, nomeadamente a desordem social, a anarquia, a guerra, a injustiça e a violência contra o outro. “Como não pensar no amado Continente Africano, onde perduram conflitos que ceifaram e continuam a ceifar milhões de vítimas? Como não evocar a perigosa situação da Palestina, a Terra de Jesus, onde não se conseguem enlaçar, na verdade e na justiça, os fios da mútua compreensão rompidos por um conflito que, de dia para dia, atentados e vinganças alimentam de maneira preocupante? E que dizer do trágico fenómeno da violência terrorista que parece impelir o mundo inteiro para um futuro de medo e de angústia? Enfim, como não constatar com amargura que o drama iraquiano se prolonga, infelizmente, em situações de incerteza e de insegurança para todos?”, interroga-se João Paulo II. O Papa frisa que o “O drama da pobreza está estreitamente ligado também com a questão da dívida externa dos países pobres. Não obstante os significativos progressos alcançados até agora, a questão ainda não encontrou uma solução adequada”, lamenta. E acrescenta: “Torna-se imperiosamente necessária uma mobilização moral e económica que seja, por um lado, respeitadora dos acordos assumidos em prol dos países pobres, mas, por outro, disposta a rever os acordos que a experiência tenha demonstrado excessivamente onerosos para certos países.”

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